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História Stealthy - Freak Out


Escrita por: wetaekook

Capítulo 2 - Freak Out


Fanfic / Fanfiction Stealthy - Freak Out

Soltei tudo o que segurava nas mãos, apenas corri o mais rápido que podia. Eu não sabia qual era a intenção daqueles garotos, mas era óbvio que coisa boa não seria. Não sei o que fiz para irritá-los, mas também não desejava descobrir. Ah meu Deus, como eu queria que Taehyung aparecesse. Continuava correndo enquanto eles gritavam qualquer coisa que não tinha a mínima vontade de saber o que era. Minhas pernas queimavam, meus pulmões mais ainda. As vezes tropeçava, quase caindo de cara no chão, mas me erguia o mais rápido possível. Se eles me alcançassem talvez pudesse ser meu fim. Tropecei mais uma vez, mas dessa vez minhas pernas falharam comigo. O tombo fez com que eu rolasse pela rua. Naquele momento pude ver minha vida inteira passar por minha cabeça, minha mãe, meu pai, a faculdade e até mesmo Taehyung. Meu coração acelerava cada vez mais com a aproximação deles, me sentei, já não tinha forças para correr mais. Eu sabia que agora seria muito pior por eu ter fugido igual a um covarde, mas eu estava com medo de verdade. Eles estavam perto de me alcançar, quando um carro vermelho parou entre eu e os quatro garotos, impedindo que avançassem. A porta se abriu e pude ver Taehyung atrás do volante, tão assustado quanto eu. Me levantei depressa, me jogando para dentro do carro fechando a porta rapidamente. Taehyung tirou uma garrafa do banco de trás, a mesma fedia a álcool e tinha um pano pendurado no bico. Ele pegou um isqueiro acendendo-o e em segundos o pano estava em chamas. O mais velho abriu a janela e jogou a garrafa nos pés do quatro garotos que ainda gritavam do lado de fora. 

 — Vão se ferrar seus filhos da puta! — Ele gritou e seguiu dirigindo. Olhei para trás, dois deles estavam tentando se livrar do fogo enquanto um outro de moletom amarelo tentava atingir o carro de Taehyung com pedras. Voltei a olhar para frente, agora encostando minha cabeça no banco e fechando os olhos. Se não fosse por ele, talvez estivesse morto ou no hospital totalmente quebrado. 

— Obrigado, se você não tivesse chegado eu nem sei o que poderia ter acontecido. — Disse   por fim, ouvindo uma pequena risada como resposta. Senti sua mão alcançar meus cabelos, um contato do qual eu já estava acostumado. 

 — Não precisa agradecer. Você se machucou? — Mais uma vez ele bagunçava meus cabelos. Abri um olho para poder ver sua expressão que parecia um tanto preocupada. 

 — Um pouco, eu acabei caindo quando estava correndo, mas nada grave. — Ele riu afastando a mão e colocando-a novamente no volante.

— Por um tempo acho melhor eu levá-lo até sua casa. — O olhei com uma expressão confusa, mas ele continuava com o olhar cravado no caminho. Eu sei que ele queria me ajudar, mas aquilo já era demais. Seria uma abuso tomar tanto o seu tempo. 

— Não, não posso aceitar. Eu sei me cuidar... — Ele parou o carro, se virando em minha direção. O peso de seu olhar sobre mim fez com que meu rosto esquentasse. Não entendia porque ele me causava essas coisas. 

— Jeon Jungkook. Aqueles garotos queriam espancar você. Acha mesmo que eles vão desistir assim tão fácil? Até isso passar você vai comigo e não adianta recusar, ou falarei com seus pais. — Eu não conseguia acreditar que aquele era o mesmo Taehyung que fazia piadas com tudo e que quase nunca estava sério. Eu não queria aceitar, ainda mais depois de ser tratado como uma criança. Mas eu não podia permitir que meus pais descobrissem que quase apanhei logo no primeiro dia de faculdade.

