História Star Tabby Interativa - 053 ;; When You Love Someone

Seoul, Outubro de 2014.

Kara não conseguia encará-lo. Era inútil tentar conter as lágrimas. Ela só queria que aquilo fosse mentira. Que ele a dissesse que continuaria ali, que ficaria ao seu lado. Sentia-se fraca naquele momento. Luhan a puxou para um abraço longo e apertado.

— Por favor, fique comigo. — A japonesa pediu, entre lágrimas que molhavam a camiseta do chinês. Ele apenas suspirou, não queria deixá-la, mas tinha que fazer isso.

— Eu tenho que ir, angel. — Sussurrou em seu ouvido, enquanto fazia carinho em seus longos cabelos. Era difícil para ele também. — Nós vamos poder nos encontrar sempre que você quiser.

— Eu sei. — Kara murmurou, soltando-se do abraço e deitando a cabeça no ombro dele. — Mas é muito diferente do que ter você do meu lado.

Luhan nada respondeu. Conferiu o horário no relógio. Tinha que correr para o aeroporto pegar seu vôo para a China. Envolveu a garota em mais um abraço, prometendo que iria encontrá-la muito em breve. Kara apenas aceitou aquilo, era a única coisa que podia fazer. Quando você ama alguém, deve deixá-lo partir, pensou.

— Wo ai ni. — Sussurou em chinês, enquanto segurava as mãos da mais nova.

— Eu também, prince, eu também. — Kara suspirou, apertando a mão de Luhan.

E assim, ele saiu pela porta. Ela sabia que não poderia ao menos levá-lo até o aeroporto. Sabia que as fãs dele estariam lá e isso poderia prejudicar sua carreira. Estava em seu apartamento naquele momento, olhando para as paredes brancas da sala. Passou horas ali, pensativa. Yeji e SoHye, preocupadas, ligaram para ela mas a única coisa que respondeu foi "estou bem, não se preocupem".

Na madrugada, não conseguiu dormir. Pegou papel e lápis, talvez escrever seus sentimentos em um papel faria ela se sentir melhor.

Lembrou-se do tempo que conheceu aquele garoto. E de como aquela bela amizade surgiu. Riu quando as memórias felizes invadiram sua mente.

"Você me faz sofrer tanto, você se lembra de quando brilhávamos como as estrelas?

Você roubou meu coração e agora está doendo muito"

Lembrou-se de todas as piadas e brincadeiras, coisas apenas deles. Luhan era quem podia fazê-la chorar e rir. Ele era seu príncipe de armadura brilhante, aquele que sempre a protegeu. Mas agora ele havia a deixado. Luhan era o seu número nove, era sua alegria, e ela precisava dele ao seu lado.

Adormeceu no sofá da sala e na manhã seguinte comeu o que tinha na geladeira. Não queria voltar para o dormitório naquele dia. Ela se aproximou da janela, vendo a chuva cair do Céu. Verificou seu celular, ele não havia mandado nenhuma mensagem. Aquilo a incomodava, afinal os dois trocavam mensagens a todo momento.

Na madruga seguinte, novamente não conseguiu dormir. Estava com o papel e o lápis. Colocou seus sentimentos naquela folha em branco.

"Você sempre lembrou de datas importantes", escreveu enquanto sorria. Luhan sempre lembrava das coisas que ela esquecia. Coisas que pareciam pequenas para Kara, eram especiais para Luhan. "Você sempre esteve ao meu lado apesar de tudo", Luhan estava lá para ela quando ela mais precisava, ouvindo atentamente sobre seus problemas e ajudando-a a resolvê-los. Quando ela adoecia, ele estava lá para cuidar dela, sem fazer uma reclamação sequer. E ela costumava ligar para ele diversas vezes ao dia para contar sobre como estava sendo difícil. Luhan dizia que tudo ficaria bem. Ela só se tocou o quanto ele era precioso quando precisava dizer adeus.

Suspirou, guardou as folhas numa gaveta qualquer e foi para o seu quarto. Sentiu um alívio ao deitar na cama aconchegante. Dormiu o quanto podia.

Seoul, Fevereiro de 2016.

As garotas estavam sentadas no chão enquanto conversavam alto. Era até estranho que os vizinhos não haviam chamado a atenção uma vez sequer. Elas já eram barulhentas sozinhas, imagina juntas.

Yeji abriu a porta e fez um pose qualquer, com um sorriso enorme no rosto. Claro que todas as garotas notaram aquela expressão da líder do grupo. Era raro ver a Ice Princess feliz daquele jeito.

— O que foi? — Xiaoli perguntou, estranhando. — Quem você torturou?

— Deixa de ser ridícula, pirralha. — Yeji revirou os olhos e cruzou os braços, ficando séria novamente. — Eu acabei de voltar da empresa e tenho grandes notícias.

— Nós vamos mudar de dormitório? — Siena bateu palmas, queria saber quando elas iriam para o dormitório de verdade. Aquele que elas viviam era apenas o provisório, então por que elas estavam há três anos ali?

— Nós ganhamos na loteria? — Nayeon perguntou, esperançosa e Yeji fez uma careta.

— Já sei. Nós vamos para o Havaí, não é? — Yeonhyo perguntou, sorrindo. Queria conhecer o Havaí, mas nunca teve a oportunidade.

— Calem a boca. — A líder revirou os olhos. — Eu vou fazer um dueto para o SM Station.

— Ah, é isso? — Jieqiong estreitou os olhos. — Que droga.

— Você já gravou? — Nara perguntou, curiosa.

— Quem vai cantar com você? — Siena também perguntou.

— Vai nos mostrar a música? — Agora foi a hora de Yeonhyo perguntar.

— Não, não e não. Não vou contar nada para vocês. — Yeji deu um sorrisinho.

— Eu já sei sobre isso tudo. — Xiaoli colocou um sorriso satisfeito no rosto.

— Como assim você contou para a Chou Chou e não para nós? — Adeline se indignou.

— Eu não contei. Ela compôs a música. — Yeji explicou. — Eu mostrei a letra para o CEO.

As garotas então concordaram, apesar de ficarem um tanto tristes pela unnie não mostrar a música para elas. De repente, Harin se pronunciou:

— Você sabia que plágio é crime, unnie? — Cruzou os braços.

— Era só o que me faltava. Vai reclamar com a empresa, eu hein. — Yeji balançou a cabeça negativamente, sentando-se no sofá, pegando a revista do último mês das mãos de Nayeon. — Eu estou de muito bom humor hoje, então não me incomodem.

— Unnie, posso comer tofu? — Jieqiong perguntou, esperando para ver se Yeji ia dizer que sim.

— Pode. — A líder respondeu, fazendo a chinesa arregalar os olhos e bater palmas, sorrindo.

Assim, Harin viu naquilo uma oportunidade. Foi sorrateiramente até a mais velha, com um sorrisinho no rosto.

— Unnie, me dá vinte e oito mil wons? — Perguntou.

— Não dessa vez, pirralha.