There's nothing like us
There's nothing like you and me
Together through the storm
There's nothing like us
There's nothing like you and me
Together
17 de janeiro de 2015.
Aquele era sempre o pior dia do ano. Era a data onde tudo que eu tentava sufocar dia a dia, simplesmente me devastava como uma doença terminal e me deixava no chão agonizando, pedindo que a morte trabalhasse mais rápido. Os meus demônios internos me sufocavam me trazendo lembranças, me expunham verdades que eu fingia não conhecer, pisavam no meu coração já cansado com o peso daquela realidade que jamais consegui aceitar.
Todos os dias eram difíceis, mas esse era o pior. Era o dia de lembrar dela.
15 de abril de 2001.
- Olá! Eu sou a Chaeyoung! – Senti uma mão delicada no meu ombro, mas não esbocei nenhuma reação. -Tudo bem? – Ela tapou a boca num impulso. - Me desculpa. Eu sei que isso não é pergunta que se faça num momento como esse, mas... – A menina de rosto quase infantil me olhava envergonhada.
- Não tem problema. Eu sei que não teve a intenção. – Respondi apática, dando de ombros. – E meu nome é Lalisa.
Ficamos olhando, caladas, o caixão onde o corpo da minha mãe repousava. Ela havia falecido naquela manhã, devido à um câncer de pulmão causado pelo cigarro. Naquele momento uma enxurrada de lembranças e emoções me invadiu. Eu, sinceramente, não sei nem como ou por que, mas ter aquela garota ao meu lado, fez com que eu me sentisse vulnerável o suficiente para, enfim, derramar as lágrimas que mantive presas desde a hora que recebi a notícia. Neste instante, Chaeyoung virou-se para mim, e quando viu-me chorando, por impulso me abraçou, e eu não pude negar aquele abraço, não naquele momento. Deitei minha cabeça pesada em seu peito, chorei tudo que fui capaz e assim que me dei conta do que estava fazendo, me senti subitamente envergonhada. Soltei-me de seu abraço, da forma mais gentil que consegui e voltei a olhar para frente, enxugando as lágrimas com as costas das mãos.
Depois de certo tempo, Chaeyoung, um pouco receosa, perguntou:
- Você a amava muito, não é? – A menina virou-se pra mim novamente, seus olhos exprimiam compaixão.
- Sim, amava e vou continuar amando. – Suspirei cansada, pondo as mãos dentro dos bolsos, buscando algum ponto qualquer pra olhar. - Simplesmente pelo fato de ela nunca ter me abandonado. Ela teve oportunidade e motivos pra fazer isso, mas não o fez.
- Fique tranquila. – Segurou minha mão ternamente. Seu toque era quente e aquele calor parecia aquecer até meu coração que nunca estivera tão gelado. – Você deve ter outras pessoas que te amam e que te farão ver que vale a pena seguir em frente e tentar ser feliz.
Eu tinha a cabeça baixa, mas podia perceber pelo seu tom de voz que ela sorria e algo em mim clamava para ver aquele sorriso.
- Não, eu não tenho. – Desviei meu olhar que estava preso no chão e encontrei seus olhos castanhos e úmidos, eles pareciam muito cúmplices naquele momento.
- Mas um dia terá. – Chaeyoung abriu o sorriso mais lindo que já tive o prazer de ver. - Você encontrará alguém que fará valer a pena cada minuto que você já viveu.
O seu sorriso era puro como o de uma criança, eu retribuí instantaneamente. Era impossível ficar inerte olhando pra ele, mesmo me sentindo devastada por dentro. Aquela menina me passou uma paz tão grande que eu me perguntava porque ela me fez sentir assim.
- O que fez você vir até aqui? – Perguntei quebrando o silêncio que se instaurou.
- Me falaram na escola que a mãe de alguém da nossa sala havia falecido e eu fiquei preocupada. – Sua voz perdeu o tom alegre.
- Mas por que quando você descobriu quem era, simplesmente não desistiu de vir? – Meu olhar continuou preso no seu. Eu conhecia bem Chaeyoung porque ela era uma das garotas mais populares da escola, mas nunca havia reparado na beleza de seus olhos.
