— Juntos. — eu sussurrei, baixinho, quase inaudivelmente, encarando nossas mãos entrelaçadas sobre a mesa. Então eu sorri e ergui os olhos para ele, deixando-os se encontrarem com os seus.
— Eu estou com você. Sempre estarei. — volto a dizer, procurando um sorriso de sua parte, mas apenas encontrando aquela expressão de sempre. Seriedade. Tristeza. Vazio.
Suspiro e retiro uma das minhas mãos das suas enquanto a outra segurava-o tão fortemente quanto possível. Eu não poderia deixá-lo escapar, não, nunca poderia. Coloquei a franja atrás da orelha e logo após pousei a mão sobre a mesa, começando a batucar uma música. E ela, tão familiar à nós dois, nos fez sorrir.
Vi lágrimas descendo pelo seu rosto, deixando marcas, marcas essas, tão invisíveis quanto sua dor.
— Eu sei que você está sofrendo, é só... — eu tentei, ainda estava tentando ser forte, por nós dois, mas simplesmente não me parecia possível. Não vendo aquele olhar em seu rosto, sentindo seu sofrimento tornando-se meu. Eu não o deixarei se perder, não o abandonarei, não deixarei com que o que temos se rompa.
— Amor, mesmo que nós não possamos encontrar o céu, vou andar com você através do inferno. Eu estarei onde você estiver, em que condição estiver, para mim, não importa, desde que estejamos juntos. — então eu ri, inclinando-me na sua direção e levando minha mão até sua bochecha.
— Escuta, sim, você é tudo que eu nunca soube que precisava e sabe... — eu balanço a cabeça e olho para cima, contemplando o teto. — ... o coração, às vezes não está claro por que ele está batendo. Mas, eu estou aqui, eu ficarei aqui por você.
Volto a olhá-lo, mas seu olhar permanece baixo, fixo na mesa à nossa frente. Respirei fundo e soltei sua mão, delicadamente, sentindo sua tensão assim que o faço. Levantei-me e contornei a mesa, fazendo-o virar-se para mim e encarar meus olhos.
— Eu te amo. E eu serei seus olhos, até os seus não poderem mais brilhar. Serei seus braços, quando você já não puder utilizar-se dos mesmos. Serei seu satélite estável quando você não puder se levantar. Bem, eu chorarei com você, de mãos dadas e ajoelhada. Eu sempre, sempre estarei com você. Independentemente de qualquer coisa.
Encosto minha testa à sua, segurando seu rosto entre as minhas mãos e permitindo, enfim, que minhas emoções transbordem.
— Amor, você não está sozinho. — sussurro. — Eu vou ficar por você.
Então abro os olhos e ele ergue a mão, fazendo movimentos simples, mas que, naquele momento, para mim, foram mais que o suficiente.
— "Você ficará por mim"? — e então eu soluço, assentindo.
— Sim, eu vou ficar por você.
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