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História Spring Lily - Cicatrizes


Escrita por: Diamond_Queen

Notas do Autor


Capitulo novo... Com um pouquinho da história da Chiara. Espero que gostem...
Beijinhos e até as notas finais... <3 :*

Capítulo 6 - Cicatrizes


Fanfic / Fanfiction Spring Lily - Cicatrizes

Chiara olhou preocupada para o corte na bochecha de Federico, enquanto limpava com cuidado o rosto do amado com uma toalha úmida.

-Piccola... -ele segurou a mão dela, tentando manter o ar sério. -Pare com isso. Eu estou bem.

-Não, não está... -ela o encarou de modo severo, molhando a toalha e a torcendo mais uma vez, antes de voltar a passá-la por seu rosto. Ela mordeu o lábio, preocupada. -Ele te acertou com uma garrafa... Eu...

-Federico! -o tom grave e severo da matriarca dos Auditore fez a loira dar um pequeno pulinho, assustada. -O que diabos você tem nessa sua cabeça? Era pra ter trago ela para cá!

Ela deu um pequeno cascudo no filho, apesar da expressão preocupada de Chiara. Ela então se virou para a pequena loira, sorrindo de modo gentil e caloroso.

-Já tem algumas semanas desde que você veio aqui... Senti sua falta. -ela passou os​ braços​ ao redor de Chiara, a abraçando. Maria se afastou, sorrindo para os dois. -Você é bem vinda aqui, sempre que quiser. Apesar desse meu filho desnaturado, que não te traz aqui.

Federico deu ombros, sorrindo de modo inocente para a mãe, que apenas balançou a cabeça.

-O dottore Cesare está vindo dar uma olhada nisso. -ela pegou a mão de Chiara, a puxando para fora do quarto. -Agora, divida a atenção dela e esse adorável sorriso conosco.

Ele riu, enquanto Maria a levava para a espaçosa cozinha, onde Claudia e Annetta conversavam e simpática governanta preparava algum tipo de guloseima, preenchendo o ar com cheiro doce.

-Chiara. -Annetta sorriu para ela, a abraçando, antes de servir chá para as duas recém chegadas. Logo ela estava distraída, conversando animadamente com as mulheres ao seu redor, se sentindo a vontade e rindo.

Já passava do meio dia, quando Federico finalmente acordou, descendo as escadas e seguindo para a biblioteca, onde ele tinha certeza que Chiara estaria.

-Faz tempo que não vejo todos juntos, assim... e durante o dia. -ele passou os olhos pelo comodo, sorrindo ao ver a irmã e a mãe bordando, enquanto Chiara e Petruccio se distraíam com algum livro de contos de fadas e Ézio apenas folheava um livro, fingindo o ler. -Como está se sentindo?

-Eu... -ela sorriu para ele, os olhos brilhando. -Muito bem... Tão bem que não sei expressar.

Ele sorriu para ela, antes de olhar de soslaio para Ézio, que parecia entediado. Federico lhe beijou os lábios de forma delicada, antes de ir até o irmão.

-Vem, vamos jogar um pouco... -ele sorriu, enquanto o irmão o acompanhava até próximo da pequena mesa de xadrez.

-Achei que ia querer ficar com ela... -Ézio sorriu de modo travesso para o irmão, antes que esse lhe chutasse a canela. -Ai!

-Pare com isso... -ele riu, olhando rapidamente para Chiara, sorrindo ao vê-la se dar tão bem com o irmão caçula. -Além disso ela está bem acompanhada...

Chiara olhou ao redor mais uma vez, sorrindo ao ver a cena ao seu redor, sentindo como se o peito fosse explodir de felicidade... 'Então é assim que é ter uma família...', ela pensou consigo mesma, logo voltando a atenção para o livro e para o pequeno ao seu lado.

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Federico olhou para dentro do quarto, sorrindo ao ver Chiara distraída, sentada na poltrona com livro nas mãos, distraída demais para notar quando ele entrou.

-Você fica linda quando está assim... -Federico lhe beijou a nuca e os ombros, expostos pela mania dela de puxar as mangas dos vestidos. Chiara fechou os olhos, suspirando, abrindo um enorme sorriso.

-Há quanto tempo está aqui? -ela se levantou, deixando o livro de lado. Ele deu ombros enquanto ela ria.

-Gosto de fazer isso... Te observar quando você está distraída assim ou concentrada trabalhando. -ele a guiou pela mão até uma varanda, se sentando no banco e a puxando para seu colo. -Geralmente você está tão distraída que nem percebe...

-Eu deveria me preocupar? -ela brincava com as mechas do cabelo dele, o bagunçando.