- Porque eu desistiria? – Me olhou confusa, como se o que eu acabara de dizer não fizesse sentido algum. – Eu sei que não somos amigas, mas essa situação é difícil pra qualquer pessoa e não acho que você mereça menos meu apoio só porque não somos próximas.
Assimilei o que ela disse e voltei a olhar para o caixão.
- Eu não sou acostumada a conhecer pessoas que se importam assim com os outros. – Sorri fraco, sem resquício de humor. – Ainda mais com alguém que nem conhece direito.
- Pois agora você me conheceu. – Sua mão pousou em meu antebraço e senti um carinho se iniciar ali. Apesar de não estar acostumada com carinhos, o seu toque foi bem recebido por mim. Sorri de imediato. – E é melhor se acostumar, porque não pretendo parar de me importar com você tão cedo.
***
Respirei fundo. Eu não ia ceder a dor das lembranças de novo. Eu não aguentava mais passar por aquele tormento. Me levantei da cama, já me sentindo cansada. Suspirei ao lembrar que eu teria um longo dia de trabalho pela frente, mesmo sabendo que não conseguiria me concentrar em nada que não fosse ela. E hoje era um dia especialmente importante na empresa...
Caminhei até a sacada que vinha logo após uma grande porta de vidro e me permiti observar a cidade do alto do meu apartamento de luxo, enquanto fumava um cigarro. Ainda era bem cedo e o sol nem havia nascido completamente. Fiquei observando as poucas pessoas passando pela rua.
Será que alguém tinha o coração tão machucado quanto o meu? Será que eu era a única a sentir aquela dor? Aquele gosto amargo de saudade que me corroía por dentro como um ácido?
13 de setembro de 2002.
– Você não vai rir de mim se eu te contar uma coisa? – Perguntou Chaeyoung com o rosto levemente corado e cobrindo a boca de uma forma tão adorável que só ela era capaz de fazer.
- Claro que não, Chaeng. Pode falar.
Aquele era sempre meu momento preferido. Só nós duas no seu quarto, eu sentada em sua cama e ela com a cabeça sobre minhas pernas, enquanto eu fazia cafuné, com uma música boa tocando ao fundo e sem toda aquela gente que vivia no pé dela. Às vezes era um saco ser amiga da garota mais popular da escola, mas ela era tão... perfeita, tão... Chaeyoung que era impossível me afastar daquela garota de sorriso inocente e riso fácil. Ela me fazia bem de uma forma que ninguém mais no mundo era capaz.
- Eu... eu nunca beijei um garoto. – Ela pôs a mão no rosto e pude ouvir um riso abafado escapar da sua garganta. Aquele era meu som preferido. Poderia passar o resto da vida só ouvindo ela rir.
- Não?! – A acompanhei numa risada – Mas por que, Chaeng? Você tem absolutamente todos os garotos da escola a seus pés. – Deslizei os dedos suavemente em seu braço esquerdo, num carinho descompromissado, entrelaçando nossas mãos em seguida.
- É que... Sei lá... Não me imagino dando meu primeiro beijo em alguém que não tenha importância na minha vida, sabe? – Suspirou, deslizando o seu polegar na minha mão entrelaçada a dela. – Eu sei que isso é estúpido, mas queria que meu primeiro beijo fosse com o meu primeiro amor.
Ela abaixou o olhar, claramente muito envergonhada. Suas bochechas ganharam uma coloração vermelho-pimenta e eu não conseguia pensar em nada mais adorável que isso. Chaeyoung era perfeita demais pra esse mundo.
- Isso não é estúpido. – Soltei sua mão devagar e toquei seu queixo como num pedido pra que ela me olhasse. E assim ela o fez. – É lindo. Quem dera mais garotas pensassem como você. – Comecei um carinho em seu rosto com a ponta dos dedos sem ao menos me dar conta. – Você é preciosa, Chaeng. E nenhum desses babacas merecem qualquer coisa vinda de você. Guarde esse beijo pra alguém que você ama.
- Lisa... – Ela sentou-se, aparentando estar nervosa. – Posso te confessar uma coisa? – Assenti com a cabeça. – Com exceção da minha família, você é a única pessoa que eu amo.
