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História Stockholm Syndrome - You don't Own Me


Escrita por: 1llusion

Notas do Autor


You don't own me, I'm not just one of your many toys.

Capítulo 33 - You don't Own Me


Eu tive que fazer aquilo, tive que bater em alguém inocente. Eu não consegui pensar em outra coisa que não fosse que eu estava perdendo á mim mesma, como que eu pude fazer aquilo pensando só em mim mesma? Pensei que era um teste, que se eu não batesse, Ji-won iria atrás de Hanbin. Eu estava trêmula, como se eu nunca me esqueceria do que fiz. Nem sequer dormi, ainda fiquei no quarto no porão, mas não quis fechar meus olhos. Repetia para mim mesma que aquilo não aconteceu, que foi tudo a minha imaginação, eu ficaria me negando a acreditar que tudo aquilo tinha sido real. Eu estava deitada na cama de Haeri, com minhas mãos trêmulas e aquela sensação de que eu tinha me transformado em um monstro. Como eu pude bater em um completo desconhecido? Poderia ter batido em Ji-won ao invés disso? Não. Ele me dava tanto medo que eu possivelmente travaria, aí seria muito pior. Queria ficar ali naquela cama, me odiando por saber que eu havia passado dos limites. Fiquei a pensar que talvez eu devesse ter inveja de Haeri. Ela estava morta, não podia sofrer nada e eu estava acorrentada á tudo o que Ji-won fazia ou me mandava fazer. Tudo que eu queria era saber algo sobre Hanbin. Como ele estava? Pensei também em meu irmão, de como ele teve a cabeça esmagada por Ji-won. Eu nunca mais escutaria sua voz e muito menos iríamos á nossos bares prediletos enquanto víamos algum jogo de baseball. Olhei a porta vendo a mesma se abrir, Ji-won descia as escadas com uma bandeja de café da manhã e sorria para mim, sem querer eu acabei o dando algo para usar contra mim. Dependendo de meu comportamento, ele não iria atrás de Hanbin para matá-lo ou torturá-lo. Eu tinha que o deixar feliz por causa disso, mas eu estava em estado de choque, me sentia cansada de tudo aquilo e mesmo assim eu tinha que aguentar por causa de Hanbin.

- Meu anjo, parece que está tão cansada. Não dormiu bem? – sorria mais uma vez colocando a bandeja na cadeira perto da cama, imediatamente saí da cama me sentando no chão á frente da cadeira. Eu não estava com fome, mas eu não podia mais dizer “não” á nada. Ele me olhava e sorria ao se sentar na cama, ainda me observando – Deve ter passado a noite em claro pensando naquele garoto que bateu, não é? Eu me esqueci de que você é delicada demais para bater em alguém, desculpe-me, na próxima vez eu que bato. – passava a mão em meus cabelos brincando com uma das mechas. Eu estava tão em choque que não conseguia falar muito, levei as mãos trêmulas até os talheres, pegando um pedaço da panqueca com calda, eu tinha que comer. Secretamente eu desejava que ali tivesse veneno, que assim eu morreria e aquela loucura terminaria. Não, Ji-won não me daria veneno, se me quisesse morta teria deixado que eu me matasse e Hanbin ficaria bravo se soubesse que eu tinha em mente que a morte era uma saída. Ele queria me achar, eu sabia disso. Comi mais da panqueca, tomando alguns goles do suco de maçã enquanto Ji-won alisava meus cabelos – Vou ter que deixá-lo amarrado aqui, você consegue mantê-lo quieto até que eu decida o que fazer?

- Não. Está tudo bem... – falei baixo terminando as panquecas, eu não tinha outra saída. Mas acabei pensando que talvez pelo menos aquele garoto poderia ir embora já que não tinha utilidade para Ji-won.

- Obrigado, anjo. – ele falava dando um leve beijo em minha cabeça – Pode me pedir qualquer coisa.

Tomei mais do suco, acabando o mesmo e pensei no que eu poderia pedir e, ainda sem olhá-lo, pensei no que seria.

- Haeri... Ela se matou mesmo por causa de Hanbin? – perguntei – Ela que se amarrou e pulou da ponte...?

