História Stole My Heart - Who is She?

03/03/15, Segunda-Feira,  07:00 a.m.

Acordo com o som do despertador. Os horários de aula mudaram. Agora as aulas começam as 09:00 da manhã, e termina as 16 da tarde. De certo modo é melhor. Não preciso acordar tão cedo. Vou para o banheiro.

Tomo banho, depois, saio do banheiro e sigo para o closet, como de costume.

Visto uma calça jeans, um top rosa bebe e um suéter de lã, creme.

Saio do closet. Seco os meus cabelos, e desço, com um dos meus vários óculos de grau, e a minha mochila, em mãos.

-Bom dia.- Cumprimento o meu amigo, que para variar, está sentado na cadeira, tomando café na bancada. Ele está lendo alguma coisa na hora em que falo, mas levanta o olhar e sorri.

-Bom dia.

-Ontem não consegui falar, mas, parabéns pelo episódio de ontem, foi incrível!- The Walking Dead voltou faz uma semana. Ele sorri de novo, e volta a ler.- Que isso?

-O roteiro, peguei ontem no set...

-Sério?? Então era lá que você estava.

-É..

-Você.. Tem coisa pra fazer hoje, depois da aula?

-Depende, precisa de alguma coisa?

-Humm... Mais ou menos. Preciso comprar tinta, e queria saber se você não quer ir comigo.

-Humm, posso, mas acho que não vai precisar.

-Como assim?

-Nada, eu posso te acompanhar, sim.. Mas antes de irmos hoje a tarde, tenho que te mostrar uma coisa.

-O que?

-Você vai ficar sabendo hoje a tarde.

Bufo. Ele da risada.

-Vamos?

-Aham...

Eu e Chandler estamos ficando com muita preguiça de ir caminhando até a escola ultimamente, então vamos de ônibus, (prova do quão preguiçosos nós somos).

-Então.. Por que não vou precisar de tinta?

-Você vai descobrir.. Depois.- Entramos no ônibus.

Durante o caminho inteiro, eu discuti com Chan, na tentativa de convencê-lo a me contar, mas não funcionou. Isso me deixou emburrada de início, mas não consigo ficar brava com alguém por muito tempo. Eu acho.

[...]

Chegando na escola, percebo que estão todos lá, menos Lucy, e eu já sei porque. Ela tem evitado ficar perto de Sam desde a festa.

-Vocês sabem se a Lucy já chegou?- Sam pergunta, num tom baixo e preocupado.

-Não..- Emma responde.

-Você tá preocupado demais com ela ultimamente, cara.- Eric resmunga.

Nisso, Lucy passa por nós, com uma expressão pesada estampada em seu rosto. Sam coloca a mão em cima do seu ombro, na tentativa de faze-la parar, mas não funciona porque ela desvia violentamente do seu toque, e sai andando com passos pesados. Ele nos encara com uma expressão triste, e que apresenta uma pontada de dúvida sobre o que ele deve fazer.

-Vai atrás dela.- Eu e Chandler falamos em uníssono, e depois nos encaramos com uma expressão engraçada. Sam sai.

P.O.V. Sam

Saio rapidamente, para ir atrás de Lucy. Ela vai até o final do corredor, e entra no ginásio.

Sem fazer barulho algum, a sigo pelas arquibancadas, onde ela está sentada, olhando pela janela que se localiza no extremo esquerdo do ginásio. Paro atrás dela.

-O que você quer?- Ela fala, sem se mexer.

-Só queria conver..

-Eu não tenho o que falar para você, Sammeh.

-Você não é obrigada a falar.

-E também não sou obrigada a te escutar.- Ela troveja, levanta num ato violento, e quando se prepara para caminhar para longe de mim, seguro a sua mão e a puxo para perto.

Olho no fundo de seus olhos, e falo, serio:

-Me evitar não vai mudar o que sinto por você. Não vai.

-Você não..- Ela começa, mas a interrompo.

-Sim, eu sinto.

Ela está com a franja um pouco bagunçada, então a ajeito para continuar.

-Mas, é difícil de demonstrar, quando a garota que você gosta te dá medo.

-Eu não faria mal para uma formiga...- Ela fala, irritada.

-Não é a imagem que você me passa...

