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História Stay With Me - Escravo ou Amigo?


Escrita por: Charliey

Notas do Autor


Alo galero! Queria primeiramente pedir desculpas pela demora, de verdade. Tem uns dias que esse capitulo ta pronto mas, por algum motivo desconhecido, eu não tava conseguindo atualizar. Se vocês estiverem lendo isso é porque eu certamente consegui de alguma forma.
OBRIGADA PELOS FAVORITOS E COMENTÁRIOS (que vou responder logo rsrs) E ESPERO QUE VOCÊS GOSTEM DO CAPITULO E QUE EU N TENHA PERDIDO AS FAMOSA HABILIDADE DE ESCREVER.
Perdoa os erro!!

Capítulo 3 - Escravo ou Amigo?


Um mês mais tarde – Hospital de Seoul

 

Jeongguk não tivera a chance de falar com seus pais sobre sua decisão. Quando chegara em casa, sua mãe nem lhe deixou falar, apenas lhe disse que ela e seu pai voltariam pro horário normal de trabalho e que ele ficaria mais tempo do que o normal no hospital. E ali estava ele, novamente. 

Estava exausto. Queria deitar em sua cama e relaxar, mas sua mãe só sairia de seu turno daqui a das horas. Sentado ao seu lado, estava um Jimin cabisbaixo. O garoto passara um mês tentando se aproximar do Jeon, o que foi totalmente falho, já que este estava sempre de mau humor e se negava a qualquer tipo de aproximação. E o maia velho não desistira.

Porém hoje, o cadeirante até estranhou todo aquele silêncio. E também gostaria de tirar proveito dele. Não tinha ninguém para leva-lo até em casa e o outro parecia 100% livre.

– Hm... Ei, Jimin?

– Oi? – levantou os olhinhos desanimados para encarar o Jeon.

– Posso te pedir um favor?

– E então você me diz o seu nome?

– Hm... Pode ser.

– O que eu tenho que fazer?

– Me levar em casa.

– Mas sua mãe não vem te buscar?

– Só mais tarde, e eu estou muito cansado. Por favor.

– Só porque você usou as palavrinhas mágicas. – abriu um sorrisinho, fazendo o moreno revirar os olhos.

Levantou-se, jogando a mochila velha sobre os ombros e colocando-se atrás da cadeira de rodas, empurrando-a. Passaram completamente despercebidos pela recepção e foram embora. O mais novo explicava o caminho, enquanto o outro empurrava a cadeira lentamente. 

A casa de Jeongguk era bem longe e aquele silencio todo estava o incomodando. Durante esse um mês, não vira Jimin calar a boca nem que lhe mandasse, tinha algo de estranho. 

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou.

– Por que?

– Você está muito calado. 

O Park soltou um riso baixinho. Feliz pelo outro ter notado sua mudança repentina de humor. A verdade era que sua mãe ainda não lhe perdoara, e hoje era mais uns dias de ir ao cemitério visitar o papai. 

E ele não estava afim de ir lá e sentir a culpa pesar sobre seus ombros de novo. 

– É... a minha mãe.

Jeongguk não era alguém curioso. Planejava ficar quieto depois de ouvir a resposta alheia, mas seu corpo agiu antes, perguntando em um tom preocupado.

– Vocês brigaram?

– Nada demais. Onde é a sua casa?

O moreno apontou pra um dos prédios, e Jimin o guiou até lá. Cumprimentaram o porteiro e logo entraram no elevador. Enquanto subiam, o mais velho se distraiu, olhando sua própria imagem cansada no espelho; 

– Jeon Jeongguk. 

– O que? – perguntou confuso.

– O meu nome é Jeon Jeongguk.

– Sério? É muito lindo! O doce preferido da minha irmã se chama Jeon.

– Você disse. – soltou baixinho.

– Eu disse? – perguntou mais para si próprio.

– Você fala tanto e nem mesmo sabe o que fala.

– Ya! Cale a boca.

