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História Stay Wild - What's happening to me ?


Escrita por: bigbadboii

Notas do Autor


Enjoy ~

Capítulo 6 - What's happening to me ?


Fanfic / Fanfiction Stay Wild - What's happening to me ?

É difícil respirar, eu sinto como se algo pesado estivesse sobre mim. Meus olhos se abrem de forma lenta apesar da forte relutância em permanecerem fechados, e então, eu o vejo, ele está sentado encima do meu abdômen, suas orbes negras fixas em mim, em sua mão um canivete preto cujo a ponta dele girava na ponta do dedo indicador de uma das mãos alheias.

— A troca já foi feita, vamos. - Uma voz levemente grossa diz.

Ele sorri, há tristeza em seu sorriso. A lâmina do canivete passa pela minha bochecha e a ponta da mesma para bem próxima ao meu olho. 

— Meu brinquedo... - Ele sussurra, tudo começa a ficar escuro e eu perco a consciência.

∴ ∴ ∴ ∴ ∴ ∴

Meus olhos se abrem de modo rápido e eu me sento na cama do mesmo modo, minha respiração está acelerada, o suor escorre pelas minhas têmporas. Desvio o olhar para a cama ao lado, ela estava vazia e arrumada, o garoto loiro já devia ter ido para alguma das aulas dele ou talvez ainda não tivesse voltado de seja lá aonde ele estivesse.

Me levanto da cama e vou até o banheiro. Eu tomo um banho e, após vestir o uniforme do colégio e pegar minha mochila, saio do dormitório. Eu caminho pelo corredor de forma lenta, as imagens daquele pesadelo rondando a minha mente, mas não era apenas um pesadelo, eram as lembranças do que havia acontecido naquele dia, lembranças que eu havia esquecido e que surgiam e me atormentavam através dos meus sonhos.

Eu me lembro de como fiquei aliviado após os médicos dizerem que, por conta de tudo o que havia acontecido comigo, eu não era capaz de me lembrar de tudo o que havia ocorrido naquele dia, porém, eles poderiam ter dito que uma hora as lembranças daquele dia viriam a tona.

Paro de andar ao chegar no fim daquele corredor azul onde agora, nas duas paredes que davam início à entrada do local, haviam um tigre branco grafitado. Meus olhos desviam para o corredor vermelho e vagam pelo grande dragão de komodo negro que havia grafitado nas duas paredes que davam início à entrada daquele corredor. Duas equipes, dois nomes distintos para cada uma delas.

∴ ∴ ∴ ∴ ∴ ∴

— São os Dragões Imperiais. - Um dos garotos sussurra no meio daquele tumulto. 

Meus olhos se desviam dos dele para se fixarem do garoto loiro que, de forma estranha, passou por entre a multidão e correu para dentro do prédio dos dormitórios, parecia até que ele estava fugindo de um fantasma.

Depois de um tempo a multidão de garotos se abre no meio, era como ver o mar se abrindo para que Moisés pudesse passar, e nesse caso Moisés era o diretor da escola, um homem de terno, aparentava ter uns trinta e poucos anos e possuía cabelos levemente acinzentados.

— Bem-vindos, nossa equipe, os Tigres Brancos, saúdam vocês. - Ele diz após estar de frente para aqueles seis garotos e então, se curva.

Era como ver uma zebra se curvando para um bando de leões famintos.

∴ ∴ ∴ ∴ ∴ ∴

Suspiro alto colocando as mãos nos bolsos da calça enquanto permanecia a olhar para aquele corredor vermelho mas logo voltava a seguir meu caminho e desço as escadas até a saída do prédio.

— Bom dia, flor do dia. - Suho me surpreende agarrando meu pescoço por trás de mim e me assustando antes de me fazer rir baixo. — Pronto para o seu primeiro dia na prisão ?

— Não, eu quero voltar para o meu dormitório e ficar lá pela eternidade. - Digo de forma sincera, afinal, era isso mesmo que eu queria fazer.