Taehyung ligou o carro novamente, eu cruzei os braços em sinal de que estava bravo, mas ele me ignorou totalmente. O mais velho pediu que eu indicasse o lugar onde eu morava e assim o fiz. Ficamos o caminho todo em silêncio, não ousei dizer uma palavra e Taehyung muito menos. Eu ainda estava bravo, mas ele pelo contrário parecia calmo. Talvez ele não tivesse dito aquilo para me diminuir, talvez realmente estivesse preocupado comigo. Mas meu orgulho era maior, e eu odiava ser tratado como um garotinho que não sabia se defender. Chegamos em frente a minha casa, desci do carro fechando a porta atrás de mim, sem nem mesmo me despedir de Taehyung. Meus pais estavam na sala, minha mãe se levantou rapidamente para me cumprimentar, mas desviei dela subindo para o meu quarto. Eu não estava com humor para conversar, tudo que aconteceu naquela noite tinha me deixado com uma dor de cabeça horrível. Troquei minhas roupas para algo mais confortável, me sentei na cama e peguei meu celular. Estava prestes a procurar por meus cadernos quando lembrei que os deixei cair no chão e esqueci de pegá-los de novo. Com toda aquela confusão nem mesmo pensei nisso. A dor de cabeça me incomodava cada vez mais, me deitei enfim e peguei no sono imediatamente. 

O despertador berrava em meus ouvidos, estiquei o braço para desligá-lo. Fiquei alguns minutos entre estar dormindo ou estar acordado, até que minha mãe bateu na porta me dizendo que iria me atrasar novamente. Me levantei imediatamente indo até o banheiro. Escovei meus dentes depressa, já indo direto ao guarda-roupa, retirando de lá uma calça jeans preta e uma camisa branca de mangas curtas. Me vesti e desci as escadas correndo, peguei alguns pães e uma fruta. Ainda precisava passar na papelaria para comprar novos cadernos e talvez uma mochila também. Assim que passei pelo portão avistei um carro vermelho e escorado nele estava Taehyung. Ele acenava para mim e sorria. Retribuí o sorriso e acenei de volta, eu não conseguia ficar bravo com ele, seu humor me contagiava e seu sorriso era muito fofo. Fui em direção do carro, entrando no mesmo, sentei-me já colocando o cinto de segurança.

— Ah! Pegue. — Taehyung jogou os materiais em meu colo e afagou meus cabelos. O olhei envergonhado e com um sorriso bobo. 

— Mas como? — Ele sorriu se voltando para frente, colocando o cinto de segurança também, ligou o carro que seguiu para faculdade.  

— Quando eu estava voltando para casa, encontrei seus materiais no chão. Por sorte aquele idiotas não mexeram. Pode ver que está tudo aí, mas eu acho que você precisa de uma mochila, Kookie. — Encarei os cadernos em meu colo. Era ridícula a forma com que ele sempre me ajudava quando eu mais precisava, sem nem mesmo eu pedir sua ajuda. Era como se ele soubesse de alguma forma quando estou com problemas. 

 — Obrigado, hyung. — Foi o máximo que consegui dizer. Eu estava realmente grato a ele, por tudo. Mas sentia que devia muito a ele e devia mesmo, e iria recompensá-lo de alguma forma. 

— Hyung? Sério? Ah, Kookie, não precisa me chamar assim. Posso ser mais velho que você, mas dispenso esse tipo de formalidade. Diga apenas Taehyung, está bem? — Meus pais me ensinaram que eu sempre devia respeitar os mais velhos que eu, mesmo que tivesse poucos anos a mais que eu, ou até mesmo fosse apenas um ano de diferença. Eu entendia o lado dele e por mais que pensasse nele como somente Taehyung, não conseguia chamá-lo só pelo nome.

— Me desculpe, mas eu me sinto melhor te chamando de hyung. — Ele depositou a mão em meu joelho o apertando. O contato fez com que eu me surpreendesse, ele afastou a mão colocando-a de volta no volante. A área onde sua mão estava formigava e eu não conseguia entender tal reação. 

 — Está bem, Kookie. Mas espero que um dia você me chame só pelo nome ou invente algum apelido para mim. — Ele piscou e voltou a olhar para estrada. O calor da sua mão ainda estava em meu joelho, me causando uma sensação estranha que nunca tinha sentido antes. — Ei, me responda uma coisa. Você já foi em alguma festa antes? 

— Não. Nunca tive tempo, tinha que estudar. — Ele riu alto, me assustando. Dei um tapa em seu ombro e isso fez com que ele risse mais.

 — Como você é sem graça, Jungkook! — O bati novamente agora rindo junto. Tinha que admitir que naquela época eu era completamente sem graça. — Olha, nesse final de semana terá uma festa na casa de um amigo meu. Mas estou cheio de toda aquela gente, já conheço todos que irão. Será que você não poderia me acompanhar? 

— Eu não sei, hyung... — Eu queria ir, mas eu sou tímido para essas coisas, como iria em uma festa com um monte de gente que eu nem conhecia? Como eu queria ser igual a ele, pelo menos por um dia. 

