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História Stand by You - Talk to me


Escrita por: chadaescrita

Notas do Autor


Demorei um pouquinho mais do que eu esperava, mas é porque tô preparando outra taekook que tá me deixando louca @__@
Enfim, mais um capítulo para vocês meus amores <3
Obrigada pelos comentários, xingos, ameaças de morte (contra mim e contra Bogum) vocês são uns amores *-*
Espero que gostem \o

Capítulo 9 - Talk to me


Fanfic / Fanfiction Stand by You - Talk to me

Sendo bem sincero Jeongguk não fazia a menor ideia do que iria dizer e tampouco fazer. Foi um ato impulsivo de sua parte, principalmente porque perto de Taehyung tudo parecia fazer sentido ao mesmo tempo em que não.

Então, como se fosse a única coisa sábia a se fazer, Jeongguk se sentou ao lado de Taehyung, mantendo uma distância considerável para não sufocá-lo ainda mais com suas atitudes.

Olhava Taehyung de soslaio e via o quão frágil ele soava; fraco e deprimido, completamente diferente do costumeiro. Era horrível vê-lo daquele jeito.

— O que você quer? — Taehyung resolveu quebrar o silêncio estranho entre eles com a sua pergunta, porém sem tirar os olhos das ondas do mar batendo contra as pedras.

Jeongguk abriu a boca repentinamente, surpreso pelo tom ríspido que o Kim usou consigo. Não era algo normal, é claro.

— Eu… O que foi que eu te fiz afinal, Tae? — perguntou o que estava entalado em sua garganta havia dias. Os cotovelos estavam apoiados em seus joelhos, o corpo levemente inclinado para frente enquanto fitava o mesmo mar agitado.

— Você não fez nada, Jeongguk. O problema aqui sou eu. — Um suspiro alto deixou seus lábios, junto com as palavras dificultosas que pareciam passar por sua garganta como adagas o perfurando. — Nossa farsa acabou e não tem motivo para continuar agindo como antes.

— E por isso você me ignorou durante dias? — perguntou estupefato.

— Já disse que o problema é comigo e fim — retrucou um tanto irritado. Não queria ter aquela conversa; talvez não agora. — Além disso, não te devo explicações.

— C-omo não me deve explicações? — A voz saía embargada pelo desespero e incredulidade pelo que ouvia. — Nós estamos sob o mesmo teto e você me trata como se eu não existisse sem mais nem menos, Taehyung!

— Eu… — O inicio da frase saiu como um sussurrou e Jeongguk sequer o ouviu. Definitivamente ele não queria ter aquela conversa agora, no entanto, parecia inevitável.

— Não podemos sequer ser amigos, é isso que está dizendo? — O nó em sua garganta começava a incomodá-lo e respirar tornava-se uma tarefa difícil.

Se Taehyung não se sentia da mesma maneira estava tudo bem, mas pelo menos a amizade Jeongguk queria tentar manter; desenvolveram aquilo tudo e ele confiava no Kim. Podia lidar com os próprios sentimentos e a rejeição depois.

— Nós somos amigos — disse, mas não soava muito convincente. — Nós somos tipo… ahn… eu e o Yoongi ao invés de eu e Hoseok, entende?

As palavras do Kim não faziam o menor sentido para Jeongguk e ele cogitou a hipótese do mais velho estar doente ou ter enlouquecido de repente.

— Do que diabos você está falando agora, Taehyung? — Olhava-o de soslaio, indignado. Começava a perder o controle de suas próprias emoções. — Nós somos muito mais do que isso e você sabe bem disso. Aliás, arrisco dizer que somos muito mais do que você e Hoseok, mas… mas não tanto quanto você e Jimin.

Francamente, descartá-lo daquele modo era doloroso. O mais velho conseguia esmagar o resto do coração já despedaço de Jeongguk; se é que ainda tinha um.

Aquele sentimento estranho comprimento seu peito trazia uma dor difícil de suportar.

O silêncio recaiu entre eles quando Taehyung não respondeu. Havia se encolhido um pouco mais no canto do banco, os olhos amendoados ainda fitando a paisagem a sua frente. Sentia uma calmaria estranha o dominar apesar de tudo; era difícil dizer se isso se provinha da voz de Jeongguk ou do barulho das ondas do mar batendo contra as pedras.