Jimin voltou a empurrar a cadeira até o apartamento do rapaz. O corredor era largo e bonito e a casa por dentro sequer se comparava com o lado de fora. O mais baixo sorriu, olhando curiosamente para todos os lados. Sequer imaginaria um dia chegar àquele lugar, já que o dono do lugar sequer lhe deixava ser um colega. Estava muito feliz por estar ali.

O moreno pediu que ele lhe levasse até seu quarto e depois fosse embora. Após deixar o garoto em seu quarto, despediu-se devidamente e saiu, completamente feliz. Assim que fechou a porta do apartamento, encostou se na parede ao lado, sentando-se no chão.

Sua felicidade se esvaiu, lembrando-se de que ao chegar em casa, sua mãe brigaria consigo para ir ao cemitério visitar seu pai. Escondeu o rosto nos braços, querendo ficar ali. E ficaria.

Mas o silêncio gostoso foi quebrado por um barulho alto que veio de dentro do apartamento qual tinha saído minutos atrás. Era como se algo grande tivesse caído, queria entrar lá e verificar, mas ficou receoso. Porém o barulho de algo batendo na parede lhe fez abrir a porta e entrar, sem nem mesmo retirar os tênis sujos.

 

Jungkook não queria ser tão dependente de seus pais, não queria dar trabalho a eles. E aquilo o enfurecia. Saber que ficaria daquela forma para sempre. Sentia vontade de se matar naquele instante. Colocou a cadeira de rodas em uma posição boa, apoiou suas mãos na cama e fez pressão ficando de pé. Sorriu minimamente por sua conquista.

Assim que se posicionou para encostar-se na cama, a cadeira saiu andando para trás, derrubando-o no chão causando um barulho alto no quarto. Sentiu a dor invadir seus braços e costas. Deitou a cabeça no chão, sentindo-se inútil. Sequer subir em sua cama sozinho conseguia. Sentiu os olhos marejarem e levou o braço até os olhos, tampando-o. Não iria, de forma alguma, chorar.

Deu um pulinho quando escutou um grito fino vindo da porta, rapidamente retirou o braço dos olhos e encarou o rosto assustado de Park Jimin, parado com as mãos sobre os lábios.

 – O-O que aconteceu? 

– O que você ainda está fazendo aqui?

Ignorando o Jeon, abaixou-se rapidamente ao lado do corpo imóvel do outro e ergueu sua cabeça com uma das mãos, puxando o travesseiro em cima da cama e colocando ali como apoio. Levantou-se de novo.

– Devo chamar alguém? O que eu faço?

– Só cala a droga da boca. Você nem deveria estar aqui ainda. – resmungou.

– Eu vou te ajudar a levantar, ok?

Não esperou a resposta, apenas se ajoelhou novamente ao lado de Jeongguk e com um pouquinho da ajuda do mesmo, sentou-o no chão. Percebeu então que o outro era visivelmente maior que si, e aquilo dificultaria as coisas na sua missão de coloca-lo na cama. Passou um dos braços do mais alto sobre seus ombros e segurou firmemente a sua cintura. O moreno agarrou a cama e segurou firme, tentando facilitar as coisas pro outro.

Assim que estavam de pé, Jimin encostou o corpo pesado na cama e o deixou sentado ali, rapidamente, tirou os tênis velho que usava e subiu na cama, recebendo um resmungo como resposta. Apoiou-se nos joelhos e agarrou a cintura de Kook, puxando-o. Puxou até o garoto estar sobre a cama e depois o puxou para cima, deitando-o no travesseiro. Inclinou o corpo para frente, deitando-se sobre as pernas do cadeirante e puxando o travesseiro no chão.

Jungkook mentiria se disse que não olhou para a bunda do Park, completamente exposta para si, não devia, mas não conseguiu segurar. Qualquer um olharia para ela. Não sabia como não tinha a notado ainda. Segurou o riso, mordendo o lábio inferior. O mais baixo vou a se sentar sobre os pés e pediu com a mão, que inclinasse o corpo e assim que o fez, o outro travesseiro foi colocado em suas costas, deixando-o mais confortável. 

– ...Obrigado. – sussurrou baixinho.

– O quê? – o menor fingiu que não tinha ouvido. 