Chaeyoung novamente abaixou o rosto e meu coração acelerou tanto que senti que poderia ter um ataque cardíaco a qualquer momento. Me ajeitei na cama, sentindo, de repente, um calor que até então não existia. Não queria me iludir sobre o que aquelas palavras realmente significavam, mas era difícil não me perder na ideia de ela estar me amando da mesma forma que eu a amava há quase um ano. Respirei fundo e tentei agir como se minha cabeça não tivesse dado um giro.
- Também te amo, Chae...
- Mas isso é frustrante! – Me interrompeu, se levantando da cama e começando a andar de um lado pro outro do quarto.
- O que é frustrante? – Perguntei confusa.
- Eu não conseguir sentir nem um terço do que eu sinto por você por garoto nenhum! – Sua voz tinha um tom de angústia e suas mãos gesticulavam exageradamente. – É como se eu encontrasse em você tudo que eu procuro no meu primeiro amor, entende? E nós somos amigas! – A garota me olhou por um momento, mas logo voltou a dar voltas pelo cômodo na tentativa de se acalmar. – E é frustrante porque quanto mais procuro essas coisas em outra pessoa, mais eu percebo que não existe ninguém como você. – Chaeyoung voltou a se aproximar e se ajoelhou em minha frente, apoiando-se em minhas pernas que estavam pra fora da cama. – Você é única, Lisa... E é como se... Você tivesse sido feita pra mim.
Ela me olhava implorando pra que eu dissesse algo, mas da minha boca não saia absolutamente nada. Ouvir aquelas palavras vindas da pessoa que eu amava não era algo para o qual havia me preparado.
Eu fiquei um bom tempo ali, simplesmente olhando para os seus olhos e repassando todas as palavras de que eu me lembrava e tentando encontrar alguma que eu pudesse usar naquele momento, mas nenhuma delas parecia fazer sentido. O olhar de Chaeyoung já beirava o desespero e talvez ela estivesse se arrependendo de ter se aberto comigo.
Nenhuma palavra cabia naquele momento. Eu só precisava fazer ela ver que eu me sentia exatamente da mesma forma sobre ela. E foi isso que eu fiz quando me aproximei, segurando seu rosto com as duas mãos. Seus olhos estavam tão perdidos quanto os meus. Nenhuma das duas sabia exatamente o que estava acontecendo, nós apenas queríamos.
Encostei meus lábios nos seus e senti uma descarga de eletricidade percorrer todo meu corpo. Me entreguei sem receio e sem pensar nas consequências quando senti sua língua enroscar na minha. A sensação plena de prazer me invadindo me deu coragem pra continuar com aquela loucura. Nossas bocas se descobriam ora temerosas, ora atrevidas. Meu coração acelerou tanto que o senti pulsando na minha garganta. Aquele foi um beijo único. E eu nem podia imaginar que eu lembraria dele pelo resto da vida.
***
28 de março de 2003.
- Afinal, Lisa, o que há de errado? – Chaeyoung perguntou apertando minha mão e parando seus passos bruscamente, o que me fez parar também.
Nós estávamos andando de mãos dadas por um bosque, indo em direção a um banco que ficava bem afastado, nosso lugar preferido pra namorar. O vento ficava mais frio a cada momento, mas isso não impedia minhas mãos de suarem me delatando vergonhosamente. Ela sabia que eu estava nervosa e tentei disfarçar abaixando a cabeça como se tivesse interessada nos cadarços do meu all star.
- Errado? Nada. Porque teria algo errado, amor? – Respondi quase me engasgando com as palavras. Minha atuação era digna de um Oscar.
- Você ainda pergunta? – Ela parecia preocupada analisando minha expressão. – Desde que saímos da minha casa você não fala nada, não consegue olhar no meu olho e tá suando como se estivesse passando mal.
- É só que... - Bufei frustrada por não saber disfarçar. - Não é nada, Chaeng. – Sorri e dei um selinho como se aquilo magicamente pudesse fazer ela esquecer o assunto.
- Nem vem com essa, Lisa. Fala de uma vez! – Ela soltou a minha mão de forma exasperada e me encarou séria. Eu não pude conter o sorriso. Ela ficava linda irritada, mas isso a irritou ainda mais. – Quer saber? Esquece! Não quero saber mais nada.
