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História Stand by You - Why is this happening?


Escrita por: chadaescrita

Notas do Autor


Vocês pediram tanto pro santo Yoongi que eu resolvi atender as preces.
Eu ia postar só amanhã, mas vai hoje mesmo.
Eu revisei, mas meu word me trolla sempre. Ontem mesmo me fez perder um capítulo inteiro de 3 mil palavras, então... perdão pelos erros.

Já vou avisando que o início desse capítulo não estava previsto, então eu fiz ele depois que a história estava pronta simplesmente porque eu achei que eles mereciam hahaha perdão se não está bom, sério.
Aproveitem a leitura!

Capítulo 10 - Why is this happening?


Fanfic / Fanfiction Stand by You - Why is this happening?

Taehyung começava a aparentar mais com o seu eu anterior dia após dia, e os meninos resolveram não questionar o que exatamente aconteceu aquele dia.

Depois da primeira tempestade, foram cinco dias de puro tédio e chuva intensa. A noite parecia ter se instaurado em Jeju, pois o céu estava sempre escuro e não dava trégua sequer para que eles saíssem de casa. Jogar cartas, assistir filmes e se encher de comidas gordurosas era a única coisa que podiam fazer para passar o tempo em conjunto dentro da belíssima mansão.

Não era de todo ruim.

Contudo, Hoseok se sentia frustrado em determinados momentos por ser o único solteiro. Farto de não ter um corpo quente para se aconchegar enquanto assistia algum filme repetido, o Jung resolveu que dormir era, sem dúvida alguma, muito mais satisfatório do que ouvir os gemidos insistentes dos demais ecoando pela sala, misturado em meio aos sons e falas dos atores na televisão.

Naquele dia, inclusive, não foi muito diferente. Entretanto, existia mais uma pessoa que estava incomodada com os barulhos desnecessários que os outros faziam enquanto tudo o que desejava era, de fato, assistir ao maldito filme.

Jeongguk estava no chão encostado no sofá com Taehyung no meio de suas pernas, aconchegado contra o seu peito enquanto o Jeon rodeava sua cintura e deixava um carinho singelo vez ou outra. De verdade, os dois realmente assistiam ao filme que se passava na tevê, mesmo sendo repetido.

Deitados no sofá estavam Namjoon e Seokjin — definitivamente não estavam assistindo ao filme a julgar pelos barulhos bizarros que saíam daquele lado — trocando saliva e vai saber mais o quê.

Aquilo por si só era incômodo e totalmente desnecessário.

— Caramba! — Jeongguk falou de repente ao ouvir um gemido mais alto que ele sequer quis saber de quem pertencia. — Vocês não querem ir para o quarto não? Não sou obrigado a ouvir vocês gemendo o filme inteiro.

O volume da televisão estava alto e o filme estava apenas no começo, mas isso não justificava os sons pornográficos que era obrigado a escutar. Precisava concordar com Hoseok que os gemidos realmente se sobrepunham a qualquer outra coisa e, às vezes, enchia seus pensamentos de visões horrendas que lhe geraria pesadelos por meses.

Não precisava da imagem de seus hyungs transando.

— Cala a boca, Jeongguk. — Seokjin soou um tanto ríspido, mas porque realmente não estava a fim de discutir sobre o assunto. — Nunca reclamamos de vocês se pegando na nossa frente toda hora, portanto não enche o saco.

— Ah! Claro! — Jeongguk riu debochado e revirou os olhos mesmo que ninguém pudesse vê-lo na escuridão. — Só que não sou eu tentando masturbar meu namorado na sala enquanto o restante tenta assistir ao filme.

— Ninguém está tentando nada, ok? Só… só estamos aproveitando — Namjoon soava um pouco ofegante, porém mais contido como se tivesse percebido que estava ultrapassando os limites. No entanto isso não o impediu de continuar fazendo o que quer que fosse com Seokjin.

Assemelhava-se e muito com uma masturbação, mas tudo bem.

Jeongguk suspirou frustrado. Tinha a impressão de que os gemidos iam piorar em breve e isso era tudo o que não desejava. Queria apenas assistir o maldito filme e não presenciar um filme pornô ao vivo.

Yoongi riu baixo na direção contrária, deitado com Jimin no outro sofá e, felizmente, um tanto quietos.

— Jeongguk, o que te incomoda? — perguntou divertido e, como se quisesse provocar o dongsaeng, puxou Jimin mais para si, plantando beijos molhados e estalados no pescoço do namorado.

É, tudo que é bom dura pouco mesmo.

— Ah meu Deus! Sério, até vocês? — Jeongguk falou olhando na direção do amigo ao ouvir o som dos beijos que antes não existiam. Era para irritá-lo mesmo.

— Taehyung, você pode, por favor, dar um jeito no seu namorado? — Jimin falou. Estava cansado de ouvir Jeongguk reclamando enquanto tudo o que ele queria, se fosse ser sincero, era aproveitar Yoongi e “assistir” o filme.

Taehyung riu parazenteiro e Jeongguk viu um sorriso de canto se formando no rosto sereno de outrora. Um frio na espinha o atingiu de imediato, pois sabia aquilo não era bom sinal.

Ele só queria ver o maldito filme!

— Tudo bem — disse risonho, virando-se para topar com as íris escuras do mais novo, repuxando os lábios em um sorriso ainda maior. — Mas, por favor, evitem gemer tão alto. Respeitem a solidão do Hobi e seu sono.

— Tanto faz. Desde que você mantenha seu namorado calado pelo restante do filme! — Seokjin falou rapidamente, logo voltando a ocupar sua boca contra a de Namjoon. Uma troca de carícias que envolvia muitas mãos e pernas enroscadas.

— I-isso… isso aí que o hyung d-disse! — Jimin concordou entre arfadas e beijos mais intensos que trocava com Yoongi.

O mais novo ignorou aquele blábláblá todo praticamente o acusando de ser o chato quando não era verdade. Respirou fundo e estreitou os olhos, analisando com atenção o rosto belo do Kim, tentando entender o que diabos ele pretendia fazer para mantê-lo quieto.

— Relaxa — sussurrou Taehyung ao seu aproximar do lóbulo do mais novo, mordiscando a pontinha.

Então, dedilhou suas coxas lentamente, subindo até a cintura fina e traçando um caminho pelo abdômen por baixo da camiseta folgada que trajava. Jeongguk se arrepiou apenas com o toque dos dígitos frios contra a sua pele, fazendo o Kim esboçar um sorriso satisfatório com a singela provocação.

Sentou-se no colo do mais novo, uma perna de cada lado, as nádegas macias de encontro às coxas fartas. Aproximou-se mais do pescoço do Jeon, resvalando o nariz levemente e suspirando com o cheiro que se desprendia da pele alva para logo depois passar a língua bem devagar; era quase experimental.

