1. Spirit Fanfics >
  2. Sr. Assassino De Aluguel >
  3. One; Office Life.

História Sr. Assassino De Aluguel - One; Office Life.


Escrita por: MinHyuk

Notas do Autor


Olá, povo! Aqui tô eu, postando rapidinho. Unusual da minha parte, aproveitem. n

O que dizer sobre esse capítulo? Bom, ele é mais uma mistura de comédia com angst (eu sei, uma mistura nada a ver) e draminha, infelizmente sem ação por agora, pra vocês conhecerem primeiro o Baek e os seus motivos pra fazer o que ele... Vai fazer. Digamos que é a calma antes da tempestade.

Já peço desculpas em avanço pelos palavrões, mas é que o Baek é meio revoltadinho e debochado mesmo. Boca suja, esse moleque. Tsc.

Muito obrigado pelos favoritos, e obrigado à Biazitha por betar.

Capítulo 2 - One; Office Life.


Fanfic / Fanfiction Sr. Assassino De Aluguel - One; Office Life.

ONE

OFFICE LIFE.

 

É um fato bem notado por todos que me conhecem: eu não tenho vergonha na cara.

Isso não é a única coisa que eu não tenho, no entanto. Eu nunca realmente tive algo. Digo, tudo bem, eu tenho um bom emprego, uma boa casa, um montão de grana e sei lá mais o que, mas ultimamente eu estou achando isso meio insignificante. É, isso mesmo, você acabou de conhecer um ‘louco’ que chama dinheiro de insignificante. Prazer, Byun Baekhyun.

Antes de desistir de mim, deixe-me explicar o por que de eu pensar assim, certo? Bom, é tão simples como o fato de que café é um grão moído e misturado com água e, por vezes, leite.

Basta você olhar para uma nota.

O que você ?

Não sei quanto a você, mas eu vejo papel. E é isso que elas são – apenas pedaços de papel bonitos e verdes (pelo menos aqui). E por que raios alguém se importaria com a porra de um papel, quando ela nem sequer tem uma razão para usá-lo?

Vê? Não faz sentido.

Não quero dar uma de filósofo, mas eu acho que isso é algo que todo mundo já se perguntou pelo menos uma vez na sua vida, né? ‘Por que eu estou aqui’? ‘Qual é minha missão nessa bosta?’. Eventualmente as pessoas acham um motivo; por mais pequeno que seja. Apenas algo que os faça continuar a seguir em frente, sabe?

Pode ser algo simples, como a família, ou o romance, ou a vontade de ajudar pessoas de algum jeito. Ou de matá-las, também. Não faz muita diferença pra mim, para ser honesto. A questão é, o motivo sempre acaba se relacionando com isso – pessoas. Pessoas importantes na vida de outras pessoas.

Eu não tenho pessoas na minha vida.

Não que isso seja motivo de tristeza ou choro. Eu estou perfeitamente de boas com esse fato, e cheguei a um acordo (mentalmente) com as coisas há muito, muito tempo atrás, prometo!

No entanto, a vida é um tanto tediosa sem elas. Eu não tenho pais, namorada, nada pra me fazer levantar de manhã, exceto a merda do emprego que eu derramei suor e sangue para conseguir ter. E mesmo ele já se tornou tedioso também.

Ah, meu emprego. Meu emprego é prestigiado e, ao mesmo tempo, não. Parabéns para mim, o órfão sortudo que conseguiu chegar ao governo e acabou por tornar-se um dos seus secretários ricos – que passa o dia todo no computador escrevendo documentos fascinantes e relatórios sobre como o cara da mesa do lado passa mais tempo falando com a namorada grávida, e discutindo sobre seu futuro filho (que pelos vistos terá uma cabeça de cenoura), do que trabalhando.

Claro, eu também sou privilegiado por ter a maravilhosa chance de todos os dias fazer café para um cara revoltado de sessenta e tantos anos, que gosta de fingir que a forma como ele olha para a bunda das secretárias é discreta.

Woo-hoo. Fascinante! Consegue escutar meus gritos de alegria?

