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História Stand by You - Extra 2: Heaven


Escrita por: chadaescrita

Notas do Autor


Alô!
Demorei, sim ou claro?
Era para eu trazer no Natal, mas só trouxe hoje OAJSSAJIA perdão por isso, mas a vida estava bagunçada demais.
Enfim... Novamente, não esperem muita coisa pq é algo bem bobinho e eu só senti vontade de escrever.
Agora eu realmente me despeço de SBY.
Obrigada pelos 1300 favoritos <3 vocês são incríveis.
Obrigada a todo mundo que fala dessa fanfic até hoje, que gosta e dá amor. Eu amo muito vocês.
Aproveitem~

Capítulo 22 - Extra 2: Heaven


Fanfic / Fanfiction Stand by You - Extra 2: Heaven

Taehyung acordou ofegante e um pouco assustado. Não entendia muito bem o que havia sonhado, mas não parecia ser algo muito bom. Lembrava-se de pouca coisa, mas o principal era o fato de que Jeongguk, em uma bela manhã de Natal, lhe dizia que estava indo embora porque não o amava como imaginou. Pior, via Jimin indo junto e, consequentemente, os demais também.

Sabia muito bem que sonhos refletiam suas inseguranças, medos, incertezas, consciência pesada e outras coisas mais. Nunca tinha parado para pensar no quanto carregava consigo aquele temor de perder o mais novo; de ele dizer que não era exatamente aquilo que queria para sua vida, mesmo depois de quatro anos juntos.

Era besteira, certo? Qual a probabilidade de Jeongguk o deixar depois de tanto tempo? Principalmente agora que tudo estava indo bem para eles. Sequer os meninos fariam isso consigo também.

Respirou fundo, passando a mão pelos lençóis e sentindo o gelado por entre os seus dedos. Vazio. Assustou-se de imediato, virando para o lado e, de fato, não encontrando Jeongguk.

— Ele nunca acorda primeiro quando precisa — murmurou um tanto inconformado. Jeongguk nunca levantava cedo quando precisava, sempre se arrastando pela casa mesmo quando estava atrasado, alegando que tudo daria certo no final.

E, no fim, dava mesmo. O Jeon acabava por se arrumar primeiro que Taehyung, mesmo que fizessem praticamente as mesmas coisas de manhã.

Taehyung levantou da cama preguiçosamente, cobrindo-se com o lençol e arrastando os pés até a janela mais próxima. O quarto em que estavam tinha vista para o pátio e piscina. A neve caía fraca do lado de fora, cobrindo as árvores que enfeitavam o local e criando uma camada branquinha adorável.

Jeju no inverno era tão belo quanto no verão.

Embora não estivesse com vontade alguma de sair daquele quarto no momento, Taehyung forçou-se a ir tomar um banho quente e colocar uma roupa confortável e ao mesmo tempo bonita para comemorar o Natal; já era final de dia e logo eles trocariam os presentes.

Após passar alguns minutos com a água quente escorrendo por seu corpo e seus pensamentos vagando em onde Jeongguk se encontrava, ele tratou de vestir uma calça preta e uma blusa branca de gola alta. Em seu pulso, a costumeira pulseira que o namorado lhe deu anos atrás; um tanto gasta pelo tempo, mas ainda assim com um toque especial.

Caminhou até a sala e encontrou todo mundo, menos Jeongguk e Seokjin. Era uma cena bonita de se ver, todos bem arrumados, sentados em volta da árvore colocando as caixinhas de presente e arrumando alguns enfeites para que o ornamento ficasse ainda mais adorável.

Jimin usava uma blusa de gola presta e um gorro de papai noel muito gracioso. O sorriso estampado em suas feições era ainda maior do que Taehyung se recordava. As mãozinhas pequenas com alguns anéis ajeitavam delicadamente as luzes piscantes amarelas e brancas.