Dizer que o corpo de Jeongguk estremecia com cada gesto era pouco para o que ele sentia no momento.

Taehyung sugou uma pequena porção de pele no pescoço do Jeon por tempo o suficiente para lhe deixar uma sútil marca. Notava que o mais novo sequer se mexia, as mãos segurando com força o tapete felpudo e grosso em que estava sentado em cima. Sabia que precisava se conter, pois o Kim sentado em seu colo era uma verdadeira tentação.

Mas o esforço logo seria inútil e Taehyung tinha noção disso. Riu, umedecendo os lábios conforme via os dentes salientes do Jeon rasparem no próprio lábio inferior em um gesto desesperado.

— Você não vai conseguir se conter por muito tempo, Jeongguk-ah — sussurrou divertido.

Jeongguk quis rir, mas começava a achar que não tinha motivo algum para rir de verdade porque as íris castanhas do Kim eram sinceras e lhe diziam a verdade. Não conseguiria se conter por muito tempo; achava que era o capeta lhe tentando naquele momento. Era provocativo e pecaminoso, eriçando todos os pelos do seu corpo outra vez.

Mas o Jeon era teimoso e orgulhoso, não perderia a oportunidade.

— C-considere isso um desafio aceito — murmurou entrecortado.

Taehyung sorriu, pois, talvez, só talvez, ele tenha conseguido um pouco do que queria. Gostava de provocar o mais novo e desafiá-lo daquela forma. Portanto deixou que seus lábios descessem até o ombro alheio, enfiando os dentes na região; uma mordida prazerosa para ambos.

Jeongguk apertou os olhos e fez seu máximo para engolir o gemido que quis se desprender de sua boca ao sentir os dentes contra sua pele. Céus, seu corpo gostava do modo como Taehyung conduzia.

— Oh! — Taehyung falou contra a pele do moreno, passando a língua devagar onde seus dentes deixaram uma pequena marca. — Ainda tentando resistir?

— T-tae… — sussurrou. Seu membro latejava contra o tecido da cueca implorando por um alívio.

Como diabos ele ia conseguir se segurar daquela forma?

Taehyung realmente não se importava se Jeongguk ia se segurar ou não, queria apenas se deliciar das caras e bocas que o mais novo fazia enquanto seus dentes roçavam na pele alheia.

Sentiu as mãos de Jeongguk finalmente soltarem o tapete e pressionarem sua cintura com força. Sabia que o mais novo sequer conseguiria responder; tudo ficaria preso na sua garganta enquanto tentasse se controlar daquela forma.

— É hora da diversão — sussurrou, descendo a mão devagar pelo abdômen do mais novo, arranhando-o com as unhas curtas até chegar ao elástico da bermuda que trajava.

— Q-quê? — perguntou desconcertado quando sentiu os dedos de Taehyung puxando o elástico devagar e roçando em sua pele. Aquela região parecia pegar fogo junto com o resto de seu corpo.

Sabia muito bem o que Taehyung pretendia, mas mesmo assim se sentia a pessoa mais puritana da face da terra ao lhe perguntar as coisas com inocência. Parecia até mesmo que nunca havia feito algo do tipo na vida antes.

Era ridículo se sentir daquele jeito apenas por ser Taehyung e, de certo modo, totalmente inesperado. O sorriso provocante que o Kim lhe dava desestruturava Jeongguk ainda mais. Inclusive, a falta de vergonha por estar fazendo isso na “frente” de todo mundo era admirável.

Taehyung não demorou muito rodeando o elástico, pois logo sua mão adentrou a bermuda de Jeongguk, tocando-lhe a glande vazando pré-gozo. Era extremamente desconfortável deixar o pênis preso pelo tecido, portanto, como apenas a luz da televisão iluminava o local, o Kim não viu problema em tirar o membro alheio de dentro da cueca, descendo-a um pouco.

Jeongguk não havia “aceitado” aquele desafio à toa. Recusava-se a gemer naquela sala como os demais, então tentou canalizar todo o seu prazer em gestos ao invés de som; as unhas cravaram nas costas do hyung, arrastando por toda a tez acobreada sem qualquer pudor.

Acredite ou não, o prazer já beirava a loucura sem o mais velho ter feito muita coisa.

O Kim se aproximou, resvalando os lábios contra os do Jeon antes de puxá-lo por entre os dentes e sugá-lo prazerosamente. Depois, deslizou sua língua pelo inferior, beijando-o com vontade. Era um jeito de enlouquecê-lo ainda mais, pois os dedos tocando seu membro minimamente enquanto as línguas se encostavam daquela forma arrancava-lhe toda a sanidade de vez.

Taehyung parecia pronto para devorá-lo.

Em meio ao ósculo trocado, Jeongguk sentiu a palma do mais velho rodear seu pênis e iniciar um vaivém delicioso. E se não fosse o beijo aprofundado, o Jeon jamais teria conseguido segurar o próprio gemido, pois as costas alheias não eram mais suficientes para sustentar todo o prazer que sentia.

O mais velho se afastou e passou a língua nos lábios, deliciando-se da expressão desesperada do mais novo. Via o quanto ele desejava gemer e tocá-lo de outras formas, mas se impedia disso.

E, sendo honesto, sabia que apenas a masturbação seria o suficiente para enlouquecer o mais novo, contudo não conseguia controlar a própria vontade neste momento.

Jeongguk estava tão lindo todo nervoso, uma completa bagunça de fios grudados no rosto devido ao suor, lábios inchados do beijo e pênis gotejando pré-gozo de tão duro que estava. Tentava se conter de todas as formas e jeitos para não gemer, o que apenas atiçou o lado perverso de Taehyung.

Portanto o mais velho apenas saiu do colo do Jeon, ajeitando-se no meio de suas pernas da maneira mais confortável que conseguiu. Levantou o olhar apenas para conectá-lo com o de Jeongguk, tão extasiado com tudo que estava acontecendo que sequer ousou protestar.

Apenas sorriu antes de sua língua deslizar por toda a extensão do pênis do mais novo.

O líquido pré-seminal escorria por entre os dedos de Taehyung e quando a língua chegou à glande o gosto amargo invadiu seu paladar. Sequer conseguia se importar com alguma coisa, não quando se tinha Jeon Jeongguk daquele jeito, todo vulnerável, todo desesperado e nem um pouco esperando pelo que viria a ganhar.

Levou a glande até sua boca, sugando-a experimentalmente. Sentiu Jeongguk estremecer com o pequeno gestou, pousando a destra nos fios descoloridos de Taehyung; não fez nenhum esforço, apenas deixou seus dígitos se enroscarem nas madeixas sedosas do mais velho.

Todavia, ao sentir Taehyung sugando-o com um pouco mais de vontade, enfiando mais um pouco o resto da extensão para dentro de sua boca, o Jeon não conseguiu deixar de suspirar um tanto mais alto e puxar os fios do Kim por entre os seus dedos.