— Conversa comigo, Taehyung! Eu não posso adivinhar as coisas sozinho sabia? — suplicou frustrado demais. Então, levantou-se e parou na frente do mais velho, exigindo uma reação. — Sério, eu não entendo. Em um minuto você me beija e no outro você me joga fora como se eu fosse um nada?

Taehyung se forçou a levantar o olhar para Jeongguk pela primeira vez em dias. Deixou que suas íris encarassem o negrume intenso das íris alheias que sempre lhe tiravam o fôlego.

“Deus, como eu senti falta dele”, pensou Jeongguk ao finalmente encontrar o olhar do mais velho depois de dias que pareceram anos intermináveis.

O contato permaneceu daquele modo por pouco tempo, porém. Quase como se tentasse não se deixar afetar pela intensidade e desespero que os olhos de Jeongguk lhe passavam, o mais velho balançou a cabeça, desviando o olhar e afastando todos os seus pensamentos de ceder.

— Nós não temos mais nada para conversar. Você queria saber se nós somos amigos e eu disse que sim. Por favor, não insista mais. — Então, levantou-se rapidamente, dando as costas para Jeongguk a fim de sair dali.

— Qual a porra do seu problema, Taehyung? — Jeongguk berrou e o mais velho estremeceu com o tom. Nunca havia visto o moreno daquela forma antes.

O mais novo sentia que já estava completamente fora de si naquele momento. Sua cabeça latejava e ele não conseguia compreender mais nada do que acontecia. Sua única certeza era de que gostava tanto, tanto, tanto do Kim e... e agora sabia que já não tinha mais um coração para ser destruído; podia ser rejeitado e que se dane o resto, pois desejava apenas entender o que ele fez.

Então, em um ímpeto desesperado, Jeongguk segurou o pulso de Taehyung impedindo-o de sair do lugar. O olhar nos dedos demarcando sua pele foi imediato; a região queimava com o contato.

— Jeongguk, me solta! — grunhiu. Fazia um esforço tremendo para controlar sua voz e toda a vontade que dominava seu corpo para simplesmente largar tudo e abraçá-lo. Não fazia ideia que se afastar do Jeon seria tão difícil assim. Pior, quase impossível.

Jeongguk, porém, apenas fez o Kim virar-se na sua direção e o olhá-lo nos olhos mais uma vez. Precisava de uma certeza de que não podia mesmo seguir em frente; um motivo.

— Tae… — A voz era suave e seu olhar era de arrependimento. O mais velho sentia suas pernas querendo ceder diante daquilo. — Me desculpa se eu magoei você de algum modo, mas… mas não me empurra da sua vida assim, por favor.

— Você não me magoou, Jeongguk — murmurou sem conseguir tirar o seu olhar do mais novo. Sentia o peso das palavras de Jeongguk caindo sobre si; ao passo que via que o destruía aos poucos e sabia que eles não seriam mais amigos depois daquilo que fazia. — Já te disse que o problema sou eu.

Seria difícil, mas Taehyung só precisava esquecer Jeongguk e tudo ficaria bem outra vez. Reciprocidade de sentimentos não era algo de se conquistar e ele entendia muito bem isso, portanto não podia manter o Jeon a sua volta, sustentando aquele gostar que nunca se transformaria em outra coisa.

Tinha ciência de que Jeongguk nunca gostaria dele da mesma forma, então por que continuar com isso tudo? Era mais fácil assim. Era doloroso, mas sem dúvidas mais fácil de lidar. Cortar de vez toda e qualquer relação.

Foi o que Bogum o ensinou.

— Qual é o problema, Tae? Fala comigo e me explica, por favor. Nós… nós podemos resolver isso juntos. — Jeongguk implorava de um jeito que nunca fazia e aquela simples atitude fez os olhos do Kim encherem-se de lágrimas.

No entanto, ele não podia. Balançou a cabeça outra vez, tentando afastar aqueles pensamentos que lhe diziam, mais uma vez, para ceder.

Jeongguk entendeu que Taehyung não lhe diria nada, portanto abandonou o aperto no pulso fino, deixando que seus dedos abandonassem a tez acobreada que ele admirava em silêncio.

O braço do Kim retornou para o lado de seu corpo, sentindo falta da queimação contra a sua pele.

As íris acastanhadas permaneciam fixas em Jeongguk, mas se arregalaram no instante em que compreendeu o que via a sua frente. Lágrimas quentes desciam pelas bochechas do Jeon, deixando os olhos escuros levemente avermelhados.

O moreno tocou a própria face, constatando que ele estava mesmo chorando e sequer havia percebido quando isso se iniciou.

