História Stay - Capítulo 1

"Porque quem ama nunca sabe o que ama, nem sabe por que ama, nem o que é amar. Amar é a eterna inocência, e a única inocência é não pensar."

Paola acordava para mais um dia na grande São Paulo. Levantou vagarosamente da cama ainda sentido suas pálpebras pesadas pelo sono. O vazio da casa lhe assustou, havia se acostumado com seu raio de sol pulando pelos cômodos, mas que hoje estava com o pai para passar as férias. Ainda relutante pelo sono, dirigiu-se ao banheiro, tomou um belo banho e vestiu a primeira roupa que encontrou no guarda roupa. Já estava atrasada. 

Enquanto descia as escadas, sentiu o doce aroma de seu jardim fazendo-a sorrir. 

"Eu nunca vi um jardim tão lindo, mas nem toda essa beleza se compara a sua"

O coração se aqueceu com essa lembrança que havia o gosto e o cheiro dele. Sim, dele! Daquele que tem ocupado seus desejos mais profundos, seus sonhos mais intensos, sua paixão desenfreada, sua calmaria, seu vulcão. 

- Díos Santo! Que fizeste a mi, guapo!

Saindo de seus devaneios, entrou no carro e partiu rumo a Band. Pelo caminho não pode deixar de admirar o dia lindo que estava só começando. Como uma boa empresária, ligou para seus restaurantes e verificou se tudo estava em perfeita ordem.

Chegou à emissora e logo encontrou Aninha, que havia se tornado uma grande amiga nos últimos quatro anos. 

P - Buenos días Aninha! Como vai? (Falou lhe dando um abraço)

A - Bom dia Paola, tudo ótimo e você?

P - Estou bien, pronta para mais un día. (Deu uma rápida olhada pelo estacionamento e viu que ele ainda não havia chegado)

Ambas entraram cumprimentando algumas pessoas da equipe e logo seguiram para seus respectivos camarins. Após 30 minutos estavam todos prontos e se encaminhando para o início das gravações. Paola, Ana Paula e Jacquin já se encontravam em suas posições, porém Fogaça, como sempre, estava atrasado. Chegou pedindo desculpas a todos com aquele seu jeito sério que desmanchou assim que seu olhar encontrou o dela. Aquele olhar que sempre que se encontravam parecia que ele havia morrido e chegado ao céu.

H - Bom dia! ( Disse a Jacquin com um aceno enquanto abraçava Paola) 

H - Saudade ( Susurrou indo para seu lugar enquanto um arrepio invadia os dois)

As gravações começaram, estavam já no sexto episódio do Masterchef Júnior, que era maravilhoso de gravar. Nesse dia, haveria uma prova surpresa para os pequenos cozinheiros. Eles teriam que bater chantilly ao ponto certo e então virar na cabeça dos jurados. E assim foi. Ivana, Lorenço e Valentina participariam do desafio e virariam o chantilly em Fogaça, Paola e Jacquin, respectivamente. 

A cozinha Masterchef estava frenética, uma gritaria, torcidas a favor, torcidas contras até que Valentina chegou ao ponto, interrompendo a prova. Anciosamente, ela virou na cabeça do chef Jacquin e nada lhe aconteceu. Lorenço e Ivana não tiveram a mesma sorte e acabaram sujando os demais chefes que começaram uma verdadeira geurra de chantilly. O cenário ficou sujo, as crianças sujas e, claro, os chefes estavam lambrecados de chantilly. A produção, então, parou as gravações para que tudo pudesse voltar a devida ordem.

P - Díos Santo, estou toda suja (Paola falava aos amigos enquanto riam)

O clima entre a produção estava leve, agradável. Se dirigiram ao seus camarins para tomarem um banho enquanto Ana Paula tirava sarro de todos, rindo da desgraça alheia que resultou em várias fotos que serviriam futuramente. 

Paola estava entrando em seu camarim, quando foi surpreendida por um corpo empurrando-a para dentro. Ela conhecia aquele corpo, ah, como conhecia. Fogaça a virou para si rindo da situação em que se encontravam e a beijou. Foi um beijo carregando de saudade, de amor, de leveza. Estavam, talvez, em sua melhor fase em que não se importavam de demonstrar o sentimento que nutriam um pelo outro. O beijo estava saboroso e foi ganhando uma certa malícia, Fogaça foi levando Paola para o banheiro. 