— Ah não, Kookie! Qual é, vai ser legal. Por favor, não me deixe sozinho nessa. Não esqueça que você me deve algumas. — Ele sorria de forma divertida. E sim, eu devia muito a ele e talvez não fosse uma má ideia me divertir uma vez na vida.

 — Está bem, mas tenho que falar com meus pais. — Já tínhamos chegado a faculdade, agora ele estacionava em um local que parecia ser um tanto reservado e distante dos outros carros, talvez em uma área particular. Desci pegando minhas coisas, enquanto Taehyung abria a mala do carro. 

 — Use isto, não quero que perca suas coisas novamente. — Ele jogou uma mochila preta em minha direção. Peguei-a com a mão direita e guardei minhas coisas na mesma. E mais uma vez ele estava me ajudando e isso aumentava minha divida com ele.

Entramos no prédio, subimos as escadas e cada um foi para sua sala. Parei por alguns segundos na porta, o medo de reencontrar aqueles garotos era grande, mas não podia perder minha bolsa por conta disso. Eu tinha que ser mais corajoso, eles não me fariam mal dentro da faculdade e logo depois iria embora com Taehyung, então estava tudo bem. Respirei fundo e abri a porta. Olhei em volta a procura dos garotos, mas eles não estavam ali. Me sentei no mesmo lugar do dia anterior, assim que o professor começou a falar, comecei minhas anotações. Fiquei um tempo viajando, pensando como seria esta festa, quem e que tipo de pessoas estarão lá, cogitei até a possibilidade daqueles quatro também estarem lá. Tentei me concentrar novamente, agora bloqueando qualquer tipo de pensamento relacionado a festa ou a Kim Taehyung. A hora do almoço havia chegado, saí apressadamente da sala, já encontrando Taehyung escorado na parede de novo. Fomos almoçar, já que a faculdade nos tomava uma pequena parte do nosso dia, uma grande parte na verdade. Entrávamos de manhã e só saíamos à noite. Taehyung estava empolgado com a festa, falando na mesma quase que o tempo todo e falava de uma forma tão animada que estava me contagiando. Acabei ficando ansioso junto com ele. Era por isso que eu o achava distinto das outra pessoas. Ele conseguia te colocar pra cima de uma maneira única e tão rápida que chegava ser surpreendente. O seu jeito, sua animação, sua personalidade e até mesmo sua aparência eram únicos. Taehyung era tão lindo, não via nada de imperfeito em seu rosto. O que mais me chamava atenção era seu sinal na ponta do nariz e um outro em seu olho direito. Eu confesso que tinha inveja dele, do seu jeito extrovertido e de sua aparência exageradamente linda. 

Passei o resto da semana toda andando com Taehyung por toda faculdade. Ele me mostrava cada parte e me contava tudo que já tinha acontecido lá, até mesmo sobre as confusões que envolviam os professores. Era divertido andar com ele, era animador e sua presença me dava muita energia. Nós dois estávamos ansiosos pela festa, porém eu ainda tinha receio de me sentir deslocado demais e acabar decepcionando Taehyung. 

Falei com meus pais sobre a festa, por um momento eles ficaram felizes por eu estar tentando me divertir, mas é claro que como todos os pais, eles perguntaram com quem eu ia, que horas volta e todas aquelas perguntas chatas que eu tinha evitado minha vida toda. Expliquei que ia com um amigo, disse que não sabia que horas acabava a festa, mas que tentaria não chegar muito tarde. Mas o que os tranquilizou foi quando falei sobre a idade de Taehyung. Por ser mais velho, levaram como o mais responsável e por mais que eu também quisesse acreditar nisso, eu sabia que ele não era tão responsável assim. Taehyung tinha um jeito único de ser, era livre demais, espontâneo demais. Ele não fazia nada sem emoção, ele simplesmente sabia como viver a vida e eu o admirava por isso, mas ele as vezes conseguia ser mais infantil do que eu. Subi para o meu quarto para me arrumar. Vesti uma camiseta preta justa de mangas curtas, mas sem troca a calça jeans preta. Joguei parte do cabelo para o lado, borrifei um pouco de perfume em meu pescoço, peguei minhas coisas e desci. Me despedi de meus pais que estavam um pouco preocupados. Eu até entendia, já que era a primeira festa que eu ia, mas se eu não estivesse tão animado, poderia dizer que estava tão nervoso quanto eles. Passei pela porta, já avistando o carro vermelho de Taehyung e me surpreendi ao ver que agora seu cabelo tinha a mesma cor que o automóvel, junto a isso, ele usava uma faixa azul na cabeça com desenhos que eu não conseguia identificar o que eram, mas que o deixaram mais lindo do que já era. Sorri indo em sua direção, agora era eu quem bagunçava lhe os cabelos.