A nostalgia o dominou de repente, lembrando-se de cada festa de final de ano que passaram juntos. Um sorriso pequeno cresceu em seus lábios, fazendo-o andar rapidamente até o amigo e abraçá-lo por trás. Seu nariz roçou gentilmente no pescoço de Jimin, fazendo-o fechar os olhos.

— Tae? Está tudo bem? — Jimin murmurou espantado, pois fazia tempo que ele e Taehyung não se abraçavam assim, do nada.

— Você é tão fofinho, Jiminnie — sussurrou, apertando-o mais forte.

— Para com isso, idiota — balbuciou.

Jimin encostou as mãos nas do Kim, acariciando com gentileza enquanto o amigo o abraçava e apenas respirava fundo, sem falar nada. Parecia precisar daquele momento e não seria ele a recusaria algo que sempre fora de Taehyung: seu carinho.

— Aconteceu alguma coisa? — Jimin ousou perguntar baixinho.

— Não — respondeu ao soltar um suspiro, afrouxando o abraço e virando-se de frente para Taehyung e sorrindo ainda mais largo para o amigo. — Eu só… sei lá, fico feliz que você esteja aqui.

— E por que eu não estaria? Tae, parece até que você não me conhece! — resmungou com um bico fofo passeando em seus lábios e um olhar travesso.

Taehyung crispou os lábios e franziu o cenho. Conhecia Jimin muito bem, mas desde que começaram a namorar, ambos tomaram rumos diferentes. O trabalho também não ajudou, o que deixou a amizade um pouco mais distante do que gostariam, embora nada tivesse realmente mudado entre eles. Ainda se conheciam perfeitamente bem e eram confidentes um do outro; independente da amizade que tinham com seus parceiros, nenhuma delas se igualaria a que eles tinham. Era realmente diferente.

— Eu amo você, sabe disso né? — falou de repente.

— TaeTae — empurrou o ombro do amigo —, claro que sei. Eu também amo você e… não se preocupe ok? Nada mudou entre nós, não fique achando que vai se ver livre de mim.

Realmente, Jimin ainda o conhecia tão bem.

— Eu não quero atrapalhar o casalzinho, mas já atrapalhando — Yoongi resmungou, sentando-se no banco do piano e dedilhando algumas teclas. — Eu prezo a amizade dos dois, mas bem que você podia ir procurar seu namorado e deixar o meu livre, né?

— Olha o ciumento — Namjoon murmurou, ganhando um olhar atravessado do Min.

Taehyung sorriu contido, afastando-se de Jimin e deixando-o ir falar com Yoongi. Não demorou muito para que o Min começasse uma melodia suave no piano, enquanto o Park e Hoseok iniciavam uma coreografia que estavam treinando algum tempo.

— Posso saber onde está o ingrato do meu namorado?

— Ingrato por quê? — Hoseok perguntou divertido, puxando a mão da namorada para dançar também.

— Ele nunca acorda antes de mim para fazer as coisas quando precisa, mas ultimamente…

— Dessa vez ele está fazendo algo útil — Namjoon riu.

— O que ele- — Taehyung tentou questionar, mas foi interrompido pela voz do Jeon ecoando pelo corredor, vindo da cozinha.

Hyung! — Jeongguk berrou de repente, alertando todos na sala. — Eu sei que você é o cozinheiro aqui, mas isso está errado!

— Desde quando Kim Seokjin erra na cozinha? Isso é uma audácia sem fim! — falou alto de volta.

— Jin hyung e o Jeongguk… eles estão… — Taehyung balbuciou, puxando a gola para cobrir sua boca e evitar sua frustração no momento. Sabia que, embora Seokjin fosse o hyung, quando se juntava com Jeongguk, ambos viravam duas crianças impossíveis.

Não que ele próprio não fosse semelhante, mas Seokjin realmente se empolgava.

— Destruindo a cozinha? — Namjoon riu, dando de ombros. — Provavelmente sim.

— Mas, Jonnie, esse é o seu patamar — Hoseok disse com um riso baixo.