Ótimo, agora estou chorando. Quando foi que eu deixei a minha guarda tão baixa? Aliás, quando foi a última vez que eu chorei na frente de alguém assim?”, pensou desnorteado.

— Jeongguk? O que foi? — perguntou chacoalhando o mais novo estático, deixando que lágrimas em abundância rolassem por sua face. O seu estado era alarmante e deixou o Kim assustado. — Por que está chorando?

Taehyung se sentia estranho, pois por mais que não estivesse bem o suficiente para se importar com os outros, sabia que estar com Jeongguk sempre ocupava sua mente de um jeito diferente.

Portanto, vê-lo daquele jeito só trouxe isso mais à tona. Desesperou-se ainda mais quando não obteve uma resposta. Deixava de lado toda e qualquer discussão que estivessem tendo no momento.

Jeongguk, porém, desejava responder e não conseguia; sua boca toda parecia estar cheia de areia, sufocando-o. As palavras ficaram presas e tudo o que conseguia fazer no momento era chorar e soluçar; o nariz escorrendo e ficando avermelhado junto com seus olhos.

Seu peito doía demais ao pensar em não ter sequer a amizade de Taehyung. E, por mais que não estivesse um tempo desagradável, o frio começou a dominar seu corpo, fazendo-o tremer.

Nunca havia se sentido tão consumido em tristeza daquela forma.

Sentia como se Taehyung não confiasse em si mesmo depois de tudo o que fizeram pelos amigos; cumpriram o objetivo de ajudá-los juntos. E, pior, construíram algo diferente entre eles, desenvolveram muito mais do que uma amizade e sabia disso.

Sabia perfeitamente bem disso, mas era terrivelmente doloroso perceber que ele se enganou, que o sentimento não era recíproco como imaginou. Jeongguk tinha certeza de que nunca se sentiu assim na sua vida inteira e de certa forma se sentia patético demais.

Olhava o mais velho assustado na sua frente, esperando uma resposta e sem saber ao certo o que fazer para que ele parasse de chorar. Contudo, tudo o que o Jeon pensava era como diabos ia se livrar desse sentimento agora que Taehyung não queria nada com ele.

Fora um idiota de deixar-se entregar pelo sorriso ridiculamente lindo do mais velho e de achar que seria fácil superá-lo desde que ao menos conseguisse sua amizade.

Nada seria fácil porque era de Kim Taehyung que ele estava falando. Apaixonou-se completamente por ele.

— Jeongguk, por favor, fala comigo! — Taehyung estava cansado de não obter resposta e vê-lo daquela forma. Começou a entrar em pânico por não saber o que fazer, afinal nunca havia visto o mais novo daquele jeito antes.

Sendo honesto, sequer imaginava que Jeongguk conseguisse chorar tanto daquela forma; justo ele que parecia ter suas emoções trancafiadas dentro de um baú a sete chaves para que ninguém encontrasse suas fraquezas.

O Jeon tentou inutilmente se recompor do estado lastimável em que se encontrava. Tratou de enxugar as lágrimas que ainda insistiam em cair, mas com menos intensidade após se controlar melhor. Respirou fundo e focou os olhos em Taehyung com um fraco sorriso.

— Eu… Desculpa, eu não sei o que aconteceu — balbuciou, afastando-se do corpo alheio para poder fitar o mar novamente. — Só… aconteceu.

Taehyung, no entanto, deu alguns passos na direção do mais novo, aproximando-se outra vez. Poderia ter ido embora, ignorado tudo aquilo e voltado para o seu mundo fechado. Entretanto, não conseguia deixá-lo de modo algum.

Sabia que era sua culpa por fazê-lo sofrer daquela forma e isso o destruía por dentro, pois essa nunca foi a sua intenção.

Era assim tão especial para Jeongguk afinal?

— Eu nunca vi você assim, Jeongguk. — Sua voz era um sussurro deveras preocupado. — O que foi?

Silêncio.

— É lindo, não é? — Jeongguk perguntou de repente, cortando o clima esquisito que havia se estabelecido entre eles.

— O quê?

— O mar… — Jeongguk apontou com o queixo na direção da imensidão quando sentiu Taehyung ao seu lado.

— Sim, o mar é extremamente belo — respondeu sem entender onde o mais novo pretendia chegar com aquela conversa maluca.

Parecia até mesmo afetado pela presença de Taehyung, que costumava divagar e falar sobre coisas que não faziam sentido no momento, apenas quando parasse para pensar nelas.

