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História Stockholm Syndrome - Everyone Has Secrets


Escrita por: 1llusion

Capítulo 27 - Everyone Has Secrets


Não sabiam a localização de Ji-won, saber daquilo fez com que meu corpo estremecesse ao pensar que ele iria atrás de mim, o pavor tomou conta de mim como se o momento calmo que eu estava vivendo com Hanbin fosse quase que insignificante, como se nada pudesse mudar a situação em que eu me encontrava. Dei alguns passos para trás olhando para Hyunki sem querer acreditar que aquilo era verdade, eu mal havia ficado ciente que eu era de fato uma vítima e agora estava em perigo mais uma vez. Eu estava pálida e sentia minhas lágrimas caírem por meu rosto. Não podia ser verdade.

- Não pode estar falando sério, como conseguiram deixá-lo escapar?! – Hanbin gritava com ódio e medo ao mesmo tempo, Hyunki respirava profundamente e andava até nós sem saber o que falar.

- Eu também estou apavorado com tudo isso, acha que estou calmo por acaso?! Não sabemos como conseguiu! Todos estão o procurando, mas até lá não podem ficar aqui!

- Não... Mas tinham o detido, como que ele escapou tão rápido...? – perguntei com a voz trêmula sem conseguir me acalmar, eu estava apavorada e meu irmão me olhava sabendo que aquela notícia só pioraria o estado em que eu estava.

- Não sabemos infelizmente – ele falava olhando para nós dois – Por isso que as notícias do sequestro aumentaram cada vez mais.

- Não Hyunki! Isso não pode ter acontecido, como puderam ter se distraído a ponto que ele escapasse?! Sabe como foi difícil eu ter arranjado uma chance para bater naquele desgraçado até ficar inconsciente?! – Hanbin passava as mãos nos cabelos em desespero, também estava com tanto medo quanto eu estava e me olhava vendo como eu estava pálida e trêmula, a coisa que ele menos queria era que eu me desesperasse ainda mais. Muito mais sendo que no dia anterior eu quase havia golpeado a mim mesma com uma faca, dava para ver o medo em meu olhar – Jihye... – ele suspirava profundamente então fechando os punhos e olhando para Hyunki vendo que a situação era crítica e mesmo com seus próprios menos, andava até mim segurando em seu rosto com as duas mãos – Olhe para mim, eu também estou assustado, mas ele não vai chegar até você... Nem que para isso eu tenha que matá-lo. Vamos para um lugar seguro, vão achá-lo e isso tudo vai estar terminado. – se sentava ao meu lado ainda segurando meu rosto encostado sua testa na minha – Ele não vai encostar em você.

- E se ele conseguir...? – minha voz estava trêmula e fraca, minhas mãos estavam trêmulas e estava quase que tendo uma crise de pânico a me lembrar do porão, das punições, de tudo. Eu sabia que ele não seria o Ji-won gentil que fingiu ser muitas vezes, estava com raiva e eu temia por minha vida – Ele está com raiva, se conseguir chegar até mim... Eu estou morta...! – eu estava chorando ainda mais, Hanbin me abraçava com força alisando meus cabelos tentando me passar segurança, mas eu sabia que estava tão apavorado quanto eu estava. Abracei seu corpo com força já sentindo minha respiração alterada de tanto que o pavor havia tomado conta de mim. Hyunki parecia tão nervoso quanto nós dois e nos olhava fixamente.

- É por isso que vocês dois tem que ser afastados. Vou levá-los para uma velha casa da minha mãe e de Jihye, lá a segurança é boa e ele não irá procurar vocês dois lá... Precisam se apressar. Peguem só o básico que os levo ainda hoje. – Hyunki falava se sentando ao nosso lado, mas Hanbin ao escutar aquele plano não parecia se sentir seguro, então me afastava do abraço um pouco, acariciando meu rosto lentamente forçando um leve sorriso ao olhar em meus olhos.

- Eu sei que dói falar sobre isso, mas Jihye... Tem que falar tudo o que escutou de Ji-won. Qualquer coisa que seja importante – ele falava tentando manter a voz calma para não me assustar ainda mais – Ele sabe dessa casa de sua família...?