-Não... -ele pegou as delicadas mãos dela, beijando-lhe a ponta dos dedos. -Principessa, eu... bem, vou dividir o quarto com o Petruccio, só para garantir que não vou fazer alguma merda que possa fazer você me odiar amanhã...

Chiara riu, o abraçando e ele se permitiu relaxar um pouco novamente. Eles ficaram conversando por um bom tempo do lado de fora, até que toda a agitação dos dois últimos dias cobrasse seu preço. Ele se espreguiçou enquanto Chiara se levantava, fazendo o mesmo.

-Você precisa descansar... Dormir um pouco. -ela o puxou pela mão, deixando que ele a guiasse pelos corredores já escuros, iluminados apenas pela lua cheia.

-Olha só quem fala. -ele sorriu, a puxando mais para perto, envolvendo a cintura dela. -Você estava quase dormindo no meu colo...

-É, mas você ficou cuidando de mim o dia inteiro. -ela parou, com a porta do quarto a suas costas, deixando que ele a abrisse.

-Verdade... -ele a beijou, brincando com o lábio dela antes de se afastar. -Boa noite, Principessa...

-Boa noite, Amore... -Chiara entrou no quarto, ignorando o olhar bobo e o enorme sorriso nos lábios de Federico.

Ele se jogou sobre a poltrona no pequeno quarto de Petruccio, sorrindo ao ver o caçula adormecido, enquanto pensava em como Chiara o chamara. Claro, ele vinha a tratando com nomes carinhosos desde que se conheceram. Mas ela... Sua doce Pequena ficava rosada apenas de estar perto deles, e aquilo fazia parte do encantador jeitinho tímido dela. Ela demonstrava carinho com um olhar, um gestou ou um de seus encantadores sorrisos.

E ela tinha para ele aquele doce sorriso, que de algum modo misturava doçura e malicia, e ele o adorava, como o adorava. Em meio a suas divagações ele acabou adormecendo, na poltrona.

Federico acordou no meio da noite, saltando da poltrona ao ouvir aquele grito desesperado, cheio de dor. Ele correu para o corredor, ele soube de quem era aquele grito no momento em que uma raiva cega o invadiu e sentiu um forte aperto no coração. Ele olhou na direção de seu quarto.

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Chiara passou pela porta, cambaleante, usando uma camisa de Federico e a apertando contra a cintura, ainda com aquele enjoo, suando frio e soluçando alto o suficiente para acordar toda a casa. Assim que ela conseguiu distinguir o enorme vulto parado a encarando, ela correu na direção dele, se jogando em seus braços, deixando que ele a envolvesse. Ela sentiu as pernas começarem a perder o pouco de força que lhe restara.

-P-Por favor... Não deixa e-ele me machucar de novo... -ela estava como rosto enterrado no peito de Federico, chorando e tremendo, enquanto ele a olhava, tentando entender o que havia acontecido, com os braços ao redor dela. -Eu te imploro... Por favor...

Ela teria desabado no chão se ele não estivesse a segurando. Ele olhava para ela, confuso, enquanto se abaixava, a puxando para si. Chiara lhe agarrava a camisa, como se a qualquer momento o chão sob ela fosse desabar.

-Não deixa ele me tocar de novo... -ela escondeu ainda mais o rosto contra ele, deixando que as mechas loiras o cobrissem enquanto balançava a cabeça, a voz soando um pouco mais alta, um pouco mais desesperada, um pouco mais assustada. -Não deixa ele olhar pra mim daquele jeito de novo... Por favor...

-Chiara... -ela a apertou ainda mais contra seu corpo. A camisa que ela usava escorregou um pouco quando ela tremeu, tentando segurar um soluço, deixando a mostra um dos ombros e parte das costas dela. -Amore...

Ele passou a mãos pela pele exposta dela, sentindo um pequeno e quase imperceptível relevo nas costas dela. Então as palavras dela o atingiram com mais força, enquanto ele rasgava camisa, ignorando as exclamações da pequena multidão atrás de si. Federico passou a mão por toda a extensão das costas dela, sentindo vez ou outra mais uma das pequenas marcas.

-Piccola... -ele a segurou pela cintura, a puxando para si, deixando assim as coxas a mostra. Ele sentiu o sangue ferver ao sentir mais daquelas marquinhas, um pouco maiores, ali também. Ele não tinha coragem de a afastar, nem mesmo para olhar nos olhos dela e dizer que tudo ficaria bem.

-Eu faço qualquer coisa... -ela se afastou um pouco, o suficiente para olhar no olhos dele, sem nem por um instante o soltar. -Mas fica comigo essa noite... Por favor...