Taehyung deixou os amigos na sala e se dirigiu para a cozinha. Ao chegar no local, não se surpreendeu ao se deparar com Seokjin coberto de farinha, trajando um avental verde com bolinhos de enfeite e um chapéu de cozinheiro que ele adorava carregar por aí para “entrar no clima”. Já Jeongguk estava com as bochechas sujas de chocolate e erguendo a espátula na direção do mais velho.

— O que vocês estão fazendo? — Taehyung se aproximou, tomando cuidado para não pisar na farinha e nos ovos no chão. — Vocês estão cozinhando ou travando uma guerra de comida?

— Seu namorado aqui acha que sabe cozinhar só por ter aprendido algumas coisas! — Seokjin bufou, colocando as mãos na cintura e mostrando a língua para o mais novo.

— Já falei que a cobertura está errada! — Jeongguk apontou a espátula para Taehyung, coberta de chocolate. — Experimenta isso aqui, Tae.

— Não sei se devo — murmurou incerto, mas aceitou mesmo assim, já que o Jeon praticamente melou os lábios do namorado com o chocolate. — Isso está…

— Horrível, eu sei.

— Garoto ingrato, como pode estar horrível? — Seokjin soou indignado. Não se conformava que podia ter errado algo tão simples como a cobertura de chocolate do bolo.

Hyung — Taehyung se aproximou do amigo mais alto, passando o braço por seus ombros e encostando a testa em sua cabeça —, eu não sou experiente nisso, mas isso aqui está realmente esquisito e sem gosto.

— Talvez eu tenha colocado menos açúcar e passado o ponto — balbuciou um tanto amolecido com o jeito fofo do dongsaeng. Um sorriso fofo se fazia presente no rosto do mais velho, enquanto Taehyung o acariciava gentilmente.

— Vamos parar com os carinhos desnecessários aí, pode ser? — Jeongguk resmungou, revirando os olhos.

— Hoje é dia dos namorados ciumentos — murmurou.

— Quem teve um ataquezinho de ciúme? — Seokjin perguntou, sujando o nariz do Kim mais novo de chocolate. — Espera, não responde. Aposto que foi Min Yoongi? Acertei?

— Ele mesmo — disse com um dar de ombros, soltando-se do amigo. — E foi só por eu ter abraçado o Jimin um pouco mais de tempo.

— Por que você- — Jeongguk se interrompeu, respirando fundo e balançou as mãos, tirando o avental amarelo e jogando em cima do balcão. — Eu vou tomar banho e me trocar.

Seokjin voltou sua atenção à cobertura do bolo, ciente de que precisava refazer. Não costumava errar algo bobo, mas sentia-se pressionado e ansioso em cozinhar para os meninos novamente depois de tanto tempo. Queria que tudo saísse em condições perfeitas e, para isso, pediu a ajuda de Jeongguk. No fim, saiu um pouco do controle dos dois, já que se divertiam juntos com qualquer coisa; talvez uma briguinha leve, mas estava tudo bem.

— Eu vou- — Seokjin virou-se para falar com Taehyung, mas ele não estava mais lá.

 

- B -

 

Jeongguk secava o cabelo com a toalha enquanto olhava a neve cair do lado de fora. Sentia o cheiro agradável da comida quase pronto, que invadia suas narinas e deixava seu estômago roncando deixando-o consciente do quão faminto estava.

— Ficou bravo? — A voz gentil de Taehyung soou pelo quarto e o moreno virou-se na direção do som.

Taehyung tinha os braços cruzados, apoiado no batente da porta do quarto e a cabeça pendida para o lado. O sorriso era suave em seus lábios, mas o olhar era um tanto preocupado.

— Não — suspirou, jogando a toalha em cima da cama e dando alguns passos até o namorado. — Deveria?

— Claro que não — murmurou, rodeando a cintura do mais novo e apoiando o queixo em seu ombro. O cheiro de sabonete neutro que se desprendia da pele alheia era tão agradável; sentia vontade de ficar abraçado com Jeongguk por quanto tempo lhe fosse permitido. — Posso te perguntar uma coisa?