Começava a se descontrolar.

Então, mais do que ciente de que Jeongguk desejava mais, o Kim relaxou sua garganta, controlando sua respiração e seus movimentos até ter o pênis do mais novo inteiro em sua boca. Tocava-lhe a garganta conforme sua cabeça subia e descia; sentia o aperto ficando mais forte em seus fios e começando a querer controlá-lo.

Jeongguk não conseguia mais pensar direito, portanto apenas colocou a própria mão na boca enfiando os dentes na própria carne para evitar que qualquer gemido estúpido saísse dali. Estava disposto a não perder aquele desafio mesmo que eles não tivessem, de fato, apostado nada.

Pensaria em algo depois.

Só que Kim Taehyung transformava tudo em uma maldita tarefa impossível quando o engolia daquela forma. Era sem qualquer pudor, principalmente quando retirou sua boca com um estalo — e qualquer um prestando atenção nos sons a sua volta conseguiria ouvir — prazeroso. Então, respirou fundo antes de abocanhá-lo novamente, repetindo o vaivém de forma intensa.

Jeongguk parecia à beira de uma síncope com o modo como a boca e a língua de Taehyung trabalhavam ao redor de seu pênis. Começava a sentir o gosto ferroso em seu paladar devido às mordidas insistentes na própria mão.

Sentia-se vitorioso por conseguir aguentar calado aquela perdição que ousava chamar de namorado, fazendo milagres enquanto passava a língua na fenda de seu membro e por toda a extensão. Todavia, ao mesmo tempo se sentia patético porque tudo o que desejava era gemer alto o nome do Kim e implorar por mais daquela boca maravilhosa lhe chupando.

De verdade, não era possível que Taehyung fosse real.

Inclusive, parecia saber exatamente o que Jeongguk estava pensando, pois no instante seguinte ele achou que era uma boa ideia abusar da língua na glande enquanto o chupava e masturbava o restante com a destra.

Jeongguk sentiu seu corpo se contorcer, os dedos dos pés puxando o tapete e um gemido baixo escapar. Implorava por dentro para que Taehyung parasse de ser tão bom no que fazia antes que simplesmente gozasse na boca do mais velho.

Mas era difícil, era tão difícil se livrar daquela boca se movimentando como se conhecesse o pênis dele há anos.

— T-tae — chamou em um sussurro, olhando suplicante para o mais velho. Contudo, o que ele viu no olhar de Taehyung tirou seu mundo dos eixos; era uma determinação sem limites que indicava que ele não pretendia parar até que ele realmente gozasse.

Jeongguk, então, alcançou a primeira almofada que viu pela frente, enfiando-a em seu rosto a fim de abafar qualquer som que pudesse se desprender de seus lábios quando atingisse o ápice.

Taehyung esboçou um sorriso satisfeito com a cena e continuou seus movimentos. Sua boca já havia se acostumado com a extensão e do jeito certo de engoli-lo. E o modo como Jeongguk se contorcia e, com a mão livre tornou a puxar os fios claros do Kim, só significava que estava cada vez mais próximo.

A masturbação se acelerou junto com a língua travessa que rodeava a glande e a as veias da extensão. Não demorou muito para Jeongguk vir na boca do Kim — evitando que sujasse o resto da sala — e engolindo sem reclamações.

Jeongguk permaneceu agarrado a almofada, tentando normalizar a própria respiração, até que ele sentiu Taehyung puxando sua cueca e bermuda para cima, para logo depois subir em seu colo outra vez. Afastou a almofada rapidamente, olhando para o mais velho esboçando um sorriso satisfeito.

“Demônio”, pensou. Seu cérebro parecia finalmente entrar em perfeita realização do que havia acontecido durante o filme.

Então, mordeu o lábio inferior e puxou o corpo de Taehyung para si, beijando-o com ainda mais vontade do que antes simplesmente porque, se fosse ser honesto, aquele garoto na sua frente realmente não existia. Era bom demais para ser verdade e Jeongguk não conseguia compreender como seu corpo e principalmente seu coração foram capazes de suportar.

Afastou-se lentamente, puxando o ar devagar e soltando-o no mesmo ritmo antes de encostar sua testa contra a do mais velho. Ficaram alguns segundos daquela forma, apenas ouvindo a respiração e os batimentos um do outro.

Depois, Taehyung se mexeu e saiu de seu colo, sentando-se ao seu lado. Desviou o olhar para a televisão e então percebeu que o filme já estava quase no fim. Voltou a olhar para Jeongguk, tentando inutilmente se recompor.

— Eu… Tae… — sussurrou, mas sequer completou sua frase. Queria dizer que a ereção marcada em sua calça estava em evidência e que ele precisava de um alívio também.

— Relaxa. Hoje minha diversão era você — disse sorrindo.

O mais novo simplesmente o puxou para um abraço e Taehyung se aconchegou contra o peito alheio. O cheiro era reconfortante e lhe passava uma calmaria interminável. De certo modo sentia-se protegido nos braços alheios, pois transmitia um sentimento que há muito tempo não sentia. Era recíproco.

Logo o filme se encerrou e os demais foram saindo do êxtase que foi “assistir” a algo que sequer prestaram atenção. Todavia, por mais que os créditos já estivessem acabando, os gemidos ainda estavam presentes. Pior, dessa vez estavam mais óbvios porque não havia som saindo da televisão além de uma melodia suave.

— É sério que vocês não consegue parar de gemer um instante? — Sua voz saiu mais alta e frustrada do que ele desejava, muito provavelmente porque se forçou a engolir cada gemido, cada vontade de berrar, cada suspiro, simplesmente porque não queria que ninguém passasse pelo mesmo que ele. Ouvir os outros era horrível.

Jimin resmungou algo incoerente e se levantou todo desengonçado, tropeçando nas coisas antes de finalmente conseguir acender a luz.

Jeongguk e Taehyung, após se adaptarem a claridade, desviaram o olhar para o ambiente ao redor da sala. O que viram era algo que eles preferiam apagar de suas memórias.

Yoongi estava deitado no sofá, completamente desconcertado — pior do que Jimin ainda tropeçando nas coisas —, com os lábios inchados e avermelhados, com várias marcas pelo pescoço e torso. Sua camisa estava no abajur e a do Park no chão, ou o contrário, era difícil dizer. Depois, desviaram o olhar para Namjoon e Seokjin, que até então não haviam dito nada, e aquilo foi a visão do inferno. Os dois pareciam polvos enrolados um no outro — sequer notaram a luz acesa, se é que tem como —, entre beijos e uma mão com dedos pressionando na bunda branca e totalmente de fora que Jeongguk definitivamente não queria saber de quem era.

Jimin esfregou o pescoço e finalmente conseguiu manter o olhar focado em algo a sua frente, fitando os amigos sentados no chão em um meio abraço.