- Isso eu não posso te responder infelizmente. Mas é verdade que ela se matou por causa dele, isso você pode ter toda a certeza do mundo – falava ao se levantar pegando a bandeja e a levando, pude observá-lo subir a escada e pensei se era mesmo verdade, eu queria tanto saber se tudo aquilo tinha mesmo acontecido de fato. Ela parecia tão feliz naquelas fotografias, alguém assim poderia cogitar a ideia de suicídio tão rápido? Não, eu não podia ter certeza de nada, as pessoas fingem estar bem afinal. Eu mesma sempre fingi um sorriso quando estava no trabalho, tentando esconder como eu estava triste com a minha própria vida. Talvez ela estivesse no seu limite por ter sido abandonada pelo pai do filho que estava esperando, por ter um pai violento, talvez tivesse outros problemas. Era impossível descobrir isso sozinha, somente Ji-won sabia da resposta e não parecia que ia me contar. Olhei a porta mais uma vez e pude vê-lo descer as escadas com o corpo daquele garoto, deitando o mesmo em um canto do quarto, bem longe da cama que eu estava. Ainda estava amarrado e completamente machucado, mas não tinha mais a fita adesiva nos lábios.

- Ele está vivo? – perguntei.

- Sim, eu o droguei para ficar quieto enquanto resolvo onde vou jogar o corpo. Se ele gritar, já sabe, não é? – Ji-won falava calmamente apontando para o taco de baseball encostado no armário e a fita adesiva que agora estava na mesa de estudos. Ele queria que eu mantivesse aquela pobre pessoa inocente em silêncio. Aquilo me apavorava e olhei o corpo do garoto, parecia ser mais jovem, talvez estivesse no segundo ano do ensino médio. O corpo se movia um pouco e gemia de dor, eu não ficava confortável em saber que parte daquela dor eu que tinha causado. Concordei com a cabeça ao me levantar e suspirei baixo enquanto Ji-won andava até mim acariciando meu rosto – Vai me ajudar, não é? Se eu souber que o ajudou de alguma forma, bem... Eu tenho certeza que não vai fazer isso, não é?

- É só mantê-lo quieto, não é?

- Sim, só isso por enquanto – falava mexendo em meu cabelo, tirando algumas mechas de meu rosto – Tenho que ir lá para cima, limpar o sangue dele. Vou para lá daqui a pouco. – sorria mais uma vez olhando em meus olhos, então levando os lábios até os meus, os tocando lentamente, em minha cabeça passavam várias coisas. Morder com força seu lábio a ponto de tirar sangue, correr e pegar o taco de baseball e bater nele com todas as minhas forças, mas quando eu tentei imaginar isso logo percebi que eu não conseguiria, ele dava um medo paralisante. Minha chance era simplesmente ganhar sua confiança, esperar que não fizesse nada contra Hanbin e então dar um jeito de fugir daquela casa. Então eu não podia afastá-lo mesmo que meu coração gritasse que não, que eu tinha que fugir mesmo que morresse na primeira tentativa. Ele aprofundava o beijo e fechei meus olhos com força sentindo o gosto de cigarro e como sempre o beijo era intenso, senti suas mãos passarem pelo vestido que eu usava e sorria contra meus lábios me deitando na cama. Eu me odiaria por não ter pensado que uma hora ou outra isso aconteceria, olhei o corpo do garoto amarrado e me senti completamente incomodada.

- Não faça isso na frente de um estranho, eu... – tentei argumentar, já bastava aquilo ser algo que eu não queria e Ji-won fazer aquilo comigo na frente de uma pessoa amarrada e machucada... Era ainda mais doentio.