— Sim — respondeu baixinho, passando os dedos gentilmente pelas costas de Taehyung.

— Você é feliz? — questionou no mesmo tom, pegando o Jeon completamente de surpresa.

Por alguns segundos Jeongguk não respondeu, tentando entender de onde, depois de tanto tempo, vinha aquela pergunta. Certo que para demonstrar seus sentimentos era um pouco mais complicado do que era para Taehyung, mas das poucas vezes que conseguiu proferir algo além de um simples eu te amo que expressassem o que de fato sentia, ele fora extremamente sincero.

Suas atitudes, no entanto, eram sempre um misto de coisas. Permitia que Taehyung fizesse o que quisesse, desde que isso o deixasse feliz e fosse o que ele realmente queria. Não se importava em ceder aos caprichos do mais velho; na verdade, sentia-se hipnotizado toda vez que o namorado lhe sorria, cuidava de si, brigava consigo, ou lhe dava carinho.

Honestamente falando, do que mais Jeongguk precisava? Haviam construído uma relação saudável, mesmo que ele fosse um pouco ciumento com a facilidade incrível que Taehyung tinha em fazer amigos e ser um tanto grudento com eles.

— Tae — sussurrou, afastando o mais velho de si para encará-lo. Taehyung tinha um brilho no olhar curioso, um sorriso doce e as madeixas um pouco bagunçadas. A blusa de gola branca deixava-o ainda mais infantil do que suas próprias feições; estava extremamente lindo e até combinavam as roupas nas cores. — Você é bobo?

— Quê? Não, eu só... — Taehyung crispou os lábios e calou-se sem completar sua frase.

— Você é muito bobo! — Jeongguk mordiscou o interior da bochecha e começou a puxar o namorado pela mão, seguindo em direção à sala outra vez.

— Aonde vamos?

Chegaram até a sala, ganhando olhares dos hyungs, mas que curiosamente não ousaram interromper ou perguntar algo. Talvez fosse o modo como Taehyung parecia completamente aéreo, sendo puxado; ou como Jeongguk franzia o cenho e levava o Kim em direção à varanda. A mesma de anos atrás, e que agora parecia não ter mais importância com as trágicas ocorrências do passado.

O mais novo fechou a porta atrás de si, deixando apenas o som abafado do piano e a risada dos amigos, misturando-se com o barulho das ondas do mar. Viu o instante em que Taehyung foi até a borda, tateando o corrimão branco antes de firmar as mãos nele e respirar fundo, fechando os olhos.

Jeongguk parou atrás do mais velho, colocando as mãos em sua cintura e balançando-o no ritmo da melodia suave que vinha da sala. Por um instante nenhum dos dois ousou dizer nada, apenas se focando no momento confortável que criavam e no quanto o mais novo tentava deixá-lo confortável.

A cena toda era — e ao mesmo tempo não — semelhante ao passado e, novamente, a nostalgia parecia fazer parte do lugar. Talvez ir para Jeju servisse para reafirmar o óbvio também.

— Como você pode pensar que eu não sou feliz? — questionou. Não era um tom ríspido ou bravo, pelo contrário, era suave e um pouco indignado.

Taehyung olhou pra cima, sentindo alguns flocos de neve cair em seu rosto. Adorava a sensação refrescante do gelo se desfazendo em sua pele; era agradável demais inclusive.

— Eu… — Taehyung mordiscou o lábio inferior e abaixou a cabeça, virando-se para olhar o Jeon ao seu lado. — Eu sei que você é, mas...

Hyung idiota — falou, dando-lhe um tapa no braço e sorrindo divertido. — Tenha confiança em si mesmo, hm? Até parece que eu vou acordar de repente, levantar e ir embora.

O mais velho arregalou os olhos, pois aquilo soava exatamente com o seu sonho e ele sequer tinha dito algo.

— Como você...?

— Você fala enquanto dorme, lembra? Eu te ouvi resmungando algumas coisas quando despertei. — Os braços de Jeongguk rodearam a cintura fina de Taehyung, apertando-a de leve. — Eu te acordei, você me olhou assustado e logo voltou a dormir.