— Vocês realmente assistiram ao filme inteiro? — perguntou desconfiado, a sobrancelha direita se erguendo minimamente enquanto tentava analisá-los.

Taehyung, pela primeira vez, não aguentou; soltou uma risada divertida e todos pararam para olhá-lo como se fosse maluco.

— Vocês são inacreditáveis — falou após recuperar o fôlego.

— Vocês assistiram mesmo ao filme? — Seokjin perguntou com a mesma desconfiança na voz, principalmente agora que haviam dado espaço um ao outro para respirar e se recompor.

— Hm… — Taehyung sorriu pequeno e olhou para a mão de Jeongguk, dedilhando as marcas dos dentes e o sangue que começava a secar. — Vocês pediram para que eu fizesse Jeongguk se calar e foi o que eu fiz.

— Ah é? E o que vocês fizeram? — Namjoon se sentou no sofá, tombando a cabeça para o lado. — Dormiram né?

Jeongguk revirou os olhos sem entender por que diabos aquilo era importante. Ele havia ficado quieto, certo? Então só tinham a agradecer.

— Afinal, o que vocês fizeram? — perguntou, apontando para os dois casais descabelados e semi vestidos.

— Ahn… — Namjoon esfregou a nuca e olhou para Seokjin ao seu lado, depois para os dois amigos que haviam se sentado um tanto envergonhados. — Nada demais, apenas… uns beijos e tal.

Era muito mais do que isso.

— Céus! — Jeongguk murmurou.

Taehyung ainda tinha o seu pequeno sorriso atrevido estampado no rosto e o Jeon se questionava de como aquela face bela e angelical conseguia ser tão diabólica entre quatro paredes.

Jeongguk esticou a mão ferida e depois a fechou novamente, sentindo o ardume. Aquilo fez Yoongi estreitar os olhos tentando entender o que eram as marcas estranhas.

— Espera — disse baixo, aproximando-se do casal no chão e tocando a mão do mais novo com cautela —, o que é isso aqui? Dentes?

Jeongguk suspirou, puxando a mão para si.

— Apenas uns beijos — murmurou.

— Vocês são tão lerdos. — Taehyung riu enquanto passava o dedo de leve nos machucados da mão de Jeongguk. — Ficaram densos igual ao Namjoon hyung?

— Esses dois tem fogo no... — Jimin falou enquanto balançava a cabeça, finalmente entendendo que os dois não tinham assistido filme algum.

— Ora, Jimin. Foram vocês quem pediram. — Taehyung deu de ombros enquanto via o amigo ficar boquiaberto. — Uma pena que o Jeongguk controlou todos os gemidos, do contrário vocês teriam mesmo do que reclamar.

— Como você conseguiu isso? — perguntou incrédulo.

— Não sei, talvez com vergonha na cara de não ficar gemendo na sala na presença dos outros? — falou brincando, mas logo sua feição se transformou em uma careta pela dor que sentia. — Minha mão está latejando e ardendo até agora, mas pelo menos eu ganhei a aposta.

— Vocês são o casal mais ridículo que eu conheço — falou Jimin, pegando a camisa do abajur e do chão.

— Vocês que não sabem aproveitar direito. — Taehyung provocou, enterrando a cabeça no peito do mais novo e ganhando carícias nos seus fios.

Permaneceram ali, abraçados, aproveitando um ao outro sem segundas intenções e quase pegando no sono. Isso é até Seokjin resolver colocar outro filme e apagar a luz outra vez.

— Vocês me inspiram muito! — disse acompanhado de um gemido.

— Puta merda, hyung! — Jeongguk reclamou, mas sequer conseguiu se importar, pois Taehyung puxou seu queixo beijando-o terno e tranquilo. Um carinho suave contra os seus lábios, fazendo-o esquecer de todo o resto a sua volta.

 

- B -

 

A tempestade resolveu dar uma trégua no dia seguinte. O céu finalmente havia clareado e o tempo estava agradável o suficiente para se aproveitar um dia inteiro fora daquela mansão. O mar estava calmo e a praia era o lugar perfeito para irem.

Seokjin e Namjoon resolveram dar uma volta assim que tocaram os pés na areia fina, chutando a água morna da beirada do mar um no outro e dando beijos desajeitados até sumir da vista dos amigos. Já Jeongguk e Yoongi resolveram descansar, conversando sobre música enquanto ficavam sentados na cadeira debaixo do guarda-sol, evitando se queimarem mesmo que os raios solares estivessem fracos.

Jimin resolveu aproveitar o momento e ir para o mar com Taehyung e Hoseok. Precisavam de um momento entre os três afinal.

— TaeTae — chamou um tanto apreensivo, fazendo-o olhar para trás após ter a água do mar lhe tocando as coxas —, você já contou para o Jeongguk sobre o Bogum?

— Ainda não. — Taehyung suspirou frustrado, afundando-se na calmaria do mar e deixando a água até seu pescoço. — Eu não sei nem como começar falando sobre esse assunto. É tudo tão… complicado.

— Mas e se o Bogum voltar? — Jimin conhecia Taehyung melhor que ele próprio, então suas preocupações e questionamentos estavam longe de serem infundados.

O loiro não respondeu; sabia sequer o que responder. Não era algo que ele queria pensar, afinal desejava Bogum longe de sua mente.

Jeongguk, por mais que não fosse o único motivo, o ajudou a esquecer Bogum aquele dia, e tudo o que Taehyung desejava era não trazer esse encosto a sua vida novamente. Sabia que da próxima vez que o visse as coisas podiam piorar e temia não suportar a dor das lembranças mesmo que o Jeon estivesse ao seu lado.

Certas coisas não eram passíveis de se controlar como desejava.

— Tae, você precisa contar. — Hoseok falou com o tom suplicante, olhando para o amigo com preocupação. — Você pode ter um surto maior e a vez do lago foi bem próxima.

— Eu sei… — respondeu baixinho, ignorando os olhares e deixando que seu corpo boiasse no mar. — Mas... mas eu queria aproveitar um pouco que dessa vez foi mais fácil de esquecer, de lidar, de suportar.

— Taehyung! — Hoseok o chamou em tom de repreensão, sem esperar uma resposta do mais novo. — Bogum ainda está na região e ninguém além de nós sabe sobre ele. Você sabe como o Namjoon é denso, se ele aparecer como fez na vez do lago é bem capaz que achem que ele é nosso amigo e-

— Eu sei. Eu já entendi — resmungou frustrado. — Vou contar para o Jeongguk assim que sairmos daqui e vocês contam para os demais, ok?

Assentiram levemente aliviados pelo fato de Taehyung concordar em finalmente falar sobre o assunto. Os amigos precisavam saber quem era Bogum e o que ele fez, principalmente agora que estava de volta na Coreia do Sul.

Infelizmente, se ele aparecesse novamente, não era só Taehyung que iria sofrer, mas sim todos eles.