– Você ouviu o que eu disse, idiota. Agora saia de cima das minhas pernas.

– Desculpe. – sorriu envergonhado. – E de nada.

– Idiota. – virou o rosto pro lado. – Você pode pegar o meu celular ali naquela gaveta? – apontou.

Jimin abriu a gaveta o suficiente para ver o celular caro e bonito ali dentro, pegou-o com todo o cuidado do mundo e o entregou ao dono. Já tinha visto um daqueles, já que quase todos em seu trabalho tinham um, mas ele não se dava ao luxo de ter um, já que o dinheiro que recebia quase não dava pra cobrir as dividas, estavam quase perdendo a casa. Mesmo que já tivesse visto, sequer chegou a tocar em um e tinha medo de derruba-lo se o fizesse. 

Olhou atentamente Kook digitar rapidamente nas teclas do celular digital, encantado. 

– Ei, me empreste seu telefone. 

Timidamente, tirou seu celular do bolso. Não era um modelo atual e nada chique, era o celular que seu pai usava, melhor que o seu antigo, mas sequer chegava aos pés do celular do Jeon e aquilo lhe deixou envergonhado. Esticou o aparelho até o moreno, que rapidamente o pegou e digitou alguma coisa, logo o devolvendo.

– Quando eu precisar de você, eu te ligo.

– Ya! Eu não sou seu escravo, viu?

Um sorriso travesso surgiu nos lábios do mais alto. Havia pensado que o mais baixo era na verdade, um bom amigo, mas jamais lhe diria aquilo. Deixaria ele continuar pensando que era um escravo.

(...)

Jimin abriu vagarosamente a porta de sua casa e entrou, tentando não fazer barulho. Já era quase dez horas, sua mãe já estaria dormindo e sua irmã também. Mesmo que tenha saído da casa de Jeongguk quase oito da noite, demorou para chegar na sua casa. Era bem longe e não tinha dinheiro pra gastar no ônibus. Seus pés doíam como o inferno e suas costas pareciam estarem sendo perfuradas, pelo esforço mais cedo, colocando o colega – nem tão colega assim – em sua cama. 

Seu plano era simples; entrar silenciosamente em casa, tomar um banho e enfiar-se debaixo de seus cobertores e dormir até no outro dia, para então ir trabalhar. Mas seus planos foram por água abaixo quando assim que rumava para o banheiro, sua mãe estava sentada no sofá, esperando-o, com um olhar sério.

– Onde estava até essa hora? – perguntou séria, encarando as mãos cruzadas sobre o colo. 

– Hã... eu estava... na casa de um colega. – respondeu, deixando sua mochila ao lado do sofá.

– Você não tem amigos, Jimin. Onde você estava que sequer apareceu para irmos visitar o seu pai?

– Eu já disse, mãe. Eu fui ajudar um colega e...

– E aproveitou para ficar lá e fingir que hoje não tinha que ir visitar seu pai?

O Park mordeu os lábios, começando a ficar irritado.

– Nós não temos que ir lá todos os meses, mãe! Você não vê o quanto isso é ruim? Papai não quer nos ver ir até lá para ficarmos lamentado sua morte e depois... – apenas sentiu a ardência em seu rosto e logo o barulho do tapa veio auto até seu ouvido.

Levou a mão até o rosto e olhou chocado para a mãe. Ela nunca tinha feito tal coisa. Seus olhos encheram-se de lagrimas, não por causa da ardência em seu rosto mas sim, por causa da dor em seu peito. Ele, que apenas queria o bem das duas, acabou saindo como vilão. Apenas lançou um olhar magoado e cheio de lágrimas para a mulher, antes de desviar-se dela, catando sua mochila e fechando-se em seu quarto. Sentou-se no chão e encostou a cabeça na porta, sentindo-se imensamente triste.

Assim que ouviu a porta do quarto da mãe se fechar, levantou-se e seguiu até o banheiro. Olhou-se no espelhinho quebrado da pia e sorriu, tentando não parecer tão fraco. Tentando não parecer tão acabado quanto estava. Tentando não parecer tão culpado.