— E depois acordei de novo, assustado por lembrar do sonho… — suspirou, esfregando os olhos e pendendo a cabeça para frente até encostar a própria testa na de Jeongguk. — Desculpa.

— Depende, o que você comprou pra mim de presente? — perguntou brincando, encostando os dedos no maxilar alheio bem devagar. Era quase imperceptível de tão suave que fora o toque.

— Você acha mesmo o que eu vou te dizer o que é? — Taehyung sorriu largo.

— Eu sei que não, mas você se distraiu com algo bobo, então… — Jeongguk deu de ombros.

Taehyung pegou o queixo do Jeon com gentileza, erguendo-o minimamente e selando os lábios macios. Mexiam-se levemente, fazendo ambos suspirar com o contato agradável e remetendo-os a momentos inesquecíveis que um dia passaram ali. Não havia motivos para se preocupar e Jeongguk provava isso de maneira simples, sem precisar se utilizar de palavras que o deixassem amolecido.

— Detesto gostar tanto assim de você — murmurou contra os lábios do Jeon.

— Gostar? — Jeongguk franziu o cenho, indignado outra vez.

— Certo, certo. Amar, ok? Eu te amo muito — respondeu divertido, subindo suas mãos pelas costas do Jeon e embrenhando os dedos nas madeixas escuras. — É engraçado como você me deixa meloso e parece despertar mais o meu lado apaixonado. Eu gosto de como você chegou bagunçando tudo, mesmo sem querer, e agora significa tanto pra mim que eu não consigo imaginar um dia sequer sem a sua presença.

As bochechas do Jeon ganharam uma coloração rosada rapidamente; se do frio ou da vergonha mínima pelas palavras gentis, ele não sabia dizer. Toda vez que Taehyung falava algo sútil, mas adorável demais, ou até mesmo fazia algo que Jeongguk considerava fofo, ele ficava nervoso e não sabia o que responder.

Morder involuntariamente o lábio inferior ou até mesmo desviar o olhar era o mais comum. Taehyung tinha essa mania de deixá-lo sem palavras com coisas tão simplórias. Seu coração acelerava e ele queria apenas se afundar na areia para esconder a frustração.

— Ei — Taehyung chamou baixinho, fazendo Jeongguk olhar novamente para ele. Um sorriso fofo, sem mostrar os dentinhos, estampado em suas feições. — Obrigado.

— Para de pedir desculpas e dizer obrigado — bufou, encostando a testa no ombro do mais velho. — Você é especial, Tae, sempre vai ser. Não precisa agradecer ninguém de nada, porque todo mundo te ama do jeito que você é.

Os pequenos flocos de neve que se desfaziam ao cair entre eles tornavam-se ainda menores diante do tamanho daquele sentimento. Jeju podia sim ter lembranças ruins, mas era impossível esquecer-se das memórias belas que ali fizeram.

A porta se abriu e Hoseok colocou o rosto para fora. A ponta das orelhas levemente avermelhadas, indicando que eles já haviam começado a beber; o sorriso gracioso direcionado aos dois, que no instante em que notaram a presença alheia, afastaram-se um pouco.

— O jantar já está na mesa, vocês não vem?

O cheirinho da comida que vinha do lado de dentro invadiu as narinas de ambos, fazendo Jeongguk recordar mais uma vez da fome que sentia. Assentiu, puxando outra vez Taehyung pela mão e deixando todas as frustrações que eles poderiam ter, ali, do lado de fora, junto com a neve que caía e as ondas do mar que se quebravam ao fundo.

 

- B -

 

Nayeon andava na beira do mar, desviando vez ou outra da água gelada que batia em seus tênis. Gostava da sensação, mas ao mesmo tempo sentia que iria congelar se deixasse um respingo sequer vir em alguma parte de pele exposta sua; ideia maluca essa de passear na praia no final do dia, com o vento forte e a neve caindo levemente.

