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História Stockholm Syndrome - Não me abandone


Escrita por: 1llusion

Notas do Autor


É, agora complicou tudo.

Capítulo 11 - Não me abandone


Eu havia acordado ainda sem roupas, estava cansada pela noite anterior e havia tido um pesadelo com Hanbin, suspirei pensando que estava tudo bem agora, olhei em volta sem ver Ji-won. Levantei indo até a janela vendo o lado do lado de fora, era bonito. Uma pena que eu nunca havia aprendido a nadar. Dei um leve sorriso ao caminhar até o armário pegando meu roupão e o vestindo. Eu ainda estava pensando em Jiun morto, como Ji-won o arrastou pelo chão e o golpeava com aquele machado, o ódio estava estampado por seu rosto e eu podia ver aquela frieza, como queria destruir aquele cadáver só por ter tocado em mim. Eu devia saber que ele era daquela forma e, mesmo assim, eu pensava que era apenas o meu Bobby. Que havia me protegido. Saí do quarto com passos lentos até a escada que dava para o primeiro andar da casa, olhei discretamente vendo que ele estava lá recarregando uma série de armas que mantinha na casa, certamente eu estava ciente que ele atiraria em qualquer um que se aproximasse da casa. Desci a escada lentamente o olhando vendo como estava focado naquilo e quando escutava meus passos, por impulso pegava a arma e apontava para mim com uma expressão séria no rosto. Fiquei paralisada até ele ver que era apenas eu, colocando a arma sobre a mesa, correndo até mim, abraçando minha cintura e me levantando com um grande sorriso estampado no rosto.

- Quase que atiro em você, meu anjo – ele falava – Pensei que ia estar dormindo. – falava olhando fixamente em meus olhos, eu ainda estava tremendo com o jeito que havia apontado a arma para mim, mesmo assim o abracei como se ter aquele medo fosse algo normal, ele alisava meus cabelos com calma e ria suavemente – Quer comer alguma coisa?

Neguei com a cabeça, não estava com fome mesmo. Ele me colocava no chão e sorrindo voltava a atenção para as armas, as recarregando e as limpando, não sabia que tinha mais de uma, olhei bem sem saber muito bem os nomes das armas. Sabia que uma delas era um rifle. Ele devia gostar desse tipo de coisa, ainda me sentia sem jeito por pensar que eu não sabia muito sobre ele ainda, olhei as armas vendo como pareciam pesadas. Eu mal conseguia usar um machado, claro que jamais conseguiria usar uma arma. Ele Haia se sentado em uma das cadeiras e mexia no revolver que estava sobre a mesa, limpando com cuidado, era a mesma arma que tinha usado para atirar em mim, me olhava vendo como eu estava olhando para as armas e então sorriu de lado.

- Armas não combinam com você, me lembro de como suas mãos tremeram quando segurou meu revolver – sorria mais uma vez – Não consigo me concentrar com você de roupão assim. - Senti meu rosto corar, dei um leve sorriso ao escutar, passei a mão em seus ombros fazendo uma leve massagem ali, ele segurava em minha mão me puxando até que eu sentasse em seu colo, como se eu não tivesse permissão para sair de perto dele. Aproximava o rosto do meu largando a arma sobre a mesa – Despistamos as buscas, sabia? Dificilmente chegarão até aqui. Mas se alguém chegar, claro que serei obrigado a matar, nada vai te tirar daqui – sorria mais uma vez – Não tem permissão para sair da casa, se sair uma vez sequer terei que te colocar no porão. Sabe que é para o seu próprio bem, não é?

- Aqui tem porão? – olhei sem entender, ele sorria e se levantava me tirando de seu colo, seguindo para o grande tapete no chão da sala, tirando o mesmo abrindo um alçapão que levava á uma pequena sala ali embaixo, era um lugar pequeno onde dificilmente eu conseguiria me deitar, havia espaço para que eu ficasse sentada ali abraçando meus joelhos, senti meu coração apertar ao ver aquilo. Olhei para Ji-won dando um leve sorriso como se dissesse que eu não iria desobedecê-lo, ele já tinha total controle sobre mim. Era lógico que eu não iria desobedecê-lo. Ele riu e fechava o alçapão tampando o mesmo com o tapete me olhando por um tempo – Não se levante. – ele ordenava, indo até as escadas para subir até o quarto, voltando depois de um tempo olhando para mim com satisfação por eu ter obedecido e não ter me levantado em nenhum momento se sentava em um dos sofás com um leve sorriso nos lábios, dando permissão para que eu me levantasse, sentei ao seu lado e encarei as estantes de livros. Estranhei que fossem de medicina e todos sobre um assunto específico, ele estava mesmo pensando em todas as chances mínimas que eu engravidasse, ele queria mesmo isso? Virei o rosto para olhá-lo, mas na mesma hora ele levava uma venda aos meus olhos deixando que eu não visse mais nada. Eu não sabia o que ele pretendia com isso, era estranho estar assim, um medo me atingiu e encolhi os ombros, mas ele riu passando a mão na lateral de meu rosto fazendo um leve carinho ali.