 

- B -

 

Nada parecia atrapalhar aquele dia ameno. Quando a fome começou a se fazer presente, os três saíram do mar e retornaram para o lugar onde Jeongguk e Yoongi ainda conversavam. Seokjin e Namjoon já haviam retornado, tomando água de coco e se intrometendo na conversa.

Jeongguk sorriu ao ver Taehyung voltando, levantou-se com a toalha em seus braços esperando que ele viesse na sua direção, hipnotizado demais com a perfeição que seus olhos viam. O mais velho conseguia ficar ainda mais maravilhoso ao sair do mar, o cabelo molhado pingando no rosto e descendo pelo torso bronzeado. As pernas eram belas mesmo que cobertas pela bermuda mais largada.

Ficava extremamente sexy de qualquer jeito.

O mais velho mordiscou o lábio ao ver Jeongguk o encarando daquela forma. Era adorável demais, além de que lhe tirava o fôlego facilmente, pois o Jeon a luz do sol era ainda mais belo. Seu corpo chamava a atenção, pois não condizia com o rosto meninil do mais novo.

— Se você continuar encarando vão achar que você quer me devorar sabia? — Jeongguk brincou quando Taehyung finalmente parou a sua frente. Ofereceu-lhe a toalha que trazia, sendo prontamente aceita com um sorriso bobo no rosto.

— Desculpa — murmurou com uma careta enquanto enxugava os fios molhados e secava o restante de seu corpo. — Só que é meio difícil não encarar você.

— Hm… Eu deixo você tocar ao invés de apenas olhar. — Jeongguk puxou a mão de Taehyung, colocando-a espalmada em seu peito deslizando e, logo depois, deslizar os dedos ainda molhados até parar na beirada de sua bermuda.

As provocações do Jeon tiravam Taehyung do sério, pois não tinham qualquer tipo de limite.

— Sério? Aqui? — perguntou incrédulo. Não conseguia sequer olhar para a cara do mais novo. Focava nos dígitos que agora passavam sozinhos pelo abdômen e enroscando no elástico da bermuda, puxando-a levemente.

— Ó os dois de putaria de novo — resmungou Yoongi ao ver a cena.

— Isso porque Jeongguk era o senhor-não-demonstro-afeto-em-público — zombou Jimin.

O Jeon fez uma careta para os amigos, mas sem tirar seu foco de Taehyung. Às vezes — ou o tempo todo — parecia que o mundo a sua volta não existia mais, apenas os dois.

— Não é como se você fosse fazer algo na frente de todos, certo? — sussurrou, findando a distância entre eles. Então, deslizou os próprios dedos pela clavícula exposta do mais novo, arrepiando-o com o contato. — Ou vai?

Taehyung respirou fundo, controlando-se ao máximo para simplesmente não beijar Jeongguk ali mesmo. Sorriu, tentando quebrar um pouco o clima provocante que eles criaram.

— Jeongguk, tem uma coisa que eu quero te contar — mordiscou o lábio inferior, olhando-o com seriedade —, será que po-

— Tae? — Uma voz conhecida o interrompeu ao chamá-lo.

Todos ouviram a voz melodiosa, inclusive Jimin, que reconheceu na hora seu dono.

Taehyung se afastou de Jeongguk com o susto, olhando na direção da voz. Desacreditou no que seus olhos viam e mais ainda de como os céus podiam permitir que fosse tão estupidamente azarado.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Jimin perguntou com frieza, levantando-se e caminhando até a direção da voz e da pessoa ao seu lado.

— Jimin! — O garoto sorriu, ignorando a frieza em sua voz. — Que coincidência vê-los aqui, hm? Primeiro o lago e agora a praia, acho que era o destino.

Jeongguk olhou para a voz, espantando-se ao ver que era o mesmo garoto do dia da tempestade; a garota ao seu lado também. Era sem dúvida alguma o casal parado na praia em meio a uma tempestade se formando, olhando para a varanda da mansão.

Um calafrio percorreu seu corpo semelhante ao daquele dia. Tornou a olhar para Taehyung, vendo-o estático diante do que presenciava. Confusão se passava em sua mente, já que tanto o mais velho quanto Jimin não mencionaram encontrar alguém no lago aquele dia, tampouco tratar-se de um conhecido.

“O que está acontecendo afinal? Esse cara me passa um pressentimento tão ruim. É o mesmo calafrio daquele dia”, pensou um tanto incomodado.

Taehyung não ousava se mexer apenas os encarava. Sua cabeça começou a latejar de repente e o que os seus olhos viam se assemelhavam a um pesadelo vivo. Era muito pior, pois não bastava apenas à presença de Bogum, ele estava acompanhado de alguém que apenas agravava as lembranças.

Contudo, bem como Hoseok e Jimin previram, Namjoon não era bom em ler a atmosfera em alguns momentos.

— Vocês são amigos? — perguntou a Jimin e ao casal.

— Sim, somos. — Bogum sorriu falsamente, deixando que as palavras soassem gentis e saudosas de sua parte. — Eu encontrei com Jimin e Taehyung no lago outro dia, mas não tivemos tempo de pôr o assunto em dia. Faz muito tempo que não nos vemos.

— Entendi. — Namjoon assentiu, levantando-se enquanto tirava a areia de sua bermuda. — Podem ir até a nossa casa se quiserem, faremos um churrasco hoje.

A oferta foi feita por pura educação, pois para Namjoon qualquer amigo dos seus amigos estava suscetível de se entrosar com eles. Todavia isso não se aplicava a Bogum, claro, embora ele não soubesse.

Jimin e Hoseok ficaram boquiabertos diante do sugerido. A ideia por si só era péssima e, pior, levava Taehyung direto para a beira do precipício, prestes a empurrá-lo.

Céus, não era sua culpa. Eles deviam ter avisado sobre Bogum antes!

— Perfeito! — A garota bateu palminhas discretamente, mostrando interesse ao lado de Bogum. — Podemos ir quando vocês estiverem prontos! Não temos pressa.

Jisoo.

Hoseok desejou por um breve instante afogar a menina no mar e levar Bogum junto se possível. Sorte sua ser apenas o seu pensamento na qual ele não levaria adiante; não valia a pena estragar sua vida pelos dois.

— Nós já estávamos voltando. — Namjoon deu de ombros, fechando a cadeira de praia para seguir em direção à mansão. — Podemos ir.

Bogum e Jisoo apenas os seguiram, o restante dos meninos logo atrás.

Hoseok e Jimin queriam voltar para o mar e deixar levar-se pela correnteza com aquela situação patética ocorrendo diante de seus olhos. Todavia precisavam ser fortes por Taehyung e ajudá-lo a enfrentar mais aquela batalha horrenda. Infelizmente tudo o que falaram estava ocorrendo e não havia palavra para descrever aquela situação.

