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História Stockholm Syndrome - O presente


Escrita por: 1llusion

Capítulo 4 - O presente


Minha perna estava doendo e eu já estava esperando que do nada ele quebrasse minhas pernas para evitar mais fugas. Tive um sono pesado e horrível, parece que tive febre pela noite, queria tomar um banho e tirar aquela terra suja de meu corpo. Abri meus olhos gemendo de dor, mesmo que ele tivesse cuidado de meu ferimento, ainda doía mais do que tudo. Olhei em volta sabendo que ele podia ter saído, afinal, eu não ia conseguir andar com aquele ferimento. O que eu podia fazer? Sei que era de dia, mas que horas? Ah, como se isso importasse. Encarei os quadros tampados com panos brancos, ficavam em um canto da sala bem perto da porta, será que ele pintava? Pelo que parecia ele planejou tudo naquela casa para o dia em que eu fosse sua refém, isso só me dava mais medo. Olhei mais uma vez em volta e achei que havia algo de diferente ali, ele havia trocado a minha almofada por um travesseiro, tentei me sentar, mas isso só me fez gemer mais de dor. Como ele pode atirar em mim? Não o culpo, foi quase como um predador vendo como a presa se achou burra o bastante para simplesmente correr sem olhar para trás, no mundo animal talvez ele fosse uma hiena. Aquele animal que ri enquanto vê sua vítima sofrer. Eu? Não tenho direito a não ser nada, não fui inteligente para entrar naquele bar, fui burra também para fugir daquela forma, qual animal seria fraco e fácil de ser pego? Olhei o corredor e em seguida para a mesa de centro, havia algo tampado com um pano branco, seria o presente que ele havia falado? Se eu seguisse a linha de pensamento dele, eu tentei fugir, então eu merecia mesmo um presente? Escutei os passos vindo do corredor, ele corria até mim ajeitando o travesseiro para que eu sentasse melhor.

- Nem te vi acordar, já vou trazer seu café da manhã – ele falava sorrindo como sempre – A perna está melhor? Saí de madrugada e comprei alguns remédios para dor, te dou um mais tarde, não quero que sinta dor. Ficou gemendo de dor enquanto dormia. – ele falava passando a mão em minha testa, satisfeito que eu não estava com febre. Suspirei mais uma vez ainda cansada.

- Você ficou me olhando dormir?

- Eu sempre faço isso. – ele ria como se fosse algo óbvio e então se sentava ao meu lado puxando o pano que cobria o que estava na mesa de centro, olhei vendo que era uma gaiola antiga com um canário azul claro, a cor que eu gostava, ele sorriu para mim e passou a mão em meus cabelos – Aqui é silencioso, achei que gostaria de acordar com o canto desse. Gosta de pássaros, sempre teve algum em sua infância, não é? – ele sabia de tudo, estava começando a pensar que, se eu tivesse uma dúvida de mim mesma, que ele saberia  a resposta. Olhei o pássaro e como era pequeno, frágil, trancado naquela maldita gaiola. Igual á mim, passei meus dedos na gaiola vendo aquela pequena criatura me olhar e cantar um pouco – É igual á você, não acha? – ele me olhava vendo como meus olhos estavam fixos no pássaro e aproveitava para se levantar e ir até a cozinha, pude vê-lo tirar as chaves das gavetas, certamente estaria indo fazer meu café da manhã, mas não demorou muito, talvez já estivesse pronto. Olhei a bandeja que colocava na mesa de centro que estava mais próxima do sofá em que eu estava e sem dizer nada aproveitava que eu ainda encarava aquele pássaro como meu amigo refém e me empurrava gentilmente se sentando atrás de mim, abraçando meu corpo. Não gostei disso, o que ele estava pensando? Mas não consegui dizer nada, estava com medo dele me jogar naquele porão, ele mesmo havia dito antes “só preciso que seu pai ache que está viva”. Eu não queria morrer para voltar á minha antiga e livre vida, mas as vezes eu queria que ele me matasse de uma vez, que se ia mesmo fazer isso alguma hora, por que não fazer de uma vez? Não queria ele me abraçando daquela forma, eu o odiava, por sua culpa eu estava com a perna doendo mais do que tudo.

