História Steps For Love - Sorry

P.O.V Jade

-Finalmente em casa- Murmuro sorrindo de lado.

Caminho lentalmente atéa parede de fundo da sala, onde estava encostado na mesma o meu velho amigo rádio, liguei e logo pude ouvir a primeira canção que continha  no CD de músicas clássicas. Eu constantemente o escutava quando chegava estressada do trabalho, ou de qualquer lugar que fizesse minha cabeça quase explodir. Suspiro aliviada a ouvir a melodia que constantemente me livrava da loucura e aumento o volume para que eu pudesse ouvir do andar de cima.

Subo para meu quarto, lá me livro dos sapatos e roupas que estava vistindo, substituindo, após um banho relaxante, minha camisola de seda rosa pastel.

--Chocolate- Digo a eu mesma, como se dependesse daquilo e logo vou a procura do doce na cozinha, onde pego uma caixa lotada barrinhas e um copo de água. Volto para sala, coloco o copo na mesa e me jogo no sofá, comendo as barrinhas.

Antes que meus pensamentos pudessem me perturbar, ouço a campainha tocar.

--Só um minuto- Grito e subo as escadas correndo, pego meu maior casaco e visto por cima da minha camisola, ajeito o coque feito com o meu próprio cabelo e desço rapidamente.

--O que deseja- Digo automaticamente assim que abro a porta, ainda atordoada com a correria.

--Pedir desculpas- Harry diz olhando para mim. O que ele faz aqui?

-Como achou minha casa?- Perguntei nada contente.

-Zayn.

-Não acredito que aquele traidor fez isso- Murmuro para mim mesma.

-Você parece uma criança falando "traidor"- Harry brinca e eu levanto minhas sobrancelhas, sem achar graça.

-Vai embora- Mando.

-Não sem antes você me escutar- Ele condiciona.

--Arg- Pronuncio e tento fechar a porta, mas Harry agarra a mesma antes de eu completar meu ato.

--É sério Jade, por favor- Ele pede.

--Você não entendeu que eu não quero falar com você?

--Mas eu quero falar com você e não vou sair daqui até você me ouvir.

--Eu não me importo, pode dormir aí no jardim.

--Sorte que hoje não está frio- Harry da ombros e senta na calsada, chamando atenção de algumas pessoas que passavam na rua

--Entra- Reviro meus olhos e dou espaço para Harry entrar. Me sento em um sofá e ele no outro. O olho como se tivesse o esperando dizer algo, ele percebe, limpa a garganta e começa.

--Eu queria me desculpar por ter te tratado daquele jeito, eu acabei descontando a minha raiva em uma pessoa que não merecia e não tinha nada haver com a história, no caso, você. Me perdoa?- Ele pergunta.

Solto o ar e concordo com a cabeça.

--Tudo bem.

--Então, você ainda vai me ajudar?- Ele pergunta sem receio.

--SAI DA MINHA CASA- Grito e ele me olha confuso e assustado.

--O que? O que eu fiz?

--O que você fez? Está me pedindo desculpa só para eu te ajudar com a Victoria, quer saber Harry, v.á s.e f.u.d.e.r -- Pronuncio a última frase lentamente e levanto do sofá.

--Jade, espera, não é nada disso. Olha, você é uma pessoa muito legal, eu te admiro muito por estar me ajudando, sério! Mas eu não estou aqui só para você me ajudar, eu estou aqui porque... Eu não sei como dizer- Ele tenta explicar enquanto segura levemsnte meus dois braços, me chamando a atenção para ele.

--Dizer o que?- Pergunto sem paciência.

--Que você é uma das únicas pessoas que me suportam e eu não quero perder isso- O olho diretamente nos olhos e noto seu desconforto- Sabe, você não foi a única que eu já descontei minha raiva, eu faço isso sem pensar e isso obviamente afasta as pessoas- Ele completa desviando os olhos.

Me preocupo notando que algo estava errado com ele.

-Harry, esta tudo bem?- Pergunto mais calma.

-Na verdade não, meus pais chegaram de viagem- Ele explica soltando meus braços, mas continua olhando para todo lugar que não seja eu.

-Isso é bom, não é?- Questiono subindo as mangas do casaco que eu tinha posto antes do Harry entrar.

-Aí que está problema, todos acham que é bom, a April acha que é bom, mas na verdade é péssimo. Nós nos acostumamos a estar sem eles e logo quando isso acontece, eles voltam para casa, mas não ficam mais de um mês aqui e voltam para os Estados Unidos, fazendo a April sentir chorar e sentir saudade de novo, até nos acustumarmos e eles voltarem. Sabe o quanto isso é rotineiro e perturbador? E sabe quem é o único que repara nisso? Agora que eles estão aqui, eu tenho que agir como se tudo estevesse bem e eles como se fossem os melhores pais do mundo, mas adivinha? Eles não são!- Ele falou tristemente angustiado e por um momento, eu fiquei arrependida de ter ficado com tanta raiva. O abracei, sem ter muito o que dizer naquele momento.

