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História Stockholm Syndrome - Roleta Russa


Escrita por: 1llusion

Notas do Autor


Amanhã talvez não tenha capítulo novo!
Mas domingo sim! <3

Capítulo 20 - Roleta Russa


Eu estava envergonhada por ter deixado Hanbin me beijar daquela forma, era errado e eu certamente seria punida se Ji-won soubesse, não queria que ele pensasse que eu o estava traindo. Tudo de repente estava confuso, como se várias coisas estivessem bagunçadas. Desci as escadas sabendo que eu tinha que comer alguma coisa, estava me sentindo enjoada pelas manhãs. Olhei a sala vendo que ele não estava ali e segui meus passos até a cozinha, eu tinha que fazer algo e parar de me trancar no quarto só por causa daquilo. Tive vontade de me trancar naquele porão minúsculo apenas por ter deixado aquilo acontecer. Comi uma maçã e suspirei ainda me sentindo enjoada, quando que Ji-won voltaria? Virei e andei até o armário de armas ficando um pouco apavorada por meu taco de baseball não estar ali, ontem eu havia me esquecido de trancar o armário de armas? Eu era tão burra assim? Tudo estava ali, menos meu taco de baseball. Andei até o quarto que acabou sendo o de Hanbin e pude vê-lo sentado no colchão folheando um livro, devia ter pego na estante da sala e parecia focado na leitura ignorando minha presença ali, bufei sabendo que tinha sido ele.

- Devolva meu taco de baseball. – falei irritada, mas ele apenas sorriu ainda com os olhos fixos no livro, me ignorando mais uma vez. Andei até ele tirando o mesmo de suas mãos – Hanbin, onde você escondeu?!

- Eu não me lembro. – estava com um sorriso irônico nos lábios claramente dizendo que não me contaria onde havia colocado e então ficava a me olhar fixamente, logo descendo o olhar para meus lábios, aquilo me fez ficar nervosa, ele não tinha mais permissão para me olhar daquela forma, me virei para sair dali, mas ele me segurava pela mão sem querer me deixar ir – Olha pra mim.

- Não tem permissão para me tocar, Hanbin. Aquilo não vai acontecer novamente. – falei finalmente me soltando de sua mão, não queria olhá-lo e ele foi inteligente o bastante para sumir com meu taco de baseball, eu não queria falar com ele ou sequer pensar no assunto. Eu estava me odiando por já estar com medo de quando Ji-won chegasse. Andei até a sala e me deitei em um dos sofás tentando respirar profundamente, estava me sentindo tonta e tudo aquilo só me estressava ainda mais. Eu tinha que obedecer, não queria deixá-lo bravo ou decepcionado comigo, eu estava tremendo de medo e me encolhi naquele sofá com vontade de chorar. Ele me trancaria no porão se descobrisse que Hanbin havia me beijado, eu ainda tremia quando Hanbin saíra do quarto e ficava a me olhar por um tempo, eu não queria olhar para ele e mesmo assim ele respirava profundamente ao ver como eu parecia tensa. Mas ainda não dizia nada, andando até a cozinha e ficando um tempo lá, voltando com uma xícara de chá colocando a mesma na mesa de centro enquanto andava até o outro lado da mesa, se sentando no chão continuando a me observar.

- Tome o chá, vai te deixar mais calma. Está grávida, não podia estar se estressando – ele falava se debruçando na mesa ficando a me olhar, ele não havia mudado, estava ainda revoltado por como eu pensava e como tudo girava em torno das decisões de Ji-won – Devia ir ao hospital, ver se está tudo bem.

Sentei no sofá pegando a xícara e tomei lentamente o chá me sentindo um pouco melhor, ele estava falando com a voz calma, até mesmo gentil. Não parecia a pessoa que estava gritando comigo quando estava amarrado naquele quarto minúsculo. Era horrível não saber o que estava tramando, ele era inteligente o bastante para ter percebido que se revoltar só pioraria a sua própria situação? Eu simplesmente não podia prever seus passos e agora muito menos podia ameaçar bater nele com meu taco de baseball. Ele devia me odiar também, por mantê-lo ali, por defender Ji-won, até mesmo por estar grávida.

- Me odeia? – perguntei, mas ele apenas riu ainda me olhando, então concordando com a cabeça.