- Ele está dopado e não é como se ele fosse viver muito tempo para pensar sobre o que acha que viu. – ele falava indo até a cama ficando sobre a mesma, eu estava com medo, não queria que ele me tocasse. Mas pelo o que parecia já era tarde, ele beijava mais uma vez meus lábios da mesma forma intensa, tive que fechar meus olhos e rezar para que aquilo acabasse, sem que eu percebesse ele levantava meu vestido e passava as mãos em minhas coxas, eu tinha que me segurar para não começar a chorar. Tinha vontade de gritar por Hanbin, mas isso seria praticamente uma perda de tempo, não tinha como eu escapar. Senti os beijos em meu pescoço, aproveitei para virar meu rosto e me forçar a não chorar vendo que ele tirava o cinto e abria a calça, pensei em Hanbin, em como eu queria que estivesse bem. Cada dia seria difícil, mas eu sempre pararia para pensar em sua voz, em como era bom acordar ao seu lado sem imaginar que eu passaria por aquele inferno. Gemi de dor ao sentir Ji-won me penetrar, apertei os lençóis entre meus dedos sentindo aquela estranha mistura de tristeza com raiva, sentia como se meu corpo ficasse sujo a cada momento que me tocava. Queria chorar, dormir para tentar me esquecer de que ele estava me tocando, em como se movimentava com força. Eu tinha que aguentar, apertei mais os lençóis o sentindo ir com mais força a ponto que escutasse o som da cama, abri meus olhos olhando para o canto do quarto, o garoto estava se mexendo mais e abria os olhos ainda parecendo mole por causa da droga, olhava em volta já em desespero e olhava para a cama, eu sabia o que era o desespero que ele sentia e eu sabia que se ele gritasse ou tentasse se mover havia grandes chances de Ji-won querer matá-lo de uma vez. Fiz um sinal para que ficasse em silêncio, ele estava desesperado pela dor e por como estava amarrado, mas viu meu sinal. Fechei os olhos com força mais uma vez sentindo como rápido e intenso Ji-won me penetrava, suspirei baixo ao sentir gozar dentro e beijar meu rosto, estava com a respiração ofegante e colocava a calça me olhando carinhosamente, selando meus lábios demoradamente.

- Estava com saudade disso – ele falava com um sorriso nos lábios dando um leve beijo em meu pescoço, então saindo da cama, ajeitando a calça enquanto me olhava – Já que tenho você de volta, podemos tentar ter aquele filho, não é?

- Você sabia que eu tinha perdido...? – perguntei com a voz baixa ainda tentando não chorar, ele sorria mais uma vez ao passar a mão nos cabelos e se sentando na cama olhando meu rosto. Eu tinha que convencê-lo de que estava tudo bem e com as poucas forças que eu tinha, forcei um leve sorriso que o agradou.

- Sim, quando fui preso me contaram. Eu queria saber seu estado e insisti até que me contassem. Mas não há com o que se preocupar, meu anjo. – sorria dando um leve beijo em minha testa, se levantando ao suspirar profundamente – Tenho que subir e limpar o sangue que está no chão.

- Quando vou poder ir lá pra cima? – perguntei inocentemente, mas ele riu e negava com a cabeça.

- Você nunca irá pra lá, seu lugar é neste quarto. Eu te trago tudo o que precisar, mas nunca irá para lá. É arriscado demais, meu anjo. Fique aqui e cuide do que eu te pedi, eu volto mais tarde. – falava indo até a escada subindo a mesma e saindo, trancando a porta. Aquilo me desesperou, eu nunca teria a chance de escapar daquele quarto? Ainda sentia o toque dele em meu corpo e me levantei da cama me sentindo um tanto dolorida, andei até a cadeira arrastando a mesma até o centro do quarto, então peguei o taco de baseball, me sentando na cadeira, eu segurava o taco com as mãos trêmulas enfim chorando por o que tinha acontecido. Olhei o garoto que estava encolhido e com dor, me olhando assustado.

- Silêncio. Sempre faça silêncio, se você gritar por ajuda... Além de ser inútil, vai apenas estressá-lo – falei o olhando, ele estava tremendo e possivelmente estaria passando mal pela droga, estava chorando e não conseguia se mover muito talvez pela perna quebrada.

- Tem que me soltar, eu tenho que voltar para casa...

- Você não tem casa, família, nada – falei o olhando enquanto levei a mão ao meu rosto, limpando as lágrimas – É isso que vai falar á ele, se aquele homem perguntar... Fale que não tem ninguém que ama, que não há nenhuma pessoa te esperando.

- Mas... Por que eu estou aqui? – ele perguntava com a voz trêmula, ele era jovem e lembrava bastante meu irmão, tinha cabelos castanhos e tinha a pele pálida, ainda estava vestindo um uniforme, não parecia ser uma pessoa ruim.