- Deixa eu te ajudar na sua hidratação. ( Disse com um sorriso travesso enquanto descia os beijos pelo pescoço dela)

- Espertinho! Temos que ser rápidos. ( Disse  fechando os olhos se deliciando com as carícias quentes dele)

De repente, a porta do camarim abriu bruscamente e em um susto, Ana Paula adentrou enquanto o casal se separava.

- Olha, tá bem que eu torço para esse casal maravilhoso mas ficar de agarramento no camarim durante as gravações não é uma boa ideia. 

- Desculpa Ana ( Ambos disseram enquanto se olhavam e olhavam para Ana envergonhados)

- Acho melhor você ir para seu camarim Fogaça ( disse rindo da situação) - Depois vocês terminam isso.

Sem mais delongas, Henrique se encaminhou para seu camarim ainda sentindo o gosto da boca de Carosella, que era mais delicioso que chantilly. Ana e Paola começaram a rir.

- Amiga, eu sei que ele é tudo de bom, ainda mais coberto de chantilly, mas vocês precisam se controlar.

- Ai Ana Paula, não é fácil. Ainda bem que foi você quem abriu essa porta. Vou tomar meu banho.

1 hora depois do ocorrido, tudo voltou ao seu normal. Todos já estavam voltando para as gravações. Jacquin entraria de um lado, Paola e Henrique de outro. Em um susurro enquanto entravam, Fogaça perguntou:

F - Como que cê tá? 

P - Eu?! Ótima ( disse rindo tentando se concentrar apenas nas gravações, mas permitiu se apoiar segurando a mão dele)

As gravações continuaram normalmente, mantendo sempre o profissionalismo. Claro que olhares e conversas não faltaram, mas nada expositor comparando-se a vontade que tinham de se agarrar ali mesmo. Após longas horas, encerrou-se finalmente o 'expediente'. 

Paola ficou conversando com algumas pessoas da equipe, mas Henrique Fogaça saiu apressado da emissora. Estava determinado a continuar o que havia começado no camarim, mas não ali, no seu ambiente de trabalho. Então foi para o lugar onde encontrava sua calmaria e o seu fogo, para casa de Paola. Usou a chave que ela havia lhe dado a algum tempo.

"Toma essa chave, quando quiser vim me ver."

"Ah, podexá que vou usar muito essa chave, lindinha."

Paola

Estava conversando com a produção e nem vi ele indo embora. Devia ter algum compromisso. Tentei ligar mas também não atendeu. "É Paola, se controle!" Resolvi então passar no Arturito para ver se estava tudo em ordem, aproveitando para chegar alguns documentos. Tentei ligar para Henrique, mas novamente não obtive resposta. Vencida pela cansaço, decidi ir para casa.

Henrique

Cheguei à casa de Paola e sem perder tempo preparei o prato preferido dela, arrumei uma mesa no jardim com velas para criar um clima. Não sou nada romântico, mas quando se trata de Paola Carossela, vale tudo para surpreende-la. 

Já se passavam das 22 horas quando Paola chegou em casa. Assim que abriu a porta sentiu um cheiro delicioso, o cheiro da melhor comida que já havia comido. Seguiu a pouca luz que havia na casa que levava para o jardim. Não acreditou no que vira, Henrique Fogaça estava mesmo jogando todas as suas cartadas para conquista-la. Mal sabia que ela ja pertencia a ele. 

H - Boa noite madame, sinta-se a vontade.

P - Olha, olha! Dessa vez você me surpreendeu. (Foi até ele dando um selinho demorado)

H - Preparei seu prato preferido. 

P - Ah é?! Tem certeza?! Porque meu prato preferido é você.

Aquilo foi como uma bomba para Henrique, que perdeu toda a sanidade que tentava manter quando estava com ela. Puxou-a pela cintura abruptamente e beijou sua boca explorando cada centímetro, sua mão já estava fazendo seu caminho pelo corpo dela, caminho muito conhecido, assim como o caminho para o quarto. Foram se agarrando até a cama entre beijos e amassos. Várias peças de roupas já haviam ficado pela casa e os beijos só ficaram mais quentes. Henrique parou para admirar a beleza daquela mulher que o tirava do eixo.

- Voce é linda! Mas assim, é gostosa!

Virou-a jogando na cama e dando lhe um tapa deixando um vergão que fez Carosella suspirar.