Ele não queria que esquecessem seu pai, de forma alguma. Mas não queria vê-las sofrer da forma que estava vendo, todos os meses. Doía em seu peito ver as únicas duas pessoas que lhe restaram, passando por aquilo, e sabia que seu pai também não estava feliz. 

Depois do banho rápido, voltou para seu quarto e fechou a porta, logo ajoelhando-se no chão, com as mãos entrelaçadas na frente do corpo, pediu de todo coração.

            Papai, se esta me ouvindo, peço que não deixe mamãe e Soo Hyun sofrerem do jeito que estão sofrendo. Sei que o senhor e nem eu estamos felizes com isso. Diga a mamãe, diga a ela que você esta bem caso não formos visita-lo todo mês. Diga que você quer nos ver viver. Diga que nos quer feliz, por favor...

Após realizar seu pedido, fez uma breve oração e deitou-se em sua cama, quentinha. Se cobriu e virou-se para a parede. Pelo menos, nesse um mês, conseguiu alguma coisa com Jeongguk. Mesmo que pouco, já era alguma coisa e planejava conseguir ainda mais. Se tornaria amigo do garoto e disso tinha certeza.

 

No dia seguinte, levantou-se cedo e antes de sua mãe acordar, pegou sua irmã e seguiu rumo a sua rotina. Levaria a mais nova até a escola, depois iria ao trabalho e depois casa de novo. Naquele dia não tinha que ir ao hospital então poderia repor suas energias, já que dormira pouco na noite anterior. 

Soo Hyun estava cabisbaixa, segurando sua mão com tanta pouca vontade. Olhava pro chão, chutando algumas pedrinhas que vinham pelo caminho. Sabia que aquilo era resultado de sua ida junto a mãe ao cemitério e também ao tapa que levara por se negar a ir. A pequena sentia imensa falta do pai, é claro, mas ir lá a deixava tão triste. 

Não queria se sentir triste. Não queria ver sua mãe e seu irmão tristes, mas a Park mais velha parecia não se importar com isso.

– Por que o meu anjinho está tão quietinho hoje? – Perguntou, pegando a menina de 10 anos nas costas. 

– Mamãe me bateu no rosto... porque eu não queria ir até o cemitério.

– Ela te bateu? – perguntou, incrédulo. A menina confirmou. – Por que você não quis ir?

– Papai não quer. Ele quer que continuemos a viver a nossa vida. Quer que nós nos tornemos pessoas mais felizes, mas a mamãe não deixa.

– Eu vou falar com ela, ta bom meu anjinho?

Soo Hyun apenas apertou os braços sobre Jimin, dizendo silenciosamente que não queria falar sobre. Beijou a mãozinha da irmã e continuou seu caminho até a escola da pequena. Que agora parecia ainda mais triste.

(...)

Jeongguk terminava seu almoço, estava esperando seus irmãos saírem para a casa de uns colegas, para fazerem um trabalho, para então poder falar com seus pais. Não podia mais adiar aquela conversa, e ele a teria agora. 

Assim que as crianças saíram pela porta, chamou seu pai e sua mãe, que o olharam um pouco apreensivos. O filho não era muito de conversar nos últimos dois anos e aquilo assustara ambos. Sentaram-se inquietos e se entreolharam. 

– Eu decidi uma coisa. – falou bebendo seu suco. – O médico me da a opção de desistência...

– Você não pode desistir disso agora! É a sua chance de voltar a andar!  - sua mãe disse cortando-o.

– Eu não estou confiante de que isso vá funcionar. Eu não quero mais ficar nessa cadeiras de rodas! Esse não sou eu. Não quero viver assim.

– O que quer dizer?           

– Eles podem tirar o meu sofrimento. Eles vão me livrar disso e ai eu poderei descansar em paz...

– Esta dizendo que quer se matar? – seu pai perguntou, totalmente perplexo. 

– Eu não vou me matar, os médicos que vão.

– De jeito nenhum! Nunca! – a senhora Jeon tentava não chorar. – Tire isso da sua cabeça. Eu não vou permitir que você faça umas coisas dessas.

