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História Stigma - Scorbus - M


Escrita por: van_wolfe

Notas do Autor


Curtinho, mas acho que vocês vão gostar

Capítulo 11 - M


   Como se já não tivesse dormido pouco, Scorpius acordou cedo naquele dia, levou papeis e penas para a sala comunal e se sentou na mesa reclusa a estudos no canto da sala, uma mesa de canto longa que formava um grande 'L', com quase nenhum espaço vazio. Teve que retirar três colunas de livros para ter lugar onde escrever. A carta para Anabel deveria ser curta e clara, pedindo-a que viesse na próxima viajem a Hogsmeade, especialmente que esperasse perto da Casa dos Gritos, ele e Simon iriam ao seu encontro, provavelmente os outros também iriam, ou ao menos Albus, Rick e Susan. Assim que pôs o último ponto na carta, a porta para o corredor abriu e uma coruja de igreja entrou voando e piando alto. Parecia atormentada ali, quase claustrofóbica, batia de frente com as paredes, Scorpius correu para segura-la, e quando conseguiu, ela tentou o bicar. Notou, durante a guerra contra o bico, que ela trazia algo na perna, uma carta de envelope verde, Scorpius tentou tira-la da perna dela, mesmo com a coruja se debatendo, quando a cordinha arrebentou e o envelope caiu no chão, Scorpius a soltou e ela fugiu em retirada pela porta. Agora passaria o dia com penas pela roupa e o cheiro de coruja. Ele se abaixou e pegou a carta, virou-a para ver quem era o destinatário, em letras prateadas havia escrito o seu nome, não era uma letra que conhecesse, muito perfeita, quase impressa. Scorpius ainda mantinha o temor a cartas, desde que da maioria que recebera foram de Rose, a pior de todas com um Saoen, Scorpius ainda podia sentir a respiração dele se se concentrasse. 

 

  Ele voltou a se sentar à mesa, com a carta recentemente escrita sobre ela, com a tinta a secar. Ele abriu o lacre de cera prateada, na frente tinha um 'M' glorioso, com cobras dos dois lados sibilando para a letra e sobre elas uma coroa de flores delicadas. Um nó apertou na garganta de Scorpius, ele pedia para que oque estivesse ali dentro não fosse oque pensava, quando puxou o papel dobrado de dentro teve certeza, o abriu e o mesmo simbolo do lacre estava lá, o M lá em cima, impresso em prata no papel, e as letras abaixo eram negras e grossas. Sua vontade era amassa-la, joga-la no lixo e fingir que não a tinha recebido, mas não podia fazer isso, então a leu. 

 

  "Olá,

 

  Estamos o convidando para o nosso casamento em dezembro, esperamos ansiosamente sua presença na nossa cerimônia. O casamento se realizará na Catedral de Westminster, em Londres às cinco da tarde, aguardaremos você lá. 

 

Assinado, os noivos

 

 

Draco Malfoy e Margret Hackl."

 

  Scorpius ao ler os nomes no final, se irritou com a carta e a jogou de lado junto ao envelope. Lembrava de ter chegado em casa naquele dia, quando partira de Hogwarts, estava machucado por dentro, exausto de tantas coisas ruins, a voz de Albus reverberando na sua cabeça e quando chegou em casa, seu pai não deu a minima para isso. O levou para o escritório, quase a força, com uma mão nas suas costas o induzindo a ir e ao abrir a porta, Scorpius se surpreendeu com a silhueta de uma mulher na janela, ela estava de costas, a cascata de cabelos negros ondulados, vestida como uma advogada, com terno e saia preta, ela se virou com uma taça de vinho na mão, a bebida estava quase no fim, os lábios estavam vermelhos, seus olhos castanhos o examinaram de cima a baixo, até abrir um sorriso e contornar a mesa para falar com ele. Naquele dia, quando Draco mencionou ela como sua noiva, Scorpius explodiu de ódio, gritou injúrias ao pai e a mulher, o acusou da sua insensibilidade a situação sobre Albus, como sempre soube que o casamento com a sua mãe era falso e que ele nunca pensasse que aquela mulher -em outras palavras- fosse tomar o lugar da sua mãe naquela casa. Foi também naquele dia em que Malfoy o chamou de infantil, dizendo que aquela atitude sobre o casamento era de uma criança rebelde sem causa. Passaram semanas sem se falar, Margret quase não aparecia na casa, era um fantasma que se assustava quando Scorpius aparecia, mas também não demorava a provoca-lo ao usar algo da sua mãe. Ele se manteve firme até setembro, quando saiu e pegou o trem sem avisar que estava partindo. 

