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História Stealthy - You Make Me Crazy


Escrita por: wetaekook

Capítulo 3 - You Make Me Crazy


Fanfic / Fanfiction Stealthy - You Make Me Crazy

O som do despertador chacoalhava meu cérebro. Desliguei o barulho com dificuldade, minha cabeça latejava e foi assim que descobri o que era ressaca. Eu já havia bebido uma vez, mas não ao ponto de ficar mal. Me levantei sentindo minhas pernas doerem o que indicava que eu havia dançado muito na noite passada. Á caminho do banheiro foi quando lembrei de tudo, desde a hora que comecei a me soltar mais, até a cena do beijo. Sim, sem sombras de duvidas eu havia beijado Taehyung. Meu amigo. Um homem. Como? Como isso foi acontecer? Devia ter algo a mais naquela bebida, só podia ser isso. Continuei com a minha rotina, escovei meus dentes, escolhi uma roupa e desci para tomar café. Fiquei um tempo pensando em tudo aquilo, não era possível que algo assim tivesse acontecido. Digo. Quais são as chances de você nem saber sobre sua orientação sexual? Eu só podia estar ficando louco. Já estava na hora de ir, peguei minha mochila e me dirigi até a porta. Ao chegar no portão dei de cara com Taehyung. Caralho.* Eu tinha esquecido que eu ia com ele para faculdade. Eu não conseguia olhar em seus olhos, meu corpo tremia, estava mais nervoso que nunca. Eu definitivamente queria sair correndo, desaparecer, me tele transportar para outro lugar. O que eu devia fazer? O que eu devia dizer? Como que devia reagir? 

— Jungkookie, vamos? — Sua voz me assustou me fazendo olhar para ele. No mesmo instante meu rosto corou e queimava. Apenas assenti com a cabeça entrando no carro. Eu devia estar com uma cara engraçada, pois o ruivo agora ria de mim. 

Ele entrou no carro e por um momento parou para me olhar. Eu continuava com o olhar fixo na rua, tinha medo de olhar para ele e acabar ficando mais vermelho ainda. O ruivo se aproximou e eu me afastei imediatamente. Meu coração quase saía pela minha garganta, mas foi aí que eu percebi que ele só queria fechar a porta que eu não havia fechado direito. Mas era tarde demais, eu estava suando tanto que meus cabelos ficaram encharcados. Meu Deus que vergonha. 

— Kookie, você está bem? Você parece estar com medo de mim. — Ele me olhava preocupado, mas ainda não conseguia fazer contato visual. Balancei a cabeça em afirmativa e o mesmo se endireitou no banco, agora colocando o cinto. 

Sem dizer mais nada o ruivo seguiu para faculdade. Eu sabia o quanto estava sendo idiota e infantil por tratá-lo dessa maneira, mas depois do que aconteceu eu não sabia o que pensar e nem como reagir. Talvez aquilo nem tenha significado nada para ele, ou até mesmo ele nem lembrava do beijo. Mas para mim significava mais do que eu queria admitir. Tipo, foi o meu primeiro beijo e foi com um homem. Eu não tinha certeza de como aquilo aconteceu, mas eu tinha medo de descobrir. E agora a presença de Taehyung me deixa confuso, agitado e cheio de dúvidas. Eu queria lhe perguntar pelo menos se ele sem lembrava de ter me beijado, mas nem para isso eu tinha coragem. Assim que chegamos tratei de descer do carro rapidamente, sem esperar por ele fui até o prédio entrando imediatamente em minha sala. Sentei-me no mesmo lugar de sempre, agora respirando com mais facilidade. Taehyung devia estar me achando louco ou até mesmo um imbecil, e eu não poderia culpá-lo, eu mesmo pensaria algo assim. Tentei me concentrar nas aulas, mas era difícil. A cena do beijo ficava cada vez mais nítida em minha cabeça e não conseguia afastar aquela imagem de jeito nenhum. 

— Prestem atenção. Está na hora de por em prática o que aprenderam até agora. Vocês irão fazer um pequeno teatro. Vocês mesmos vão dirigir, atuar, montar roteiro, história e tudo mais. Então escolham os grupos, vocês tem duas semanas para prepararem tudo. O tema é escolha de vocês. 

Uma peça de teatro? Até que enfim algo para eu me ocupar, mas tinha um problema. Com quem eu iria fazer? Não sou amigo de ninguém da minha sala e nem mesmo converso com as pessoas. Senti a manga da minha camiseta ser puxada. Uma garota de cabelos loiros sentava-se ao meu lado, enquanto outras riam no fundo. 