Nenhum lugar era seguro, era isso. Ainda que eu soluçasse de tanto chorar, os olhei tentando pensar em um momento nas coisas que eu sabia sobre Ji-won, mas ele nunca falou muito sobre si mesmo. Ele era inteligente o bastante para não dar maiores detalhes sobre sua vida, olhei para Hyunki e balancei negativamente a cabeça enquanto tentei secar minhas lágrimas.

- Ele me observou desde o primeiro ano em que entrei na faculdade, Hyunki. Ji-won sabia de tudo sobre mim, sobre nossa família... – falei – Nenhum lugar é seguro agora... Ele vai me achar uma hora ou outra. – ao falar aquilo os dois se entre olharam e Hanbin se levantava em silêncio por um tempo, parecia mais com ódio agora do que de medo.

- Existe um lugar. É afastado, tem uma boa segurança. Pertence á minha família... É mais seguro do que ir á qualquer propriedade da família de vocês pelo menos – falava então cruzando os braços – É a única forma, pelo menos por enquanto. É ir e esperar que achem Ji-won para que tenhamos a chance de ter uma vida sem medo.

- Se ele a observou por tanto tempo, acha que tem chances dele não ter te observado? – Hyunki perguntava o olhando atentamente.

- E temos outro lugar para ir por acaso? – Hanbin falava indo novamente até mim, passando a mão em meus cabelos vendo que estávamos sem muitas saídas, então olhava para meu irmão mais uma vez – Consegue nos levar? Não há tempo, Ji-won deve estar nos procurando nesse exato momento. Lá eu dou um jeito de pedir para que tragam mantimentos e roupas, a prioridade agora é colocar Jihye em um lugar seguro, longe da vista desse desgraçado – levava a mão até a minha me olhando fixamente – Vamos vestir algo, temos que sair agora mesmo. – ele estava sério como se soubesse como eu estava apavorada e que, por esse motivo, devia pelo tentar parecer mais forte, queria mesmo me proteger e fazer com que eu não sentisse mais medo, me puxava pela mão me levando para o quarto, já abrindo o armário tirando o roupão que ainda usava, pegando algumas roupas para se vestir. Eu ainda chorava e temia que o pior acontecesse, o observei se vestir e olhei para o corredor, parecia que meu irmão estava no celular falando alto com alguém. De repente me senti o único ser fraco dali, os dois estavam com ódio daquela situação e tentavam me proteger a todo custo, eu queria ser forte ou pelo menos aparentar não ser algo que tinha que ser defendida a cada segundo. Talvez eu tivesse sido mesmo destruída. Olhei Hanbin pensando em como também temia por sua vida, fui até meu armário, trocando de roupa vestindo uma calça jeans mais escura, mas me mantendo vestida com a camisa dele. Olhei para ele e encolhi meus ombros por um instante pensando em como eu ainda me sentia doente, era horrível pensar que a qualquer momento eu podia ser arrancada novamente de seus braços e enquanto ele pegava uma mochila e enchia de roupas ali, limpei minhas lágrimas percebendo que eu tinha que me manter de pé. Havia uma chance de tudo melhorar, não tinha? Era uma pequena chance, mas existia. Ele levantava o olhar para mim com certa preocupação – Vamos para um lugar seguro, eu...

- Eu te amo, Hanbin. – falei o interrompendo, foi um tanto inesperado que eu falasse aquilo uma vez que até aquele momento eu não me permiti falar isso. Por que eu ainda estava incomodada por como meu coração acelerava quando estava em seus braços, mas naquele momento algo em mim acabou por me convencer que eu não devia negar, dei um leve sorriso e andei até ele o vendo surpreso e até um pouco sem jeito de escutar aquelas palavras – Se algo acontecer comigo, pelo menos gostaria de saber que você havia escutado isso de mim, que soubesse disso... – falei ainda com a voz baixa, sentindo o beijo em meus lábios.

- Não vai acontecer nada com você. Eu quero escutar isso mais vezes e não por causa da situação em que estamos agora – falava olhando em meus olhos beijando meus lábios mais uma vez, colocando a mochila nas costas e segurava em minha mão se apressando para andar até a sala avistando meu irmão que desligava o celular, abrindo a porta do apartamento – Você virá conosco, não é?

- Não. Eu vou depois com o que precisarem na verdade, já chamei um carro com motorista para levar vocês dois. Quero que vão agora, rápido! – falava já nos empurrando para fora do apartamento, dando um abraço apertado em mim – Vai ficar tudo bem, logo estarei com vocês...