– Eu vou dar três meses pra vocês. – o filho disse sério e suspirou. – Já me decidi. E eu não vou mudar de ideia.

Rapidamente moveu sua cadeira de rodas de volta pro quarto e trancou a porta. Sabia que não seria fácil fazer seus pais aceitarem uma coisas dessas, mas era uma escolha sua. Não dos outros. Ninguém entendia o que ele sentia. Ninguém sabia como era horrível se sentir daquela forma. Assim que os gritos da briga do lado de fora pararam, ele destrancou a porta e a sua mãe entrou.

Ajudou-o a deitar-se em sua cama e saiu, sem dizer nada. E o moreno achava melhor assim.

Pegou seu celular no criado mudo e abriu o contato de Park Jimin, que estava salvo como “baixinho irritante” e lhe enviou uma mensagem.

(...)

Era quase três da tarde quando pegara o caminho de volta pra casa. Fora liberado mais cedo naquele dia por ter chegado mais cedo. Seu planos para o resto do dia consistiam em: ficar deitado. E para garantir que seu plano não falhe, Jimin passou no mercado antes e comprou o que quer que estivesse faltando em casa.

Comprou também, Jeons prontos para sua irmã e soltou um sorrisinho ao lembrar-se de Jeongguk. Apesar de nomes iguais, não eram parecidos, já que, de doce, o rapaz não tinha nada. Ou pelo menos não mostrava. 

Assim que chegou em casa, guardou as compras, levou os doces pra sua irmã e então entrou em seu quarto, deitando e suspirando em alivio. Não tinha mais nada para fazer durante o dia, sua mãe já saíra para trabalhar e ele sabia que ela logo voltaria, por conta da visita que fizeram na noite anterior, já estava pronto para vê-la trancada no quarto. 

Ligou seu celular que estava jogado em cima do criado mudo do lado de sua cama no carregador e esperou que ele ligasse. Não o usava para muitas coisas, mas quando não tinha nada para fazer no trabalho, ficava jogando. 

Tinha seus 21 anos e se perguntava se sua vida seria diferente se tivesse entrado em uma faculdade. Se tivesse seguido seu sonho de ser um médico. Possivelmente, sim. Estariam até o pescoço atolados em dividas e seriam jogados na rua. 

Isso estava pra acontecer e ele nem tinha chegado perto de uma faculdade. Sequer a vira de longe. Talvez tivesse que parar com suas idas ao hospital para aumentar sua carga horária de trabalho para ver então, se conseguia ganhar mais. 

Assim que o celular ligou, assustou-se com ele vibrando. Abriu as mensagens e sorriu pequeno, ao ver de quem eram, mas o sorriso morreu ao ver que Jeongguk estava visivelmente irritado com sua demora para responder. E tinha mais; seu celular nunca tinha créditos. 

Discou rapidamente o número do cadeirante, e assim que deu três toques, o desligou rapidamente. Deitou-se na cama, esperando o outro retornar. A musiquinha soou alta e rapidamente Jimin pegou seu celular e levou-o até a orelha.

– Alô?

– Alô? Por que demorou pra me responder? Eu estava precisando de você. – o Park sorriu ao ouvir a voz do outro lado da linha.

– Eu trabalho, ok? E já disse que não sou seu escravo.

– Ah, certo. Vou ver se o porteiro quer ser meu amigo então, tchau.

– Não,não, espera. O que você precisa? – ouviu o Jeon caçoar baixinho de si. 

– Vem aqui em casa, quero ir a um lugar.

– Está me usando de motorista, é isso?

– Não, você não tem um carro. Não demora! 

E desligou, sem nem esperar o outro responder. Jimin olhou pro celular, incrédulo, mas logo um sorriso surgiu em seu rosto. Correu para o banheiro, tomando um rápido banho. Sua irmã tinha saído com uma coleguinha, como dizia no bilhete na geladeira, então não tinha com o que se preocupar. 

Assim que chegou no ponto de ônibus, sequer lembrava-se que não tinha dinheiro para isso. Mesmo que o Jeon tenha lhe chamado apenas para lhe fazer empurrar sua cadeira, era de alguma forma, bom estar com ele. Assim, podia tentar se aproximar. 