Gostava, no entanto, do inverno e mais ainda de Jeju.

Ouviu algumas risadas e desviou o olhar na direção do som, colocando as mãos atrás das costas. Sorriu quando viu um grupo de meninos e uma única garota balançando pequenos fogos de artifício e se divertindo. Pareciam tão felizes naquela noite de Natal; era agradável passar com pessoas amadas.

Notou um garoto alto de blusa de gola branca e casaco grosso preto pulando nas costas de outro que trajava roupa similar. Dali era possível ver o quanto eles sorriam, riam, conversavam, mesmo com todo o frio.

Belo.

Então, desviou o olhar do grupo em questão, parando em sua amiga ao seu lado. Ela também observava a felicidade que emanava deles, com um sorriso pequeno no rosto e as mãos dentro do casaco grosso; o cachecol enrolado no pescoço vinha até o queixo e contrastava com as madeixas ruivas dela.

— Você parece mais feliz — comentou, atraindo a atenção da amiga para si.

— Esse lugar é bonito — respondeu, tampando a boca com o cachecol vermelho e tornando a olhar para o grupo que se divertia ao longe. — Gosto daqui e de observar as pessoas também.

— É, eu sei — falou sorrindo. — Vamos voltar? Seus lábios já estão roxos e os meus também devem estar — pediu, encolhendo-se dentro do próprio casaco.

— Claro, só… — A garota mexeu nos bolsos do casaco, retirando um pequeno objeto dali e segurando-o com firmeza com a canhota enquanto tirava a luva grossa da mão livre. — Só me dê um minuto, ok? Eu preciso fazer uma coisa.

— Tudo bem. — Nayeon deu de ombros, afastando-se da água e brincando com a areia em seus pés. Sabia muito bem como era importante preservar a intimidade de sua amiga, portanto sequer questionaria o que ela pretendia fazer que exigisse aquele momento em frente ao mar.

Seus dedos percorreram o pingente em sua mão, lembrando-se de tantas coisas que ocupavam sua mente, acordada ou não. Porém, finalmente havia se cansado dos constantes pesadelos e do quanto aquilo apenas lhe fazia mal. Recebera o maldito colar um ano atrás, quando retornara para a Coreia; um conhecido da polícia lhe entregara, achando que, por algum motivo, ela ainda pudesse querer um objeto tão ruim.

Decidira, então, voltar ao local que deu início a sua liberdade e, enfim, encerrar de vez aquele capítulo de sua vida. Não imaginava encontrá-los ali, mas talvez fosse o destino ou qualquer outra coisa que as pessoas chamassem aquele acaso em Jeju.

Se aquela ilha foi capaz de levar embora suas feridas e fazê-la recomeçar, do mesmo modo que fez com eles, então ali era o melhor lugar. Apertou forte o colar em sua mão antes de arremessá-lo com força no mar. A escuridão permitiu ver apenas que o objeto caiu em algum ponto, não importava onde e nem que o achasse um dia; desejava apenas nunca mais tocar naquele objeto ou vê-lo outra vez.

— Podemos ir agora, Jisoo-ah? Eu estou congelando! — Nayeon resmungou, batendo o pé na areia e fazendo um bico fofo.

— Podemos — disse sorrindo e andando rápido para alcançar a amiga que ia logo à frente. — Eu já terminei o que precisava.

Deu uma última olhada para o grupo de amigos, certa de que aquela era, realmente, a última vez que os veria.


Notas Finais


Como sempre, revisei por cima.

Alguém lembra do colar? Ninguém me falou que eu esqueci completamente de dar um final para ele hahaha lembrei de repente, então aqui está.

Obrigada a quem chegou até aqui.
Comentários fazem essa autora muito feliz <3
Eu vou terminar de responder os do capítulo anterior em breve (e das outra fanfics também)

Gritos, estou no @xkookv ~

>>>> EDIT <<<<
Trailer by @ainoseiza: https://www.youtube.com/watch?v=NDrlD6gGH34&feature=youtu.be


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