História Star Tabby Interativa - 052 ;; The Girls

Seoul, Fevereiro de 2016.

Era uma manhã razoavelmente fria, o sol nem havia nascido ainda, mas Kim Harin já estava muito bem acordada.

— Unnie, acorde. — A maknae do grupo foi até a cama de Xiaoli, balançando levemente a chinesa.

A garota havia acordado mais cedo do que o esperado, ela estava tão animada para o que o grupo faria naquela manhã. Xiaoli virou para o outro lado, esperando não ser mais incomodada por sua dongsaeng. Ela só queria dormir mais um pouco.

— Não, não. Vamos unnie, levante. — Harin foi para o outro lado da cama da mais velha, balançando a garota agora com um pouco de desespero. Ela não poderia perder a oportunidade de ir para a Big Hit, não saberia quando iriam para a empresa novamente, bom, pelo menos para aquilo.

— Eu quero dormir, Hari. O que aconteceu? — A chinesa perguntou com os olhos ainda fechados.

— Hoje nós iremos para a Big Hit, ver os trainees e dançar com eles. Por favor, unnie, acorde logo e me ajude a acordar aquela preguiçosa. — A maknae do grupo apontou para Jieqiong que ainda dormia.

A chinesa resmungou baixinho, se sentando na cama e esfregando os olhos. Olhou para o relógio, que marcava cinco horas em ponto. A garota revirou os olhos, imaginando que horas Harin havia acordado. Estava tão cedo, ela só queria voltar a dormir com todas as outras meninas daquela casa.

— Você acorda Jie unnie enquanto eu ficarei aqui apenas observando. Boa sorte, Enid. — Xiaoli sorriu para a mais nova, logo se deitando novamente em sua cama.

— Unnie, pare de ser preguiçosa e... — Enid parou, tirando os cobertores da cama e percebendo que Jieqiong não estava lá. — A unnie não está aqui.

Xiaoli foi até a mais nova, parando ao seu lado e vendo que tinham apenas travesseiros e cobertores naquela cama.

— Hm. — Xiaoli encarou a maknae do grupo. — Jie unnie foi dormir com Lina unnie, não é? Então vamos dormir novamente. Se não acordarmos a tempo colocaremos a culpa nelas.

— Mas... eu quero ir à Big Hit. — Harin fez bico, se sentando em sua cama com os braços cruzados.

— Boa noite, Amy. — A chinesa falou baixo, se enrolando nos cobertores e virasse para o outro lado.

Seoul, Fevereiro de 2016.

Xiaoli estava deitada em sua cama, rabiscando algumas palavras em um papel. Estava escrevendo uma letra, de um casal fofo e típico de drama coreano.

"Venha mais perto de mim, quem se importa? Está bem

Não consigo esconder, eu quero te conhecer mais"

Enquanto ela escrevia a letra da música, conseguia imaginar perfeitamente aquela cena: uma garota que não queria mais ser vista como uma criança e que daquele momento em diante não iria mais chamá-lo de oppa, mas sim de 'amor'.

Imaginou que aquela seria uma boa música para uma colaboração. Colocou o papel de lado quando viu Kara entrar em seu quarto. Era engraçado ver a mais velha toda arrumada, mesmo sabendo que elas ficariam em casa. Era um costume de Kara. Raras foram as vezes que as garotas viram ela totalmente sem maquiagem. Mesmo assim, continuava bonita.

— Hora do jantar? — Xiaoli perguntou, com um bico nos lábios. Não gostava nem um pouco daquela dieta.

— Sim. — A japonesa confirmou, logo notando o papel perto dela. — Está escrevendo?

— Estou. — Xiaoli respondeu, simplesmente, e levantou da cama, seguindo a mais velha até a sala.

— E não vai me mostrar? — Kara perguntou, com um sorrisinho.

— Não está pronta ainda, unnie. — A mais nova respondeu e um bico se formou nos lábios da japonesa.

Apenas pensou que a letra provavelmente estaria ótima. Xiaoli era talentosa. Podia dançar, cantar, compor... era uma idol completa. Poderia não ter dito naquele momento, mas sentia orgulho de Xiaoli. De vê-la crescer aos poucos, de se tornar aquela garota. Nem mesmo parecia aquela trainee solitária que sempre sentava sozinha na hora do lanche. Deixou um sorriso escapar ao lembrar da época que a conheceu.

As garotas estavam esperando Kara e Xiaoli para que começassem a comer. Acontece que elas não tinham ido ver os trainees. Era o dia dos namorados e elas estavam todas reunidas. Dream, da unit Enid & Baekhyun havia sido lançada mais cedo e estava fazendo o maior sucesso. A fama da maknae estava crescendo muito graças à essa colaboração, mas ela estava com medo de acabar sendo odiada pelas fãs de Baekhyun caso eles tivessem alguma interação. Diferente do Brasil, na Coreia um simples olhar poderia significar algo maior. Harin não estava acostumada com isso. Ela sempre se deu muito bem com garotos, principalmente os do SM Rookies que logo debutaram no novo boygroup da empresa. Agora, ela havia se aproximado de Baekhyun, eram ótimos amigos.

— Quero deixar claro que se esse garoto quiser namorar você tem que vir pedir a minha permissão e a permissão de Kara. — Yeji disse, apontando o dedo para a maknae.

— Por Deus, unnie. Somos apenas amigos. — Harin defendeu-se, levantando as mãos.

— Exatamente isso. Apenas amigos. — Xiaoli confirmou, com claro ciúme em sua voz. As garotas apenas riram da reação da chinesa.

— Quando até os trainees estão namorando e você e suas amigas não. — Nayeon comentou, mexendo a comida no prato.

— Até parece que nós não passamos pela regra do "sem namoros". — Adeline respondeu. — Eller que o diga.

— Não cite o nome dela. — Xiaoli disse, entredentes. — Que ódio que eu tenho daquela garota.

— Não está mais aqui quem falou.  — A francesa levantou as mãos em rendição.

— Gente pelo amor de Deus, dêem um hambúrguer para a Lina. — Jieqiong disse, em uma voz chorosa, fazendo com que a francesa não entendesse. — Cadê as suas bochechas, unnie?

— Ah, isso. — Adeline apenas disse, pressionando os lábios. — As managers falavam que eu pareço bonita.

— Você não parece bonita. Você é bonita. — Yeonhyo disse, fazendo cafuné na mais velha.

— Exatamente. Odeio quando você acha que precisa emagrecer. — Kara disse de um modo sério.

— Você é linda do jeitinho que você é, Lina. — Rosemarie disse, com um olhar doce. Todas as garotam concordaram e Adeline sorriu com todos aqueles elogios. Ficava feliz quando elas a elogiavam porque sabia que não faziam isso para agradar.

Nada disse, mas seu sorriso entregava toda a felicidade que ela sentia por estar ali, sentada no meio daquelas malucas.