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História Stockholm Syndrome - Monster


Escrita por: 1llusion

Notas do Autor


Come here girl, you call me monster

Capítulo 32 - Monster


Eu não queria dormir, mas acabei dormindo devido á minha febre. Quando abri meus olhos não evitei de me entristecer mais uma vez a ver que tudo aquilo não foi um pesadelo, eu estava mesmo amarrada á aquela cama. Suspirei por pensar que Ji-won pretendia fazer algo mais contra Hanbin. Tinha falado que não me deixaria ir e isso incluía impedir que eu me matasse assim como Haeri. Ele estava sendo gentil de início como o esperado, iria ser assim e se eu caísse nessa armadilha Ji-won voltaria a me bater. Olhei em volta vendo que eu estava vestindo uma camisa, ele deve ter me desamarrado e me vestido e então me amarrado de novo. Tentei me soltar mais uma vez, mas era impossível. Eu devia arranjar uma forma de fugir, mas isso estava parecendo uma utopia. Eu estava no porão, amarrada á uma cama e que chances eu teria no mínimo de ir para o primeiro andar da casa? Eu nunca saí daquele inferno, eu só me afastei por alguns dias me iludindo que eu estava bem. Tinha medo do que poderia acontecer com Hanbin, com o que Ji-won planejava. Olhei em volta vendo os moveis e os pertences de Haeri, ele não queria que eu me transformasse nela, queria que eu fosse a versão dela que ele não pode ter, a versão que não o abandonaria e que não se envolveria com Hanbin. Levantei tentando andar pelo quarto, mas a corda me limitava a andar até apenas metade do porão. Levantei a cabeça ainda me sentindo cansada, será que Hanbin estava bem? Estava com uma perna quebrada, seria difícil escapar de Ji-won assim. Eu estava tão preocupada, mas eu não podia gritar por mais que eu quisesse. Eu tinha que escapar dali, se Hanbin fosse até ali... Ele seria morto. Escutei o som da porta e me sentei na cama novamente com vontade de chorar, tinha medo de que ele me destruísse mais do que havia conseguido destruir antes. Ji-won descia as escadas com uma bandeja, novamente aquele café da manhã que sempre fazia, estava quieto, parecia um tanto preocupado por como eu tentei me matar na noite anterior. Deixava a bandeja sobre a velha cadeira perto da cama e se sentava no chão sorrindo levemente a me olhar.

- Está se sentindo melhor, meu anjo?

Eu permaneci quieta e encarei a bandeja, era realmente o de sempre. Panquecas, café, torradas.

- Como conseguiu isso tudo se está sendo procurado?

Ji-won sorriu novamente inclinando a cabeça para o lado.

- É fácil comprar bastante coisas em dinheiro vivo quando escapei, eles demoram para colocar a notícia. Primeiro a polícia procura nos possíveis locais em que eu poderia ter ido. Sou inteligente o bastante para ter comprado tudo o que precisei e vir até aqui, tem coisas estocadas por um ano praticamente, mesmo que eu não tenha certeza de quanto tempo vou te manter aqui. E case se pergunte, bem, eu guardei bastante dinheiro nessa casa quando viajei por dois dias te dizendo que ia comprar mantimentos, foi há bastante tempo, mas... Era pra cá o próximo lugar que eu te levaria de qualquer forma – falava apontando para a bandeja querendo que eu me alimentasse – Quer que eu te dê a panqueca na boca como antes?

- Não tem medo que a polícia venha até aqui? É  a casa de sua família.