- Sim. Te odeio por ter atirado em mim, por ter me batido e me drogado. Eu tenho um profundo desprezo por como deixa aquele psicopata te tocar, se convencendo de que isso é normal – ele falava enquanto eu tomava o chá – Mas, sei que está fora de si. Está desaparecida há mais de um ano, eu também enlouqueceria se estivesse com medo todos os dias dessa forma. Sei que não quer escutar isso de mim, mas... Você está doente e eu odeio isso. – falava inclinando a cabeça para o lado me olhando com um leve sorriso – Sei que no fundo sabe que não é saudável viver com medo, esperando ordens e sendo agredida dessa forma. Quando nossas vidas dependem de uma pessoa, é por que tem algo errado.

Terminei de tomar o chá e tentei entender por que ele simplesmente não parecia querer ir embora sem mim, por que não podia me deixar ali? Eu não conseguia entender, coloquei a xícara na mesa e o olhei franzindo o cenho.

- Se me odeia, me deixa aqui.

- Não quero isso, acho que parou de me conhecer depois de tanto tempo – falava seriamente – Eu não sigo ordens dos outros. Eu me odiei por não ser presente o bastante para que alguém te roubasse dessa forma, eu tive que te procurar com o pensamento “eu sou o culpado”. Sabe, acho que não compreende como isso foi um pesadelo, não é? A mente é algo complicado, várias coisas passaram por minha cabeça. Será que Jihye havia fugido? Estava com outra pessoa? Estava me punindo por alguma coisa? Ela estava triste nesses últimos anos? Se sim, será que estava com depressão a ponto de se matar? Tudo isso só me fazia pensar que eu não cuidei bem de você e que agora tudo era minha culpa – falava me olhando com certa piedade – Eu te odeio do fundo de minha alma, mas é por que eu me odeio também. Por que se eu tivesse te visitado mais no trabalho, talvez até mesmo te convencesse a largar aquela editora e fazer algo que realmente gostasse... Talvez estivesse longe de pessoas como esse psicopata. Mas, eu me odeio mais por pensar assim, se fosse isso talvez eu também não devesse ter você, eu me odeio por ser minha culpa que esteja desse jeito. Com medo de tudo. Mas quando te procurei eu só pensei que eu tinha que te encontrar viva, se encontrasse seu corpo sem vida... O que eu faria? Choraria? Seria ainda mais minha culpa. Queria te encontrar viva, mesmo que isso significasse te procurar sozinho. Prometi a mim mesmo que faria o que quisesse, mas que não se afastasse mais. Por isso que ódio e amor acho que são relacionados de certa forma, eu te odeio por me odiar, mas eu te amo ainda. – ele falava sério e me olhava como se quisesse se lembrar de cada detalhe de meu rosto então de repente pareceu triste por um momento – Para que você me ame de novo, tenho que te roubar como ele fez?

Já é tarde para isso. Era o que eu queria dizer, mas me virei escutando o som do carro, levantei e fui até a janela vendo que o carro de Ji-won estava se aproximando da casa, ele havia chegado mais cedo do que eu esperava, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa que fosse, Hanbin me pegava pega mão e me puxava correndo até o quarto que era sua cela e abria o armário que havia ali, pegando uma corda e me entregava, logo de sentando perto da pilastra, encostando as costas na mesma me olhando como se me dissesse o que planejava.

- Vai logo, me amarra na pilastra – ele falava - Agora, Jihye!

Andei até ele amarrando suas mãos e em seguida seu corpo na pilastra, tentava fazer isso o mais rápido que eu podia e o olhei ainda sem entender.

- Hanbin, eu...

- Não tem tempo para isso. Você tem que se acalmar e tem que ser agora, entendeu? – ele falava me olhando fixamente – Vai! Ele não vai ficar sabendo que te beijei, vai te bater se souber. Vai logo e me bate, se ele achar mesmo que me manteve amarrado esse tempo todo... Então vai ficar tudo bem. Confie em mim, eu sei que é difícil fazer isso, mas tem que confiar em mim!

Ele queria me poupar da raiva de Ji-won? Queria que eu o batesse com força a ponto de evitar uma situação ruim para mim. Ele tinha algo em mente, eu sabia disso, mas... O que era?

- Por que está me pedindo por isso?

- Por que eu te amo e essa é a única forma que eu tenho de te proteger dele, pelo menos por enquanto. – falava balançando a cabeça positivamente, eu não consegui acreditar que estava fazendo aquilo para me proteger, levantei a mão e respirei profundamente.

- Obrigada, Hanbin. – disse batendo com força em seu rosto, logo me levantando e me virando indo para a porta vendo Ji-won entrar na sala tirando o casaco cheio de neve. Sorria a me olhar e andava até mim beijando meus lábios, devia estar fumando no carro por que o beijo estava com um gosto forte de cigarro. Olhava-me carinhosamente e beijava a marca do soco que havia me dado.