- N-não! Ele vai ir atrás de você! – falei apavorada, já bastava ter um pai morto, não queria que meu irmão morresse também.

- Hyunki, pense um pouco, é ainda mais perigoso se ficar aqui.

- Eu agradeço a preocupação de vocês, mas eu tenho que me encontrar com os investigadores... Apenas vão de uma vez, eu prometo que ligarei dando notícias e essa semana mesmo vou encontrá-los. – Hyunki estava falando sério, não iria conosco e eu sabia como ele era teimoso. Hanbin bufava com aquilo e acenava com a cabeça mesmo que ainda não concordasse com aquilo, apertava o botão do elevador e o olhava mais uma vez ao escutar a porta se abrir.

- Eu te mando o endereço por mensagem. Se qualquer coisa der errado, vá correndo para lá no mesmo instante. Não é um pedido, é uma ordem. – falava entrando no elevador comigo, eu queria ter arrastado Hyunki conosco, mas ele não mudava de ideia tão fácil. Segurei na mão de Hanbin sentindo meu coração acelerar, tinha medo que quando aquela porta se abrisse, que víssemos Ji-won, que ele atirasse em nós dois. Sei que meu medo havia tomado conta de mim, mas olhei para Hanbin beijando minha mão e por um instante senti como se eu entendesse um pouco melhor meu medo. Eu temia por mim mesma, mas... Estava em pânico por que eu não me perdoaria se algo o machucasse novamente. Ambos estávamos em perigo e, de alguma forma que eu não compreendia bem, pensei que não o queria machucado. Que até mesmo eu preferia voltar a obedecer Ji-won se isso poupasse a vida de Hanbin. Isso era correto ou errado? Eu não sabia mais. A única coisa que eu entendia naquele momento era que eu queria poder fazer com que ele não se preocupasse tanto, sei que era impossível fazer isso naquela situação, mas eu simplesmente percebi que eu só queria um momento de paz com ele. Assim que a porta do elevador se abria, ele seguia comigo pelo saguão e saía do prédio vendo o carro com motorista que Hyunki havia chamado, logo entrando comigo nos bancos traseiros e falando o endereço para o motorista. Era um carro maior e com vidros escuros, isso ainda não aliviava a sensação de estar sendo observada. Encarei o motorista aliviada de ver que era apenas um homem qualquer, eu estava enlouquecendo ao pensar que Ji-won poderia estar em qualquer lugar por perto. Observando com cuidado, esperando a hora certa para me sequestrar ou me matar de uma vez por todas. O carro começava a seguir a caminho da casa que até onde eu sabia era da família de Hanbin, eu ainda estava tensa e encolhi meus ombros olhando Hanbin vendo como ele estava atento olhando pela janela como se estivesse procurando Ji-won entre as pessoas que andavam pela rua. Por um instante eu quis perguntar se ele sabia como que meu pai foi assassinado, foi rápido ou uma morte lenta e dolorosa? Talvez não fizesse nenhum sentido saber detalhes, mas ainda era o meu pai... Mesmo que parecesse que ele me odiasse, era o meu pai. Eu tinha que esquecer isso e rezar para que nada acontecesse á meu irmão.

- Hanbin... Quer deitar a cabeça em meu colo para poder descansar...? – perguntei tentando fazer com que aquela expressão séria sumisse mesmo que fosse apenas por um segundo.

- E eu lá tenho motivos para relaxar?

Ele de uma forma ríspida enquanto olhava pelo vidro escuro da janela do carro, me senti um tanto idiota por ter feito aquela pergunta. Um psicopata estava nos procurando, o que eu tinha na cabeça afinal? Encolhi meus ombros e olhei para  janela do meu lado dizendo a mim mesma que eu não devia ter falado nada, era lógico que estava com a cabeça quente por causa de tudo. Pelo pavor de voltarmos a ser reféns, pelo medo que estávamos sentindo, pela raiva que sentia de terem deixado Ji-won escapar.

- Desculpa. – falei baixo sentindo um aperto em meu coração como se eu tivesse o decepcionado, por um impulso juntei minhas mãos. Se fosse com Ji-won amarraria meus pulsos e me bateria. Encolhi meus ombros olhando pela janela, pude escutar Hanbin respirar profundamente e me olhar se dando conta do tom ríspido que havia falado.