Tinha esquecido, até mesmo de sua tarde de descanso. De repente, toda aquela vontade de ficar deitado sumiu, com somente a ideia de sair com aquele ser sem alegria. Não gostava de ver as pessoas tristes, mesmo que estivesse mais triste que a maioria das pessoas, ele sempre estava tentando fazê-los sorrir. E sempre que o viam novamente, abriam um sorriso.

Mas Jeongguk não fizera aquilo. Assim que o viu, depois de ter conseguido lhe arrancar um sorriso, ele virou a cara e fingiu que o mais baixo não estava ali. Mas aquilo só o motivou ainda mais. E o que era para ser somente fazer o Jeon sorrir mais uma vez, transformou-se em uma vontade enorme de ser amigo do moreno. 

Sequer percebeu quando já tinha até mesmo batido na porta do apartamento do mais alto, logo recebendo um “entre” como resposta. Abriu lentamente a porta e entrou. Assim que chegou no quarto, deparou-se com uma cena um tanto quanto engraçada, mas frustrante para o moreno. Ele tentava inutilmente colocar o tênis, já que mesmo que erguesse sua perna para cima, por não ter firmeza, sem voltava pra posição inicial; deitada.

– Quer ajuda? – perguntou, com um sorrisinho nos lábios. 

Jeongguk apontou o tênis em sua direção, que rapidamente o pegou, junto da meia, jogada no chão. Sentou-se na cama e calçou o tênis no rapaz rapidamente e logo o ajudou a sentar-se na cadeira de rodas. Era maior, diferente da que ele usava ontem. 

– Chegou hoje cedo. – o moreno disse, recebendo um olhar confuso do mais baixo, logo tratando de explicar. – a cadeira. Chegou hoje. Essa eu posso mexer com esse negocinho aqui.

Os dois já estavam a caminho do elevador e Jimin olhava para a cadeira que não precisava de ajuda humana pra se mover. 

 

Já estavam na rua e o moreno sequer dissera ao mais baixo onde estavam indo. Suas pernas já doíam de tanto andar, queria se deitar e nunca mais levantar. Parou no meio da calçada vazia, tentando ter forças para continuar caminhando. 

O cadeirante virou a cadeira para ver o porque do Park ter parado e quase riu da sua cara. O lugar onde iriam era um pouco longe e tinha se esquecido que era mais rápido de ônibus ou de carro, mas não podiam recorrer a nenhum dos dois naquele momento.

– Tive uma ideia. – Jimin exclamou, aliviado.

Andou rapidamente até a cadeira de rodas, virando-a para frente e logo sentando-se sobre as pernas do Jeon, fazendo-lhe de banco. O moreno o olhou com uma cara feia.

– Ficou louco? Desça antes que eu te empurra.

– Ah Jeonggukie, minhas pernas estão doendo, vamos assim mesmo.

– Não. Não somos nem mesmo colegas para termos esse tipo de intimidade. 

– Posso não ser seu amigo, mas você é meu amigo. – empurrou a mão do cadeirante do controle e empurrou-o para frente, fazendo a cadeira andar rápido. – Ei, Kook, me segura. 

– Eu vou é te empurrar daqui.

– Eu só estava brincando. – respondeu, rindo. – Aonde vamos. 

– Biblioteca.

O sorriso sumiu do rosto bonito de Jimin quando sentiu os braços de Jeongguk apertarem sua cintura com força. Seu coração deu um solavanco no peito e quase tirou a cadeira do rumo com o susto.

– Foi você que pediu. 

Ouviu a risada do moreno e sentiu o seu halito quente bater em sua nuca. O sorriso voltou rapidamente em seu rosto, o Jeon havia sorriso de novo. E ele planejava fazê-lo sorrir ainda mais. Mesmo que isso fizesse seu coração bater forte no peito e seu rosto corar. 

Ele traria cor à vida de Jeon Jeongguk.

 

 

 


Notas Finais


[n esquece de deixa aquele famoso coment <3]


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