- Acha que sou um pássaro para que prenda e fique olhando? – perguntei sem pensar duas vezes, ele riu e estendia a mão até a bandeja trazendo para meu colo o prato com uma fatia de torta de maçã, estava quente e o cheiro estava bom, muito bom na verdade.

- Sim, as pessoas prendem pássaros para ficar admirando a beleza deles. Mas não, para mim você não é uma ave – ele dava risada daquilo me fazendo ficar com raiva, pegava um pouco da torta com o garfo e levava á minha boca – Come, precisa melhorar e já falou comigo que é difícil comer com as mãos amarradas.

Não falei nada, comi o pedaço que me dava me sentindo humilhada por alguém ter que dar comida na boca daquela forma. Ele ainda estava me abraçando por trás e isso me incomodava, ele estava em silêncio e só pegava mais da torta e levava á minha boca, a comida estava boa e eu não podia recusar, estava com fome, queria melhorar logo para que pudesse planejar minha fuga dali. Eu estava o odiando, me odiando por achar estranha toda aquela gentileza. Apenas uma vez eu havia saído com Hanbin para comer torta de maçã em um restaurante que eu gostava, lembro que eu havia pego um pedaço de minha fatia e levado até ele, mas Hanbin não gostava dessas interações em público, dizia que não era bom nisso. Ele nunca foi muito gentil e eu estava começando a me odiar por ficar o comparando com Ji-won. Não podia compará-lo com um psicopata. Comi mais da torta até acabar, ele colocava o prato na bandeja e pegava o copo de suco com um canudo, colocando o mesmo entre meus lábios.

- Beba tudo, isso. – ele falava com calma deixando que eu segurasse com dificuldade o corpo, bebendo do suco de laranja, senti ele abaixar a cabeça e passar o rosto em meus cabelos como se quisesse sentir o meu cheiro, eu estava tensa com aquilo, sentir a respiração dele tão perto de minha pele fez com que eu me arrepiasse e me desesperasse, encolhi meus ombros sem saber o que fazer, eu não podia me afastar, não conseguia com a dor em minha perna. Tentei tomar o suco o mais rápido que podia.

- A-acabei! – falei com a voz trêmula ainda segurando o copo vazio, ele sorriu ao ver como eu estava, talvez aquela situação o divertisse, pegava o copo colocando o mesmo na bandeja, saindo do sofá levando a bandeja de prata para a cozinha, eu estava com o rosto corado sem entender o que ele estava fazendo, me encolhi no cobertor rezando para que ele não se aproximasse mais, que apenas sentasse na poltrona ao lado do sofá em que eu estava e que ficasse fazendo suas anotações naquele maldito livro. Ele voltava após um tempo, mas seguia pelo corredor ficando um tempo lá, voltando á sala com a mesma calma habitual, mas não pegava o livro, simplesmente tirava o cobertor de meu corpo – O que está fazendo? Eu comi tudo o que fez para que eu comesse, eu quero descansar.

- Você ainda está suja de terra da sua tentativa de fuga ontem, vou te dar um banho. Não quero te deixar nesse estado. – ele falava já me levantando nos braços, já se virando para me levar ao banheiro. Não, por favor, era ainda mais humilhante alguém ter que me dar banho.

- Por favor, me deixa tomar banho sozinha...! – pedi querendo que ele me escutasse, mas ele me ignorava entrando no banheiro.

- Está machucada, não pode fazer nada sozinha. É melhor se acostumar com isso. – ele falava deitando com cuidado meu corpo na banheira mantendo a minha perna machucada um pouco elevada encostava na beirada da banheira, tirando a camisa que eu vestia, desviei o olhar brava por ele sempre acabar me dando banho, parecia não se importar por como eu odiava que me olhasse naquela situação. Eu estava suja da terra molhada e ele calmamente passava o sabão na esponja passando em minhas costas, passando a água nas mesmas – Toda essa terra suja não combina com você. – ele sorriu mais uma vez sabendo que eu não podia batê-lo com as mãos amarradas e com a perna machucada como estava. Evitei olhá-lo me sentindo sem jeito, apenas Hanbin havia me visto sem roupas afinal – Hanbin já te deu banho?