- Calma, eu estou aqui – falava – Mas você escutou a voz de Hanbin, tenho que me certificar de que ainda não quer fugir e correr para os braços dele. Se por acaso ele aparecer aqui, vou ter que matá-lo. Vou te manter assim só durante um tempo, tudo bem?

Eu estava com medo, mas não podia falar nada, se ele se irritasse eu ficaria naquela pequena sala escura e isso era a última coisa que eu queria.

- Se isso te fizer feliz... – falei timidamente ainda sem poder ver nada, estava quieta, sentada naquele sofá me sentindo nervosa por sentir o olhar dele em meu corpo e seus dedos passarem no tecido de meu roupão abrindo o mesmo lentamente, parecia que ele havia se levantado e estava difícil saber onde ele estava, para onde estava olhando. Queria falar que estava com medo, mas de repente o senti abrir eu roupão,  me deitando no sofá, gemi ao senti-lo me penetrar com força sem dizer mais nada, eu estava esperando para que fosse isso, mas não dessa forma tão rápida, virei o rosto ainda sem poder enxergar nada. Abracei seu corpo gemendo baixo ao senti-lo com cada vez mais força, ele sempre ia com mais agressividade quando eu falava em Hanbin ou quando ele sabia que eu havia pensado nele. Segurava minhas mãos com força gostando de como eu gemia, finalmente tirava a venda de meus olhos quando acabava, olhava meu rosto vermelho e minha respiração ofegante com um sorriso de satisfação dando beijos em meu rosto, pensei por um segundo que ele de fato tinha em mente matar Hanbin, achando que assim as pessoas parariam de me procurar. Ele estava satisfeito e acariciava meu rosto calmamente.

- Fica aqui na sala, gosto de ter você por perto. Vou trazer alguma bebida para você, meu anjo – ele falava com um suave sorriso ao se levantar voltando a vestir a calça, estava sem camisa e me olhava carinhosamente mais uma vez antes de seguir para a cozinha. Eu ainda estava ofegante e me acomodei melhor no sofá olhando em volta vendo como tudo ali era bonito, meu apartamento não tinha muita coisa, só o que era necessário. Eu não devia pensar em Hanbin, isso era passado, minha vida agora era ali, com as regras de Ji-won. Fechei meus olhos por alguns minutos pensando nas buscas que estavam fazendo para me achar, não parecia ser uma busca pequena, então certamente havia a chance de que achassem os corpos e fossem atrás de Ji-won quando achassem o corpo de Jiun. Era uma chance pequena, mas se fosse verdade, o que poderia acontecer? Abri meus olhos escutando os passos de Ji-won, ele colocava a bandeja na mesa de centro, pude ver a xícara de chá e alguns biscoitos que eu gostava, me sentei tomando um pouco do chá ainda sentindo meu corpo quente pelo toque de Ji-won. Comi alguns biscoitos olhando a lareira e então ele que guardava as armas em um armário perto da cozinha, voltando a atenção até mim com um sorriso ao me ver comer os biscoitos como se nada tivesse acontecido, andava até perto do sofá em que eu estava segurando um de meus pés fazendo uma leve massagem ali ao se sentar no chão, mesmo que fosse agressivo comigo quando transávamos, sempre depois era gentil. Sorri ao sentir aquela massagem o vendo dar um leve beijo ali, se levantando com calma e então se deitando no sofá encostando a cabeça em meu colo, fechando os olhos. Sabia que eu não teria coragem para desobedecê-lo ou tentar machucá-lo, deixei a xícara na bandeja e passei meus dedos em meus cabelos vendo como parecia cansado. Exausto na verdade.