A irritadinha me deu as costas bruscamente, o que fez seus cabelos longos chicotearem meu rosto, e começou a fazer o caminho de volta. Seus pés pisavam tão firmes sobre o chão cheio de pedras que faziam um barulho de atrito exageradamente alto. Chaeyoung era tão mimada... Eu não entendia porque aquilo me fazia ficar ainda mais encantada por ela.
Sai do meu estado débil de admiração e corri até ela antes que se afastasse demais. Parei em sua frente e fiquei olhando seu rosto levemente avermelhado, enquanto recuperava o fôlego que perdi nessa corrida de dois metros. Digamos que eu era sedentária.
- Por favor, não faz isso. – Pedi, ofegante.
- Então me fala o que é! - Esbravejou teimosa como uma criança de 5 anos.
Segurei ao máximo o sorriso que tentava escapar dos meus lábios por vê-la daquele jeito tão... adorável. Abaixei o rosto, puxei um pouco de ar pra recuperar o fôlego e tirei a caixinha de dentro do bolso. Ela me olhou com um semblante perplexo.
- Eu queria esperar até que a gente chegasse no nosso lugarzinho preferido, mas você, como sempre, tão ansiosa não soube esperar, então...
- Desc.. Desculpa, Lis, eu... – O rosto dela ficou vermelho em um segundo e as palavras não saiam de forma concreta de sua boca. Eu estava me deleitando com a cena, afinal, ver Chaeng morder a própria língua era realmente engraçado. Meu sorriso já não cabia no rosto.
- Deixa eu terminar, por favor, mocinha? - Arqueei as sobrancelhas encarando-a.
A garota se calou no mesmo instante, mas vi seus olhos marejarem de forma gradativa, criando um brilho especial que culminou na visão mais linda que podia ter de sua beleza.
Dei uma leve tossidinha pra preparar a voz pras palavras que iriam sair da minha boca.
- Quando conheci você, jamais imaginei que um dia estaríamos vivendo um momento como esse. - Eu encarava a caixinha em minhas mãos porque sabia que se olhasse pra ela desmoronaria em lágrimas e eu precisava me concentrar para dizer o que realmente queria. - Nós sempre fomos tão diferentes. Como mundos opostos. Você, a garota popular e cheia de amigos, com uma família enorme e amorosa. Sempre teve tudo que queria e sempre soube dar aos outros o que eles mereciam. A garota mais simpática, positiva e carinhosa que já conheci. - Levantei o olhar por um momento e sorri, encarando as íris castanhas que brilhavam em minha direção. - Eu, a mais estranha e solitária. Sem amigos nem família... Sem dinheiro, sem modos, e o mais importante... sem amor. - Abaixei novamente a cabeça, suspirando cansada ao lembrar de como era minha vida antes de Chaeyoung me salvar. - Você poderia ter escolhido qualquer pessoa melhor pra amar, mas, mesmo com todos os meus defeitos, você me escolheu.
Não consegui mais conter as lágrimas que desceram pesadas por meu rosto. Eu não estava triste. Na verdade, era como se eu estivesse me livrando dos últimos resquícios de algo ruim que vivia dentro de mim e que agora dava lugar a algo lindo que a garota que eu amava havia feito nascer dentro do meu peito.
Ela se aproximou enxugando uma lágrima com seu polegar, enquanto a outra mão repousava sobre a minha cintura. Logo que meu rosto estava seco, ela rodeou meu corpo com os braços, como se quisesse me proteger do mundo à minha volta.
- Você é a melhor pessoa que eu poderia ter escolhido pra chamar de amor da minha vida. - Disse sussurrado e senti todo meu corpo estremecer com suas palavras. Ela sorriu da forma mais terna que julguei ser possível e senti, literalmente, meu coração se esmagar dentro do peito. Reprimi um gemido de dor e abri meu melhor sorriso.
- Amor, não me desconcentra. Eu preciso terminar. - Disse de forma manhosa e ela me soltou, sorrindo com a língua entre os dentes. - Bom, e por ser como você é e ter tudo que tem, eu senti muito medo de me entregar ao que sentia. Eu achava que você jamais arriscaria sua vida perfeita pra viver essa loucura com alguém como eu. Mas você, como sempre, me surpreendeu e descobri que por trás dessa carinha de menina existe a mulher mais corajosa que já conheci.