— É igual, Tae — começou a falar ou divagar, Taehyung não sabia dizer, apenas via que Jeongguk não tirava os olhos do mar para fitá-lo enquanto conversavam. — O que eu sinto por você é semelhante ao mar. É agressivo em alguns momentos, mas também é calmo. E, enquanto eu nado para um lado tentando fugir dos sentimentos, ele faz questão de me puxar para o outro e me fazer enfrentá-los. Eu juro que lutei contra essa coisa estranha dentro do peito; de todas as formas eu pensei que nós éramos só amigos e que não fazia o menor sentido o que eu sentia, mas... mas do mesmo jeito que o mar não controla a tempestade que o assola em uma tarde qualquer, eu não controlo o que esse coração estúpido começou a sentir por você.

Fez-se uma pausa e o moreno engoliu em seco. Não sabia se devia continuar, mas resolveu respirar fundo e aproveitar a chance que estava tendo já que sentia a presença de Taehyung ainda ao seu lado.

— E… e é de uma imensidão tão absurda a ponto de eu não saber onde começa e onde acaba. É diferente, é novo e eu nunca senti isso antes. Eu gosto de você, Tae, de verdade. E não ligo mais se você vai dizer que não sente o mesmo, embora eu já saiba disso. Só quero que você entenda que eu vou ficar ao seu lado de qualquer forma, mas, por favor, não me empurra da sua vida assim. Você não precisa gostar de mim de volta, só... só me deixa  ficar e continuar sendo seu amigo — pediu aos sussurros, fungando ao perceber que felizmente havia parado de chorar.

Jeongguk não fazia a menor ideia se Taehyung tinha entendido algo da sua declaração maluca, pois nem ele próprio sabia dizer se algo ali fazia sentido. Mas, tudo o que sabia de verdade, é que nunca na vida o Jeon teve tanto medo de ser rejeitado como tinha agora.

Nunca havia namorado, é verdade, mas Jeongguk tinha suas noites e às vezes seus casos, mesmo que ele fosse soasse como esse poço de “não me toque” aos olhos dos demais.

De soslaio ele pegou um vislumbre do Kim e sentiu seu peito se apertar quando percebeu que o mais velho não parecia prestes a lhe responder; sequer o olhava inclusive. Taehyung encarava o mar e lágrimas silenciosas rolavam pelo seu rosto belo.

— Tae… — Jeongguk chamou com a voz em um sussurro, mas sem encostar no mais velho com receio de que fosse quebrar ou até mesmo desaparecer.

— Seu imbecil! — falou revoltado, encontrando o olhar assustado do mais novo com o xingamento repentino.

— C-como?

“Eu me declaro e ele me chama de imbecil? Que lógica é essa?”, pensou encarando-o.

— Você está mesmo me falando que gosta de mim esse tempo todo, Jeon Jeongguk? — perguntou ignorando a expressão confusa que lhe era direcionada.

Taehyung precisou de uma pausa após tudo aquilo, pois era muito para digerir. Se havia algo que ele possuía certeza era de que o sentimento nunca seria recíproco. Quando viu Bogum aquele dia, ele se lembrou do passado e teve mais certeza ainda de que nunca poderia ter Jeongguk como desejava, pois sempre foi assim.

Bogum havia lhe ensinado isso e ele nunca achou que pudesse ser diferente. Nunca havia sido diferente.

Não admitiria, mas sabia que era ainda mais imbecil que o mais novo, portanto sequer deveria xingá-lo daquela forma. No entanto, merecia um desconto, pois a declaração repentina acabou por ser um choque para si.

— Sim? Eu… eu não sei dizer desde quando, mas só percebi e entendi mesmo quando vi você e o Hoseok hyung grudados nesses dias em que me ignorou. — O jeon fez uma careta desgostosa, passando a língua dentro da bochecha ao lembrar-se dos momentos mencionados.

— Quem está com ciúme agora, hm? — riu, empurrando de leve o ombro de Jeongguk.

— Não é ciúme! — protestou com a audácia.

— Para de cena e me beija logo. — Sorriu, mordendo o lábio inferior levemente.

— Você… você quer que eu te beije? — A cabeça do mais novo ainda latejava e sabia não estar pensando direito.