- Eu te amo, Bobby – falei baixo achando que já estava dormindo, mas ele sorriu ao escutar logo resmungando ao escutar o celular tocar, se levantando tendo que ir até a mesa onde havia deixado o celular, não parecia querer atender a ligação e me olhava carinhosamente mais uma vez – É sobre a negociação? Eles ainda não sabem que não vai me devolver?

Ele sorria de lado concordando com a cabeça.

- Não os culpo, se eu fosse algum deles certamente te procuraria até no inferno só pela chance de olhar em seus olhos – andava até mim beijando minha testa – Meu anjo, por que não faz algo por mim? Uma prova de que não quer ser achada? – senti seus dedos acariciando meu rosto, fechei meus olhos sentindo cada vez mais aquele carinho – Uma carta talvez. Eles ainda insistem que eu te mantenho em perigo... É um absurdo, eu te amo mais do que qualquer pessoa amaria – ele sorria mais uma vez escutando o celular tocar mais uma vez, passando o mesmo para mim para que eu falasse. Eu podia ter gritado o nome de Ji-won para que o investigassem, mas meu coração acelerou assim que olhei em seus olhos. Escutei os policiais gritando ao telefone, pareciam desesperado para qualquer termo de negociação.

- Meu nome é Jihye. Fui levada há algum tempo e sei que organizam buscas para que salvar, mas... Eu não quero ser salva, eu estou bem. – falei vendo Ji-won finalizar a ligação me olhando orgulhoso ao ver que eu era realmente dele e que não queria mais fugir, beijava minhas mãos e subia o olhar para meu rosto com calma, segurando em minhas mãos as beijando cuidadosamente.

– Vamos acampar hoje, merece um prêmio por ter se comportado tão bem assim, meu anjo. – ele falava ao se levantar – Vou cortar lenha e levar algumas coisas, tem algumas roupas no armário. Por que não se veste e vai me ajudar? Tem permissão para sair de casa comigo. – ele falava tranquilamente fazendo com que eu sorrisse, levantei já correndo até a escada subindo a mesma até o quarto vendo o armário, tirei do mesmo uma sacola de roupas que ele havia comprado para mim, era uma calça jeans e uma camiseta um pouco larga, era confortável voltar a vestir roupas que não eram simplesmente as camisas dele ou um roupão. Meus cabelos estavam crescendo depressa, estava começando a gostar de ter meus cabelos curtos de certa forma. Voltei a sair do quarto descendo as escadas com um sorriso ao ver Ji-won sair da casa e caminhar até o carro tirando do mesmo uma mochila, fiquei na porta da casa o olhando esperando que me desse permissão para que eu saísse. Ji-won me olhava e sorria de lado – Anjo, preciso comprar algumas coisas. Entra no carro, vamos dar uma volta.

- Não é perigoso? – perguntei um tanto incomodada, mas segui até o carro sorrindo levemente o vendo abrir a porta do carona para que eu entrasse, me sentei no assento já me virando para ele, juntando minhas mãos já  esperando pela corda – Devo me esconder no carro?

- Não é necessário a corda dessa vez – ele ria e fechava a porta, entrando na casa e voltando depois de um tempo vestindo uma camisa mais quente, guardando a arma no bolso do casaco que vestia em seguida, deveria ter deixado a mochila na sala, quando havia entrado no carro dando um lento beijo em meus lábios pegando um casaco do banco de trás, me vestindo com ele colocando um boné em minha cabeça e colocando também o capuz do casaco – Fique perto de mim, não haverá muito com o que se preocupar. Confio o bastante em você agora para saber que irá colaborar.

- Confia em mim? – perguntei de uma forma tímida, era bom saber que eu tinha a confiança dele, coloquei o cinto de segurando e ajeitei o casaco e o boné rezando para que ninguém me reconhecesse, então me olhei no espelho do carro vendo que eu parecia mesmo diferente do que eu me lembrava. Havia emagrecido, meus cabelos estavam mais curtos e eu parecia mais pálida, talvez fosse por que eu não via a luz do sol muitas vezes. Sempre fiquei trancada na casa, então eu não devia esperar resultado muito diferente. Ji-won começava a dirigir, havia um a trilha velha e escondida ali, que depois de um bom tempo levava á estrada, ele estava sorrindo com a pergunta e rapidamente alisava minha perna carinhosamente.