— Aish, vamos lá, Chanyeol, não vai ser tão ruim assim. - Ele diz começando a caminhar ao meu lado.

— Acredite, eu tenho ótimos motivos para não querer frequentar as aulas hoje, nem amanhã, nem nunca. 

— E que motivos são esses ? - Ele questiona colocando o braço envolta do meu pescoço e me puxando para perto de si.

O cara que me amarrou em uma cadeira e me bateu está na mesma classe que eu. O garoto que quase me matou e que atormenta meus pesadelos também está na mesma classe que eu. Eu sou um pequeno cervo encurralado por dois leões famintos.

— O...o professor me assusta. - Minto, eu não consigo dizer a verdade a ele.

— O que ? Desde quando alguma coisa te assusta ? Principalmente um professor ? Além do mais, não tem porquê se assustar, todos os professores daqui são legais, apenas relaxe, tudo vai ficar bem. - Ele diz, olhava para mim e sorri.

Eu realmente queria que ele tivesse razão.

∴ ∴ ∴ ∴ ∴ ∴

Já estou na sala, já estou sentado na minha carteira, ela era a penúltima da segunda fileira do lado esquerdo da sala. Eu estava com os braços apoiados sobre a mesa e, sempre que alguém entrava na classe, meus olhos se desviavam rapidamente para a porta, por que ? Porque nenhum deles havia chegado ainda, eu rezava com todas as minhas forças para que eles não aparecessem, porém, minhas rezas foram negadas.

O garoto alto de cabelos castanho escuro é o primeiro a entrar na classe, ele não olha para mim, ele apenas se senta na carteira vazia ao meu lado após colocar a mochila encima da mesa, ele tira alguns materiais de dentro da mochila, era como se eu não estivesse ali.

Meus olhos voltam a se desviar para a porta, meu coração acelera, minha respiração se torna falha. Seu uniforme está modificado, as mangas longas do terno cinza e da camisa social haviam sido cortadas fazendo com que a camisa se parecesse com uma regata e o terno com um colete. Seus cabelos estavam levemente bagunçados, sua cabeça estava baixa, ele estava tão concentrado em olhar para o chão que sequer notou meu olhar cravado sobre ele, não só o meu, mas o de todos na classe, alguns garotos o olhavam com medo, outros com admiração. Ele se senta na carteira ao lado da janela, a fileira ao lado da minha, uma carteira à frente da minha, por um momento eu podia jurar que me senti decepcionado por ele não se sentar na carteira ao lado da minha. Todos param de olhar para ele, menos eu. Ele praticamente joga a mochila embaixo da mesa e se debruça na mesma, seu rosto sendo escondido pelos seus braços.

Eu não teria tirado meus olhos dele se o professor não tivesse chegado na classe, mesmo assim, vez ou outra durante a aula, meus olhos se desviavam para ele.

∴ ∴ ∴ ∴ ∴ ∴

Ele havia ficado na mesma posição a aula toda, às vezes, enquanto estávamos distraídos copiando algo que o professor havia passado na lousa ou fazendo uma atividade, o professor o olhava fixamente, suspirava e voltava a olhar para os outros alunos me fazendo rapidamente voltar a copiar a lição. Somente após o sinal bater ele ergueu a cabeça, pegou a mochila, que mau havia sido tocada, se levantou e saiu tendo os cabelos acariciados pelo garoto de cabelos castanho escuro - que só depois de um tempo me lembrei ser chamado de Kris - o que estava acontecendo com ele ? Ele não parecia nada com aquele garoto psicótico daquele dia, ele parecia apenas um garoto...triste.

As aulas haviam passado rápido, eram apenas seis horas de aula, começava ao meio-dia e terminava as seis da tarde, porém, para mim, parecia ter começado ao meio-dia e terminado meio-dia e um, eu queria que tivesse durado mais, eu queria...

Eu queria tê-lo visto por mais tempo.