Federico a olhou nos olhos, segurando o rosto dela com uma das mãos, mantendo a outra nas costas dela a puxando para perto.

-Você não precisa fazer nada Amore... Vou sempre ficar com você... -ele sorriu do modo mais doce que pode, apesar de toda aquela raiva, acariciando o rosto dela. Ele se levantou, a puxando consigo, e a pegando no colo, indo para o quarto. Ela tinha muito o que explicar para ele, mas não agora, ele não iria a importunar com perguntas quando ela estava tão frágil e vulnerável.

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-Como ela está? -Ézio olhou para dentro do quarto, por cima do ombro do irmão. -Parece... inquieta...

-Mais calma... -ele se virou, olhando para Chiara, que torcia nervosamente o lençol que a cobria, o amassando. -Menos assustada, mas ainda está nervosa...

-O que você tem? Parece que tem algo mais te incomodando... -pela primeira vez Ézio olhou para o irmão, que parecia que iria explodir de raiva a qualquer momento.

-Eu quero matar o Montavani. -Federico passou a mão pelos cabelos, nervoso, olhando de soslaio para Chiara. As costas ainda estavam expostas e aquela distancia, não se viam as pequenas linhas que lhe marcavam a pele delicada.

-Bem, todos nós queremos. -Ézio encarou o irmão, os olhos brilhando com o mesmo ódio. Afinal, Chiara era da família e ninguém que a machucasse sairia impune. -Mamma está preocupada com ela, enchendo o Papai de perguntas sobre o que a deixou tão perturbada. Enquanto Claudia quer saber se ela está bem e Petruccio... bem, ele só quer saber o que aconteceu.

Federico deixou escapar uma risada pela inocência de seu irmão caçula. Annetta surgiu, subindo as escadas com uma bandeja com chá para Chiara, ordens de sua mãe, que só saiu da porta do quarto quando teve certeza de que ela estava bem. Agora, Maria Auditore estava no escritório, conversando com o marido sobre quais medidas ele estava tomando para a manter a salvo.

Ele olhou por cima do ombro mais uma vez. Chiara ainda estava sentada na cama, com aquele mesmo olhar, abraçando o próprio corpo. Annetta parou ao lado da porta, segurando a bandeja com chá quente, ela trocou um olhar com Federico, entregando-lhe a bandeja e se retirando.

-Oi... -ele deixou a bandeja sobre a mesinha ao lado da cama, se sentando de frente para ela. Ele serviu uma xícara, esperando que Chiara a pegasse. -Aqui...

-Obrigado. -ela pegou o xícara, a envolvendo com ambas as mãos, sem levantar o olhar para ele. Federico começava a ficar impaciente, ele precisava ouvir qualquer coisa dela.

Chiara tomou o chá silenciosamente, sentindo o olhar de Federico sobre ela. Ela não sabia o que fazer, estava entorpecida demais pelas recentes lembranças para tomar qualquer atitude que fosse.

-Amore... -ele colocou suas mãos sobre as dela, sorrindo do modo mais doce que pode quando ela o encarou com os olhos azuis. -Me conta o que você está sentindo?

Ela encarou os olhos cheios de preocupação dele, em silencio. Ela baixou novamente o rosto, apertando ainda mais os braços ao redor do próprio corpo, sentindo a garganta fechar e os olhos queimarem.

-Amore, fala comigo. Por favor... -Federico carinhosamente levantou o rosto dela. -Qualquer coisa... Só... fala comigo.

Chiara balançou a cabeça, se jogando nos braços dele, o surpreendendo, enquanto voltava a chorar.

-Eu não sei o que aconteceu... -ele a apertou contra si, lhe acariciando as costas. -E tenho quase certeza de que vou desejar não ter descoberto quando souber... Mas, no momento, você é a pessoa mais importante para mim e eu não vou permitir que nada de ruim te aconteça.

Ela se aninhou mais contra ele, sentindo as lágrimas queimarem seu rosto. Ela se sentia segura com ele e não queria perder isso.

-É minha culpa... -foi a unica coisa que ela conseguiu dizer, entre os fortes soluços que tentava controlar. -O que aconteceu com ela...

Ela se afastou, o encarando e suspirando pesadamente, tentando controlar a respiração e fazer com que as lágrimas parassem de cair. Federico secou as lágrimas com polegar, sorrindo de modo doce para ela. Chiara fungou algumas vezes, apertando a mão dele contra seu rosto.

-Tinha uma garota... Ela era minha amiga. -ela deu um pequeno e triste sorriso, enquanto ele se aproximava mais dela, a envolvendo com seus braços. -Ela chegou um pouco depois do nonno piorar... Nós não sabíamos o que ele fazia, o monstro que ele era... Então um dia ele pediu para limparmos o porão...