- As únicas pessoas que sabiam dessa casa era meu irmão e meu pai, mas o interessante é que depois da formatura que mesmo fiz com que tudo sobre essa casa fosse apagado. Ninguém nunca veio aqui e eu nunca disse a ninguém sobre esse lugar, há mínimas chances de que venham até aqui. Por um tempo essa casa é segura – falava sorrindo de lado me olhando fixamente – Não pense nisso, eu sempre tenho um segundo plano. Diferente de você e Hanbin, ele não sabe te proteger mesmo. Foram se esconder em um lugar que nem avisaram a polícia... Foi um plano bem estúpido para ser mais sincero. Eu te observei, mas também vigiei Hanbin e eu sei de cada propriedade de sua família, comecei a procurar pelas mais afastadas da cidade e ali estavam vocês. Sem contato com outras pessoas e principalmente sem a presença da polícia ali, até parecia piada. Não me surpreende, Hanbin nunca foi muito inteligente... – ele suspirava ainda falando calmamente como se tudo aquilo fosse extremamente óbvio – Ah sim, quando tirei todo o dinheiro daquela vez deixei novas localidades em que eu estaria, sendo estas cidades afastadas, então a polícia deve se afastar cada vez mais da área em que estamos. Agora que já respondi suas perguntas, melhor se alimentar, ainda está com febre.

Ele era diabólico, sempre tinha um segundo plano e com certeza dessa vez ele tomaria todo o cuidado para que Hanbin não me resgatasse. Senti novamente meu coração apertar em desespero e abaixei a cabeça, minhas mãos doíam, estavam amarradas com força e mesmo que eu não quisesse desistir de mim mesmo e pedir para que me matasse, o que eu deveria pensar? Como alguém acharia a casa em que eu estava? Tudo só me fez ficar cada vez mais triste, eu estava em silêncio pensando em como ele podia ser tão cruel e me deixar ali, presa como um animal.

- Não tenho fome – falei com a voz baixa me sentando melhor na cama encostando minhas mãos em meus joelhos, Ji-won ainda me olhava e suspirava profundamente me olhando pacientemente.

- Só tomou uma sopa ontem, quer ficar fraca por acaso? Jihye, eu me preocupo com sua saúde. Nem te droguei dessa vez. Tem que se alimentar, se quiser algo diferente do que panquecas eu faço para você. – ele falava calmamente dando um leve sorriso – Quer um chá? Está tensa demais. – falava aproximando a mão da minha, mas afastei minhas mãos dele, me encolhendo um pouco. Tinha medo de cada gesto dele, não queria que me tocasse, por impulso empurrei a cadeira com meu pé querendo afastar aquela bandeja de mim, mas sem querer a derrubei fazendo com que o café quente caísse em minha perna, o café estava quente e gemi de dor, Ji-won se apressava afastando a cadeira e ia até o armário abrindo uma das gavetas pegando uma toalha e ia até a cama se sentando e puxando minha perna, passando a toalha delicadamente a secando – O café estava quente, sua pele é muito sensível, está vermelha agora... Não se preocupe, vou cuidar disso. – ele estava calmo demais, certamente queria gritar comigo e me forçar a voltar ao que havia me transformado, mas continuou ali, limpando tudo o que havia caído no chão e levado tudo para o andar de cima, voltando tempo depois colocando uma garrafa de água ali e um cinzeiro na mesa de estudos, acendendo um cigarro e colocando o mesmo entre os lábios, olhando a minha perna – Sua pele está vermelha, quer que eu faça um curativo?

- Não.

Ele sorriu de lado e concordava com a cabeça ao se encostar na mesa de estudos, me observando com calma, olhei em volta ainda querendo chorar, implorar para que me deixasse ir ou para que me matasse de uma vez.

- Pelo menos sabe se Hanbin está bem?

- Como vou saber? Se bem que deve demorar para que a perna fique boa novamente – ele respondia um tanto incomodado, então me olhava negando com a cabeça – Pare de pensar nele, se não se lembra uma vez eu perguntei quem você escolhia entre eu e Hanbin e você disse que me escolhia. Já se esqueceu disso, Jihye?