- Claro, demorou bastante,  mas descobriu que eu que te mantenho segura – ele parecia muito mais feliz nos últimos dias, olhava a estrada e seguia dirigindo, parecia que estávamos mesmo afastados e havia algumas pequenas cidades do interior, fazia tanto tempo que eu não via uma cidade... Era bom e ao mesmo tempo amedrontador ver as pessoas nas ruas, as lojas, a luz do dia. Minhas mãos tremeram ao ver outras pessoas, eu estava com medo? Sim, claro que estava. Outros lugares, outras pessoas, tudo era proibido para mim – Vamos comprar algumas coisas para acampar, está precisando de alguma coisa?

- Não muita coisa, Bobby... – falei enquanto ele parava o carro em frente de uma loja, abria a porta e logo dava a volta no carro abrindo a minha porta, gentilmente tirando meu cinto de segurando e segurando em minha mão me ajudando a sair, olhei em volta ainda com medo e apertei sua mão, ele estava bem, como se tivesse certeza que não era nada de mais me levar para sair ás vezes. Assim que entramos na loja vi que era uma loja de itens variados, de ferramentas á cabanas para acampamento, dei um leve sorriso com aquilo e o olhei sem saber que permissões eu tinha.

- Meu anjo, tente não se afastar de mim. Vou ver tudo o que preciso, se conseguir ver algo que queira é só me falar – dava um beijo em meu rosto fazendo que o mesmo se corasse e andava até as cabanas vendo qual seria melhor, caminhei atrás dele como se eu fosse uma criança que estivesse com medo de se perder e apertei seu braço o olhando com medo, ele riu e me olhava como se eu estivesse sendo adorável – Eu não vou deixar ninguém te machucar, prometo que aqui vai ser bem rápido e vamos para casa – me abraçava apertando de leve minha bochecha – Vamos ficar na lareira, vai ser bom, não vai? Vamos acampar outro dia, para prepararmos tudo com calma. Agora vou escolher a barraca, pode ver o que tem na loja e se quiser algo, venha até mim.

Concordei com a cabeça recebendo um leve beijo em meus lábios, o olhei escolher a melhor barraca e me virei olhando a loja, dificilmente teria algo que eu quisesse, mas não fazia mal olhar. Andei vendo como uma loja podia ser tão variada, caminhei até a parte de ferramentas olhando atentamente as estantes com os machados e serras, Ji-won gostava mais de rifles, revolveres, armas de fogo. Sempre me lembrava de como ele havia matado o próprio irmão por minha causa, a frieza que ele tinha em dizer que matar por outra pessoa era a maior prova de amor que alguém poderia dar, sempre me dava pesadelos como eu estava desesperada e como pude ver bem diante de meus olhos Ji-won com ódio, golpeando o corpo com um machado pesado, fazendo com que aquele corredor branco se manchasse com o sangue do próprio irmão. Ele fez aquilo para me proteger... Não é? Eu o amava, ele só queria me proteger, não foi culpa dele. Eu estava sendo louca por pensar assim? Que eu estava segura com ele e que eu não precisava de mais nada? De mais ninguém? Suspirei mais uma vez olhando para o lado vendo algumas pessoas ao final da seção de ferramentas conversando entre si, havia um homem alto e vestia um casaco com a estampa de um time de basquete, a camisa era mais escura, ele tinha cabelos castanhos e parecia falar com as pessoas entregando alguns papéis, então senti meu coração se apertar. Não, não, não. Era mesmo ele? Era meu irmão? Dei um passo para trás o reconhecendo, meu deus... Era ele mesmo. Os cabelos curtos e castanhos, ele sempre usava aquele casaco do Chicago Bulls, me lembrei de como ele amava basquete e como sempre vibrava quando íamos ver a algum jogo em um bar de esportes. Não, eu não podia ir lá, abraçá-lo e dizer que sentia sua falta, ele me tiraria de Ji-won e jamais deixariam que eu o visitasse se fosse preso. Era proibido que eu fizesse isso, aquele passado que eu tinha já não me pertencia mais. Virei olhando as ferramentas e gelei ao escutar os passos, ele havia parado ao meu lado sorrindo gentilmente sem me reconhecer.

