História Stalker - Hospital

– Que droga está acontecendo? – fala olhando para o telefone e o atende – alô?

– Lauren? – reconhece a voz de Kate – desculpa ligar essa hora, é que acabei de reparar que esqueci de devolver seu blazer e seu celular estava dentro dele. Espero não ter te acordado – a delegada suspirou passando a mão em seu rosto – Lauren?

– Não, tudo bem, acordou não – disse acabando de subir as escadas – pode me levar no trabalho amanhã?

– Claro – concordou – boa noite!

– Obrigada, boa noite.

Lauren arfou, cansada pelo dia que teve e confusa com o que estava acontecendo. Não sabe como seu telefone foi parar dentro de seu carro e muito menos quem o colocou lá. Olhou para seu computador e viu que todas as janelas antes abertas no Facebook, agora estavam fechadas e o descanso de tela com uma foto sua estava ali. Fechou sua tela irritada, quem estava fazendo isso não iria se dar bem de forma alguma. Se deitou e logo pegou no sono e em seus sonhos Camila marcou presença novamente em forma de lembranças.

“ – Nossa, eu querendo salvar vidas e você arriscar a sua – disse Camila enquanto voltava com Lauren do ensaio

– É, mas estarei arriscando para salvar de outro alguém – deu de ombros

– Oh que herói! – desdenhou rindo – já pensou se algum dia eu ter que salvar sua vida porquê você salvou de outro alguém? – olhou para Lauren que riu

– Espero que esse outro alguém fique muito bem, porque eu vou estar perdida – ambas riram seguindo o caminho”

Lauren acorda atrasada devido o fato de que estava sem celular para colocar para despertar no seu horário. Logo se arruma e deixa para comprar cappuccino no caminho da delegacia.

– Bom dia, Srta. Jauregui – disse Kate ao ver Lauren – parece estressada.

– E cansada – suspirou passando uma das mãos em seu rosto – não dormi direito essa noite.

– Aconteceu alguma coisa?

– Sim, mas depois a gente conversa – ia entrar em sua sala mas voltou – ah, e me faça um favor? Marca com a mãe da Fernanda? Preciso falar com ela.

– Pode deixar!

Lauren entrou em seu escritório, colocou suas coisas em sua mesa e relaxou na cadeira. Não sabia se pensava sobre o que aconteceu em sua casa ou sobre Fernanda. Tratou de concluir o relatório que era para o próximo dia. Assim que terminou, Kate bate em sua porta, abrindo-a em seguida.

– Já são 11:30, mas a mãe da Fernanda acabou de chegar para falar com a senhorita. Quer que eu mande ela voltar mais tarde?

– Não, mande-a entrar – deu uma olhada na mesa para saber o que poderia organizar – mas você pode ir almoçar normalmente, lembre-se e siga o que te falei ontem. – a olhou séria

– Tudo bem, Srta. Jauregui – sorriu e saiu do escritório da delegada

Lauren deu uma leve organizada em sua mesa e dois minutos depois ouve-se duas batidas na porta e viu a mesma senhora de ontem que entrara chorando e implorando para que a delegada encontrasse sua filha.

– Bom dia – a olhou – Por favor,  sente-se – a senhora obedeceu, parecia cansada e abatida, como se não tivesse dormido essa noite, e Lauren não duvidou que isso realmente tivesse acontecido – Qual seu nome?

– Carla – sua voz saiu baixa e foi a confirmação de que aquela mulher estava totalmente desolada

– Muito bem, Carla – se sentou – me conte a rotina de Fernanda.

– Ela... – suspirou, no que parecia uma tentativa de segurar as lágrimas – ela sai toda manhã para ir à aula, mais ou menos 6:45 ela já estaria na rua. Depois volta da escola meio dia – pausou olhando para suas mãos, parecia tentar lembrar de mais algo.

– E as tardes dela? – Lauren anotava os horários que a mãe lhe falava

– Na segunda, quarta e sexta ela treina no Arena Fight, começa 16 e termina 18 horas.

– Tudo bem, mas que horário ela costuma sair para ir a esses lugares?

 – Sempre meia hora antes do horário que começa

– Sozinha? – levantou seu olhar para encarar a mulher a sua frente

– Sozinha

 – Ida e volta?

– Na volta ela costuma ir até certa parte com uma amiga que treina com ela

– Ana Júlia? – a mulher assentiu – onde é essa “certa parte”?

– Duas esquinas para cima do Arena Fight – a mulher ajeitou seus cabelos que estavam presos em um coque simples

 – Esse Arena Fight, abre apenas segunda, quarta e sexta, ou esses são os dias que Fernanda escolheu para ir? – disse se recostando

– Ela escolheu esses dias por conta do seu curso de inglês na terça e quinta.

– E sua amiga? Vai apenas esses dias também?

– Não, ela vai todos – a mulher suspirou – mas por que isso é importante?

– Sabe o horário dela? – resolveu ignorar a pergunta, sempre se irritava quando a ouvia e não queria ser rude com a mulher

– O mesmo que o de Fernanda

– Dona Carla, irei dar o meu melhor para achar sua filha – se levantou e entregou um cartão para a mulher – esse é meu cartão com números de contato, mas você também pode vir aqui ou ligar para minha secretária e deixar recado, o número também está ai – a mulher o pegou e analisou

– Mas por que seria necessário te ligar?

 – É de suma importância que você me conte tudo o que você pensar que seja necessário ou que vai ajudar na busca, então caso lembre-se de algo, é necessário me ligar!

A mulher assentiu e despediu-se da delegada sussurrando um “obrigada”. Lauren foi almoçar em uma lanchonete que havia ali perto e sentiu algumas pessoas a encararem e pensou consigo se não era normal uma delegada comer coisas gordurosas. Voltou para a delegacia e viu que Kate já estava de volta, agachada debaixo de sua mesa, provavelmente pegando algo que deixara cair.

– Kate? – a secretária se assusta e levanta rápido, batendo a cabeça na mesa de vidro, que se despedaçou e fez maior barulho – Droga!

Lauren correu para onde a moça caiu e a mesma estava desmaiada e com sangue, já que acabou que o vidro a cortou. A delegada se agachou ao lado da secretária e pegou em seu rosto desacordado. A pegou no colo, colocou-a em seu carro e correu para o hospital mais próximo. Estacionou seu carro e a pegou em seu colo novamente, entrou no atendimento rápido e logo a atendente chamou uma maca e uma médica que estava ali no momento. Lauren seguiu a maca na qual estavam levando Kate, quando chegaram no quarto onde iriam atendê-la e Lauren não poderia entrar. Se sentou na cadeira que tinha naquele corredor e logo depois viu uma médica virando o corredor em passos apressados, vindo em sua direção. Seu coração errou a batida, sua respiração foi segurada e sua boca secou. Tudo ficou em câmera lenta quando ela reconheceu aqueles traços, ela os sabia de cor. A médica chegou na porta do quarto e só então olhou para a delegada, que permanecia imóvel olhando alternada vezes os olhos daquela morena e seu crachá que dizia “Dra. Cabello”.

– Lauren?