- Não sabia tudo sobre mim? – respondi virando meu rosto sentindo ele me segurar e passar a esponja em meu corpo, encolhi meus ombros sentindo meu rosto se corar, estava incomodada ao sentir a esponja deslizar por cada parte de meu corpo, suspirei baixo balançando a cabeça negativamente – Não. Eu tomava banho sozinha, como alguém normal. – queria me manter firme, se ele percebesse que eu estava incomodada talvez isso o fizesse dar aquele sorriso de satisfação.

- Tem uma primeira vez para tudo, não acha bom não ter que fazer mais nada? Só fica pensando em Hanbin, mas ele nunca fez nada disso, não é mesmo? – ele sorria de lado se divertindo como eu evitava olhá-lo, passava o sabão nas mãos e levava a mão até a água quente e da espuma perfumada por causa dos sais de banho, senti sua mão passar na parte interna de minha coxa passando os dedos ali, o olhei com o rosto vermelho tentando empurrar sua mão.

- Pare, não pode fazer isso...! – falei alto tentando empurrar sua mão, mas ele segurava a corda que amarrava meus pulsos, afastando minhas mãos impedindo que eu continuasse a tentar empurrá-lo, o olhei balançando a cabeça negativamente pedindo para que parasse, mas ele calmamente passou os dedos entre minhas pernas passeando lentamente os dedos ali, penetrando sem nenhum aviso olhando para meu rosto observando cada reação, fechei meus olhos com força sem acreditar que estava fazendo isso – Para com isso, Ji-won! – falei choramingando baixo, mas isso só fez com que se movimentasse rápido, eu não queria acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo, contorci meu corpo querendo que ele parasse, mordi com força meu lábio inferior odiando ainda mais por sentir o olhar fixo dele em mim, ele só aumentava ainda mais a velocidade e a intensidade, movimentando devagar os dedos e de repente indo rápido e intenso, sem aguentar senti meu corpo estremecer, abri meus lábios sem aguentar mais segurar aquele gemido, ele estava com um sorriso malicioso nos lábios e assim que escutava o gemido se inclinava na banheira beijando meu pescoço, descendo os lábios passando a língua em meus seios. Era uma sensação estranha, eu nunca havia sido tocada daquela forma, eu que tinha que sempre fazer tudo para Hanbin, o foco era sempre ele em tudo. Senti minha respiração ofegante quando ele havia parado sorrindo de lado ao olhar como meu rosto estava vermelho.

- Não é mais de Hanbin, se ainda fosse não gemeria dessa forma. – ele sorria de lado olhando para meu rosto, eu estava me sentindo envergonhada por ter gemido daquela forma logo pelo toque do homem que havia atirado em mim. O que estava acontecendo comigo afinal? Ele ria da expressão que eu tinha no rosto e inclinava a cabeça para o lado – Não faça essa cara, vamos continuar isso assim que sua perna melhorar, até lá só vou te deixar relaxada. – ele falava sorrindo ao passar os dedos em minha perna, o olhei assustada e virei o rosto. O que ele estava querendo dizer com isso afinal?

- Não me toque. – falei baixo tentando me sentar, ele ria mais uma vez e me levantava me carregando nos braços me levando para a sala, deitando meu corpo sobre o cobertor, fiquei a olhá-lo com raiva por saber que eu não estava pensando direito, por que eu estava daquela forma? Tentei cobrir meu corpo com meus braços tentando esquecer o que havia acabado de acontecer, como ainda sentia meu corpo quente por aquele toque, eu estava me odiando por estar gostando da comida que ele fazia, eu ainda o temia. Ele podia me matar, eu tinha que me lembrar disso. Encarei o pássaro na gaiola e me perguntei se ele queria ser libertado, mas abaixei a cabeça assim que Ji-won voltava do corredor com uma toalha passando por minhas costas com cuidado, secava meu corpo com calma, e levava a toalha aos meus cabelos, mantive minha cabeça abaixada sem saber o que estava acontecendo comigo, olhei por um instante em seu braço vendo uma marca que eu não tinha notado antes – Onde se machucou?