 

  Ele voltou para a carta de Anabel, passou a mão sobre as letras para verificar se estavam secas, como nenhuma borrou, ele a dobrou e a amarrou com um cordão bem firme, só bastava ir ao Corujal. 

 

  -Seu pai vai casar. -disse alguém o assustando, ele se virou devagar e viu Rick com o convite em mãos. -Desculpe, não consegui conter a curiosidade. 

 

  -Tudo bem. -Scorpius olhou o envelope nas mãos de Rick e suspirou. -Jogue no fogo se quiser. -ele acenou e foi em direção a porta de saída, sendo impedido por algo que acertou de leve a sua cabeça. Se virou pronto para reclamar com Rick, mas então viu Albus na porta, erguendo a varinha e fazendo um aviãozinho de papel ficar em posição de ataque sobre ele. Rick continuava perto da mesa, fazendo outro aviãozinho, o convite pousado na mesa. -O que foi isso? 

 

  -Me espere. -pediu Albus, balançando a varinha fazendo o avião girar em círculos sobre Scorpius, enquanto esse ia buscar a bolsa no dormitório. 

 

  -Você não vai ao casamento? -perguntou Rick, levantando o envelope verde. 

 

  -Creio que... vou estar fazendo algo mais útil quando isso acontecer. Talvez esteja viajando. -riu e passou as mãos no rosto, a carta roçando seu queixo. -Não estou falando com eles ultimamente. -jogou os ombros. -Quem sabe esse Natal também seja surpreendente. 

 

  -Não, chega de Natal com Saoen de Papai Noel, nem poção como presente. 

 

  Scorpius riu e bateu no avião de papel de Albus, pouco depois esse saiu do dormitório acenando para Rick, e puxando Scorpius para fora sem o dá tempo de se despedir. Malfoy estava achando-o um pouco estranho desde a noite anterior, parecia agitado demais quando sentou na sua cama e tinha uma pena presa na gola como sempre acontecia após se transformar. 

 

  -Para onde vamos? -perguntou Albus caminhando ombro a ombro com Scorpius no corredor estreito. 

 

  -Vamos no Corujal mandar uma carta. -disse mostrando a carta entre os dedos. 

 

  -Quem é Anabel? -perguntou lendo o verso da carta. 

 

  -Uma prima, ela vai me ajudar com um problema. -ele não devia contar o problema com Simon, não naquele momento, então enfiou a carta no bolso para evitar muitas perguntas. 

 

  -Está com problemas? -Albus o perguntou já na subida dos degraus, hall já estava se enchendo de alunos, alguns de passagem para o Salão Principal. 

 

  -Conversamos lá em cima. -disse sendo essas as últimas palavras a trocar antes que fizessem o caminho para a torre do Corujal. 

 

***

 

  Hogwarts era um labirinto sinuoso para alunos inexperientes, Scorpius sabia se virar bem com todos os corredores e degraus, mas as vezes tinha que puxar Albus de lado e o indicar o caminho certo. Isso aconteceu algumas vezes antes que finalmente chegassem na porta do Corujal, com Scorpius segurando o braço de Albus para o guiar. 

 

  -Como você chega aqui sozinho? -Scorpius perguntou enquanto subia os degraus sujos de excremento e palha, o odor já conhecido das corujas estava mais aguçado naquela manhã. 

 

  -Eu demoro a chegar, mas chego. Saio pela janela, procuro lá de fora as vezes. -respondeu vindo em seguida, franzindo o rosto para o piso sujo. -Corujas sujas. 

 

  -Você é uma delas, esqueceu? 

 

  -Não sou sujo. 

 

  Scorpius empurrou a porta e entrou devagar no cômodo, não queria ser odiado pelas corujas, olhou uma por uma em seus ninhos, algumas acordadas os observando, outras dormindo após a noite de caça intensa. Por fim escolheu uma que parecia mais acordada que as outras, penas castanhas e olhos amarelos, pulou no seu braço sem hesitar. Scorpius a levou para a janela, a fez descer para o parapeito e amarrou o bilhete com a cordinha na perna dela, a coruja ou viu o endereço que Scorpius sussurrou e partiu em voo, enquanto ele a observava sumir no horizonte. Sentiu o vento no rosto, o cheiro de manhã que as árvores de Hogwarts traziam, e mais ainda, sentiu uma mão deslizar pelas suas costas até a base da coluna, seus ombros ficaram tensos, a respiração falha. 