Sacudo minha cabeça levemente para afastar tal pensamento, o que estava acontecendo comigo ? Por que ele não saía da minha cabeça ? Trauma talvez ? Sim, eu podia estar tão traumatizado com o que aquele garoto me fez que eu não o conseguia tirar da minha cabeça.

∴ ∴ ∴ ∴ ∴ ∴

Eu havia feito a lição incompleta da aula de hoje, havia assistido um filme pelo notebook, havia jogado alguns jogos no celular, havia lido metade de um livro, havia feito ramen e o comido, eu havia feito diversas coisas antes de dormir, porém, mesmo estando a meia-hora ou até mesmo mais tempo deitado na cama olhando para o teto, eu não conseguia dormir.

Olho para a cama ao lado, ela ainda está intacta, o que me faz questionar o que havia acontecido com aquele garoto loiro, nós sequer havíamos nos apresentado um ao outro, na verdade, a única coisa que ele havia dito na primeira vez que o vi foi "Você" e depois disso ele simplesmente desapareceu após a chegada dos Dragões Imperiais.

Volto a olhar para o teto respirando fundo, minha destra desliza até meu abdômen e eu dou alguns tapas leves no mesmo, e então, a imagem dele sentado encima de mim e brincando com aquele canivete surge em minha cabeça.

Meu brinquedo...

Eu não sabia o que pensar dessas palavras, elas apenas causavam arrepios fortes por todo o meu corpo, faziam meu coração se acelerar e um leve medo se alojar em mim junto a algo que eu não sabia dizer o que era.

Eu me sento na cama e fico longos minutos olhando para um ponto qualquer antes de pegar minha blusa de moletom preta a vestindo e saindo do dormitório. Caminho até a escada descendo a mesma e saindo do prédio, eu precisava de um pouco de ar.

Eram exatamente dez horas da noite, todos já deveriam estar dormindo, na verdade, já era para todos estarem dormindo, por sorte, não era proibido os alunos vagarem pelo colégio após as dez, somente após a meia-noite, porém, mesmo se fosse proibido eu não conseguiria ficar naquele quarto, eu não conseguiria dormir, e eu não sabia o porquê daquilo.

Caminho até a parte de trás do prédio, eu não tinha um rumo ao certo, eu queria apenas caminhar por ali, conhecer um pouco do local, desde o momento em que eu havia chegado eu não havia ido a nenhum lugar que não fosse a classe, a cantina e o dormitório.

Eu passei pelo campo de futebol, pela quadra coberta onde havia a quadra de basquete e pelo ginásio onde havia a piscina cujo a água parecia ter sido limpa recentemente. Olho para o meu relógio de pulso, eu havia levado apenas dez minutos para percorrer todos esses locais. Resolvo sair dali e, após ficar longos minutos parado em frente à porta, volto a caminhar sem um rumo ao certo acabando por ir até o prédio vazio que logo seria reformado ou coisa do gênero. Meus olhos vagam por cada um dos andares antes de se desviarem para a porta, a primeira vez em que eu analisei aquele prédio haviam correntes prendendo as portas, mas agora, não havia nada.

Meu coração começou a acelerar, eu não sabia porque ele estava começando a ficar assim. Minha mão foi guiada automaticamente para a maçaneta da porta, eu empurrei ela para baixo e a porta se abriu fazendo minhas pernas automaticamente guiarem meus pés para dentro daquele prédio, por que eu estava entrando ali quando ao lado da porta havia uma placa enorme escrito "Não entre" ?

Eu olhei em volta após fechar a porta, meu coração se acelerando ainda mais. O prédio estava escuro, os poucos raios de luz dos postes que iluminavam todo o colégio pareciam não conseguir entrar naquele lugar. Começo a caminhar pelo corredor que havia ali enquanto olho as diversas salas dos dois lados do mesmo, elas estava vazias, algumas haviam apenas cadeiras e mesas amontoadas em um local e outras haviam cadeiras e mesas organizadas, como se aquela sala ainda estivesse tendo aula, talvez eles tivessem esquecido de arruma-lá para a reforma do prédio.

