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História Stitches - Two


Escrita por: poxamicheele

Notas do Autor


Mais um capítulo, espero que gostem O//

Capítulo 2 - Two


Fanfic / Fanfiction Stitches - Two

– Quem é você? – Disse segurando minha bolsa fortemente em minha mão, se ele vir para cima de mim eu irei atacar nele, tenho certeza que os livros da faculdade me ajudaram em alguma coisa nesse momento. – Quem é você pra falar que eu sou doida? Eu nem te conheço, sorte que eu não sei onde você esta, se não eu te daria um soco por estar insinuando que eu sou estranha.

Minha respiração estava pesada e meus olhos agora estavam abertos tentando procurar algum vulto naquela escuridão, mas como eu não me toquei que tinha alguém aqui quando eu entrei? Claro, eu e minha mania idiota de entrar olhando para o chão quando eu entro nessa merda de metal da morte ou porque eu sou um pouco desligada também, qual dos dois, eis a questão.

– E é super normal sair atacando as pessoas só porque ela te "insinuou" que você é estranha. – Seu tom era irônico, mas não deixava de mostrar o quão bela sua voz era, era uma voz rouca e suave, se ele fosse cantor, eu com certeza compraria seu CD. – E meu nome é Shawn, mas pode me chamar de bonitão. – Ouço um barulho de algo escorregando que provavelmente seria ele sentado no chão. – Então, quer me dizer por que você tem medo de elevador?

– Então Shawn, desde quando você está nesse elevador mesmo? – Disse ignorando o apelido que ele tinha falado e aquilo fez ele soltar uma risada alta, fazendo-me esbouçar um pequeno sorriso e agradecendo por saber que ele não veria. – Não, eu não tenho medo de elevador.

Eu não admitiria que tenho medo, porque a maioria das pessoas não entenderia e eu voltava com aquela inveja ao ver que ele estava tão tranquilo e agradecia em saber que ele não poderia ver minha expressão apavorada.

– Ok então, digamos que você não tem medo... – Ele falava, porem logo cortei rapidamente.

– Eu não tenho medo, ok? – Falei ríspida.

– OK, desculpa moça, eu entendi você não tem medo. – E ele voltava a dar aquela risada, que era completamente sexy, merda, o que estou pensando, disse balançando minha cabeça de um modo que tirasse esses pensamentos. – Mas se você "tivesse" porque você compraria um apartamento no oitavo andar? Não é uma loucura?

Ok, agora ele deve me achar doida mesmo, era obviou que ele sabia que eu tinha medo, mas eu não poderia fazer nada, era o único apartamento barato que eu conseguiria pagar com o salario que eu ganho – e eu tentei achar um apartamento no primeiro andar e até uma casa – mas como vocês perceberam, eu não consegui.

– Eu gosto de viver perigosamente... Como você pode ver eu estou aqui com uma cara que eu não sei quem é e que pode ser muito bem um psicopata que gosta de ficar preso com pessoas no elevador. – Comentei em um tom sarcástico e respirei fundo, merda, estou me sentindo sufocada.

– Na verdade, eu não sou desconhecido. – Seu tom era divertido e isso estava me dando raiva, como alguém poderia ser tão tranquilo? – Eu te vejo praticamente todos os dias.

Esta bem, aquilo me pegou de surpresa, agora ele me via praticamente todos os dias? Isso só pode ser uma pegadinha, será que minhas amigas falaram para televisão sobre meu medo e estão tentando brincar comigo, ok, estou ficando louca.

– Eu acho que não, se você me vê todos os dias, me diz, porque eu nunca te vi? Eu nem me lembro da sua voz. – E com certeza se eu tivesse ouvido em algum lugar, eu lembraria pelo resto da minha vida.

Respiro fundo novamente e passo a mão no meu rosto, encosto minha cabeça na parede do elevador e começo a contar até dez em minha cabeça, eu não estava conseguindo respirar direito e trancada daquele jeito estava só piorando, eu precisava respirar, merda.

"Eu vou morrer" – Era a única coisa que eu conseguia pensar.