- Com licença, desculpe o incômodo, poderia pegar esse panfleto? Minha irmã desapareceu há um ano e... – ele falava tentando fazer com que eu pegasse o panfleto, me virei dando as costas á ele sabendo que eu devia agradecer a deus por ele não ter me reconhecido, abaixei a cabeça me encolhendo no casaco e no boné de Ji-won impedindo que visse meu rosto, não podia olhar nos olhos de meu irmão. Se eu olhasse, eu choraria e falaria para ir embora, que não queria que Ji-won o matasse. Andei o sentindo segurar em meu braço – Por favor, sei que pode parecer que é mais uma pessoa que desapareceu, mas... É a minha irmã mais nova, o nome dela é Jihye. Até o nome dela é adorável, não é...? Ela é frágil, sensível, é fácil magoa-la só com uma palavra e eu não a protegi como deveria... Eu tenho que achá-la, não sei o que estão fazendo com ela, nem onde está. Por favor, pegue o folheto, se caso a ver em algum lugar, ligue para o número. Estamos a procurando sem nenhum descanso.

Fechei os olhos com força sabendo que eu não podia falar nada, ele reconheceria na hora, peguei o papel sem me virar e andei me encolhendo no casaco, eu tinha que ir até Ji-won, tinha que correr e me esconder no carro.

- Obrigado! – ele falava olhando os folhetos que tinha em mãos e então franzia o cenho como se algo estivesse errado, então levantava o olhar e me olhava andar de costas – Espera. Poderia se virar? É que tenho uma sensação estranha e... Poderia se virar? – ele pedia fazendo com que eu ficasse mais pálida, ele suspirava e fechava os punhos deixando os folhetos caírem de suas mãos, corri como nunca havia corrido desde então vendo que Ji-won estava colocando as coisas no carro, entrei no carro me abaixando tentando me esconder. Ele havia corrido atrás de mim como se sua suspeita houvesse sido verdadeira, mas assim que correu para bater as mãos no vidro do carro, Ji-won se apressou e o empurrou para longe da janela.

- Ei, ei! O que pensa que está fazendo? – ele perguntava sério, aquilo não podia estar acontecendo. Eu me escondendo no carro e meu irmão tentando abrir a porta para me tirar do carro.

- Quem é essa pessoa no carro?! Faça-a sair, eu preciso ver o rosto! – ele gritava sem nenhum controle chamando a atenção de cada vez mais pessoas, mas Ji-won ainda mantinha a calma balançando a cabeça negativamente.

- Está assustando a minha noiva, poderia parar com isso? Acabamos de nos mudar, houve um incêndio em nossa casa e ela se feriu gravemente. Sabe como é difícil fazê-la sair de casa sem que ela tenha medo que as pessoas vejam as queimaduras no rosto? – falava colocando a mão no ombro de meu irmão – Por favor, pare. Ela está assustada.

Ele parava de gritar respirando profundamente ao pensar no que dizia, se afastando aos poucos como se estivesse envergonhado.

- Eu sinto muito, eu que devo estar enlouquecendo... Minha irmã sumiu há um ano e agora eu a vejo em todo lugar – a voz dele estava trêmula e olhava  Ji-won forçando um leve sorriso – Desculpe mais uma vez, eu não queria ser um maluco que fica correndo e gritando com a noiva dos outros...

- Tudo bem, a situação deve ser bem difícil. Desculpe, mas tenho que ir. – Ji-won falava dando um leve sorriso e dava a volta no carro entrando no banco do motorista já ligando o carro começando a dirigir, eu estava encolhida no banco do carona, tremendo como nunca, sabia que ele estaria bravo por saber que eu havia me afastado a ponto que meu irmão quase me reconhecesse. Ele não falou mais nenhuma palavra, foi um silêncio quase que fúnebre até que chegássemos á trilha que levava á nossa casa. Eu já estava chorando por saber o que aconteceria. Ele parava o carro saindo do mesmo indo direto para a minha porta me olhando seriamente – Você não seguiu minhas ordens, se afastou e se arriscou. Tem noção do que isso nos custaria?

- Não, Bobby...! Eu não fiz nada, eu fugi dele...! – tentei me explicar, mas ele me puxava pelo braço até dentro da casa tirando o tapete da sala e abrindo o alçapão, me forçando a entrar ali, eu chorava e tentava olhá-lo para que tivesse piedade de mim – Eu juro que não fiz nada! – gritei, mas ele me ignorava com uma expressão que eu nunca tinha visto antes, parecia triste, era diferente de vê-lo bravo ou irritado. Ele me prendera ali, olhei vendo uma pequena abertura que deveria ser para que o ar entrasse, chorei ainda mais batendo contra a madeira querendo que me tirasse dali, pude ver que ele andava de um lado para o outro e parecia acender a lareira, se sentando perto da mesma em silêncio, não por querer ignorar meu choro ou meus gritos, parecia realmente triste, como se estivesse abalado – Bobby... Tire-me daqui, por favor, eu realmente não traí sua confiança, eu... Ignorei meu próprio irmão – eu tentava falar, mas ele não queria me  escutar de forma alguma, bati de novo na  madeira vendo como ali era minúsculo a ponto que eu tivesse que sentar abraçando meus joelhos – Deixa eu sair, eu vou melhorar... Não vou sair nunca mais se quiser, quer que eu faça seu café da manhã todos os dias? Tudo bem, eu faço. Mas me tira daqui... Eu não quero mais fugir, eu acabei de correr de meu próprio irmão, então... – parei de falar chorando mais e me surpreendendo ao escutar o som do alçapão, ele havia aperto o mesmo e voltado a ficar perto da lareira, estava abraçando os joelhos com a cabeça baixa, saí de onde eu estava e fechei o alçapão, o olhando em seguida sem saber como me aproximar.