— Sério mesmo, Jeongguk? — Taehyung revirou os olhos, puxando-o pela blusa e trazendo-o para mais perto, sem tirar os olhos um do outro. — Eu sou louco por você todo esse tempo e... Me desculpa por ter te ignorado e te feito pensar tantas coisas. Eu achei que te afastar seria a melhor maneira de me livrar desse sentimento porque eu tinha certeza que você nunca se sentiria igual e-

Precisou se interromper por um instante, não estava preparado para falar o restante ainda. Queria apenas ter os lábios de Jeongguk nos seus de novo e esquecer toda aquela merda que devastava o seu coração e sua mente há tanto tempo. Queria, pelo menos naquele instante, empurrar Bogum para bem longe e provar o contrário.

— E…? — Jeongguk o olhava confuso e esperançoso.

Taehyung suspirou e sorriu de canto.

— E... será que você pode, por favor, me beijar logo?

— Quando você fala assim, quem consegue dizer não? — Jeongguk sorriu aliviado, puxando Taehyung pela cintura e findando toda a distância entre eles.

Encostou a testa na do mais velho e esfregou de leve o nariz no alheio. Tratou de provocá-lo um pouco, beijando as pálpebras ainda molhadas pelas lágrimas de outrora, descendo para o nariz delicado e belo, depois para as bochechas um tanto coradas. Passou pelo maxilar bem modelado, deslizando os lábios pelo pescoço exposto e, enfim, retornando para perto da boca acerejada, beijando-lhe o canto apenas.

— Jeongguk! — protestou um tanto manhoso com a enrolação fofa e, se fosse ser sincero, meio perversa. — Não me enrole!

Jeongguk sorriu e logo seus lábios encontraram os de Taehyung. Deixou que o beijo entre eles se desenvolvesse de forma leve e apaixonada. Sua língua tocou na alheia, sentindo um leve gosto salgado das lágrimas que adentraram em seu paladar, mas não é como se conseguisse se importar com algo tão trivial.

Afinal, era o gosto de Taehyung novamente.

Era ele por inteiro, só seu.

 

- B -

 

Da sala onde estavam os amigos viram a cena toda que se desenrolou sem som. Em outras circunstâncias eles ousariam fazer uma tradução simultânea do momento, porém, por se tratar de um assunto era sério, resolveram não brincar.

Só que isso não significava que eles não deram um jeito de se divertir quando as coisas finalmente se acalmaram e o tão esperado beijo aconteceu.

— Seja lá o que Jeongguk falou, acho que foi bem convincente. — Yoongi sorriu divertido.

— Vocês vão mesmo continuar assistindo os dois se beijando? — Hoseok perguntou incrédulo com a falta do que fazer dos amigos.

— Não é todo dia que você vê Jeon Jeongguk saindo da própria zona de conforto, sabia? Por favor, Hobi, ele chorou. Chorou! — Jimin balançou as mãos achando aquilo inacreditável e ao mesmo tempo um tanto divertido.

— Isso é verdade. — Yoongi se encostou ao sofá, ainda assistindo ao casal na varanda. — Jeongguk não é desprovido de emoção, mas eu nunca o vi chorar por ninguém em todos esses anos. Ainda mais na frente da pessoa em questão.

— Yoongi, sem ofensas, mas parece que você está pronto para assistir um pornô. — Seokjin bateu na testa vendo o amigo encostado no sofá e completamente confortável. — Para de encarar os dois!

— E o que te garante que não vai rolar um pornô ali, hyung? Você se esquece do fogo desses dois. — Jimin resmungou e encostou a cabeça no sofá. — Se era ruim antes deles serem algo, imagina agora.

— Só me faltava essa — murmurou e revirou os olhos com o pensamento.

— Você fala de mim, hyung, mas e o seu namorado que foi até fazer pipoca para continuar assistindo? — Yoongi apontou na direção de Namjoon, chegando com dois baldes de pipoca e sentando-se ao lado do menor.

— Você conseguiu fazer pipoca sem destruir a cozinha inteira? — Seokjin perguntou divertido, vendo o ridículo do namorado com dois baldes enormes como se estivesse no cinema.

— Quebrei um copo, mas não quebrei o microondas — respondeu com olhar de censura para Seokjin. Depois, virou-se para o amigo ao seu lado, passando-lhe a pipoca. — O que foi que eu perdi?

— Jeongguk chorando — falou empolgado.

— Ele chorou mesmo? — Namjoon apontou para os dois aos beijos na varanda, um pouco mais intenso do que antes. — E já estão assim?