- Eu só estou com raiva dessa situação – ele falava se sentando mais próximo de mim colocando a mochila que tinha nas costas ao seu lado, me olhando por um tempo passando de leve os dedos em minha mão, então segurando a mesma, mas soltava a mesma se aproximando e dando um beijo em meu rosto – Repete que me ama? É bom escutar sua voz doce falar aquelas palavras.  – ele beijava mais uma vez meu rosto me fazendo sorrir aos poucos, me puxando para um abraço, parecia que a casa era realmente longe, então o olhei me aconchegando em seus braços aproveitando como seu abraço me passava segurança. Mas antes que eu falasse qualquer coisa, ele me olhava por um tempo selando rapidamente meus lábios – Tenho medo de te perder.

Eu queria dizer algo que pudesse deixá-lo mais calmo, por mais que meu medo estivesse quase que devorando o resto de forças que eu tinha, eu queria estar novamente como nós dois estávamos naquela manhã. Calmos como se agora estivéssemos seguros, até mesmo sorrindo como se o que bastasse fosse aquele quarto. Era estranho saber que eu estive presa entre quatro paredes por tanto tempo que não sabia o que dizer para que ele se acalmasse, Hanbin passou algumas semanas sendo aprisionado naquela casa. Mas eu passei quase que dois anos. Pensei em tudo o que passei com Ji-won, tudo o que eu pensava antes dele ter me domesticado como quis.

- Quando eu estive presa, eu costumei imaginar coisas. Só assim que eu conseguia dormir – falei baixo encostando minha cabeça em seu ombro – Eu fiquei em um quarto escuro e eu não podia me mexer, eu sempre tive medo do escuro e eu chorei durante quase todas as noites. Sempre que eu estava chorando, eu fechava meus olhos e me lembrava da primeira viagem que fizemos juntos. Mesmo que quando fui sequestrada nós dois não estivéssemos tão bem, quando estive presa naquele porão eu pensava naquela viagem, era uma cabana de madeira. Era um lugar bonito, mas só me deixou nervosa por eu raramente viajar... Nada foi como planejado, você acabou ficando doente e a luz acabou no meio da noite. Eu havia me apavorado por causa do escuro e mesmo que você estivesse passando mal tentou achar alguma lanterna ou vela. A cabana era de seu irmão e parecia que não tinha nada parecido, mas você voltou com uma lanterna que milagrosamente tinha lembrado de levar – dei um leve sorriso ao me lembrar – Eu estava com medo do escuro, era quase um trauma. E você levantou a lanterna fazendo a luz ir para o teto e começou a me contar alguma história. Quando eu estava presa no porão, eu só pensava nessa lembrança, só assim para que eu adormecesse. Eu também tenho medo de algo acontecer com você, mas acho que mesmo que eu ficasse três, cinco anos presa naquela casa... Que assim que eu te visse ainda sentiria meu coração acelerado. – falei olhando pela janela vendo o caminho que o carro estava seguindo, Hanbin virava meu rosto para si como se quisesse me beijar como havia feito no dia anterior, mas logo parava vendo o carro parar, enfim dando um meio sorriso.

- Estamos perto da casa... Acho que nunca te levei para lá antes. – ele sorria beijando meus lábios, logo parando aquele beijo ao ver o motorista abrir a porta, então saía do carro junto comigo. Colocava a mochila nas costas e agradecia ao motorista já indo até o portão pegando as chaves na mochila, era uma casa grande e bonita, eu nunca tinha ido ali e me senti um tanto intimidada por ver como aquele lugar era silencioso. Dava a impressão de estar sendo observada. Ele sorria para mim e fazia um sinal para que eu entrasse assim que abria o portão – Aqui eu e meus primos vínhamos para treinar tiro, meu pai gostava de caçar e fez até uma área de treino de tiro, lá atrás da casa.

- Você sabe atirar? – perguntei enquanto entrava vendo como a casa era bonita, na varanda havia alguns bancos brancos que combinavam com a casa, ali era uma área afastada, cheia de árvores. Fiquei a observar a casa, para mim ainda era novidade ver uma casa onde as janelas não tinham grades. Pensei um pouco sobre a área de tiro e me lembrei que de fato o pai de Hanbin sempre falava sobre caça e armas.