- Você viu o rosto dele. – falei ao me levantar segurando o taco de baseball, estava sentindo pena por uma pessoa tão jovem estar naquela situação, mas eu não podia ajudá-lo – Desculpe por você estar assim. – falei ao notar como sua cabeça sangrava e como as pernas também sangravam, suspirei profundamente e desviei o olhar sabendo que tinha sido eu que havia quebrado sua perna. Ele chorava, mas me olhava por um instante.

- Ele vai me matar? – ele perguntava ainda em lágrimas – Tudo dói, parece que meu corpo todo foi quebrado...

- Eu não sei, me desculpe... – falei em voz baixa então o olhando como se fosse a única vez que eu veria alguém que estava do lado de fora daquela casa, me aproximei então sentando no chão o olhando sentindo um nó em minha garganta – Lá fora, está acontecendo alguma coisa...? Qual é o seu nome? Meu nome é Park Jihye, eu fui sequestrada por quase dois anos e agora isso se repetiu. Esse homem que você viu á pouco tempo é Kim Ji-won, ele matou meu pai e meu irmão, mas meu noivo está me procurando... Você sabe de alguma coisa? Por favor, você é a única chance de eu saber de algo. – perguntei em voz baixa, olhando para cima escutando os passos de Ji-won no andar de cima, tinha medo de que ele pudesse me escutar e ele voltaria a qualquer momento, eu tinha que ser rápida. O garoto me olhava franzindo o cenho e então parecia um tanto assustado.

- Meu nome é Hyu Sujong. Você é a garota desaparecida? O caso tem passado frequentemente na televisão, todos estão procurando você... Ontem mesmo tinha uma busca no bairro em que moro – ele falava ainda assustado – Como deixa que ele te... Você sabe.

- Eu não posso escapar dele... Foi assim por quase dois anos – falei abaixando a cabeça apertando mais uma vez o taco de baseball – Então todos estão me procurando...?

- Tem um homem liderando as buscas, tem aparecido muito na televisão. Ele parece bem desesperado para achar qualquer pista de onde você esteja, acho que o nome dele é Hanbin... – Sujong comentava ainda com a voz fraca, o olhei sentindo as lágrimas caírem novamente por meu rosto, eu não podia ficar mais aliviada de que Hanbin estava bem. Isso já me deixava feliz, era a única felicidade que eu realmente poderia ter em minha vida agora. Saber que ele estava bem já me dava forças para ver que nem tudo era tão terrível, meu coração estava bem mais aliviado. Sujong me olhava mais uma vez e tentava se sentar – Por favor, tem que me ajudar... Eu tenho que voltar para casa, meus pais estão me esperando, eu preciso voltar...!

Eu não podia, nem havia como eu ajudá-lo caso eu quisesse.

- Não tem nenhuma forma, ele me tranca aqui... Eu sinto muito, mas não há nada que eu possa fazer. – falei ao me levantar, odiava saber que aquele garoto morreria, andei até perto da cama o escutando chorar e encarei o mural de fotografias, aquilo estava me incomodando já, ver Haeri naquelas fotos e ter em mente que Ji-won queria que eu a substituísse... Isso me dava raiva – Não quero mais olhar para essas fotografias. – falei comigo mesma andando até a mesa de estudos vendo as gavetas, abrindo uma delas.

- Por que ele te mantém aqui...? Se eu vou morrer, pelo menos posso saber disso... – ele falava ainda gemendo de dor por causa das pernas, o olhei e dei um suave sorriso de tristeza. Sabendo que a história do por que de eu estar ali era completamente insana. Eu sabia por que a história toda passava por minha mente o tempo todo.

- Eu não sabia o motivo direito, descobri recentemente. Quando nasci fui separada de minha irmã, Haeri. Ela viveu nesse quarto, parece que não teve uma vida fácil e acabou engravidando quando estava no ensino médio... Ela foi rejeitada pelo pai da criança que ironicamente é meu noivo, Hanbin. E então ela se desesperou, pulando de uma ponte cometendo suicídio. Ji-won era irmão dela e era obsecado por ela e o culpou pelo o que aconteceu... – falei passando meus dedos nos livros sobre a mesa – Ji-won procurou a família biológica dela e me encontrou, me observou por anos e me sequestrou, quer que Hanbin sobre o mesmo que ele sofreu. Perder a pessoa que mais ama... – falei olhando as gavetas, abrindo a do meio sem saber o que estava guardado ali, não havia nada. Segui para a da esquerda e abri franzindo o cenho ao ver um pequeno caderno, abri e olhei para o chão vendo que algumas folhas haviam caído, estavam soltas e estavam dobradas.