Jeongguk não entendia o que estava acontecendo, mas resolveu não pensar demais naquilo. Viu que Taehyung parecia atordoado demais, então seu foco voltou-se todo a ele. Puxou o mais velho pela mão devagar, caminhando em direção à mansão.

— Tae, o que você queria me contar? — perguntou, tentando desviar do assunto atual enquanto puxava o namorado daquele torpor horrível em que parecia estar.

— E-eu... — murmurou, mas resolveu que não era a hora para falar sobre aquilo. Não conseguiria contar nada diante da péssima situação e sua cabeça latejava demais; seu estômago estava embrulhado e as emoções transbordavam de si. — Deixa para lá, pode ficar para depois.

Jeongguk estava ao seu lado, mas nesse momento ele não sabia o quanto disso seria suficiente.

 

- B -

 

— Vocês podem ficar à vontade enquanto nós fazemos os preparativos para o churrasco. — Seokjin apontou a mesa perto da piscina para os dois se sentarem e foi atrás de Namjoon já na cozinha, antes que ele destruísse tudo e eles ficassem sem jantar.

Jeongguk soltou a mão de Taehyung com certa relutância, fazendo menção para que ele fosse até a mesa enquanto deixava o restante das coisas no quarto.

O Kim estava tão fora de órbita que acabou apenas assentindo. Porém, ao chegar à mesa percebeu que não havia ninguém além dele, Bogum e Jisoo.

Seokjin já havia deixado cerveja e frutas junto de uma garrafa de vodca para fazer caipirinha, mas de nada lhe adiantava aquilo.

Queria sumir dali.

Tudo o que conseguia se perguntar era por que não havia mais ninguém na mesa? Precisava ignorar a presença dos dois, bem como aquela angústia que o acometia.

Resolveu, então, que o mais sábio era sentar do outro lado da mesa, longe dos dois. Ignorou os olhares e abriu a cerveja a sua frente, dando um gole maior do que gostaria. O amargo desceu por sua garganta, refrescando-o quase que imediatamente, mas mesmo assim não aliviava a tensão que estava sentindo.

Bogum sorriu ao ver a relutância de Taehyung em se sentar perto. Porém, isso não o impediria de ir até ele. E foi o que fez, pegou sua cerveja e tratou de sentar ao lado do Kim, pegando-o de surpresa.

— Quem diria que nós nos encontraríamos aqui, não é mesmo, Tae? — Bogum disse divertido ao se aproximar mais do loiro.

“Alguém, por favor, tira esse garoto de perto de mim. Aturar a presença dele é uma coisa, mas isso já é demais”, implorou em pensamento, aguardando que algum amigo aparecesse por um milagre divino.

— É. Quem diria — murmurou, tomando mais um gole de sua cerveja. Taehyung tremia com a presença ao seu lado e é claro que isso não passou despercebido por Bogum. Assim, colocou a mão em cima da coxa do Kim, deslizando suavemente pela região antes de apertá-la.

— Fiquei sabendo que vocês estão na faculdade agora — disse divertido.

“Eu não vou aguentar isso. Jimin…”, seus pensamentos nada mais sendo que súplicas que ninguém ouvia.

— S-sim, nós entramos esse ano. — Taehyung engoliu em seco, tentando manter a voz firme e sabendo que estava falhando. — Hoseok é veterano.

Queria manter aquela linha de conversa, pois falar sobre coisas triviais talvez ajudasse a não se focar em momentos passados, mesmo que tudo o que desejasse fosse sair correndo dali. E Taehyung até considerou essa hipótese, mas ele precisaria explicar o porquê de ter se afastado dos dois tão de repente, e isso seria uma vitória para Bogum com certeza.

A dificuldade para respirar começava aumentar conforme os dedos de Bogum pressionavam contra o tecido de sua bermuda e seu corpo se mexia ao seu lado. Sentia-se fraco e temia que ele de fato não aguentasse tanta pressão dessa vez.

A mão livre de Bogum subiu por seu braço, parando no ombro e ali dando um leve aperto seguido de um sorriso pretensioso.

— Que bom. Ouvi dizer que os cursos são ótimos e a Jisoo pensa em ir para lá também — disse, olhando para a garota que apenas assentiu com um sorriso de canto. — Inclusive, penso em pedir transferência também.

Taehyung respirou fundo, desejando que todo aquele contato insistente contra o seu corpo se encerrasse. Notou que Jisoo continuava a mesma garota patética que corria atrás de Bogum desde sempre; certas coisas pareciam nunca mudar.

Sentiu-se tonto de repente e com certeza não era do álcool ingerido, pois a quantidade fora ínfima.

“Eu vou desmaiar se continuar aqui”, pensou ao fechar os olhos rapidamente e depois abri-los.

Jeongguk se aproximava da mesa quando viu o desenrolar da cena. O corpo de Taehyung estava totalmente tenso, rígido; era visível o quão desconfortável se encontrava na presença do outro.

Não fazia a menor ideia de quem era aquele garoto e o que ele representava, mas por algum motivo Taehyung ficava completamente diferente em sua presença, quase como se o temesse. Havia algo que ele desconhecia e ver o Kim daquela forma fazia seu coração se comprimir dentro do peito.

Aproximou-se rapidamente e, sem que Taehyung percebesse, pegou a cerveja de sua mão, dando um longo gole. Não queria se irritar com Bogum, mas a sua presença e sorriso debochado o incomodavam. Sentou ao lado do Kim e passou o braço em seu ombro, afastando a mão de Bogum com o gesto.

Bogum suspirou, olhando para Jeongguk sem sustentar qualquer expressão, mesmo que por dentro estivesse irritado com a audácia alheia.

— E você quem é? — perguntou curioso, recolhendo a mão que estava na coxa do Kim com intimidade e possessividade.

— Jeongguk, prazer — respondeu olhando com desdém para Bogum, e depois sorriu para Taehyung, bagunçando os fios claros e fazendo-o relaxar por alguns segundos.

Taehyung suspirou com certo alívio, mas ainda se sentia tonto demais. Queria sair dali o quanto antes.

— Mais um igual ao Jimin? — perguntou debochando da cena.

Jeongguk uniu as sobrancelhas com irritação e deu outro gole na cerveja que começava a esquentar. Questionava em sua mente se havia como alegar legítima defesa depois de arremessar uma garrafa de cerveja na cabeça de Bogum por encher o saco de Taehyung daquela forma. O jeito como ele falava era irritante e incômodo demais.

Todavia, o que mais incomodava o Jeon era a intimidade que ele demonstrava ter, mesmo que Taehyung não reagisse a elas. O contato físico, o apelido, a proximidade.

Taehyung sequer respondeu a pergunta insolente e o mais novo pareceu sequer ouvir o questionado.

Jimin e Hoseok estavam conversando enquanto se aproximaram, mas logo se espantaram quando o que viram. O Jung sentou ao lado de Jeongguk e o Park ao seu lado vazio, guardando espaço para Yoongi.