 — O que você fez com o seu cabelo? — Ele riu me dando um tapa no braço. 

 — As vezes é bom mudar, Kookie. Agora vamos. — Sorri enquanto ele abria a porta do carro para mim. Adentrei o mesmo e logo Taehyung fez o mesmo. 

Em poucos minutos já estávamos em frente a casa de seu amigo. O lugar estava repleto de pessoas, algumas até mesmo na calçada. Taehyung estacionou do outro lado da rua, descemos do carro e paramos em frente a entrada da casa. Meu nervosismo aumentou e eu não conseguia sair do lugar. Eu não era acostumado com tanta gente e ainda mais estranhos, minha única vontade era sair correndo. Taehyung percebeu meu estado, ele segurou minha mão pressionando-a levemente, me fazendo entender que ele estava comigo e que não precisava ter medo. O olhei por alguns segundos, ele sorriu e eu assenti com a cabeça. Logo já estava sendo arrastado para dentro do local, passando em meio a várias pessoas e sendo pisado por algumas. A musica estava alta, todos já tinham copos nas mãos e dançavam. Paramos perto de alguns sofás onde pessoas praticamente se devoravam ali mesmo, o que me fez perceber que a festa já havia começado há algum tempo. Taehyung se afastou, me deixando sozinho no meio daquilo tudo. Olhei em volta procurando por ele, mas a fumaça dos cigarros me impediam de ver além daquela sala. Comecei a me mover pela casa a procura o ruivo, mas sem sucesso algum. Minha calma se esvaía a cada passo que eu dava, eu só conhecia ele naquela festa e agora o mesmo havia sumido. No mesmo momento senti algo tocar minha bunda, me virei imediatamente para trás com uma expressão assustada.

— Jungkookie, o que você está fazendo? Era para ter esperado lá. — Era o joelho de Taehyung que havia me tocado. Relaxei enquanto o ruivo ria da minha cara. Ele segurava dois copos com líquidos num tom azul, me entregando um e logo bebendo o outro. 

Ele segurou minha mão e me arrastou pela casa novamente. Voltamos ao mesmo lugar de antes onde ficavam os sofá. Taehyung me alcançou seu copo e começou a puxar um casal que estavam se beijando. Os dois olharam confuso para mim e para o ruivo, mas mesmo assim ele não parou até conseguir levantar os dois. 

 — Ei! qual é a sua, cara? — O garoto gritava. Taehyung empurrava os dois para fora do sofá sem se importar com nada. Isso me fez ter vontade de rir, por mais que fosse errado. 

— Vão para outro lugar.  — Isso era um outro fato que eu aprendi sobre ele. O ruivo não se importava com o jeito que falava. Ele era educado muitas vezes, era amigo de quase todo mundo e todos o adoravam. Mas quando era para ser grosso ou direto, Taehyung não economizava palavras. 

Ele sentou-se onde o casal estava, pegou seu copo novamente de minhas mãos e me chamou para sentar ao seu lado. Assim o fiz, colocando meu corpo um tanto para baixo para poder apoiar a cabeça  no sofá. Ele sentou-se de lado, virado para mim. Olhei para ele e o mesmo vazia sinal para que eu provasse o liquido azul do copo, algo que eu não tinha feito desde que ele me entregou aquilo. Aproximei o copo de meu nariz cheirando o conteúdo. O cheiro do álcool era notável, porém havia um odor doce de algo que eu não conseguia identificar o que era. Talvez de alguma fruta, ou várias. Levei o copo até minha boca, agora tomando um grande gole do liquido. Me surpreendi ao descobrir o gosto também doce que aquilo tinha. Em segundos já tinha terminado a bebida, Taehyung observava tudo enquanto sorria. 

— Ei, Jungkookie... — Dirigi meu olhar a ele, o mesmo estava com a cabeça apoiada em uma das mãos com um pequeno sorriso. — Você tem namorada? — A pergunta me deixou surpreso. Eu nem sequer havia pensado nisso, em namoro ou coisas do tipo. Sempre foquei no estudos, em tirar a melhor nota em tudo e tinha esquecido dessa pequena parte da minha vida, da qual nem me importei. 

 — Não. Nunca tive. — Ele ergueu a cabeça da posição que estava, sua expressão agora era séria.