— Oi, eu me chamo Yumi. Eu queria saber se você quer fazer o trabalho comigo e com as minhas amigas? — Desviei o olhar para as garotas atrás da loira que agora me encaravam. Eu e cinco garotas? Sério mesmo? Mas pelo visto seria a minha única opção, mas tinha a sensação de que aquilo não acabaria bem. Suspirei voltando a olhar para Yumi. 

— Claro. Por que não? — Ela sorriu e em seguida me deu um beijo no rosto. Normalmente aquilo me faria corar ou algo assim, mas meu corpo não esboçou reação alguma com o contato. Aquilo estava ficando estranho. 

Me sentei ao lado delas para discutirmos sobre o trabalho e como eu temia o tema era não me agradava. Elas escolheram fazer um romance de um livro qualquer que elas já tinham lido. Yumi me contou parte da história e explicou quais partes ela queria que interpretássemos, e foi aí que eu me dei mal. Como eu era o único garoto no grupo, obviamente eu seria o par romântico da personagem principal e mais uma vez eu tomei no cu. Ela tinha a necessidade de que houvesse a cena do beijo, para que as pessoas se sentissem mais convencidas com a história e para treinarmos para o nosso futuro. Eu não acreditei em uma só palavra que ela havia dito. Sinceramente, ela podia ter inventado uma desculpa melhor. Não que ela fosse feia, pelo contrário, Yumi era muito bonita e suas amigas também e eu sei que qualquer um estaria animado por poder beijar alguma delas, mas eu não conseguia me sentir assim. Talvez eu ainda não tivesse interesse nisso, mesmo que isso seja estranho até porque eu tenho 18 anos e ainda ninguém havia sequer despertado interesse sexual em mim. A não ser... Tratei de afastar tais pensamentos voltando a me concentrar nas garotas que falavam sem parar. 

Fiquei responsável por fazer o roteiro. Yumi havia anotado tudo o que queria que eu colocasse ali e assim o fiz. Estava tão distraído e tão focado que tinha esquecido de ir almoçar e acabei passando o intervalo na sala. O local estava vazio e o silêncio era ótimo, minha cabeça funcionava melhor quando eu tinha espaço somente para mim e minha ideias. Minha barriga reclamava, mas ignorei a fome para poder terminar aquele roteiro o quanto antes.  

Já estava quase terminando quando um pacote foi posto em cima de minhas mão, impedindo os meus dedos de continuarem a digitar. Levantei a cabeça para ver quem era. Taehyung me olhava sério com uma das mãos na cintura. O sol que entrava pela janela batia em seu cabelo fazendo o vermelho ficar mais vivo do que nunca. Ele estava mais lindo do que nunca. 

— Por que não foi almoçar comigo hoje? — Sua voz indicava que estava bravo, mas sua expressão indicava mágoa. Engoli em seco desviando o olhar para a tela do notebook. 

— Eu tinha que fazer um roteiro e acabei me distraindo demais. Me desculpa, hyung. — Ele suspirou e em segundos já estava sorrindo, sentando-se ao meu lado. 

— Um roteiro? Qual vai ser a história? — Ele removeu o pacote de cima do teclado, passando os olhos sobre o meu trabalho. 

— É baseada em um livro. Não sei explicar, nunca li. — O ruivo riu enquanto bagunçava os meus cabelos. 

— Eu conheço a história. Qual de seus amigos vai fazer par romântico com a garota? — Ele me olhou e eu o encarei de volta. 

— Eu. — Taehyung me olhava surpreso. Ficamos em silêncio por alguns segundos com os olhos grudados um no outro. Eu não conseguia decifrar o que aquela expressão queria dizer. — Eu sou o único garoto no grupo, então eu terei que fazer isso.  

— Entendi. — Ele desviou o olhar para o notebook, mas não demorou muito para que um sorriso voltasse a se formar em seus lábios.

 Ei Jungkook, por que não vai na minha casa hoje? Eu posso ajudá-lo a ensaiar suas falas. Você pode dormir lá se quiser. Fale com seus pais. Tenho que ir. 

Ele não esperou que eu respondesse, apenas me deixou ali, de boca aberta devido ao pedido que fez. Talvez eu precisasse mesmo de ajuda com as falas, até porque eu não tinha mínima vontade de decorar aquela porcaria. Mas ainda assim tinha que fazer o meu melhor e já que Taehyung estava disposto a me ajudar, eu aceitaria. O problema era que eu teria que dormir em sua casa. Já não bastava pegar carona com ele todos os dias, ele comprar meu almoço do nada, agora teria que incomodá-lo até em seu local de descanso. Eu conseguia me sentir pior a cada dia que passava e sem contar que a cena do beijo ainda estava em minha cabeça. Eu não conseguiria ficar perto dele sem relembrar daquilo e sem saber se o mesmo também lembrava. O mesmo sentimento de hoje cedo voltou, eu não conseguia explicar o que estava acontecendo comigo. Minha cabeça estava um caos e eu não conseguia nem o olhar direito, quanto mais passar uma noite em sua casa. Mas eu sabia que se recusasse sua ajuda, com certeza eu o magoaria. Droga. O que eu faço? 