- Suba pro quarto, eu vou dormir aqui hoje.

 Olhei para Ji-won me sentindo ainda pior, como se fosse minha culpa que ele estava triste daquele jeito, me aproximei aos poucos mesmo que ele não me quisesse por perto, tentei tocar em seu ombro para que falasse comigo, mas na mesma hora ele por um impulso involuntário batia o braço em mim, acertando meu rosto com força fazendo com que eu caísse no chão. Estava assustada, era a primeira vez que ele havia me batido daquela forma, o olhei vendo que ele estava sobre meu corpo, me cercando com os braços me olhando com raiva.

- Você não vai embora, Jihye. Olha em meus olhos! – ele falava seriamente levantando o braço como se fosse me bater novamente, fechei meus olhos com força esperando que aquela agressão viesse de uma vez, mas não viera. Abri meus olhos e o olhei vendo que ele havia abaixado a cabeça fazendo um som que eu nunca havia escutado dele, então pude ver que ele  estava chorando, foi a primeira vez que eu via lágrimas de seus olhos. Ele estava trêmulo e se deitava sobre meu corpo ainda em lágrimas – Não vai embora, eu fiz você finalmente me amar. Não me deixe sozinho... – ele estava mesmo chorando, ainda senti meu rosto doer por como havia me batido, mas ele parecia tão triste e tão suplicante para que eu ficasse com ele que abracei seu corpo alisando suas costas com calma. Talvez ele fosse tão solitário como eu me sentia antes.

- Eu vou ficar aqui, Bobby... – falei o vendo chorar mais e então levantar o rosto passando os dedos na marca vermelha em meu rosto, dando beijos ali como se me pedisse desculpas  por aquilo, vê-lo daquela forma, como tinha medo de me perder, de alguma forma doentia me fez ficar ainda mais presa á ele, como se estivéssemos acorrentados em uma ligação que ninguém apoiaria.

- Eu não quis te bater, me perdoa por isso... Eu juro que  vou cuidar de você – se sentava me puxando gentilmente fazendo com que eu ficasse em seu colo, beijava a marca vermelha e encostava a testa na minha suspirando baixo – Eu te amo, não quis te bater dessa forma... Pode me bater, quer que eu bata minha cabeça contra o vidro?

Dei um leve sorriso ainda sentindo a dor em meu rosto, mas neguei com a cabeça.

- Apenas me deixa ficar aqui. – falei baixo me aconchegando em seus braços, tinha sido a primeira vez em que havia me batido e parecia arrependido, pedia desculpas e me beijava gentilmente enquanto ficávamos ali, olhando a lareira em silêncio, segurei em sua mão entrelaçando nossos dedos pensando que agora eu acho que já era tarde demais para escapar, eu queria ficar ali com ele. Eu o amava de uma forma errada e que as pessoas apenas me olhariam com um ar de julgamento, mas eu era apaixonada por ele apesar de  tudo.

Mas a paz nunca duraria muito, ainda mais por um problema que apareceu nos últimos dias. Um que eu não havia contado e não sabia se estava certa, mas eu me sentia estranha nos últimos dias e vê-lo falando que gostaria de aproveitar as mínimas chances que eu tinha de engravidar... Isso me assustou. Eu tinha uma grande dificuldade disso e os médicos me disseram que seria algo extremamente difícil de acontecer. Havia uma única chance e o que mais me desesperava era que nos últimos dias eu estava me sentindo enjoada pela manhã, eu estava apaixonada pelo meu sequestrador, que era um completo psicopata. Mas, o que eu faria se eu estivesse esperando um filho dele? 



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