— Você nunca beijou ninguém, Kookie? — Neguei com a cabeça, um tanto envergonhado com a pergunta. Taehyung deu um sorriso largo, talvez achasse engraçado e eu até que entendo ele. Eu tinha certeza de que ele já havia ficado com muitas mulheres, ainda mais por causa desse seu jeito. 

Ele se levantou em busca de mais bebida, voltando dois minutos depois com dois copos maiores do que os anteriores. Apoiei tal ideia, queria apreciar mais daquele gosto doce novamente, mas ainda estava com receio. Eu era um tanto fraco para bebida alcoólica e possivelmente beber tudo aquilo me faria perder a razão rapidamente. Por mais que fosse doce, a porcentagem de álcool daquilo deveria ser grande. Estávamos em uma festa onde todo mundo só queria se divertir, obviamente fariam com que a bebida atingissem todos de um modo rápido. Me arrependi assim que acabei com liquido do copo. Taehyung fez o mesmo, jogou o copo em um lugar qualquer no chão e se levantou. Levantei a cabeça para olhá-lo e o mesmo se virou em minha direção me puxando para dançar. Eu ainda estava muito tímido, o álcool ainda não tinha feito todo o efeito, então apenas pendia meu corpo para os lados. Ele ria de mim enquanto dançava, completamente desinibido. Senti meu corpo esquentar, o local estava mais quente que o normal. Me senti engraçado e acabei rindo por motivo algum, o que indicava que o álcool estava já fazendo efeito. Taehyung se movia no ritmo da musica e como se fosse impossível ele me surpreendeu mais uma vez. A forma com que dançava o deixava atraente, não sei o motivo desse pensamento, mas ele preenchia minha cabeça naquele momento. O jeito com que seu corpo se movimentava, sua expressão, seu olhar. Tudo. Por um momento encarei seus lábios, logo em seguida desviando o olhar para janela que estava atrás dele, me sentindo estranho. Eu estava começando a ficar confuso e isso me deixava preocupado. Por que estava vendo Taehyung daquela maneira? Com certeza isso devia ser culpa do álcool que eu havia ingerido. Senti o ruivo se aproximar de mim, ele colocou a mão sobre meu ombro esquerdo e pude sentir sua respiração batendo em meu pescoço. 

 — Kookie, não saia daqui. Vou buscar mais bebidas para nós. — Assim que ele se afastou, meu corpo ficou em chamas. O calor que eu sentia era tanto que comecei a suar. Pensei na possibilidade de haver alguma droga na bebida que me deixasse naquele estado, porque eu realmente não conseguia entender as reações que a presença de Kim Taehyung me causava.

Ele já estava de volta. Bebemos mais algumas vezes e minha vergonha já tinha me deixado há um tempo. Agora eu dançava no mesmo ritmo de Taehyung e o mesmo parecia contente por eu estar mais solto. A sensação era ótima. Era ótimo não sentir vergonha, era ótimo ser pelo menos uma vez... livre. Não me importar com nada, nem com meus próprios pensamentos, aqueles que me reprimiam e não me deixavam ser completamente eu mesmo. Ainda que minha timidez fizesse parte de quem eu sou, era bom me livrar pelo menos por algumas horas dela. Sabe, viver sem me preocupar com o que os outros pensavam de mim, naquele momento eu estava sendo eu mesmo. Sem limite algum. Sem cobranças. Somente eu. Estava na hora de me descobrir, experimentar coisas novas. Aproveitar. E foi nesse exato momento em que os lábios do ruivo tocou os meus. O choque pelo contato repentino fez meu coração disparar tanto que eu podia ouvi-lo, mas não ousei interromper. Nunca havia beijado alguém, não sabia como fazer, porém Taehyung não pareceu se importar. Seu beijo era lento, me guiando e se intensificando aos poucos. Ele colocou a mão em minha nuca, puxando alguns fios uma vez ou outra. Seus lábios tinha o gosto da bebida que tomamos há pouco tempo, os mesmo eram macios, o que me dava vontade de morde-los. Não demorou muito até que sua língua começasse a explorar minha boca buscando pela minha. Com uma certa demora consegui seguir seu ritmo, agora entrelaçando nossas línguas. Aquilo era estranho, a sensação era estranha. Talvez porque fosse meu primeiro beijo ou talvez porque eu estivesse beijando um homem. De certo modo aquilo era bom, em momento algum senti vontade de afastá-lo, muito pelo contrário. A noite já estava acabando e talvez amanhã eu esquecesse do que havia acontecido ali, mas eu tinha que aproveitar o máximo que eu podia. Era estranho, mas eu não queria que aquilo acabasse. O que você fez comigo?
 



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