Enquanto eu decidia o que fazer, terminei o roteiro e mostrei para Yumi. Ela não reclamou de nada, não pediu que mudasse nada, o que me fez pensar que ela só estava interessada na parte do beijo. Recolhi minhas coisas e me dirigi a saída da sala. Taehyung já me esperava no corredor, descemos até o estacionamento e enfim estávamos no carro. Aquele dia estava sendo cansativo demais, a dor de cabeça ainda persistia e aquelas garotas estavam me deixando estressado. Encostei minha cabeça no banco e logo em seguida Taehyung sentou-se atrás do volante.  

— Kookie, já falou com seus pais? — Ele me olhava esperando uma resposta. Eu havia esquecido completamente disso. Eu não estava disposto a fazer mais nada, eu estava cansado, eu só queria ir para casa e dormir até o dia seguinte. Mas conhecendo Taehyung como eu conheço, eu sei que ele não desistiria até me convencer e com dor de cabeça não tinha nem como argumentar ou inventar alguma desculpa. 

— Ainda não, hyung. Eu falo com eles da sua casa, agora vamos. Eu estou morrendo de dor de cabeça. — Ele assentiu e seguiu para estrada. Não conversamos o caminho todo. Taehyung era sempre agitado, sempre tinha algo para falar, mas agora ele estava tão calado. Será que ele ainda está magoado por tê-lo deixado sozinho no almoço?  

Não demorou muito para que chegássemos na casa do ruivo. Ele estacionou o carro na garagem, descemos e nos dirigimos até a porta. Sua casa era linda por fora, ainda que fosse branca, parecia ser nova, não tinha uma mancha sequer nas paredes. Incrível. Assim que ele abriu a porta, pude ver dois sofás brancos nas laterais, um de frente para o outro e um sofá preto no meio que ficava virado para televisão ao lado da porta. Mais para o fundo tinha uma cozinha, nada muito grande, mas era muito bonita e muito limpa. Do lado esquerdo da casa tinha uma escada, que obviamente levaria aos quartos e ao banheiro. Taehyung pegou minha mochila e foi em direção as escadas, subindo-as até desaparecer. A casa era tão limpa que estava com medo de sujá-la com os meus sapatos, tirei os mesmos colocando-os em um canto qualquer e me sentei em um dos sofá brancos. Eles eram extremante macios e confortáveis, era quase como estar flutuando. Sem falar no perfume que eles soltavam cada vez que eu me mexia. Comecei a dar leves pulinhos no sofá para testar mais sua maciez e para sentir mais daquele perfume. 

— Está se divertindo? — A voz de Taehyung fez com que eu caisse no chão, o mesmo ria de mim sem parar enquanto me erguia novamente.  

— Ah, hyung. Pare de rir de mim. — Nem eu mesmo conseguia me segurar, deve realmente ter sido engraçado. Me sentei novamente no sofá e Taehyung fez o mesmo. 

— Pegue. — Ele estendeu o telefone para mim, peguei o mesmo discando o numero da minha casa. 

— Mãe? — Ela demorou um pouco para responder, com certeza eu a acordei. — Eu estou na casa de um amigo, aquele com quem eu fui à festa. Eu só liguei para avisar que vou dormir aqui hoje, está bem?  — Assim que ela concordou me despedi dela e entreguei o aparelho para o ruivo.  

— Você está com fome? — Afirmei com a cabeça. Taehyung se levantou e foi até a cozinha e eu o segui. 

— Ah não vai me dizer que você sabe cozinhar? — Ele riu e se virou para mim.

— Você está brincando? Eu não sei nem fritar um ovo, garoto. Eu vou pedir uma pizza. — Ele riu e eu fiz o mesmo. Agora ele se dirigia até o armário da cozinha, tirando um pote cheio com o que parecia ser remédios. Ele puxou uma cartela de dentro do mesmo e jogou em cima do balcão em minha frente. Serviu um copo de água e colocou ao lado da cartela de remédio. — Por favor, cuide da sua dor de cabeça, Kookie. 

— Obrigado, hyung. — Tirei um comprimido da cartela o colocando na boca e em seguida ingerindo a água. Taehyung ainda me olhava, sem desviar o olhar. Eu estava começando a me sentir constrangido, mas o ruivo resolveu me deixar tomando o remédio enquanto ia atrás do telefone para fazer o pedido. 