- Ele quer que você a substitua? – Sujong falava e então olhava as folhas no chão – É algo da sua irmã? – olhava as escadas de minuto em minuto sabendo que morreria, que Ji-won quando voltasse provavelmente atiraria em sua cabeça. Abaixei pegando as folhas e as coloquei sobre a mesa, abrindo uma delas depois de escutar com atenção os sons dos passos de Ji-won no andar de cima. Voltei minha atenção para a folha e deixei o taco de baseball sobre a mesa sem acreditar que era a letra de Haeri, parecia que ela tinha aquele diário que eu tinha lido, mas havia guardado partes dele naquele pequeno caderno. Era exatamente o que eu não esperava, talvez ela tivesse escondido aquela folha como uma parte secreta do diário ou talvez Ji-won tivesse escondido a folha de mim. Nunca me senti tão burra em toda a minha vida, olhei para o mural de fotos e em seguida para Sujong.

- Sujong. Você tem família, certo? – perguntei, ele concordava com a cabeça e eu fiquei um tempo em silêncio, dando alguns passos para trás, largando a folha, peguei a cadeira e fui até a escada colocando contra a maçaneta, assim se Ji-won tentasse entrar demoraria um bom tempo.

- O que está fazendo? Ele vai voltar a entrar aqui, se ver que bloqueou a porta... Não vai ficar bravo? Ele acabou de te estuprar, pode muito bem fazer algo pior... – ele falava me seguindo com o olhar, eu estava com pressa por saber que Ji-won não demoraria e andei até Sujong tirando as cordas de suas mãos e de seus pés, o olhando seriamente fazendo sinal para que falássemos baixo.

- Consegue andar?

- Eu não sei... – ele falava ainda com a voz trêmula, o ajudei a se levantar, ele conseguia andar com dificuldade, parecia que eu tinha batido nele o bastante para que a perna estivesse machucada, mas consegui andar mancando pelo menos. Ele me olhava e em seguida a porta, estava tão tenso quanto eu estava. Corri até a cama segurando o mural de fotos que eu tanto odiava, era horrível olhar as fotos de Haeri e pensar que eu não sabia o que realmente havia acontecido. Sujong andava até mim ainda mancando e franzia o cenho – Ele vai ficar bravo por que você me desamarrou, o que está fazendo?

- Minha irmã tinha um diário, eu o li, mas... Ele escondeu uma parte do diário nesse quarto, na verdade, é a folha que eu li agora. Ela sabia que Ji-won não gostaria que ela saísse com Hanbin, então ela se adiantou. Ela saía escondido – falei segurando o grande mural de fotos, tirando o mesmo fazendo com que caísse na cama, então olhei o que era a grande prova de que eu tinha sido burra todo esse tempo. Haeri saía escondido de noite, mas nunca precisou se arriscar á ir ao andar de cima, havia uma janela baixa que ela escondia com a ajuda daquele mural de fotos. Ali estava, a janela que ela usava para sair de casa e se encontrar com Hanbin. Olhei para a porta escutando Ji-won tentar abrir a mesma e um desespero tomou conta de mim, olhei para Sujong e apontei para a janela – Vai embora. Rápido!

- Não, o que você vai fazer?!

- Jihye! O que você fez?! Abra agora essa porta! – Ji-won gritava já tentando arrombar a porta, senti meu coração acelerar de tanto pânico e segurei Sujong o ajudando a passar pela pequena janela, ele segurava meu braço me olhando em desespero quando eu consegui ajudá-lo a sair pela janela, mas mesmo que ele me puxasse pelo braço, neguei com a cabeça.

- Você consegue sair por aqui também, anda! É a única saída! – ele falava tentando me puxar, mas continuei dentro do quarto e fiz com que me soltasse.

