Acelerou seu carro, passando por sinais vermelhos e até pegando rua contramão, levando xingamentos e mal olhado. E logo estava em frente o Hospital, reparou Camila saindo da viatura com expressão preocupada. Não estacionou e nem desligou seu carro, apenas saiu pegando Fernanda em seu colo, se manchando com o sangue da menina.
– Lauren! – a médica colocou a mão em sua boca – Vem aqui.
Camila foi na frente, entrando no Hospital se identificando e pedindo uma maca e um quarto urgentemente. Colocou um jaleco e entrou no quarto que haviam levado a menina, Lauren estava ao lado da mesma.
– Ei, você não pode ficar aqui – colocou a mão no ombro da delegada, que olhava fixamente para Fernanda
– É a Fernanda – Camila olhou para a menina e suspirou
A médica lavou suas mãos e colocou rapidamente luvas. Retirou o pano do pescoço da menina e avaliou o corte, não era fundo.
– Seja lá quem fez isso, não quis matá-la, apenas te assustar – olhou para Lauren – o corte não foi fundo o suficiente para morte – a delegada pareceu relaxar, como se um peso saísse de seus ombros – agora se acalme, ache um enfermeiro e peça para que ele pegue a ficha médica inteira de Fernanda e que ache sangue compatível para ela, pois perdeu muito – Lauren assentiu saindo do quarto – Ei – a delegada parou na porta e a olhou – ótimo trabalho, Lauren.
Lauren sorriu de lado para a médica e saiu do quarto. Fez o que Camila mandou e foi para seu carro, fechando as portas reparou o sangue da menina no banco de trás. Pegou seu celular e ligou para a delegacia.
– Srta Jauregui?
– Sim, ligue para a mãe de Fernanda Louzada, diga que achamos a filha dela e que a mesma está no Hospital comigo, não a deixe desesperada, diga que ela está bem. – desligou sem esperar uma resposta.
Suspirou pensando em um porquê daquela pessoa não querer matar Fernanda em seu frente, fugir e nada mais. Pensou em voltar para o local onde estava, mas teria que esperar a mãe da menina ali mesmo.
– Srta Jauregui, nos ligaram da delegacia para buscar a mãe da Louzada, precisa da gente aqui? – um dos policiais se aproximou
– Não, podem ir, obrigada.
O rapaz assentiu e saiu junto com seu companheiro. Foi para a sala de espera e alguns minutos depois Camila parou na porta observando-a.
– Como ela está? – se levantou ao ver a médica, que fez um gesto com a cabeça para que a delegada a seguisse – isso é soro?
– Sim, e de cá o sangue – olhou para seu pescoço o curativo que Camila havia feito
– Ela me lembra muito você – Lauren olhava para a menina com um certo ar nostálgico
– É, eu reparei isso – sorriu também olhando-a
Ficaram em silêncio e ouviram duas batidas na porta do quarto, logo sendo aberta.
– Com licença, a mãe da paciente chegou e pediu para ver a filha – era o enfermeiro que Lauren havia conversado
– Mande-a entrar! – o enfermeiro se retirou e Camila olhou para Lauren – vou deixar vocês duas a sós, qualquer coisa pode me chamar, ok? – Lauren assentiu
A mãe da menina entrou no quarto com seu rosto já cheio de lágrimas, e quando viu sua filha na cama, chorou mais ainda com a mão na boca. Foi ao seu lado e pegou em sua mão, beijando-a e fechando os olhos. Passou a mão no rosto de Fernanda e olhou para o seu pescoço, chegando a soluçar em meio seu choro.
– O que houve? Onde a achou? – olhou para a delegada
– Isso foi um corte feito com faca, ela estava em um celeiro abandonado um tanto longe da cidade.
– E quem fez isso?
– Fugiu – suspirou – mas não paramos de procurar
– Eu só tenho a agradecer pela vida da minha filha – passou do outro lado e abraçou a delegada, que assentiu
– Preciso ir, qualquer coisa pode ligar na delegacia que eles irão me avisar
– Obrigada – a mulher sorriu em agradecimento mais uma vez
Lauren saiu do quarto e pediu para que o enfermeiro tomasse conta de Fernanda, pedindo também para que assim que a mesma acordasse, fosse avisada imediatamente. Camila pediu-lhe para que a levasse para casa, a delegada concordou. Entraram no carro de Lauren e a médica pediu para que contasse o que aconteceu, assim Lauren o fez.
– Não viu para onde ele foi?
– Nada, estava muito escuro
– Uma máscara... – ficou em silêncio – acha que é a mesma pessoa?
– Certeza – deu de ombros – deve que só não usa aqui fora porque seria muito suspeito se alguém o visse – Camila concordou.
Lauren estacionou em frente a casa de Camila e ambas desceram. A delegada reparou apenas um policial no carro e deduziu que o outro havia saído para comprar algo para comerem, acenou para o que estava lá dentro e entrou na casa da médica junto da mesma.
– Lauren, vou tomar um banho, se quiser tomar também, pode colocar uma roupa minha
– Tudo bem, vou fazer chá enquanto isso, ok?
– Fica a vontade – sorriu
Camila foi até a cozinha e pegou um copo d’água. Foi subindo as escadas enquanto cantarolava uma música qualquer e quando chegou em seu quarto, instantaneamente, seu copo ficou em pedaços no chão, seu corpo tremeu e as palavras sumiram, seus olhos arregalaram e seu coração estava na garganta com aquela cena. Ali estava ele com uma faca ensanguentada, olhando fixamente para Camila ao lado de sua cama. A médica olhou para o chão e viu o corpo de um dos policiais que deveria estar no carro, começou a chorar descontroladamente, mas não conseguia se mexer e nem dizer algo, apenas olhá-lo. Tentou chamar por Lauren, mas sua voz não saia, mal tinha forças para tentar algo, qualquer coisa que quisesse fazer, seria em vão. O homem se aproximou de Camila, passou o sangue da faca em sua bochecha, fazendo-a tremer muito mais, e apontou para a parede, onde tinha escritas com o sangue do oficial. O homem olhou de novo para Camila e depois pulou pela janela. A médica olhou novamente para a parede e o que seus olhos leram a deixou apavorada.
“Você é a próxima”
– LAUREN!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.