- Eu marco em mim mesmo quantas vezes você foge. Como foi apenas uma, então uma marca. – falava calmamente como se fosse algo comum de se fazer, secava meus cabelos e tirava a camisa que usava, vestindo meu corpo com a mesma, me abraçando por trás – Tenho que fazer isso, cada fuga sua será como um erro em meu plano.

- O que anota naquele livro? – perguntei sabendo que não sairia de seus braços, senti encostar o queixo em meu ombro com um sorriso de lado.

- Coisas que eu devo anotar.

Bufei e olhei a janela vendo as árvores, eu não sabia onde eu estava, ainda estava envergonhada por aquele gemido, mas outra coisa  estava indo á minha mente. Ele realmente não dormia? Olhei para o lado e suspirei mais uma vez sentindo um leve beijo em meu ombro.

- Você não dorme de jeito nenhum?

- Prefiro ficar vendo você dormir, passando a mão em seu cabelo – ele beijava meu rosto calmamente apertando o abraço – Posso dormir assim com você hoje? Claro que não vou dormir, mas assim é bom. – ele falava passando discretamente até minha coxa, fechei minhas pernas no exato momento em que senti seu toque, minha pele havia se arrepiado, senti ele passar os lábios em minha pele, abaixei novamente a cabeça me perguntando por que eu estava assim, por que meu coração estava acelerando com aquilo, por que meu corpo estremecia quando ele me tocava. Ele parecia perceber isso, me puxava para perto abraçando apertado sorrindo contra minha pele, tirando a arma do casaco jogado sobre a mesa de centro e encostando o cano em minha cabeça, fiquei pálida me perguntando o que ele estava fazendo – Olhe para mim. É uma ordem. – ele falava com a voz firme, levantei a cabeça tremendo de medo que atirasse em minha cabeça, virei meu rosto o olhando com o rosto vermelho, naquelas situações eu não deveria dizer nada, uma palavra poderia assinar minha sentença. Era insano passar por tudo aquilo, queria falar algo, pedir para que fizesse ou trouxesse algo para mim para que assim não me tocasse. Mas, eu não podia falar nada com uma arma apontada para minha cabeça. Olhei em seus olhos ainda com medo, ele sorriu ainda encostando o cano da arma em meus cabelos – Sem morder, não quer que eu atire em você novamente.

Dava para sentir o cano da arma em meus cabelos, senti sua outra mão se aproximar de meu rosto passando delicadamente os dedos na lateral de meu rosto, era um toque gentil. Eu falaria gentil se não me lembrasse que a maldita arma estava em minha cabeça, senti seus lábios nos meus, a mão deslizou até minha nuca me trazendo para mais perto, senti mais uma vez aquele gosto de cigarro, não queria me deixar levar por aquilo, eu não podia. “Pense em Hanbin” foi o que pensei, eu tinha que pensar nele e em como nos encontraríamos depois de tudo aquilo, mas era diferente. Por um instante eu realmente pensei que aquele beijo era diferente do beijo de Hanbin, era devagar e aumentava a intensidade aos poucos, era como se ele quisesse sentir o gosto daquele beijo e saboreasse aos poucos, bem lentamente até atacar meus lábios com vontade, fechei meus olhos sem conseguir controlar como meu coração havia acelerado. Nunca havia sentido isso antes, senti ele colocar a arma na mesa de centro deslizando as mãos por meu corpo passando por debaixo da camisa que havia vestido em mim, sentindo minha pele ainda quente e úmida por causa do banho, parando o beijo dando um leve chupão em meu lábio inferior. Olhava para o lado escutando um som, parecia um toque de celular, saía do sofá se levantando e indo até o corredor, eu não podia acreditar que tinha sinal naquele lugar. Se eu conseguisse meu celular de volta... Eu poderia pedir por ajuda? Eu queria escutar o que ele falava ao celular, mas não consegui, parecia nervoso como se quisesse terminar logo aquela ligação. Sentei no sofá ainda sem acreditar como meu coração estava acelerado, não podia ser verdade que naquele dia eu havia me deixado levar por um beijo dele. Não podia ser verdade. Ele voltava do corredor parecendo um tanto nervoso ao olhar o celular, então sem dizer nada corria até a cozinha voltando com uma tesoura se sentando ao meu lado segurando meu cabelo.