Olho para a janela do escritório, lutando contra as ondas de sono que insistiam em nublar meus olhos. Como sempre, a manhã está tão antiga e velha quanto o café na minha mesa. Bato na sua superfície clara, numa tentativa de evitar que o líquido se espesse. A bebida marrom e gelada escorre do meu dedo e as suas ondulações espalham-no em direção ao chão, em círculos cada vez maiores.

Qualquer um acharia que, talvez, por esse ser o Governo, pelo menos o café daqui seria decente.

Em vez disso, é essa bosta feita por uma máquina automática, servida quente em um copo de poliestireno; depressão servida sem um sorriso. Mas combina com esse lugar. Combina com as paredes bege e as mesas de melamina, e é tão acolhedor como as luzes de tira e o tapete azul desgastado. A única coisa viva aqui é o relógio. Eu acho que o resto de nós morreu já há algum tempo.

Não consigo evitar se não contemplar isso por mais alguns minutos.

E aqui estava eu, sentado no tal escritório que era compartilhado com mais sete secretários e secretárias, e lamentando a minha vida até que escuto o tal homem – o de sessenta anos, caso você seja lerdo como eu – bater com força na minha mesa, se tornando o causador do barulho de estrondo que ecoou pelo escritório.

Pisquei, confuso e interrompido por entre as minhas linhas de pensamento. Minha mente estava ainda materializada em uma nuvem de confusão e idiotice quando olhei para ele, com mão apertada no mouse do computador, e percebi que estive, por vários minutos olhando fixamente para aquela imagem do céu e da grama que vêm em todos os computadores do Windows.

(Sim, o ambiente de trabalho do céu e da grama. Aqui, ao trabalhar para o governo, você não pode personalizar seu computador, esqueça o fato de que você provavelmente será o único a usá-lo. Aparentemente, eles são machos demais para usar essas coisas chamadas papel de parede. Pssh, que chato.)

Ele franziu as sobrancelhas, com as rugas se mostrando evidentes à volta dos seus olhos, e eu tentei ao máximo conter o meu súbito impulso de lhe dizer que ele vai parecer uma batata daqui a uns anos se não parar de fazer tantas caretas.

Baekhyun. — sua voz ecoou, tão alta e furiosamente firme que até fez a pobre secretária nova, que estava passando por perto, estremecer e deixar uns copos de café caírem no chão com um ‘splaaaash’ alto. Ele olhou para ela com raiva e eu imediatamente senti pena da mulher. — Você vai limpar isso.

A mulher, de olhos arregalados e numa mistura de choque e horror, apenas conseguiu acenar com a cabeça e correr para sei lá onde caralhos os instrumentos de limpeza deviam estar.

Ele a observou por um momento, irritado, antes de se virar para mim de novo.

— Onde está? — resmungou, rabugento.

Eu pisquei.

— Quê? — balbuciei, quase me engasgando, como se tivesse um transtorno qualquer que me impedisse de pronunciar as palavras direito. 

O cara rugiu para mim, olhos impacientes e afiados. Por um momento eu quis perguntar se ele era um cachorro, porque era o que ‘tava parecendo, mas eu achei que isso provavelmente me deixaria desempregado.

— Os papéis dessa semana. Você já os tem prontos ou não? — cuspiu.

Não precisa ser tão babaca assim, porra.

— Aham. — menti, olhando inocentemente para ele. Coisa difícil de fazer, meu amigo, tenho que admitir. Tudo o que eu queria nessa hora era cuspir de volta para ele.

Ele sorriu com o desprezo comum da elite, na sua forma normal e narcisista de dizer que ‘eu sou superior a você’.

— Ótimo. Quero isso na minha mesa amanhã de manhã. Caso contrário, você terá que digitar tudo de novo.

E virou-se, entrando no seu escritório pessoal e batendo com a porta alto, como um adolescente revoltado que acabou de brigar com os pais.

Xinguei-o, mentalmente, mais umas dez vezes, antes de suspirar e voltar a olhar para a tela do computador. Perguntei-me se eu deveria escrever a porra do papel ou assistir o mais novo episódio de Joonmyun, A Mulher Grávida e A Criança Batata (ou era cenoura?); dessa vez, discutindo se ela estava gorda ou apenas grávida.