– Com certeza você não esta bem, Ash. – Ouço ele começar a levantar e ao fazer isso o elevador começou a fazer um barulho estranho, provavelmente por causa do peso.

– Por favor homem, volta para a merda do lugar que você estava sentado. – Eu falava alto e meu tom transmitia o quanto eu estava nervosa, eu comecei a transpirar e aquela merda de barulho que não parava me deixava apavorada, principalmente quando ele teimava em vir em direção a minha voz. – Porra cara, volta pra merda do seu lugar, ninguém te quer aqui perto não.

Uma coisa sobre mim, sempre quando estou nervosa eu falo palavrão, eu sei que não é bonito uma garota falar palavrão, mas foda-se.

– Respira, se não você vai ter um ataque aqui dentro... eu vou só me aproximar, esse barulho é normal, provavelmente é porque esta sem energia. – Seu tom era tranquilo e sereno e eu ouvia alguns passos e logo sinto algo me chutando.

– Epa, você vai me chutar mesmo? – Perguntei seria enquanto ficava apertando a bolsa que continuava em minha mão e logo ouvia sua risada novamente, uma coisa que eu reparei alguns minutos com ele, era que ele gostava de dar risada e sua risada me distraia. – Você é sempre feliz assim? Ou você é idiota mesmo?

– E você, é sempre chata assim mesmo ou esta de TPM? – Logo sinto ele se abaixando e tateando o chão e depois de alguns segundo sinto uma mão no meu pé. – Achei você moça.

– Nossa, que felicidade... Obrigada meu herói. – Comentei sarcástica e sentia que ele estava sentando ao meu lado, pois nossos braços se roçavam por cima da blusa, merda, odeio não ver o rosto das pessoas, odeio estar no escuro, odeio estar presa em um elevador.

– Sabia que quando a pessoa esta com medo, a maioria das vezes ela tenta se auto proteger atacando as pessoas com palavras ofensivas? – Ele falou em um tom serio, que eu não tinha o visto falar até agora. – Você esta tão distraída que nem reparou que eu falei seu nome, só estava tentando argumentar que não estava com medo.

Eu não falei nada, ele estava certo, eu estava com medo e foi isso que falei para ele.

– Estou com medo, eu odeio elevadores, oh, como eu odeio eles... você bem que poderia ligar a lanterna do celular, não acha? Meu celular tinha acabado a bateria e eu preciso me distrair e quem sabe eu não leio o livro que esta na minha bolsa. – Falei rápido de mais, porem eu precisava me distrair, não aguentava aquela tortura.

– Não vou ligar a lanterna, eu quero conversa com você e tenho certeza que conseguirei distrai-la. – Ele dizia com um tom um pouco malicioso enquanto se mexia um pouco do meu lado. – Então, não quer saber como eu sei seu nome?

– Na verdade, eu não quero saber não Shawn, já que não vai ligar a merda da lanterna me deixa em paz. – Meu tom era bravo, esse homem era maluco.

– Fico feliz que perguntou, porque eu queria falar mesmo sobre isso. – Ele só pode ser maluco isso esta comprovado, socorro, eu preciso que me tirem desse lugar, tem um psicopata aqui, pensava comigo mesma. – Eu sou seu vizinho e....

– Espera, eu não tenho um vizinho, não tenta mentir para mim. – Disse em um tom sarcástico enquanto soltava um suspiro e tentar respirar pelo nariz. – Eu me lembro que a mulher falou que não tinha ninguém quando eu comprei o apartamento, me diz, devo começar a tentar fugir daqui, porque provavelmente agora esta comprovado que você é um psicopata, né?

Comecei a mexer com a alça da minha bolsa, enrolando no meu dedo, eu costumava sempre mexer em algo quando estava dentro do elevador era uma mania que eu acabei pegando para ter minhas crises de pânico e sempre me ajudava, fazia eu não parecer tão louca.