- O que está fazendo?! – perguntei, mas ele estava sério, cortando várias mechas sem dizer nada – Bobby, fala comigo! O que houve?!

- É apenas uma prova que preciso enviar. Não há nada que possa fazer quanto á isso. – ele continuava a cortar meus cabelos pegando as mechas que caíam, olhando satisfeito – querem uma prova de que estou realmente com você. – se levantava pegando a arma sobre a mesa de centro, correndo com as mechas em mãos, eu não entendia como aquilo funcionava, quer dizer que logo eu seria entregue? Não, pelo que eu pensava em situações assim pediam provas de que a pessoa raptada estivesse bem, então poderia demorar muito mais tempo. Olhei em volta sem saber o que fazer ou pensar, olhei pela janela, ainda estava com a respiração ofegante por causa do beijo e coloquei minhas mãos no vidro vendo o que parecia ser uma pessoa, talvez um viajante perdido. O que eu podia fazer? Gritar? Pedir por ajuda? Eu estava com uma sensação estranha que eu não conseguia compreender, mas antes que eu decidisse qualquer coisa que fosse olhei para o lado vendo Ji-won correr até a janela – Ah, finalmente. – ele falava correndo até a porta e saindo acenando para a pessoa, era um homem tão alto quanto ele e o abraçava como se fossem velhos conhecidos, entregando uma sacola grande, eram amigos, talvez? Observei me perguntando por que não gritei. Claro que isso não bastaria, pareciam amigos demais, pude ver o homem olhar para a janela em que eu estava, por medo me abaixei me encolhendo no sofá escutando um som alto. Não, ele não havia atirado, olhei pela janela e vi que o homem estava de moto e ligava a mesma acenando para Ji-won, que se virava e apressava os passos até dentro da casa levando a sacola para a cozinha, voltando para a sala depois de alguns minutos.

- Odeio essas visitas de irmãos, ele veio me trazer algumas coisas que eu pedi. Sorte que ele é burro o bastante para saber que gosto de ficar sozinho – ele riu e andava até mim com um sorriso de lado – Não achou que eu atiraria nele, não é? Na verdade eu ia. Ele te viu, mas não me preocupo, está com os cabelos curtos agora e ele nunca te viu na vida – falava calmamente passando a mão em meus cabelos – Mas, se ele insistisse a entrar, teria que dar um tiro bem no meio da testa dele. – ele ria novamente dando um beijo em minha testa – Não se preocupe com ele, meu anjo.

Encolhi meus ombros com medo do que poderia ter acontecido, se ele estava falando sério sobre matar o próprio irmão. Por que eu não gritei? Certamente ele teria nos matado, mas... Por quê? Eu estava mesmo me convencendo a não reagir? Eu não devia pensar assim, era errado. Ele se sentava atrás de mim mais uma vez me abraçando por trás olhando atentamente para a janela, como se quisesse que ele voltasse para dar aquele tiro. Estava com medo, e se o irmão dele havia desconfiado que algo estava errado? Senti mais uma vez o rosto dele em meus cabelos agora curtos e os beijos em minha nuca, minha pele voltou a se arrepiar e uma sensação nasceu em meu peito, será que um dia eu sairia mesmo dali? Senti um nó na garganta ao pensar em como algo estava diferente, como se eu começasse a querer entender Ji-won e esse sentimento era perigoso e inevitável. Eu devia estar perdendo a cabeça, mas não queria admitir para mim mesma que eu parecia cada vez mais ser uma pessoa diferente da que eu era. 



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