-Calma Harry, vai ficar tudo bem-Tentei o tranquilizar. 

--Eu não estou preparado para fingir hoje, eles nem avisaram que chegariam.

--Talvez eles queriam fazer uma surpresa.

--Não os defenda- Ele ordenou bravo e saiu do abraço.

--Tudo bem- Digo vencida.

--Eu estou parecendo um adolescente revoltado com os pais- Ele murmura com um riso de lamento.

--Você tem seus motivos- Digo antes de um silêncio reinar na sala.

--Jade, posso te pedir uma coisa estranha?

--Coisa estranha? - Pergunto rindo

--Não ri- Ele repreende segurando um sorriso.

--Pode pedir, Harry.

--Posso passar a noite aqui? 

--O que?- Pergunto sem acreditar no que acabei de ouvir. 

--Por favor, não quero ver meus pais hoje, eu posso dormir aqui na sala, só me deixa ficar aqui-Ele pede.

Harry parecia tão frágil naquele momento, totalmente desarmado. Seus olhos não tiam o brilho costumeiro. De fato aquele era o um assunto delicado para ele, seus pais ou melhor, sua família.

--Tá, você tem sorte de o sofá virar sofá cama- Digo e o vejo sorri.

--Muito obrigado.

--Tudo bem- Digo e volto para o sofá e comer minhas barrinhas de chocolate.

--Adoro esse chocolate- Harry diz antes de roubar um pedaço da que eu estava comendo. O olho feio e ele levanta as sombrancelhas rindo.

--É, eu também adoro, então não rouba ele de mim- Falo emburrada e Harry ri.

--Você é pior que a April- Ele brinca e se senta no sofá.

--Você meio que criou ela, não é?- Questiono deixando o chocolate de lado para o encarar.

--É, acho que sim.

--E eu acho que você fez um ótimo trabalho- Lhe mando um sorriso de lado e ligo a TV- Seria pedir muito ver a April novamente?- Pergunto voltando a o olhar.

--Você quer ver ela de novo?

--Claro, ela é um amor.

--Ah, bom se você quiser, pode ir lá em casa comigo amanhã na hora do almoço- Harry propõe.

--Acho melhor não, seus pais acabaram de chegar.

--Por isso seria uma ótima idéia você ir! Eu teria uma desculpa para não ficar muito tempo com eles.

--Você só está achando um jeito para fugir dos seus pais, não é?

--Sério Jade, assim você ia conversar com a April.

--Não sei...

--É só um almoço, não vai ser nada de mais- Ele dá ombros.

--Ta bom.

--Obrigado- Ele diz sorrindo e logo o silêncio entre nós prevaleceu e começamos a assistir televisão.

--Você não vai atender?- Pergunto quando o celular do Harry tocou pela quarta vez e ele continuou ignorando.

--Não é nada importante- Ele diz com desdém.

--Se já te ligaram três vezes, é algo importante- Falo, fazendo ele revirar os olhos e atender.

--O que foi April?- Ele questiona ao atender o celular- Eu não vou voltar hoje para casa. Eles não se importaram onde eu estava durante o mês todo, não é porque eles estão em casa que eum devo dizer o que eu faço ou deixo fazer. Eu estou bem. Tchau-Desliga o celular- Pronto Jade.

--Vou trazer travesseiros e um combertor. Está com fome?- Pergunto.

-Não.

-Okay, então já volto.

Depois de levar tudo o que Harry precisa para dormir e lhe desejar uma boa noite, fui para meu quarto, pois eu teria que acordar cedo no outro dia, que me parecia vir cheio de emoções.

-Urf- Resmungo quando acordo durante a madrugada, com cede .

Me levanto da cama, meus pés sentem o chão gelado e minha vontade de voltar a dormir cresce, mas eu continuo o percurso. Tomo água e sinto um pingo de curiosidade subir pelo meu corpo. Eu queria ver Harry! Silenciosamente eu caminhei até perto do sofá e observei o Homem que eu amo dormir serenamente, minha vontade era de me deitar e aconchegar do lado dele, porém meu senso logo deu sinal de vida e me lembrou: Ele não te ama.

Com uma dorzinha no peito o dei mais uma última olhada; cabelos caindo em frente ao rosto, expressão serena e corpo desajeitado no sofá; E voltei para meu quarto, onde eu não devia ter saído, com o sentimento de incapacidade.

Incapacidade de ser o boa o bastante para quem eu amo me amar também, incapacidade de o superar, incapacidade de não conseguir voltar a dormir sem pensar nele.