Minha namorada fez uma careta engraçada que costumava fazer quando se sentia envergonhada e toquei a ponta do seu nariz com o dedo, enquanto minha outra mão segurava firme a caixinha.
- Você me ensinou a ter coragem, a lutar pelo que acredito, a ousar sonhar e correr atrás disso. Hoje eu sou feliz e isso tudo é graças à você, Chaeng. - Sorri emocionada e percebi que lágrimas se formavam nas extremidades de seus olhos. Peguei uma de suas mãos e entrelacei com a minha, aproximando-as de meu peito. - E o meu maior sonho é passar o resto da minha vida com você, meu amor. Agora que te encontrei, não quero viver sem você nunca mais.
- E você não vai. - Sussurrou mais uma vez, encostando sua testa na minha com os olhos fechados. Fechei os olhos também e aproveitei por um momento o calor que vinha da sua boca, junto com suas palavras que massageavam meu interior. Afastei meu rosto delicadamente e fitei seus olhos que se abriam. O nervosismo voltando a assolar meus movimentos.
- Eu sei que nós somos muito novas e a nossa vida vai começar de verdade só agora que vamos pra faculdade e os problemas de adultos vão começar a aparecer, mas eu confio em nós e confio no amor que construímos. E eu não preciso de mais tempo pra ter certeza que você é a pessoa que o destino enviou pra ser minha. - Fiz uma pequena pausa em busca de coragem pra prosseguir. - Você quer ser minha?
- Eu já sou. - Ela disse, simplesmente, em meio a um sorriso encantador e lágrimas que desciam sem cessar.
Soltei minha mão da sua e firmei a caixinha, apertando-a e focando minha visão nela. Respirei fundo mais uma vez.
- Eu sei que isso pode parecer loucura, mas não aguento mais esperar pra viver do seu lado pra sempre. - Penetrei meus olhos dentro dos seus como se procurasse um consentimento neles. Ou um pedido de socorro. – Park Chaeyoung... - Abri o objeto com as mãos trêmulas, revelando uma aliança de ouro branco, bem simples porque fiz questão de pagar com meu dinheiro e eu não tinha muito, mas era realmente bonita. - Você quer se casar comigo?
A mais nova pôs a mão na boca num misto de surpresa e felicidade. Ela já imaginava que era esse meu pedido, mas acho que pensava que eu não teria coragem suficiente pra fazê-lo. Minha futura noiva continuou em silêncio, me olhando, sem mover um músculo sequer.
- Esse silêncio é um não? - Perguntei sorrindo.
- Não, claro que não. - Disse de forma apressada. - Quer dizer, sim... - Chaeyoung gesticulava, totalmente perdida e eu estava achando cômico.
- Sim ou não?
- Sim, claro que sim, amor. Eu quero casar com você! - Respondeu dando pulinhos de excitação e logo se jogou em meus braços, fazendo nossos corpos se chocarem de forma desastrada.
O meu sorriso se transformou numa gargalhada e ela pegou meu rosto com as duas mãos me encarando.
- Você não tá brincando comigo, né? - Sua feição ficou séria. - Se você estiver brincando, eu vou te matar, Lalisa.
Tentei controlar o riso e peguei sua mão direita que estava tremendo tanto quanto a minha. Coloquei a aliança em seu dedo anelar e ouvi ela chorar baixinho perto do meu ouvido. Beijei a aliança com carinho, me demorando um pouco pra que Chaeng pudesse sentir a intensidade do que aquilo representava, mas ela não me esperou terminar e puxou meu rosto pra um beijo quase desesperado, porém sem malícia. O contato não representava algo sexual, por mais que língua e gemidos se fizessem presentes. Aquele beijo selava uma promessa de que nos amaríamos acima de qualquer coisa e que o nosso amor era forte o suficiente pra enfrentar tudo que viria pela frente, por mais difíceis que fossem as adversidades.
Qualquer um diria que estávamos sendo muito apressadas, que éramos muito novas e inexperientes e que não estávamos juntas tempo o bastante pra tomar aquela decisão, mas eu realmente não me importava com o que os outros pensavam.
10 meses depois estávamos casadas.
***
I gave you everything, baby
Well, everything I had to give
Girl, why would you push me away?
Lost in confusion
Like an illusion
You know I'm used to making your day
But that is the past now
We didn't last now
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