- Você me deixou doente, é diferente. – falei de forma ríspida, mas isso parecia ser a primeira vez em que eu realmente o havia irritado, por que Ji-won tragava do cigarro, mas apagava o mesmo no cinzeiro e ia até mim por mais que eu tentasse me afastar, me segurava querendo me fazer olhá-lo – Não, por favor, pare com isso! – queria que ele me soltasse, mas ele me segurava com força, fechei meus olhos já esperando pelo pior, mas senti apenas um suave beijo no canto de minha boca, abri meus olhos sabendo que se ele quisesse teria me espancado ali ou até mesmo me estuprado, mas parecia que não queria se estressar comigo, me dava um beijo na testa então mexendo em meus cabelos.

- É difícil de entender, mas eu não quero te perder. Quero cuidar de você como eu estava fazendo, eu sei que é impossível que você simplesmente tenha se esquecido de tudo. – ele então me largava indo até a mesa de estudos pegando a garrafa de água, abrindo a mesma levando até minha boca – Deve estar com sede, pelo menos tem que aceitar água.

Eu estava com sede, não tinha outra escolha. Abri a boca deixando que me desse água, era humilhante que eu estivesse naquela situação, a água estava gelada e foi o único alívio que eu poderia ter. No entanto ele continuou a me dar água calmamente quase fazendo com que eu bebesse a garrafa inteira, quando afastava a garrafa de mim ia até a mesa de estudos colocando a garrafa ali, voltando á cama desamarrando minha corda da cama, puxando a mesma.

- Vem, está na hora do seu banho. Retiro o que eu disse ontem, graças á sua tentativa de suicídio, não vai mais poder estar no banho sozinha. Aquilo me deixou apavorado, sabia? Nem pense em tentar aquilo novamente – me puxava mais uma vez fazendo com que eu me levantasse, ele devia estar escondendo como estava com raiva por eu ter tentado me matar. Eu tive um privilégio de ficar sozinha pelo menos no banho e agora eu não tinha mais, eu sabia que ele não me deixaria sozinha por muito tempo, ele me puxava pela corda até o banheiro, olhei vendo que ele havia tirado muitas coisas dali, inclusive o espelho perto da pia. Talvez por medo que eu quebrasse o vidro e me auto mutilasse. Fechava a porta e se sentava no banco ao lado da banheira me olhando me puxando para perto, abrindo a torneira da banheira fazendo com que a água caísse e aos poucos enchesse a banheira, então fechando a torneira – Vou desamarrar a corda de seus pulsos, então você tira as roupas e entra na banheira.

- Por favor, me deixe tomar banho sozinha. – pedi odiando tudo aquilo.

- Perdeu esse direito quando tentou se matar ontem – ele falava com certa rigidez na voz – Não vou ficar tranquilo pensando que aquilo pode se repetir. – suspirava profundamente desamarrando a corda de meus pulsos, ficando a me olhar. Por um instante me lembrei de que ele havia invadido a casa quando Hanbin me contava sobre Haeri. Desviei o olhar me sentindo cada vez mais humilhada, tirei a camisa a entregando para ele.

- Posso entrar na banheira agora?

- Não, me entregue o resto – ele falava enquanto dobrava a camisa, colocando sobre a estante perto da pia, aquilo me incomodou, já bastava eu estar de roupas íntimas na frente dele. Estava envergonhada demais para isso, ele deu uma leve risada e me olhava como se o jeito que eu estava fosse adorável – Estava com saudades de te ver sem jeito assim. Está tímida por quê? Eu já te vi sem roupa várias vezes, praticamente transava com você todos os dias.

Desviei o olhar mais uma vez ao me virar, não queria que ele me olhasse, mas estar de costas era ainda pior por que eu sentia o olhar dele em mim, mas não sabia para onde estava olhando. Tirei a calcinha e levei minhas mãos para minhas costas, mas senti as mãos dele tirarem a calcinha de minhas mãos a deixando junto da camisa que eu havia entregado á ele, seguia com as mãos abrindo meu sutiã e o tirando de mim, entrei na banheira já abraçando meus joelhos escondendo meu corpo dele, senti Ji-won segurar minhas mãos e amarrar minhas mãos novamente, então pegando o sabão e o passando em minhas costas. Encolhi meus ombros, eu estava em pânico só de sentir seu toque, sentia-me como uma presa indefesa. Onde estava Hanbin? Será que algum dia ele me acharia? Senti ele passar a esponja em minhas costas delicadamente e então a água depois.