— Vocês são ridículos. — Seokjin apenas revirou os olhos e desistiu de brigar. Prezava a privacidade dos dongsaengs, portanto apenas se deitou no sofá contrário a cena. — E eu não acredito que eu namoro você, Kim Namjoon.

— Você devia estar aqui assistindo a felicidade dos dois conosco — Yoongi comentou e sorriu. — Eu não te falei que ia dar tudo certo?

— Eu me recuso a assistir meus amigos se beijando na varanda como se fosse um espetáculo — resmungou e vedou os olhos com o braço.

Namjoon rolou os olhos e jogou um pouco de pipoca no namorado. Seokjin, então, retirou o braço de cima de seus olhos e o fez uma careta para Namjoon, devolvendo a pipoca atirada. Porém, é claro, acabou por errar completamente a mira, acertando Jimin na testa.

— Ei! — Jimin berrou e pegou um pouco de pipoca tacando desajeitado nos amigos sem olhar em quem.

Em pouco tempo eles criaram uma guerra de pipocas e almofadas na sala, rindo e berrando escandalosamente, algo que eles conseguiam facilmente quando queriam. Assemelhavam-se a crianças às vezes.

Ao ouvir os berros, Jeongguk e Taehyung se soltaram, observando os amigos ainda da sacada. Nenhum deles percebeu quando os dois abriram a porta e entraram na sala outra vez.

— Peguei você, Hobi! — Jimin berrou tentando dar uma almofadada na cara do amigo, que desviou no mesmo instante e acabou acertando na cara de Taehyung, fazendo-o cambalear com o impacto.

— Ops! — Hoseok falou ao olhar para cima e ver que quem tinha sido atingido era Taehyung.

Jeongguk apenas colocou a mão em sua boca, segurando o riso enquanto Jimin tinha os olhos arregalados ao ver quem ele havia atingido.

— Desculpa, TaeTae! — pediu, porém o amigo já estava com cara enfezada, pronto para ir atrás do Park.

— Jimin, corre. Corre pela sua vida, porque quando eu te pegar você sabe o que vai acontecer! — A voz soava profunda e com tom em um misto de brincadeira e ameaça muito costumeira entre os dois.

— Sai de perto de mim, Kim Taehyung! — berrou, correndo em direção à piscina.

— Ele me paga! — Taehyung deu uma última olhada para Jeongguk ao seu lado e sorriu de canto antes de sair correndo atrás do amigo. — Volta aqui, Park Jimin!

Jeongguk suspirou aliviado ao ver Taehyung deixando de lado o que quer que estivesse lhe incomodando naquele momento, dando lugar ao sorriso belo que tanto gostava. Divertia-se novamente e, aos poucos, o brilho contagiante em seu olhar estava retornando; sabia não ser o único a desejá-lo ainda outra vez.

— Vejo que nós temos muitas crianças e pervertidos nessa casa, hm? — Jeongguk zombou, olhando para Yoongi e Namjoon sentados, comendo pipoca como se eles sequer tivessem dado início a tudo aquilo.

— Você viu? — Yoongi perguntou boquiaberto e visivelmente constrangido.

— E tinha como não ver? Ou ouvir? — disse e aproximou-se do amigo enchendo as duas mãos de pipoca. Um sorriso convencido começou a se formar em suas feições. — Infelizmente, para vocês, eu estou no lado das crianças hoje.

Então, sem esperar uma resposta ou reação de seus hyungs, Jeongguk tacou a pipoca da mão direita na cara de Yoongi e Namjoon, afastando-se logo em seguida para não ser pego.

— Ah, mas você me paga! — Yoongi grunhiu tirando toda a pipoca de seu colo antes de se levantar.

Namjoon sequer falou algo, apenas bufou com a audácia.

Jeongguk se afastou mais um pouco e dividiu a pipoca que restava em partes iguais. Então, não poupou nem mesmo os outros hyungs, pois logo tacou um pouco na face de Hoseok e de Seokjin ainda deitado.

— Sério, vocês não são nada discretos! — Jeongguk deu a volta no sofá quando viu os quatro se limpando da pipoca jogada e levantando para ir atrás dele.

— Jeongguk!

Sorriu satisfeito, pois era hora de correr igual Jimin fez.

 

- B -

 

Taehyung pegou Jimin com facilidade depois de encurralá-lo. Agora, puxava o corpo relutante em direção à piscina a fim de derrubá-lo ali.

— Vem, Jiminnie, eu não vou fazer nada! — disse com um sorriso desafiador no rosto que falava o oposto.