Depois de uns segundos de reflexão, decidi não fazer nada disso, apenas acabar o formulário no qual eu estava trabalhando e voltar pra casa. De jeito nenhum que eu iria ficar até as malditas oito da noite aqui só pra escrever um relatório desnecessário para aquele chefe cara de batata.

Quando finalmente terminei o formulário e desliguei o computador, era já seis da tarde, sinalizando o final de outro dia insignificante.

Novamente olhei em volta, dessa vez prestando mais atenção aos meus arredores. O nosso escritório era pintado da cor do creme e possuía apenas uma janela, do chão ao teto, que estava virada para a estrada principal da rua. Estávamos no último andar. Sobre as mesas cinzentas se sentavam computadores, cadernos abertos e pilhas de papéis desordenados. Algumas canetas estavam deitadas sobre esses documentos, outras – no meio da correria –, caídas no chão. Em um canto, o ar condicionado estava ligado no máximo. Era um escritório normal, entretanto, as cadeiras eram todas giratórias. Já do canto esquerdo, se erguia uma estante, repleta de livros e mais uma pilha de papéis.

Enjoativo, pensei.

— Tchau, Joonmyun. Espero que sua mulher e o fet... Neném estejam bem. — eu disse enquanto passava pela mesa do meu colega do lado, como usual.

No entanto, dessa vez eu realmente parei para ouvir a resposta dele. Não me pergunte o porquê, mas um impulso súbito me fez ficar genuinamente interessado na vida monótona e bosta de Joonmyun.

Olhos pequenos e castanhos cruzaram com os meus e Joonmyun sorriu de forma nervosa, ajustando os óculos vermelhos na cara.

— Sim, sim. Tudo está bem. Apenas outra pequena crise. Mulher grávidas, sabe?

— Sei. — respondi, decepcionado, embora eu definitivamente não soubesse. — Bom, acho que vejo você amanhã, então.

— Até. — ele acenou com a cabeça e voltou-se a virar para o que fosse que estivesse fazendo no computador.

Antes de ir, eu o observei, curiosamente, por mais alguns segundos. Ele tinha o cabelo castanho, cortado num penteado asiático típico e comum. Olhos medianos, cabelo mediano, feições medianas. Nada de especial ou anormal. Na verdade, ele se encaixava perfeitamente no padrão do normal.

— Você vai ficar até mais tarde?

Aham. — murmurou em confirmação, nunca tirando os olhos da tela. — Estou tentando ganhar uma promoção.

— Oh. — respondi, de forma simples.

Na minha mente, eu não estava conseguindo raciocinar o por que de alguém ficar nesse inferno até tarde só por um pouco de grana extra. Parece que a minha boca, sem eu perceber, conectou-se com ela, porque acabei pronunciando minha dúvida em voz alta.

Joonmyun riu e olhou para mim.

— Ah, pare. O chefe nem é assim tão ruim.

Revirei os olhos: — Claro que não. Ele só nos tenta escravizar. Tão legal, ele.

Ele riu de novo, abanando a cabeça levemente. A forma como ele o fazia me fazia sentir como uma criança que fez algo bobo, e ele o pai afetuoso. Joonymun sempre foi assim. De algum jeito ele fazia todo mundo se sentir confortável na sua presença e cuidava de todos. Uma verdadeira figura paternal. Ele tinha um coração de ouro – não era possível não gostar dele.

Ele deve estar radiante por finalmente poder ser um pai de verdade”, pensei, algo estranho se remexendo na minha barriga.

Um pensamento pareceu atravessar a sua cabeça:

— Por quê? Baekhyun, não me diga que você não terminou o seu? — parou de escrever e me olhou seriamente.

É, definitivamente nascido para ser pai.

— Ah… — sorri sem graça, coçando a parte de trás do pescoço. Não queria que ele me desse uma bronca e me obrigasse a ficar aqui, porém eu também não conseguia dizer não a ele. Ninguém conseguia.

Joonmyun suspirou, se recostando na cadeira. Embora parecesse um tanto frustrado, mas não surpreso, seu tom era afetuoso: — Você nunca muda, Baek. Quer que eu faça por você hoje?

Ele era legal demais. Abanei a cabeça rapidamente.

— Claro que não, Joonmyun. Com certeza aquele baba... Querido chefe nosso consegue aguentar uma semana sem saber como estamos nos comportando aqui no escritório. Já somos crescidos.