- Eu tenho que ficar, se eu ficar aqui posso atrasá-lo para que você se afaste da casa, dessa rua – falei em lágrimas e balancei a cabeça negativamente, me afastando da janela e indo até a mesa de estudos pegando o taco de baseball, olhando Sujong mais uma vez – Vai, sua família está preocupada. Vá para a polícia e fale que eu estou viva ainda, por favor, tente encontrar Hanbin e diga que eu estou esperando por ele, que vai ficar tudo bem... – falei apertando o taco de baseball e olhei a porta que estava quase se abrindo de tanto que Ji-won jogava o corpo contra a mesma. Sujong concordava com a cabeça e começava a correr como conseguia em puro desespero, estava chovendo lá fora e suspirei baixo andando até debaixo da escada me escondendo ali, era a única chance que eu tinha. Era tudo ou nada, pela primeira vez eu tinha que confiar em mim mesma e, quando a porta finalmente foi arrombada pude escutar os passos pesados de Ji-won descer as escadas jogando a cadeira de lado e como andava até a cama.

- Jihye?! Onde você está? Não se esconda de mim! – olhava a janela e bufava levando as mãos até os cabelos dando alguns passos para trás provavelmente pensando que eu teria fugido com Sujong, saí de debaixo da escada e corri até ele pensando em como me drogou e me manteve amarrada, por toda vez que me tocou ou me bateu, todo aquele abuso... Tudo me dava raiva, principalmente por ele ter destruído a pessoa que eu era. Lembrei de como ele matou meu irmão, de como covardemente me tirou de Hanbin pela segunda vez. Bati com força e raiva em sua cabeça o fazendo cair no chão gemendo de dor, a cabeça dele estava sangrando e eu o odiava, o queria morto, queria que sofresse por tudo o que me fez.

- Eu te odeio! Quero você morto por tudo o que me fez, por tudo que fez Hanbin passar, seu desgraçado! – gritei tentando acertá-lo mais uma vez, porém Ji-won havia desviado e tirava o taco de baseball de minhas mãos o jogando para longe. Não importava o que aconteceria, Sujong já estava longe da casa, logo a polícia saberia onde eu estava. Dei alguns passos para trás e tentei correr até a escada para ter chance de ir para o andar de cima uma vez que a porta havia sido arrombada, mas Ji-won me puxava pelos cabelos fazendo com que eu caísse no chão, ficando por cima de mim me dando um soco forte no rosto.

- O que pensa que estava fazendo?! Tem noção do que acabou de fazer?! – ele falava alto me segurando mais uma vez levantando a mão como se fosse me dar outro soco. Meu rosto doía, mas o olhei seriamente.

- Eu não sou sua, nunca vou ser! Assim como Haeri também nunca seria! Vai, me dá outro soco, sabe que Hanbin vai me encontrar! – falei alto, mas isso só o havia irritado ainda mais, me dando outro soco forte o bastante para fazer com que eu apagasse naquele chão.

Eu não sabia o que aconteceria, o tempo estava correndo tão depressa e em um minuto meu destino poderia mudar completamente. Queria pensar no abraço de Hanbin, em seu beijo e até mesmo na forma que me olhava, queria poder dizer que eu o amava. Eu nunca falei muito isso, queria falar que ele havia errado com Haeri, mas que estava tudo bem. Ela parecia ser uma pessoa boa, com certeza não guardava mais rancor dele. Era o que eu queria pensar pelo menos. O meu tempo estava escapando por entre meus dedos, estava se esgotando rapidamente e eu podia pensar em toda vez em que não conversei com meu pai sobre por que ele me tratava tão mal, em cada momento em que eu estava trabalhando e que não pude sair com meu irmão quando ele estava na Coréia, me chamando para ir á um bar de esportes assistir uma partida de basquete enquanto bebíamos cerveja. Duas pessoas que tiveras suas vidas arrancadas pela ira de um psicopata. Tempo era o que estava se acabando, eu não sabia o que aconteceria comigo, mas eu rezei que no último momento eu pudesse falar que tive a sorte de conhecer e amar Hanbin.


Notas Finais


O que é melhor para comemorar os 32 favoritos do que a Jihye batendo no Ji-won? :D
Ah! Já agradecendo á todos os comentários e favoritos, o apoio ajuda muito! <3


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