Então, enquanto o Park resmungava pedidos de desculpa, o Kim ouviu um burburinho, seguido de Jeongguk correndo e todos os outros amigos atrás. Acabou por se distrair com a cena e, foi nesse momento que Jimin se aproveitou para se safar. Porém, ao empurrar Taehyung na direção da piscina, ele não se deu conta de que os dedos do amigo ainda envolviam seu pulso e, ao não soltá-lo, acabou por ir junto.

O Jeon parou de correr no momento em que os dois caíram na piscina, distraindo-se com a cena; sequer percebeu que os amigos o alcançaram no mesmo instante. Os quatro se entreolharam e empurraram o mais novo na piscina junto com os outros dois que ali já estavam.

— Missão cumprida! — Yoongi bateu na mão de Hoseok que estava erguida. Depois, virou-se para bater na de Namjoon e Seokjin.

Os hyungs estavam orgulhosos do feito.

Todavia, os três mais novos na piscina pareciam ter a mesma mente vingativa quando se tratava dos amigos, pois sorriram de canto e logo saíram pelas laterais, encurralando-os.

— Acho que é hora de vocês entrarem também! — Taehyung esboçou um sorriso ainda mais largo.

— Não, nem pensar! — Namjoon protestou quando viu os três sem deixar saída para eles, querendo se afastar o quanto antes da água.

Jeongguk esboçou um sorriso travesso e pegou Namjoon no colo sem ele percebesse, focado demais em tentar fugir das mãos que o cercavam.

— Mas o quê? — Assustou-se quando seus pés deixaram de tocar o chão, remexendo-se no colo alheio. — Me solta agora, Jeongguk!

— Com todo prazer do mundo, hyung! — disse divertido, soltando-o dentro da piscina sem nem pensar duas vezes.

Seokjin riu da situação com o namorado, pois sabia o quão relutante Namjoon era para entrar na piscina. Todavia, estremeceu quando viu que os mais novos não estavam satisfeitos, ainda os cercando.

— Ok, nós vamos entrar. Não precisa empurrar ou pegar no colo. — Seokjin ergueu as mãos em sinal de rendição e sentou-se na borda, colocando os pés na água límpida antes de entrar com o corpo inteiro.

Hoseok, no entanto, não teve tanta sorte. Foi empurrado por Taehyung no instante em que se distraiu, caindo de forma estabanada.

Yoongi era o último e travava uma batalha intensa com Jimin.

— Você não teria coragem — sussurrou com o cenho franzido.

— Bem que você gostaria que não. — Jimin sorriu e se aproximou do Min pronto para empurrá-lo e se satisfazer com a pequena peripécia, quando Taehyung e Jeongguk chegaram atrás dos dois, empurrando-os.

— Isso foi por ter me empurrado antes! — Taehyung sorriu largo, franzindo minimamente o nariz com o gesto.

— Eu quero saber quem foi que apresentou o Taehyung para o Jeongguk para eu poder matá-lo! — Jimin reclamou quando retornou a superfície, retirando água do rosto e afastando os fios grudados em seus olhos.

— Poxa, Jiminnie, o que foi? Não gosta de ver seu melhor amigo se divertindo? — falou em tom de brincadeira, um pequeno bico se formando em seus lábios.

— Você está do lado do demônio! Está duas vezes pior do que era antes de conhecê-lo! — bufou, tacando água nos dois fora da piscina.

Jeongguk riu da pequena discussão entre os dois e se aproveitou para empurrar Taehyung na piscina também.

— Você tem razão, ele é o demônio! — Olhou indignado para o Jeon, mostrando-lhe a língua ao jogar água em sua direção.

Jeongguk pulou na piscina.

— Jimin — chamou, olhando para o Park com uma sobrancelha erguida em sua direção —, não se você se lembra, mas a culpa é sua por eu ter conhecido o Taehyung — disse, abraçando o mais velho por trás e colocando o braço direito em volta de seu pescoço.

Não demorou muito para que os demais jogassem água em Jimin, afinal ele era um dos maiores culpados mesmo.

— Ei! A culpa não é só minha, o Yoongi também tem participação nisso! — protestou e tacou água no namorado.

— Sai fora, você que trombou comigo no primeiro dia de aula. — Yoongi riu, pulando nas costas do namorado. — A culpa é sua.

Seguiram daquela forma, rindo e conversando.

Tudo parecia começar a melhorar.