– Eu me mudei a três meses, por isso você não deve nem ter percebido... convenhamos, você sempre sai cedo e chega tarde, eu pensava que não tinha ninguém ao lado porque era sempre silencioso, mas um dia eu esbarrei em você sem querer quando estava entrando no elevador e você nem olhou para o lado e nada, continuo somente olhando para o chão e mexendo na alça da bolsa. – Falou ele rápido e com aquela voz calma e com um ar profissional. – Mas fique tranquila, eu não sou nenhum doido ou algo do tipo, na verdade eu até sou bem conhecido pelas pessoas, mas agora estou ofendido... Você não me conhece. 

– Me diz algo, você sempre fala muito desse jeito? – Perguntei soltar um suspiro e acabo por dar uma risada baixa. – Você é estranho e agora esta delirando. 

– Eu falo muito ou você fala pouco demais? Eis a questão Ash. – Ele falou voltando aquele tom contente e acabo por revirar os olhos. – E sua risada é linda, deveria rir mais.

– Eu sempre estou rindo, só não quando estou numa merda de elevador. – Falei indignada reparando que ele tinha formulado eu como uma pessoa séria e problemática. – E isso é um flerte? – Minha voz saiu em um tom sarcástico.

– Você é muito brava, não acha? Mas eu gosto de meninas assim. – Shawn empurrou meu ombro enquanto falava. – Mas se quiser levar como um flerte eu não vou ligar, porque eu não sou bobo de ignorar uma garota bonita.

– Uau, ganhei minha semana depois de ouvir essa, não sabe como eu estou feliz agora. – Balancei a cabeça e comentei em um tom sarcástico ao ouvir as besteiras que ele falava. – Não disse como descobriu meu nome?

– Para de mentir, eu sei que você ganhou o ano com esse elogio, eu só não comecei a me achar porque é a primeira vez que estou conversando com você. – Enquanto ele falava dava para perceber que ele estava animado. – Eu fiquei interessado em saber quem você era, vai que você era uma psicopata ou uma ladra, espera, essa é bem melhor.... Vai que você estava no prédio só para possuir meu corpo lindo. – Seu tom era descontraído enquanto falava e aquilo me fez abrir um breve sorriso. – Eu queria contar uma historia estilo FBI, mas eu somente perguntei para o porteiro.

– Isso é bem pratico, senhor humilde. – Ele era engraçado e isso me fazia rir e nesse momento eu soltava uma gargalhada baixa enquanto respirava fundo. – Então se conversamos mais vezes, você vai ser mais convencido?

– Eu poderia dizer que não, mas eu provavelmente vou me achar mais e você também, vai poder falar para suas amigas que seu vizinho é muito gostoso. – Ao falar ele começou a cutucar meu braço, fazendo-me dar um tapa em seu dedo.

Estava normal, eu poderia dizer que conseguiria aguentar ficar tranquilamente com ele no elevador e principalmente sem medo, mas como eu falei e vou ressaltar, eu sou uma pessoa azarada e claro que o elevador tinha que começar a balançar e fazer uns barulhos estranhos, eu vou morrer dentro dessa merda, começo a bater meu pé no chão enquanto colocava minhas mãos em minha cabeça.

– Um... Dois... três... – Em meu pequeno surto, acabo ouvindo a voz do homem que estava ao meu lado, sua mão estava em meu ombro e ele passava a mesma até tentar achar minha mão. – Vamos Ash, eu te ajudo. – Logo sinto a mão dele em cima da minha, que estava em meu rosto e ele tirar delicadamente de lá.

– Quatro... Cinco... Seis... – Ao contar eu respirava pelo nariz e soltava pela boca e acabo tendo mais confiança ao sentir o homem entrelaçar nossas mãos e seu dedão começar a fazer carinhos leves em meus dedos. – Porque esta fazendo esse barulho horrível, mas que bosta. – Meu tom era de uma pessoa brava, frustrada, apavorada, triste, tudo ao mesmo tempo.

As vezes é fácil perder o controle quando você esta em um local que não gosta ou você se sente desconfortável, era sempre assim que eu me sentia no elevador, mas o carinho que eu estava recebendo e atenção com sua voz calma fazia o meu medo ser esquecido por alguns segundos, minutos, eu não sei, nesse momento eu somente me concentrava em sua voz. 



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