— O que está acontecendo? — Jimin perguntou um tanto receoso com o clima que estava ali.

— Estava apenas conhecendo o novo amigo do Tae. — Bogum pronunciou as palavras com desprezo. Havia resolvido em sua mente que provocar o Jeon seria a diversão de sua noite.

Taehyung suspirou, remexendo-se na cadeira ao passo que se aproximava mais de Jeongguk, mas sem falar uma palavra. Sentia seu corpo cedendo aos poucos, mas precisava ser forte.

Seokjin, Namjoon e Yoongi trouxeram a carne, verduras, pão e mais bebidas, interrompendo a conversa ao se sentarem à mesa.

— Então — Namjoon começou quebrando o silêncio —, de onde vocês se conhecem? — indagou e pegou um pouco de carne, colocando em seu próprio prato. Depois, passou para o lado com cuidado para não quebrar nada ou do contrário Seokjin o mataria.

— Estudamos juntos — respondeu Jisoo com um tom tão doce que chegava a ser enjoativo. Contudo, do mesmo jeito que ela gostava de observar, também gostava de colocar mais lenha na fogueira. — Nos tornamos grandes amigos na época.

Taehyung engasgou com a cerveja que tomava ao ouvir o tom na voz de Jisoo de quem gostaria de relembrar os momentos do passado e Jeongguk deu tapinhas em suas costas até que voltasse ao normal.

A irritação crescia dentro de si, pois via como o Kim estava cada vez mais desconfortável e quieto demais. Trocou a cerveja por uma caipirinha, desejando que algo mais forte ajudasse de algum modo. Sentia o álcool descendo por sua garganta, queimando-a; era uma boa sensação. Ao menos o suficiente para engolir aquele casal inconveniente pelo resto do jantar.

A tosse não passou por completo; o pigarro ainda estava presente em sua garganta.

Bogum, que não perdia a oportunidade de provocar, colocou água no copo e rapidamente o entregou para Taehyung.

— Aqui, Tae, toma um pouco de água — disse divertido.

— O-obrigado. — Taehyung limitou-se a murmurar, aceitando a água e tomando-a em um só gole.

Aquilo realmente estava virando um inferno e o Jeon pularia facilmente o jantar mesmo gostando muito de churrasco. A noite estava quente e, de soslaio, percebeu que Taehyung estava pálido ao invés do costumeiro avermelhado saudável em suas bochechas.

Jeongguk franziu levemente o cenho e apoiou o braço no encosto da cadeira, inclinando-se na sua direção e observando-o com cuidado.

— O que foi? — perguntou curioso, sorrindo um tanto tímido.

— Nada, só… só te observando — murmurou, sorrindo de volta e lhe tocando o lábio inferior com o polegar. Por alguns segundos Taehyung esqueceu completamente de onde estava e na presença de quem. Sentiu seu coração se aliviando minimamente; era uma boa sensação. — Mas você está muito pálido, Tae.

A mão que antes acariciava o lábio bonito agora tocava a testa do mais velho verificando se ele não estava com febre.

— Sério? Vocês precisam se desgrudar um pouco! — Namjoon revirou os olhos fazendo uma careta aos dois.

— Ué, Jimin já foi substituído? — Bogum pegou mais um pouco de carne e passou para o lado. — Achei que isso nunca fosse acontecer.

— Não. — Namjoon franziu a testa com o questionado. Não havia como confundir a relação dos três. — Jimin ainda é o melhor amigo do Tae, mas o Jeongguk é o namorado.

Bogum, ao ouvir a informação, derrubou os talheres no chão. Se de fato por estar surpreso ou não, era difícil dizer.

— Desculpa, sou desastrado — disse, afastando a cadeira para se abaixar e pegar o derrubado. No entanto, sua canhota se apoiou em cima da mão livre do Kim, dando-lhe um sorriso falso. — Eu não sabia que você tinha um novo namorado, Tae. Parabéns.

— Eu… — Taehyung engoliu em seco, puxando a própria mão para perto de si.

— Boa tentativa, mas você nunca vai me esquecer. — O sorriso pretensioso apenas aumentou e, ao se erguer, desviou o olhar para o pescoço de Jisoo.

O loiro seguiu o olhar de Bogum, ficando boquiaberto quando viu Jisoo mexendo no colar de prata com um “B” em pingente no seu pescoço. A garota sorriu com os dedos tocando no metal frio.

Taehyung afastou a cadeira abruptamente, assustando a si mesmo e a todos a sua volta. Encaravam-no com confusão, pois além de continuar pálido, sua expressão era semelhante à de alguém prestes a vomitar.

— Ahn… Eu… Com licença. — Foi tudo o que conseguiu dizer antes de sair praticamente correndo em direção à sala da mansão.

Aquilo não fazia o menor sentido de tão repentino que foi, mas com certeza tinha dedo do palhaço ao lado. Jeongguk estava se segurando para não esganar alguém ali.

Jimin franziu o cenho, estranhando o modo como Taehyung correu tão subitamente. Depois, desviou o olhar para Jisoo, reconhecendo o colocar de imediato.

Hyung, o maldito colocar — sussurrou ao cutucar Hoseok na perna.

Ver o costumeiro colar adornando o pescoço de Jisoo fez a raiva subir por seu corpo. Afastou a cadeira rapidamente, apontando um dedo acusador na direção de Bogum.

— Você vai embora daqui agora! Suma da nossa vida e principalmente da dele igual fizeram uma vez. — A voz era séria e completamente distinta do Hoseok que conheciam. — Por que você voltou afinal?

— Vocês também reconhecem o colar, não é? — Bogum ajeitou-se melhor na cadeira, completamente confortável e ignorando os olhares dos demais para si.

— Você é desprezível. — Jimin arremessou a garrafa de cerveja vazia a sua frente na direção de Bogum, vendo-o desviar e o vidro se espatifar no chão atrás dele.

— Ops, acho que você errou essa, Jiminnie. — As palavras saíam sempre em tom de superioridade e deboche, acompanhadas de um sorriso convencido demais.

— O que você fez com ele não tem perdão. Taehyung estava se recuperando bem até você-

— Aposto que Taehyung pensou que podia ter uma chance, certo? — Bogum interrompeu o que quer que Jimin fosse dizer, falando apenas o que lhe convinha. Olhou para Jeongguk, analisando-o da cabeça aos pés. — Uma chance com você, não é?

— E o que você tem a ver com isso? — Jeongguk sentiu seu corpo ficando tenso, os punhos se cerrando conforme ele ouvia a voz prepotente. Jurava que mais um pouco e ele ao menos imitaria Jimin, mas dessa vez Bogum não seria capaz de desviar da garrafa devido à proximidade.