 

- B -

 

Seokjin ria de alguma piada ridícula que Hoseok tinha feito quando sentiu uma gota gelada caindo em sua face. Olhou para cima e viu que as estrelas haviam sumido e o céu estava mais negro. Ao fundo raios que ameaçavam chegar em breve até onde estavam.

— Acho melhor nós entrarmos — disse preocupado como o bom hyung que era. — Vai chover bastante.

Os demais assentiram, já sentindo os pingos mais grossos se fazendo presente. Saíram da piscina rapidamente, entrando na mansão completamente molhados.

— É melhor corrermos para tomar banho antes que a luz acabe — avisou Namjoon ao notar que a chuva começava a aumentar.

— Que mudança de tempo repentina — resmungou Hoseok.

— Vamos logo! — Seokjin bateu palmas e os meninos começaram a se mexer andando devagar para não escorregar. — Não quero ver ninguém reclamando que ficou doente depois.

Porém, junto do início da tempestade veio um forte vento, batendo nos objetos e arrastando-os para longe. Namjoon suspirou, retornando para a piscina a fim de guardar as coisas antes que elas machucassem alguém, mas acabou sendo interrompido pela mão de Jeongguk em seu ombro.

— Deixa que eu ajeito o que falta, hyung. Podem ir tomar banho enquanto isso — sugeriu.

— Obrigado, Jeongguk! — Namjoon agradeceu e virou-se, subindo as escadas rapidamente com Seokjin logo atrás.

Os demais seguiram para os seus respectivos quartos, ficando apenas ele e Taehyung para a arrumação. Não demorou muito para que eles coletassem tudo o que estava ao redor da piscina, guardando-as no quartinho dos fundos. Porém, nem bem terminaram o pequeno afazer e logo viram que as cadeiras da varanda também corriam risco de sair voando.

— Tae, vem cá — puxou o mais velho pela mão, trazendo-o mais para perto de si —, vamos tirar as cadeiras daqui e depois correr para o banho. Está ficando frio.

— Está mesmo — murmurou.

Os dois tiraram as cadeiras rapidamente e então Jeongguk percebeu que Taehyung havia se perdido diante da vista do mar. Mesmo com a tempestade que se aproximava e com o quão agressivo ele soava, não deixava de ser bonito e envolvente.

— O que foi? — Jeongguk se aproximou e o abraçou por trás, fitando as ondas mais agitadas.

— Nada. Só… só tomando um ar — murmurou, respirando fundo o cheiro de terra molhada que invadia o ambiente. — O mar continua bonito mesmo com a tempestade.

— Igual você — sussurrou, apertando-o mais forte em seus braços e deixando um beijo em sua bochecha. Depois, o soltou, empurrando-o delicadamente na direção da porta. — Anda, vai entrando no chuveiro enquanto eu vejo se não faltou mais nada aqui fora.

— Tudo bem, mas não demora. — Tahyung sorriu carinhosamente antes de lhe dar as costas.

Jeongguk suspirou e olhou em volta para ver se realmente não faltava mais nada. Depois, aproveitou que ainda estava ali e desviou o olhar para o mar outra vez.

Franziu o cenho quando viu um casal de mãos dadas parado na praia olhando na direção da mansão. Jeongguk até diria que estava maluco, mas para si eles realmente estavam olhando mais do que só naquela direção, olhavam para a varanda; para o Jeon.

O mais novo olhou novamente para os lados e viu que não havia nada errado, então por que é que o casal ainda olhava para ele? Estavam perdidos? Os dois não estavam muito longe e Jeongguk conseguiu ver seu rosto por uns breves segundos; podia jurar que o garoto sorriu em sua direção antes de puxar a menina pela mão e sumir de suas vistas.

Resolveu ignorar o calafrio que passou por seu corpo com aquele repuxar de lábios que imaginou ter visto. Então, entrou em casa novamente, fechando a porta da varanda no exato instante em que a chuva piorou.


Notas Finais


Desculpem qualquer erro, eu reviso isso umas 20 mil vezes e mudou as coisas antes de postar, mas nem sempre é suficiente.
Enfim, capítulo mais alegrinho pra vocês <3
O próximo vish, segurem os forninhos haha

Não se esqueçam de
Fools (terminada) https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-bangtan-boys-bts-fools-5218953
Hold Me https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-bangtan-boys-bts-hold-me-5176281 que eu pretendo atualizar em breve porque aquela fic tá me deixando maluca.


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