-Chiara... -Federico a apertou um pouco contra si, vendo que ela tremia.

-E-Ele nos trancou lá... -ela deixou as mãos caírem no colo, as mexendo nervosamente, apertando o lençol em seu colo, fechando os olhos com força a medida que as lembranças lhe invadiam a mente. -Ele... Ele me fez ver... Me fez ficar olhando enquanto ele a machucava...

Federico trincou o maxilar, olhando para um ponto qualquer atrás dela, enquanto a apertava um pouco mais contra si.

-Ela sabia que era por minha causa... Ele sempre dizia isso, enquanto... -ela sentiu o nó em sua garganta aumentar, enquanto Federico se afastava um pouco, a encarando, os olhos brilhando com aquela fúria assassina. -Mas ela nunca sentiu raiva de mim... Ela dizia que não era minha culpa e que tudo terminaria bem. Que iríamos sair de lá e viveríamos com a irmã dela, que eu teria uma família, mesmo que fosse apenas nós três. Então... uma noite... Nós fugimos.

Chiara encarou Federico, aquela fúria crescente, enquanto ele passava a mão pelo rosto e pelo cabelo dela, de forma delicada. Ela torceu o lençol em seu colo algumas vezes, secando as lágrimas com as costas das mãos, mesmo sabendo que desabaria nesse momento.

-Nós corríamos, alegres por estarmos livres, até o momento que as tochas e os gritos se fizeram ouvir... E-Ele havia acordado todo o vinhedo, dizendo que havíamos roubado jóias e que estávamos fugindo... -Federico a encarou, as lágrimas descendo descontroladas pelo rosto dela, enquanto ela apertava a mão sobre o peito, as unhas marcando a pele branca, como se aquilo fosse amenizar a dor. -Eles nem se deram ao trabalho de nos ouvir... Só nos arrastaram de volta para aquele maldito porão... Ele... Ele pegou uma barra de ferro e... e bateu nela...

-Amore... -Federico a olhou, a fúria se dissipando aos pouquinhos, enquanto Chiara chorava em silêncio, olhando para as próprias mãos.

-Ele matou a minha amiga! -a voz dela saiu um pouco mais alta, recheada de dor e ódio, antes que ele pegasse as mãos dela, as apertando de forma carinhosa. -E-Ele me fez ver e então fez isso em mim... Só...Só não foi pior por que alguém o interrompeu... E eu... consegui fugir, por que ele me deixou solta e eu o acertei...

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Federico mantinha os braços ao redor de Chiara a apertando contra si, enquanto ela chorava, deixando toda aquela dor fluir. Ele arrancou a camisa pela cabeça, cobrindo os ombros dela e a deitando, antes de sorrir para ela, se deitando ao seu lado e a envolvendo com seus braços a puxando para si.

-Ele vai pagar por isso, Piccola. -ele passou a mão pelo cabelo dela, sorrindo quando ela se aninhou contra ele, parecendo um pouco mais calma.

-Obrigado... -ela disse baixinho, levantando os olhos avermelhados para ele. -Obrigado por cuidar de mim... Por se importar comigo... Por me deixar sentir como é ter uma família...

-Não somos um exemplo de família perfeita, mas fico feliz de saber que está gostando de fazer parte dela. -ele sentiu aquele peso em seu peito ir embora ao ouvi-la rir, mesmo que fosse um riso fraco. -Melhor nós dois descansarmos um pouquinho... O que acha?

Ela sorriu para ele, concordando com um aceno, enquanto se aninhava mais contra ele. Federico ficou a olhando dormir, sorrindo ao ver a respiração calma e pesada, admirando o rosto de traços delicados e se perdendo nos lábios de cereja da amada.

Por um instante, o semblante calmo o fez repassar o que acontecera na noite que ele a trouxera, o que ele deixara passar. As marcas avermelhadas nos pulso, os pés e as pernas machucados e arranhados, assim como as mãos e os braços delicados. Agora ele sabia o que havia a levado para aquele lugar decadente e que ela desmaiara, e não adormecera, em seus braços.

-Se ele ousar encostar em você, Amore, eu vou o matar, com minhas próprias mãos. -ele passou a mãos pelas mechas douradas, a descendo pelas costas em uma doce caricia. -Eu vou fazê-lo sofrer por toda a dor que ele causou em você. Ele não vai sair impune... Acredite em mim... Ele vai pagar caro por isso.
 


Notas Finais


Eeee... Bem, não tenho muito o que escrever aqui. Mas comentem aí o que acharam... Beijinhos e até o próximo cap...


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