- Vou poder tomar banho sozinha novamente? – perguntei com a voz baixa.

- Não, já disse que perdeu esse direito ao tentar se matar ontem. – levava uma das mãos até minha perna a levantando um pouco e com a outra mão passava a esponja em meu pé e subia até o joelho, estava indo devagar e isso só me deixava mais nervosa, eu sabia que aquela gentileza era fachada, era um absurdo que um psicopata estivesse ensaboando meu corpo daquela forma, ele matou meu irmão e agora estava novamente me mantendo presa ás suas regras. Virei meu rosto apenas o sentindo passar a água quente em minha perna e começava a ensaboar minha coxa, no mesmo instante fechei minhas pernas sentindo as mesmas tremerem, não queria que ele me olhasse ali, não queria que me tocasse. Eu havia percebido há tão pouco tempo que tudo o que ele fez contra mim era errado que temia que ele pudesse me forçar a ser novamente uma propriedade dele. Ji-won riu levemente ao ver como eu fechava minhas pernas e continuava a ensaboar minhas pernas sentindo minha pele macia e pálida – Aliás, Hanbin te toca de forma errada. Seu corpo é bem sensível, alguém podia avisá-lo que seu corpo responde melhor quando é estimulada. Pelo jeito que gemeu com ele, acho que Hanbin não sabe muito bem usar os dedos ou a boca com você aqui embaixo.

- Não me toque! – empurrei suas mãos me sentindo com medo mais uma vez – Eu não queria aquilo, você me forçou...! – tentei empurrá-lo mais uma vez, mas senti sua mão em minha nuca me puxar, senti seus lábios nos meus, aquele beijo intenso com gosto de cigarro, o jeito sua língua havia invadido minha boca. Não, eu não queria isso, queria afastá-lo mas eu ainda estava com aquela maldita febre que havia me deixado um tanto lenta e era quase impossível afastá-lo com minhas mãos amarradas. Eu não conseguia gritar, queria que parasse, sabia que ele tentaria me enganar. Senti sua outra mão conseguir abrir minhas pernas e os dedos passarem por ali me penetrando sem nenhum aviso, fechei os olhos com força querendo chorar por aquilo estar acontecendo, ele tinha que parar. Estava movimentando os dedos rapidamente, eu estava em desespero, mas ele não parava, senti minhas pernas estremecerem, eu queria que aquilo acabasse logo, eu tinha que ser forte, mas tinha algo de errado como se meu corpo estivesse acostumado com aquele toque, meu corpo se contorcia e o senti parar de me beijar então afastando a mão, eu estava sem fôlego e fechei as pernas trêmulas mais uma vez ainda tentando recuperar o fôlego, estava envergonhada por como meu corpo reagiu á aquilo.

- Aqui está uma coisa que você não percebeu, Jihye. Seu corpo já está mais acostumado comigo e eu posso fazer você voltar a ver que no final, eu que sei cuidar de você. – falava puxando a corda – Sai da banheira, o banho acabou.

- Não vou ser sua, não vou te obedecer! Não importa o que faça, eu sempre vou amar Hanbin.

- Sendo assim, devo matá-lo também? Não era minha intenção matar Hanbin já que eu quero vê-lo sofrer, mas...

Não, isso não. Eu não tinha escolha, se eu não fizesse tudo o que queria ele de fato mataria Hanbin. Balancei a cabeça negativamente a olhá-lo.