- Ele não se comportou mal? – perguntava indo para a cozinha, estava cheio de sacolas e guardava algumas coisas nos armários, me olhando uma vez ou outra, dei um leve sorriso e neguei com a cabeça.

- Ele não gritou mais, está amarrado... – falei o ajudando a guardar tudo que havia comprado, eu ainda estava tensa pelo medo dele descobrir o que havia acontecido, Ji-won parecia feliz com a resposta e me olhava com um grande sorriso.

- Sério? Estou orgulhoso de você, meu anjo. – acabando de guardar o conteúdo das sacolas, indo até mim acariciando meu rosto e me beijando lentamente me trazendo para mais perto, alisando minhas costas sorrindo contra meus lábios, se afastando um pouco com um sorriso de lado – Eu trouxe algumas coisas, você gosta de pizza. Comprei tudo para fazer uma para você, sabia que se comportaria bem em minha ausência. – ele sorria mais uma vez e andava até sair da cozinha ainda sorrindo e entrava no quarto onde Hanbin estava, um nervosismo maior me atingiu e o segui, não queria levar outro soco. Ji-won o olhava vendo que estava amarrado e então pareceu mais feliz como se não esperasse que eu o tivesse deixado ali de verdade – Sem dúvidas, você realmente me deu orgulho agora – ele me olhava passando a mão em meus cabelos – Ele realmente não está gritando mais, parabéns.

Hanbin levantava a cabeça e o olhava, estava quieto e o olhei sentindo um nó na garganta, se ele quisesse podia contar a verdade. Mas estava quieto e encarava Ji-won seriamente.

- Não tenho permissão para gritar, era isso que eu me lembro – ele falava baixo como se quisesse convencer Ji-won que de fato esteve amarrado ali durante todos aqueles dias – Não fazia sentido eu continuar a gritar.

Ele estava fingindo? Queria enganar Ji-won? Isso era tão arriscado, estava fazendo aquilo sem me olhar, como quase um aviso de que eu não devia falar nada á Ji-won.

- Ele realmente não gritou durante esses dias? – perguntava ao olhar para mim, neguei com a cabeça.

- Gritou durante um tempo, o prendi o porão e depois o trouxe de volta para cá. – expliquei, Ji-won sorria mais uma vez e olhava Hanbin com satisfação como se aquilo estivesse mesmo funcionando, beijava meu rosto carinhosamente e então se abaixava encarando Hanbin como se procurasse por qualquer coisa que fosse suspeita, mas não estava conseguindo perceber nada, como se Hanbin estivesse mesmo falando sério. Então bufava e pegava se levantava saindo do quarto e voltando com o revolver, atirando bem ao lado de Hanbin, me assustei indo para trás com o som do disparo, mas Hanbin apenas abaixava a cabeça fechando os olhos com força, Ji-won voltava a olhá-lo seriamente ainda buscado algo de errado – E se por acaso eu acertasse sua perna com um tiro?

- As regras são suas, minha opinião não é importante.

A resposta foi rápida, quase como se fosse óbvia, fiquei a olhar os dois finalmente entendendo que Hanbin estava sendo inteligente, de um jeito que eu nunca teria sido. Eu obedecia Ji-won e tentava agradá-lo, mas Hanbin estava falando tudo o que Ji-won queria escutar, estava tentando enganá-lo pelas palavras, mesmo que estivesse se arriscando a receber um tiro na perna. Aquilo me desesperou, era como brincar de roleta russa. O que poderia acontecer ali afinal? Ji-won pareceu gostar daquela resposta e mesmo assim apontava a arma para a cabeça dele.

- O que Jihye é?

- Sua propriedade.

- O que você é?

- Nada.

- Repito: O que você é?

- Nada.

As respostas estavam rápidas ainda que Hanbin estivesse olhando o cano da arma, estava com medo, mas não queria recuar. Ji-won então sorriu de lado como se gostasse das respostas que ele dava e balançava positivamente a cabeça me olhando por um momento.

- Anjo. Tire as cordas dele, por favor – falava fazendo com que eu andasse até a pilastra, assim tirando as cordas e voltando a andar até perto da porta ainda com as cordas em minhas mãos, não queria acreditar que Hanbin estava se arriscando por dizer que assim me manteria protegida – Agora, pode arrastar a mesa até aqui, meu anjo? – ele pedia e mais uma vez obedeci, andei com passos rápidos até o armário, guardando a corda ali e andei até a pequena mesa, arrastando a mesma até entre os dois, ele segurava em minha mão e me puxava para perto, me abraçando e beijando meus lábios lentamente na frente de Hanbin, mordendo de leve meu lábio inferior – Saudades de seus lábios. Isso não deverá demorar muito, não se preocupe. – Ele falava olhando Hanbin – Levanta.