 

  -Eu ainda não entendo você. -riu Albus tirando a mão das costas dele e se inclinando para o parapeito igualmente, com os cotovelos contra as pedras. -Fica tenso comigo. 

 

  -O corujal é o seu lugar preferido para me fazer perguntas? -questionou o olhando de soslaio, na noite anterior havia sido um grande avanço, mas isso porque ele havia lhe dado um pouco do seu passado de volta, talvez ele quisesse mais. -Não posso lhe entregar tudo de bandeja, a menos que me queira preso. 

 

  -Não quero saber nada de antes. -disse irritado. -Quero saber de agora, por que agora, você fica tenso?

 

  -Tenho motivos, Albus, não preciso lhe contar tudo. -Scorpius olhava para o gramado lá em baixo, quando, sua vista embaralhou e ele se viu contra a parede do Corujal, Albus na sua frente, segurando seus braços com força, como fizera no ano anterior apesar de não se lembrar, parecia confuso por ter feito aquilo. -O que você... -Albus o interrompeu colocando um dedo na frente dos seus lábios, Scorpius tentou relaxar, mas ficar tenso por causa dele era natural.

 

  -Eu fiz isso uma vez. -disse baixo para si mesmo e Scorpius arregalou os olhos, notando isso Albus riu. -Eu fiz não fiz? 

 

  -Fez, mas...

 

  -É, não foi só isso, oque eu não me lembro. -ele soltou uma das mãos e passou-a pelo rosto, puxando os cabelos escuros para trás. Scorpius pegou uma ponta da capa dele e o trouxe mais para perto, mesmo que esse estivesse franzindo a testa. -O que está fazendo? 

 

  -O que você fez. -respondeu nervoso, sua mão chegava a tremer ligeiramente. O puxou mais para perto ainda quando ele soltou seu outro braço. -Tínhamos brigado por causa da Clary, eu estava com raiva, gritamos um com o outro, você foi embora... mas você voltou. 

 

  -Sim. -disse fazendo-o prosseguir, também estava nervoso por estar tão perto.

 

  -Então... você me... -ele respirou fundo e riu. -Você me beijou. 

 

  Albus arregalou os olhos, não disse nada, mas também não se afastou, apenas ficou o encarando com as bochechas vermelhas. Scorpius começava a achar que tinha sido má ideia quando Albus riu  e apoiou uma das mãos no seu ombro. 

 

  -É estranho você me dizendo isso. -disse olhando para baixo. -Então foi isso? Ou está brincando? 

 

  -Não brincaria com isso. 

 

  -Ótimo. -Scorpius estava achando estranha a forma boa como ele estava aceitando aquilo. -É que... eu estava começando a pensar que eu estava ficando louco. 

 

  -Por que? 

 

  -Sonhar que beijei meu melhor amigo? Não parecia tão normal para mim. -ele riu mais uma vez e voltou a empurrar Scorpius contra a parede. -Você me bateu depois disso ou ficamos bem? 

 

  -Ficamos bem. -respondeu desconfiado. 

 

  -Melhor ainda. -Albus levou sua mão do ombro dele para a nuca e o puxou devagar para perto. -É, acho que eu me lembro disso.

  Scorpius estava com medo de piscar mais uma vez e perceber que estava em um sonho, mas não, não era, Albus estava realmente ali. Seus rostos ficaram próximos, podia sentir a respiração dele, a mão acolhedora que o puxava para perto. Até a porta abrir violentamente atras deles, Albus se afastou com o susto, o coração palpitando assustado, mas na porta era apenas Clary. Mal parecia ter acordado direito, mas estava agitada demais, olhando para todos os cantos.

  -Os dois, não fiquem sozinhos, alguem deixou a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas aberta, agora tem duas fadas mordentes por aí, -ela os alarmou, mas logo depois erguendo as sobrancelhas. -O que estão fazendo aqui? E tão perto? 

  -Nada, vamos caçar fadas. -retrucou Scorpius tentando mudar o assunto da conversa, pegou o braço de Albus e o puxou lá para baixo evitando o contato visual de Clary.


Notas Finais


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