Vi um canto da boca dele se levantar brevemente, todavia, ele logo o desceu de novo, como se estivesse contendo a sua risada.

— Certo. Enfim, eu também estou quase terminando isso, de qualquer jeito. Logo vou pra casa. Vai valer a pena.

— Vai?

— Aham. — sorriu. Era um sorriso pequeno, mas carinhoso. — Choa vai ficar feliz, porque a gente anda poupando dinheiro para um berçário que ela quer muito e faltam só esses poucos dólares.

Oh. Subitamente, a minha confusão do por que que ele se disporia a ficar aqui sumiu. É claro que ele iria ficar. Ele tinha um motivo para ficar.

Todos os meus pensamentos de antes voltaram, fazendo meu humor descer tão rapidamente o quanto subiu.

Despedi-me de Joonmyun e franzi os lábios. Meu coração, do nada, se apertou de uma forma dolorosa contra meu peito e eu me perguntei, outra vez, como era possível eu me sentir tão ruim com apenas umas poucas palavras.

Sentia-me um pouco tonto, com os pensamentos meio vagos e inarticulados, e percebi, com alguma surpresa, que eu estava com inveja de Joonmyun. Da vida dele, das pessoas que ele tinha como motivo para viver.

A ideia disso me fez sentir nauseado.

Acenando para todos os outros secretários e secretárias no meu caminho, rapidamente cambaleei para a saída e entrei no meu carro.

O sentimento é estranho. Familiar demais, porém, ao mesmo tempo, estranho demais. Eu nunca sei como defini-lo. Eu quero sorrir, rir junto com todos, mas algo em mim agarra meu coração com força e o esmaga: de forma fraca o suficiente para ele não ficar irremediavelmente destroçado, mas forte demais, ao ponto de me fazer sentir constantemente sufocado vinte e quatro horas por dia.

É como se qualquer brilho que conseguisse entrar pra dentro de mim fosse engolido por uma escuridão. E o pior de tudo isso, é que eu nem sequer poderia descrevê-lo por isso. Não havia descrição para ele. Era vazio.

O vazio está sempre lá, sempre esteve, já virou da casa. Eu me considero decente em escondê-lo e em mascará-lo com as emoções normais. Ninguém vai te perguntar por que você está sorrindo, certo? O vazio se esconde em todos os lugares, no armário, embaixo da cama. É como se ele te avisasse que não há como fugir dele. Meus pesadelos parecem até ajudar a preenchê-lo, mas eu não gosto de pensar neles. Eles me fazem lembrar da minha infância, como se o vazio fosse agora o monstro debaixo da cama do qual eu costumava sentir medo.

Eu quero esses tempos de volta. Passei esses anos da minha vida me sentindo assustado, mas pelo menos eu sentia algo. Eu preciso sentir alguma coisa. Eu preciso que alguma merda horrível aconteça na minha vida, algo que a faça ser imperfeita. Eu acho que, infelizmente, me sinto mais seguro quando algo não está dando certo. Eu preciso do monstro debaixo da cama. Eu preciso dele para me distrair: não dos outros, mas simplesmente de mim mesmo.

Eu preciso de um motivo para viver, ou então morrerei logo.

E agora?” pensei, e esse pensamento começou a rondar a minha mente como uma abelha. Eu não sabia o que isso significava – se eu estava simplesmente me perguntando onde jantar ou se estava me perguntando o que fazer com a minha vida.

Respirei profundamente e me mandei parar com essas merdas. Tentei pensar pelo lado positivo. Ainda haviam chances. As coisas ainda podiam mudar. Pelo menos eu era rico, caralho! Tinha que ter algo que eu pudesse fazer com esse dinheiro para essas crises acabarem!

Fechei os olhos e pousei a cabeça no volante, chateado e cansado ao mesmo tempo.

Não há muito o que fazer, não é?


Notas Finais


Começou na comédia, terminou na depressão. Esse é o Baek, pra vocês.

Enfim, é isso, espero que tenham gostado! Até o próximo, lindinhos. Deixem feedback pro tio aqui saber se tá fazendo isso de escrever uma fanfic direito. qqq


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...