— Ele não te contou de mim? — O sorriso convencido demonstrava a vitória que sentia pela informação. Alcançou a cerveja na mesa, dando um gole na bebida já quente. — Então acho que ainda devo ser muito importante a ele.

— Você não faz ideia do que está falando! — Jimin grunhiu irritado e Yoongi precisou segurá-lo antes que ele cometesse outra loucura. — Deixa o Tae e o Jeongguk em paz! Vai embora daqui!

Bogum afastou a cadeira e se levantou tranquilamente. Jisoo fez o mesmo e em questão de segundos já estava ao seu lado.

— Jimin — falou com um sorriso nos lábios, olhando-o com um brilho feroz em suas íris. — Taehyung nunca vai ser capaz de me esquecer e aposto que assim que eu sair daqui ele não vai mais querer saber de vocês.

— Cala a boca!

— Lembra-se disso, Jimin? De como ele se afastou dos dois quando disse que ele não precisava de vocês? — O sorriso irritante ainda estava lá e seus dedos buscaram a mão de Jisoo, entrelaçando as mãos. — Taehyung sabe que se os amiguinhos sofrerem é por culpa dele. Ele sempre vai se culpar.

— Ele mudou muito, Bogum. Não é mais o mesmo Taehyung que você conheceu. — Hoseok retrucou ainda mantendo a voz séria. — Você pode até mexer com a mente dele de novo, mas dessa vez há muitos outros fatores que podem fazê-lo melhorar e não sucumbir a você.

— Será mesmo? Eu conheço o Taehyung muito melhor do que vocês dois porque eu o fiz daquele jeito. Ele vai se trancar no quarto e mandar vocês irem embora. — A voz era convencida, como se ele tivesse plena certeza de que o Kim faria exatamente aquilo, quase como se fosse uma repetição. — Não vai querer vocês sofrendo. E, além disso, ele ainda é meu. Os dois são iguais — tocou na bochecha de Jisoo com delicadeza —, o Taehyung apenas se rebelou um pouco.

— Taehyung nunca foi igual a essa garota que te segue igual um cachorro vai atrás do dono pedindo comida. — Hoseok respirou fundo, dando um gole grande na água do copo que pegou da mesa. — E ele nunca foi seu e nunca será.

— Ainda ressentido por tê-la perdido antes, Hoseok?

— Cala a boca! — O Jung apertou o copo em sua mão com tanta força que acabou se quebrando por entre seus dedos. O sangue escorria, mas a dor parecia insignificante nesse momento. — Jisoo fez a sua própria escolha aquele dia e o que eu sinto não importa. A única coisa que realmente importa aqui é que você não irá destruir o Taehyung de novo.

— Hoseok… Ah, Hoseok. — Bogum sorriu largo, algo insuportavelmente irritante demais para o rosto belo do garoto. — Você não entendeu ainda que eu estou sempre na mente dele? Taehyung nunca vai se abrir por completo para outra pessoa porque eu sempre vou estar lá para lembrá-lo do quanto não pode fazer ninguém feliz ou ser.

— Taehyung-

— Sabe — Bogum desviou o olhar para Jeongguk, focando exclusivamente no rosto irritado do mais novo —, você nunca vai conseguir fazer com que Taehyung me esqueça. Eu o moldei muito bem no passado, então acho melhor desistir enquanto é tempo. Agora que retornei para Coréia ele sabe que tem para onde voltar. Ele sempre volta.

— Quem você pensa que é? — Jeongguk disse irritado e cansado daquele jogo todo.

— Ah — o sorriso estava lá e o olhar fixo em Jeongguk —, aposto que você nos reconheceu como o casal que olhava para a mansão aquele dia, não é mesmo? Confesso que fiquei admirado de ver o Taehyung com você sendo que ele passou dias naquela mesma varanda, grudado em Hoseok e, bom, isso só me fez imaginar que o motivo foi porque me viu no lago aquele dia — desviou o olhar para o mais baixo —, estou certo disso, Jimin?

— Você tem nos seguido desde aquele dia do lago? — perguntou incrédulo e ignorando completamente a pergunta feita.

— Jiminnie, não fale assim — um sorriso repuxando no canto de seus lábios —, afinal eu preciso saber tudo sobre o meu Taehyung, não preciso?

— Ele não é seu!

— Como eu disse antes: Taehyung pode até tentar, mas toda vez que ele me ver o mundinho perfeito de vocês vai desmoronar. — Sua risada se tornava tão irritante quanto ele próprio. Bogum era sádico, um maluco completo e todos já haviam percebido isso.

— Você armou tudo isso hoje, não armou? — Jimin falou entredentes, visivelmente irritado. — Você sabia que cedo ou tarde nós iríamos até a praia e se aproveitou disso.

— Bingo! E eu acho que surtiu efeito, não? — Bogum disse convencido de que havia desestruturado o mundo de Taehyung novamente apenas com sua presença. No entanto não aguardou por uma resposta dos olhares de ódio em sua direção, apenas puxou Jisoo para mais perto de si antes de lhes dar as costas e começar a caminhar em direção à saída. — Vejo vocês em breve.

— Eu vou matar esse cara! — Jeongguk grunhiu nervoso, avançando na direção do garoto de rosto belo e sorriso vitorioso, porém Hoseok o segurou pelo braço, impedindo-o.

— Ele não vale a pena, Jeongguk — murmurou enquanto observava as costas do casal se afastando. — Esquece isso.

 

- B -

 

Taehyung chegou cambaleando até o seu quarto e com muito custo trancou a porta atrás de si. Sentia que a qualquer momento desmaiaria tamanha pressão que era exercida em sua cabeça.

Respirou fundo e viu o quarto começar a girar, forçando-o a se escorar na parede. A imagem de Bogum e Jisoo apareciam na sua frente o tempo todo com muita nitidez; a voz costumeira ecoando em seus ouvidos.

As memórias retornavam tão frescas quando aconteceram e a dor o atingia em cheio. O ar parecia começar a sumir, sufocando-o aos poucos.

Não queria que aquilo acontecesse outra vez, mas sabia que logo desmaiaria.

Não podia permitir que seus amigos sofressem novamente.

Sua visão ficou turva e ali Taehyung soube que não iria aguentar.

— Jeongguk… — murmurou antes de desmaiar.


Notas Finais


Podem me xingar e matar, juro.
O próximo capítulo é extremamente importante então espero que vocês não desistam de mim até lá.
Stand By You está chegando ao fim, acaba no capítulo 13 infelizmente (NÃO ESTÁ MAIS PEOPLE)

Obrigada pelos comentários e favoritos até aqui, são muito importantes pra mim!
E pra quem acompanha
Hold Me https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-bangtan-boys-bts-hold-me-5176281 eu fiz uma atualização ontem novamente pra aproximar dessa aqui e elas acabarem juntas (EDIT: HOLD ME FOI DELETADA PARA SER REESCRITA)


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