Estar na presença dele era bom. Ele era divertido, um ótimo amigo e pelo que agora vi, ele era bem protetor também. Ele está sempre se preocupando comigo, sempre me ajudando, mas eu não fazia nada por ele. Não que eu não quisesse, mas Taehyung era tão independente, mesmo as vezes parecendo carente, ele sabia se virar sozinho. Sua simpatia tornava tudo mais fácil e isso me fazia admirá-lo ainda mais. Queria ser como ele. Queria me sentir como ele. Sua personalidade única. Sua beleza incomparável. Ele era mesmo incrível. 
Esperamos a pizza chegar. Conversamos sobre a faculdade, sobre notas, trabalhos. Mas em nenhum momento ele sequer citou algo sobre a festa. Eu queria falar, queria tocar no assunto, mas eu tinha medo do que ele pensaria. Ou que achasse que eu tinha levado aquilo muito a sério, ou até mesmo que ele nem se lembrasse das coisas. Mas ainda assim era estranho ele não falar nada sobre, mesmo que não lembrasse do beijo, poderia falar de alguém de alguma coisa. Eu sei lá. Eu estava ficando louco, já não sabia mais o que pensar daquela noite. Eu tinha dúvidas sobre ele. Sobre mim. Sobre tudo. Como eu iria viver assim? Eu só queria ter mais coragem. Assim que a pizza chegou, o ruivo se levantou para atender a porta. Peguei dois copos na cozinha e voltei a me sentar no chão em frente ao sofá. Agora Taehyung abria a caixa e o cheiro de queijo invadia meu nariz. Minha barriga quase berrava de fome e a de Taehyung já havia se manifestado. Atacamos a pizza sem pensar duas vezes. Taehyung falava de boca cheia, me fazendo rir sem parar. Ele contava piadas sem graça, mas só pelas caras que o ruivo fazia eu acabava rindo. Ficamos mais algum tempo rindo e conversando  enquanto Taehyung me mostrava algumas musicas.  

— Ei, Kookie. Vamos dormir na sala hoje? — Franzi o cenho enquanto o olhava. 

— Dormir na sala? Por que? Tem algo de errado com os quartos? — Ele riu bagunçando o meu cabelo. 

— Não, Kookie. Só acho que seria mais divertido e não precisaríamos dormir separados. Quero dizer. Poderíamos conversar no meio da noite, caso tivermos vontade. — Ele desviou o olhar para o tapete. Posso dizer que Taehyung é bem diferente, ele tem lugares bem confortáveis para dormir, mas quer dormir na sala.

 — Está bem, hyung. A casa é sua, você é quem manda. — Ele sorriu e se levantou indo em direção a escada. 

Me levantei para arrumar a sala, jogando a caixa de pizza no lixo e lavando os copos que havíamos sujado. Em poucos minutos Taehyung estava de volta com cobertores e travesseiros. O ajudei a colocar as coisas em cima do sofá preto e nós dois no sentamos novamente no chão. 

— É até engraçada essa sua ideia de dormir na sala, sabia? — Ele riu como resposta. Dirigi meu olhar para ele, que agora me olhava com uma certa intensidade. 

— Kookie... — Ele começou a se aproximar de mim. Pensei que iria me afastar, mas meu corpo se manteve firme no lugar, permitindo aquela aproximação. Ele entrelaçou seus dedos em meu cabelo me puxando mais para perto de si. 

— Hyung... — Sussurrei, nossas respirações se misturavam e em segundos seus lábios se juntaram aos meus. Seus lábios macios, quentes. O beijo ficava cada vez mais intenso, até que pude sentir sua língua entrando em minha boca a procura da minha. Foi como da primeira vez, mas agora eu estava lúcido e tinha todas as sensações ao meu dispor. Era só um beijo. Um beijo que eu não queria que acabasse. Meu corpo começou a esquentar, em seguida senti meu membro enrijecer e na mesma hora afastei Taehyung correndo para o sofá do outro lado e no caminho pegando uma coberta e um travesseiro. Rapidamente me cobri, ficando de costas para ele. — Boa noite, hyung. Tenha bons sonhos, até amanhã.  

— Boa noite, Kookie. — Ouvi barulhos de passos e logo a luz foi desligada. Sua voz não esboçava nenhum sentimento, eu imagino que ele tenha ficado confuso ou irritado, mas não quis demonstrar isso.  

Eu estava assustado, confuso, não entendia o que estava acontecendo comigo. Mas isso possivelmente magoaria Taehyung e me magoaria também, uma hora o outra isso iria acabar com a nossa amizade, posso sentir. 
 



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