Meus pés me guiam até a escada que levava ao andar de cima e eu subo a mesma. Ao chegar ao topo eu fico parado ali por alguns minutos olhando para aquele corredor vazio e escuro até que um som estranho invade a minha audição, o volume do som era mínimo, ele era tão baixo que eu me surpreendi por tê-lo ouvido. Eu deveria ignorar aquilo barulho e ir embora dali antes que me pegassem invadindo um prédio onde era proibido a entrada de qualquer aluno ? Sim, eu deveria, porém, lá estava eu caminhando na direção que eu julgava ter vindo o barulho.

Era uma sala, a porta da mesma estava fechada, eu a abro de forma lenta, eu não queria fazer nenhum tipo de barulho. Minha cabeça é a primeira a entrar no local, não havia nada nem ninguém ali, eu abro a porta por completo e entro na sala olhando envolta, talvez aquele som fosse apenas coisa da minha cabeça ? Eu teria dito que sim se eu não o tivesse ouvido novamente, dessa vez um pouco mais alto que antes, fazendo assim, meus olhos se desviarem para o grande armário cinza que havia naquela sala, ele era como aqueles armários de colégios americanos onde valentões prendiam suas vítimas dentro, porém, este estava descascado e levemente amassado na porta. Eu caminho até ele a passos lentos, ao estar próximo o suficiente eu guio minha mão a pequena brecha na porta do armário, eu o abro, meus olhos se arregalam, minha respiração falha e eu engulo em seco.

Seus cabelos negros estavam bagunçados, seu rosto escondido entre seus joelhos, ele abraçava as próprias pernas contra o corpo, a mão direita dele vez ou outra se movia involuntariamente, como se ele levasse um choque, e batia no armário fazendo o som que havia me levado até ali.

Eu queria fechar o armário e sair dali, eu queria fingir que nada disso havia acontecido e que eu nunca havia entrado naquele prédio, nunca havia entrado naquela sala, porém, eu não conseguia mover um músculo, minha mente me mandava ir mas meu corpo queria ficar, eu me mandava ir embora mas o meu eu interior queria saber o porquê dele estar ali. Eu me agacho e, após muita, mas muita hesitação mesmo, eu levo uma das mãos aos cabelos dele e os acaricio, eu não sabia porque estava fazendo aquilo, eu não deveria fazer aquilo, ele não deveria toca-lo, eu não deveria acariciar os cabelos de quem quase me matou.

Meu pulso é agarrado de forma rápida e eu me assusto, minha mão é afastada de seus cabelos, meu coração estava quase saindo pela boca, eu não devia ter tocado nele, ele acordou e vai me matar depois de me torturar, por que eu não saí dali enquanto ainda podia ?

De repente, a mão dele desliza pelo meu pulso, ele o solta e a mão dele bate contra o chão, ele não havia acordado, aquilo havia sido um movimento involuntário ? Como ele agarrou meu pulso estando dormindo ?

Ele deita a cabeça de lado encima de seus joelhos me permitindo assim ver seu rosto, me permitindo ver seus lábios, eles eram carnudos e estavam levemente rosados além de terem leves cortes, ele com certeza mordia o lábio inferior com frequência e até mesmo arrancava algumas pelinhas do mesmo.

Meus olhos apenas se desviaram dos lábios dele após um líquido transparente rolar pelo seu rosto me chamando a atenção, era uma lágrima, uma única lágrima.

— Omma... - As palavras saem como um sussurro por entre seus lábios.

Eu não sabia o porquê mas o meu coração se apertou com aquilo, ver aquela lágrima rolar pelo rosto dele fez um nó se formar em minha garganta. Minha mão foi guiada automaticamente para o rosto dele e, com o meu polegar, eu sequei aquela lágrima, foi nesse momento que eu voltei a consciência, foi nesse momento que eu afastei minha mão de forma rápida, foi nesse momento que os olhos dele se abriram e se fixaram nos meus, sua pupila extremamente dilatada.

— Que porra você está fazendo ?



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