- Não pode fazer isso, eu te imploro! Eu prometo te obedecer, eu não vou gritar e nem chorar, mas não faça nada com ele! – pedi com a voz trêmula, saindo da banheira como ele havia dito, eu queria chorar e pedir para que permitisse que Hanbin tivesse uma vida, que eu não tentaria mais fugir se ele permitisse isso. Não queria ver Hanbin ser machucado, já chega. Eu aceitaria qualquer coisa para que ele estivesse em segurança – Por favor, eu faço o que quiser se prometer não machucá-lo.

- Sempre se preocupando demais, você nunca muda. – ele suspirava profundamente e se levantava segurando na corda me puxando para fora do banheiro, me desamarrando enquanto andava até a cama me olhando fixamente – Sabe que ele te ama e que com certeza está sofrendo muito por saber que está aqui comigo? Aposto que ele deve estar chorando agora. Eu tenho que vê-lo sofrer, é a minha vingança. Não posso prometer não matá-lo, mas prometo não fazer isso por enquanto desde que você pare de fazer essa expressão no rosto.

- Eu consigo fazer isso... Então, por favor, Bobby.

Pelo menos por enquanto ele não mataria Hanbin, estava tudo bem assim, não estava? Isso impediria que Ji-won o matasse como fez com meu irmão ou até mesmo meu pai. Ele sorriu com o jeito que eu havia o chamado e concordava com a cabeça, eu sabia que ele estava pensando que comigo obedecendo a suas ordens que logo eu voltaria a amá-lo como eu achei que amava. Pensei que Hanbin se culpava por cada dia em que eu estivesse desaparecida, que me procuraria com todas as forças que tinha, mas eu queria protegê-lo da insanidade de Ji-won. Eu tinha que ser forte por mim mesma e por Hanbin. Andei até o armário e abaixei a cabeça suspirando baixo.

- Eu posso me vestir?

- Pode.

Abri o armário olhando as roupas de Haeri, pegando um vestido azul claro e vestindo o mesmo, então me virei e me sentei na cama ficando ao lado de Ji-won que me olhava com um leve sorriso passando a mão em meus cabelos e se aproximando para beijar meus lábios. Eu tinha certeza que ele gostava de me ver com as roupas de Haeri, queria que eu tomasse o lugar dela, mas de repente olhava para cima escutando a campainha. Eu deveria gritar por socorro? Ele se levantava e bufava indo até a escada.

- Nada de gritar, se fizer qualquer som suspeito eu te amarro na cama e saio da casa machucar Hanbin, muito mais do que machuquei ontem, entendeu?

Concordei com a cabeça permanecendo sentada na cama em completo silêncio. Ele usaria isso como garantia de meu bom comportamento. Observei ele subir as escadas e sair dali, trancando a porta. Tive vontade de chorar sabendo que a vida de Hanbin dependia de como eu me comportaria, me levantei sabendo que eu não podia chorar ou gritar. Fui até o armário me olhando no espelho, eu estava praticamente uma cópia de Haeri. Eu me perguntei mais uma vez se ela teve tempo de ver o quão insano era Ji-won, andei até a mesa de estudos vendo a garrafa de água e o cinzeiro, então encarei as gavetas abrindo uma delas e vendo uma foto de Haeri em um templo, era um que eu já havia escutado sobre. Virei a foto vendo a data e então a letra dela escrito “Será que meu desejo vai se realizar se eu rezar?”. Ah, era verdade, ela falava com Ji-won que queria, um dia, encontrar a família biológica. O que teria acontecido se ela tivesse me encontrado? Fiquei pensando nela durante um tempo até que algo me incomodou e corri até o mural de fotos dela, tinha algo errado. Como pude ser tão cega? Claro que tinha algo de errado, ela realmente queria se matar por estar grávida de Hanbin, mas... Por que ela amarraria as próprias mãos? Não fazia sentido. Talvez Ji-won tivesse achado a carta e tê-la arrastado de volta ao porão, poderia ser que ele a tivesse mantido amarrada para que ela não se matasse, então ela conseguiu fugir e pulou da ponte. Não pude pensar muito nisso, escutei um som alto vindo do andar de cima da casa. Eu queria pensar no que realmente aconteceu com Haeri, mas aquele som havia me assustado, voltei a me sentar na cama e vi a porta se abrir.