- Sim, eu não caçava com meu pai, mas eu sei atirar. – ele falava trancando o portão olhando em volta como se estivesse tomando cuidado a cada detalhe com medo de que Ji-won estivesse ali, então corria até mim, indo á porta colocando um código na porta, ali parecia haver um sistema de segurança muito bom, pude ver as câmeras que filmavam o lado de fora da casa. Aquilo me deu certo alívio, então olhei Hanbin que abria a porta sorrindo levemente para mim – Se ele vir, eu vou atirar bem no coração dele. E eu não vou errar.

Entrei na casa vendo a extensa sala, mas meus pensamentos estavam fixos no que havia dito, então era por causa disso que estávamos ali. Ele não confiava completamente que a polícia acharia Ji-won, então se fosse o caso acabaria com ele mesmo que para isso fosse preciso atirar nele. Eu devia ter desconfiado disso na verdade, sabia que ele certamente pensava que a única forma de se livrar daquele medo é vendo Ji-won morto. Se o medo havia dominado todo o meu ser, a raiva havia o dominado. Andei pela sala pensando nisso e observei em volta, os moveis eram antigos e o chão era de madeira escura, a casa tinha dois andares, o segundo devia ser dos quartos. Sentei em um dos sofás da sala encarando tudo ali enquanto Hanbin fechava a porta acionando o alarme e verificando a sala, então colocando a mochila em uma poltrona me olhando respirando profundamente. Parecia cansado e com certeza estava tenso com medo de que Ji-won pudesse aparecer a qualquer momento em uma das janelas – Já liguei o alarme, agora tudo está trancado e as câmeras tem sensor de movimento, se algo se movimentar lá fora, um alarme irá tocar. Pelo menos vamos nos sentir um pouco mais seguros aqui. – ele andava até a lareira a acendendo com calma enquanto eu olhava acima da mesma vendo que de fato o pai dele gostava de caçar, tinha alguns porta-retratos na parede com fotos dele caçando. Olhei perto da janela um armário de troféus e me levantei andando até o mesmo vendo que a maioria era de Hanbin.

- Essa casa é de seu pai? É bem a cara dele fazer um armário só para seus troféus – falei com um leve sorriso e andei até a janela fechando a cortina, ver a vista de lá fora só me deixaria assustada, qualquer mínimo barulho me faria entrar em pânico.

- A maioria é do colégio, eu praticava esportes no ensino médio na verdade – ele ria e se levantava ao terminar de acender a lareira e ia até o armário olhando os troféus e em seguida para mim – Você tem troféus? Uma vez fui á casa de seus pais, havia bastante coisa de Hyunki, mas...

- Eu tenho algumas coisas, das minhas apresentações de violino, eu não fiz muitas coisas no colégio para ser sincera. Não foi um tempo muito bom para mim – falei com um leve sorriso indo até a outra janela, queria fechar as cortinas para tentar enganar a mim mesma que não existia o lado de fora e que, se o lado de fora não existisse, então nada entraria na casa e me machucaria – Meu pai guardava minhas coisas antigas no porão, como não ganhei muitas coisas no colégio, ele não viu que devia colocar á mostra na casa... Não o culpo, eu não tive muito destaque no ensino médio de qualquer forma. – eu estava falando como se isso fosse perfeitamente normal, assim que fechei a cortina da última janela da sala sorrindo aliviada senti Hanbin me abraçar por trás com força me apertando em seus braços.

- Se tivéssemos estudado no mesmo colégio, acho que eu não teria esses troféus, eu estaria focado em você, então você seria o maior destaque para mim – falava beijando meu pescoço me puxando junto até perto da lareira, se sentando no tapete branco e macio, ainda me mantendo em seus braços. Senti meu rosto se corar e me aconcheguei em seus braços achando que tinha sido adorável o que tinha dito, senti agora o beijo em meus lábios e como ele me virava para si, abraçando minha cintura e aprofundando aquele beijo então parando ainda com os lábios próximos dos meus – Foram cruéis com você no ensino médio?

- Eu só era sozinha nessa época, ninguém me maltratava... Eu só não falava com muitas pessoas – falei sentindo meu rosto se corar mais ao sentir como suas mãos passavam por minhas costas, subindo até meus cabelos, eu estava sentindo um nervosismo, talvez por me sentir observada como se Ji-won pudesse estar em qualquer lugar sabendo que Hanbin estava me tocando daquela forma.