Hanbin havia obedecido querendo fingir que concordava com todas as regras, com tudo aquilo e olhava a pequena mesa sem entender o que aquilo significava. Ji-won então colocava o revolver sobre a mesma, pude sentir meu coração apertar. Se Hanbin pegasse a arma e tentasse atirar em Ji-won, poderia me acertar também. Eu acabaria morta bem ali, mas Hanbin apenas olhava a arma e em seguida levantava o olhar para Ji-won, sem pegar a arma.

- O que quer que eu faça? – ele perguntava calmamente.

- Não vai me atirar? – Ji-won falava ainda esperando que ele fizesse isso, me mantinha em seus braços, descansando minha cabeça em seu peito.

- Não tenho permissão para fazer nada.

- Quero ter certeza de que não está mentindo. As pessoas mentem e eu quero que me prove que não está tentando me fazer de idiota realmente, Hanbin. – falava me abraçando e alisando meus cabelos de uma forma lenta, dando um beijo em minha cabeça – Aqui, como deve ver, a única regra que realmente importa é que eu faço as regras e tudo que eu disser tem que ser obedecido e respeitado. Caso contrário, terei que punir sendo que se eu me irritar, bem, você realmente não quer isso. Então, entenda que eu sou a única lei aqui. Não existe mais a vida do lado de fora dessa casa. Prove que não devo atirar tem entre seus olhos agora – segurava a arma tirando as balas até ficar apenas uma e então, segurando a arma, o olhava mais uma vez – Uma bala. Acho que roleta-russa seria um bom jogo da verdade para que eu veja se está mentindo realmente. Mesmo que ironicamente esse jogo seja um de azar. – ele ria mais uma vez – Você procurou Jihye desde que ela sumiu, acha que eu confiaria em apenas palavras suas? Não sou o burro que quer que eu seja, vou observar cada mínimo gesto seu, se der um passo em falso, eu te mato de uma forma bem dolorosa. Isso se você escapar disso, é lógico. – falava girando o tambor do revolver e apontava o cano da arma para a própria testa sem tirar os olhos dele. Não, não, não. Olhei Ji-won já sentindo as lágrimas em meus olhos, não podia fazer isso, não podia correr o risco de acabar se matando naquilo tudo.

- Não! Bobby, por favor, pare com isso...! – pedi em desespero, mas ele ainda me abraçava com força com um dos braços enquanto que com a outra mão mantinha a arma apontada para a própria cabeça, então puxando o gatilho, mas não havia acontecido nada. Eu já estava em lágrimas aliviada por não ter tido o azar, minhas mãos tremiam e eu estava pálida, Ji-won riu e beijava minha testa.

- Se acalme, não morri, não é? Obrigado por se preocupar dessa forma, mostra que realmente me ama. – ele beijava meus lábios calmamente e então colocava a arma sobre a mesa olhando para Hanbin – E então? Sorte ou azar? O que será que o próprio destino escreveu para você? Admito que estou um tanto curioso quanto á isso. Sua vez, é melhor tirar essa dúvida á limpo, não acha? Ou será que vai me desobedecer e mostrar que está mentindo para mim e que tudo que está me dizendo até agora é uma mentira por que pensa de fato que eu sou burro para acreditar em respostas rápidas como as que me deu.

Eu estava tremendo e olhei Hanbin já pensando que ele morreria, se Ji-won descobrisse que estava mentindo, o acertaria ali mesmo com a única bala que havia naquele revolver. O silêncio tomou conta do lugar, mas por pouco tempo, Hanbin pegava a arma de uma forma inesperada, encostando o cano da arma na própria testa, se não fizesse isso, Ji-won saberia que estava fingindo. Então o olhava sem fechar os olhos, apertando o gatilho.

Nada aconteceu. Era sorte? Ji-won o olhava sem conseguir acreditar e pegava a arma apontando para uma das paredes, atirando. Ali se foi a única bala da arma. Foi realmente sorte de Hanbin, ele estava pálido, mas tentava se manter firme. Ji-won o olhava e respirava profundamente vendo que ele o havia obedecido de fato. Não tinha argumento contra aquilo, então o olhava mais uma vez.

- Permanecerá nesse quarto, mas sem estar amarrado. Apenas por ter mesmo tentado atirar em si mesmo por obedecer minhas regras. Mas, um passo em falso, um olhar diferente para Jihye e você será um homem morto.


Notas Finais


O momento em que você ficou aliviada pelo Hanbin ter um único momento de sorte :x


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