- Meu anjo, venha. Tem algo que quero que faça. – ele estava na porta, me levantei na hora e andei até as escadas, subindo as mesmas até o primeiro andar da casa sem entender o que ele queria que eu fizesse, a casa era mesmo velha e escura.

- O que eu tenho que fazer...? – perguntei com medo de tocar no assunto do por quê de Haeri ter as mãos amarradas quando pulou da ponte, eu queria perguntar, mas não queria irritá-lo logo quando consegui adiar que ele matasse ou torturasse Hanbin. Ele estava andando á frente, parei de andar me assustando a ver um corpo no chão da sala, Ji-won levantava o corpo e puxava o mesmo me olhando com um leve sorriso nos lábios.

- Não posso deixar que exista testemunhas, ainda mais que ele viu meu rosto. Bati a cabeça dele na parede até que desmaiasse, o que eu menos preciso é de um idiota tocando a campainha da casa errada. Amarre-o no quarto ao final do corredor, amanhã eu sumo com ele. – falava carregando o corpo até o quarto que havia falado o colocando no chão, então andando até a cama, se sentando e ficando a me observar. Queria testar se eu faria tudo o que pedisse, sorrindo de lado e apontando para a estante – A corda está ali, vai amarrá-lo ou não?

Encarei o corpo e a cabeça ensanguentada, era só um garoto comum que parecia ter acabado de sair da aula. Ainda estava com o uniforme, era só uma pessoa inocente que foi á um endereço errado e acabou ali, eu sabia que era errado apoiar esse tipo de coisa. Talvez eu estivesse perto da insanidade também, eu estava sendo egoísta pensando que eu faria tudo o que aquele psicopata queria desde que isso o mantivesse calmo e longe de Hanbin. Caminhei até a estante pegando a corda e andei até o corpo amarrando as mãos e dando várias voltas nas mesmas para que não se soltasse quando acordasse, eu estava odiando á mim mesma, aquele garoto era inocente, não fez nada á ninguém para estar ali já com sua sentença de morte óbvia. Ji-won o mataria por que aquele garoto bateu na casa errada e na pior hora possível. Amarrei as pernas e reforcei os nós dando um suspiro prolongado pensando “se eu não fizer isso, Hanbin morre”.

- Assim...? – perguntei vendo Ji-won andar até a estante pegando um rolo de fita adesiva e se abaixar colocando a fita contra os lábios do garoto, passando a mão em meus cabelos.

- Muito bem, fez um bom trabalho. Agora a segunda parte. – ele se levantava e caminhava para fora do quarto, eu encarei o corpo, como aquele garoto gemia de dor. Olhei para a porta e vi Ji-won voltar com um taco de baseball, entregando o mesmo para mim – Acerte nas pernas, se ele conseguir se soltar pelo menos não poderá correr... Ou será que não faria algo assim?

Ele me olhava esperando por uma resposta negativa, sabia que eu queria impedi-lo de ir torturar Hanbin. Estava usando isso contra mim por saber que eu tinha meu limite. Levantei e suspirei profundamente com vontade de chorar, peguei o taco de baseball e olhei o corpo como se me pedisse por desculpas, levantei o taco de baseball e golpeei a primeira vez, então mais outra, cada vez que eu o golpeava com força senti as lágrimas caírem. Eu jamais viveria normalmente, mesmo que eu estivesse isso para proteger a vida de Hanbin... Eu já me sentia um monstro, eu estava chorando a cada vez que eu golpeava aquele corpo, mas continuei por pensar que essa era o único caminho que eu tinha para manter Hanbin seguro da insanidade de Ji-won.

No que eu havia me tornado afinal?  



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