- Se fosse comigo eu não ia conseguir parar de te olhar, de certa forma eu agradeço por não ter tido muitas pessoas falando com você, menos chance de que alguém a tivesse conquistado. – ele sorria ao me deitar no tapete macio, beijando meus lábios mordendo de leve meu lábio inferior, eu consegui me acalmar por um momento, fechando meus olhos ao sentir aquele toque, era como se Hanbin precisasse de me tocar para ter certeza de que eu estava ali, que nada me tiraria de seus braços. Estava mais intenso dessa vez, como se estivesse esperado o dia todo para isso. Tirando a camisa e me cercando com os braços falando perto de mim com um sorriso – Aqui é seguro, não tem como ele entrar na casa. Vamos para o quarto? Lá é mais confortável. – falava ao se levantar me carregando nos braços, eu me senti mais segura e beijei seus lábios como sendo a minha resposta, mas ele parecia com pressa, então parecendo desistir de esperar até chegar ao quarto. Logo me deitando em um dos sofás me beijando de uma forma intensa, tirando a camisa que eu usava, passando as mãos por meu corpo até que meu olhar fosse uma estante vendo alguns porta-retratos antigos com fotos de Hanbin e alguns amigos na época do ensino médio e dentre uma das fotos estava a foto dele com o que parecia o uniforme de um time de basquete e ao seu lado, Ji-won. Aquilo fez com que eu me lembrasse que no anuário de Ji-won havia aquela foto, mas não me explicou tanto sobre o que foi a amizade dele com Hanbin. Ainda senti os beijos por meu corpo até que Hanbin olhasse vendo que eu havia ficado quieta de repente – Jihye? Algo errado?

- Aquela foto – apontei sem saber o que dizer e o olhei em meio da luz da lareira – Aquele é Ji-won, não é...?

Hanbin olhava para onde eu havia apontado e então se levantava do sofá indo até o porta retrato pegando o mesmo ficando assustado por um momento deixando o mesmo cair de suas mãos e se quebrar no chão de madeira, dando alguns passos para trás. Sentei no sofá e o olhei sem conseguir evitar a pergunta.

- Vocês foram amigos? – perguntei, mas ainda assim Hanbin não havia me respondido, se virando para me olhar.

- Eu não o reconheci quando estive preso naquela casa, nem ao menos desconfiei que poderia ser o mesmo Ji-won – Hanbin me olhava ainda parecendo assustado e então abaixava a cabeça, logo me olhando indo até onde eu estava – Eu acho que ele quer me atingir, ele não vai me matar, mas se chegar aqui vai fazer isso com você. Quer que eu me sinta culpado pelo resto de minha vida. Eu não posso deixar que ele vá até você. – ele não parava de falar e estava com um desespero que eu nunca tinha visto em seus olhos, me levantei levando as mãos ao seu rosto sem compreender o que ele poderia ter feito.

- Hanbin, por favor, me fala o que aconteceu – falei acariciando seu rosto tentando acalmá-lo mesmo que eu também estivesse tensa ao escutar o que falava – Por que ele quer tanto assim te atingir?

- Eu fiz algo horrível e ele prometeu que destruiria tudo que eu me importasse, quer que eu me sinta culpado pelo resto de minha vida – Hanbin me olhava me abraçando com força, senti como parecia assustado e desesperado ao fechar os olhos com força e beijar meus lábios, então encostando a testa na minha, me olhando fixamente – Ele sabe que eu te amo e vai tentar te arrancar de mim mais uma vez, ele quer acabar com a minha vida.

- Hanbin, ele não vai me achar...

- Eu tenho que matá-lo, só assim ele não vai ir atrás de você – ele falava – Não entende, ele quer que eu sinta que eu sou o culpado! Eu não queria nunca te contar isso, se eu contasse talvez você se afastasse de mim... Eu prometo que te conto tudo, mas, por favor, precisa entender que eu não queria que tudo fosse assim. Eu fui cruel, uma pessoa na qual você nunca se aproximaria, já te peço perdão por isso...

Eu não sabia qual era a ligação dos dois, nem mesmo fazia ideia de que as coisas piorariam a tal ponto. O que eu pensava que tinha acontecido não era nem um pouco perto do que ele me contaria e o que eu poderia pensar era que, de fato, todos nós tínhamos nossos próprios segredos obscuros.


Notas Finais


No próximo capítulo será revelado o que aconteceu, o que Hanbin fez de tão horrivel para que Ji-won o odiasse tanto?
Qual é a suspeita de vocês?


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