-Tá, então é isso? Quer que eu mude quem eu sou pra você tomar atitude?- Lucy está quase gritando, incrédula.

-Não, eu gosto de você assim.

-Dá pra explicar logo o que você quer com isso?! Ou melhor, dá pra me soltar?! Você tá me confundindo!- Ela grita, muito irritada.

-Eu gosto de você, faz tempo, Lucy. E eu sei que você também gosta de mim...

-Como você...?- Ela começa, mas a interrompo, de novo.

-Dá pra perceber.- Lucy desvia o olhar, puxo seu rosto de volta.- Olhe para mim. Quero que me diga o que sente por mim, por favor.

-Sam, eu não vou pensar que vai dar certo. Porque não vai.

-Quem disse que..

-Não vai, Sammeh! Não vai! A gente nunca vai ter uma boa relação como um casal, já que você tem medo de mim, sabendo que eu nunca faria nada de mal pra ninguém.- Ela tenta se soltar.- Isso nunca vai funcionar! Sabe por que?! Porque não importa o quão diferente eu fique por fora, a minha antiga imagem vai ficar sempre, aquela garota que todo o mundo tem medo de magoar, aquela garota que é vista como ameaçadora ou má? Não importa a quantidade de rosa que eu use, não importa as saias, nada disso importa, Sam! Nada disso importa porque, mesmo que as opiniões sobre mim mudem, eu vou continuar a mesma. Não vou mudar quem eu sou, por ninguém. E se você acha que eu vou, não tem o menor motivo para investir em mim.

-Lucy...

-Pode ir! Afinal, eu não sou uma bonequinha,- ela dá uma risada, como se fosse óbvio- e eu não vou quebrar. Eu vou passar por isso, e vou superar!

-Lucy..

-Eu não ligo!

-Lucy, se acalma! O que está acontecendo?

-Eu acredito que o amor só é sentido por quem o deixa entrar, e eu não quero. O amor é para quem quer sofrer. É um sentimento ridículo, maldoso e que te machuca. Mas todos o tratam como se fosse o melhor sentimento do mundo. Talvez seja, para correspondidos. Mas para os que tem que conviver com alguém que nunca daria certo, todos que são como eu? O amor é um saco. E você só ama alguém, desse jeito, se o deixa ultrapassar as suas barreiras. Esse tipo de amor é como um raio de sol em uma janela com cortina; basta uma pequena frestinha, e não tem mais volta. É por isso que eu te afasto. Não quero me machucar, não quero machucar quem está  ao redor, mas principalmente, eu não quero te machucar.

-Lucy...- Balanço a cabeça, tentando entender.- Já que o amor é como um raio de sol batendo contra uma janela com cortinas, as minhas janelas estão escancaradas para você.- A encaro, e acaricio a sua bochecha.

-Mas, isso vai acabar te machucando. Você não pode..- Lágrimas escorrem pelo seu corpo.

-Eu posso. Essa é uma decisão complicada, que eu já tomei há muito tempo.

-Eu não quero te machucar.

-Eu quero correr o risco, e sei que você não vai.

Solto ela, achando que vai sair correndo dali, mas não o faz. Ela fica ali, parada. Tento me aproximar, mas ela se afasta. A encaro por uns estantes. Que se dane. A puxo para perto de mim, e a beijo.

Lucy P.O.V.

Esse filho da puta está mesmo me beijando? Ele está mesmo fazendo isso? Depois de tudo o que eu disse?

Me afasto dele num ato rápido.

-O que tem de errado com você?

-Lucy, eu já disse que quero me arriscar, e vou.

-Não, não vai. Entenda, eu estou te fazendo um favor.

Pego as minhas coisas e saio correndo, o deixando para trás.

O sinal toca, porém, não tenho a primeira aula hoje, por que Sra. Kambler não vem, então, sigo para a sala de música. Lá é tipo um santuário para mim, porque ninguém vai lá. É onde eu consigo ficar sozinha, pensar, tocar piano, ou qualquer coisa assim,  ninguém me atrapalha lá. E, ultimamente, preciso de um tempo sozinha.

Sento-me de frente para o piano que tem lá, e começo a tocar as primeiras notas de “Iris” (Goo Goo Dolls).

Passar os dedos pelas teclas lisas, sabendo que produzirão um som bonito, me tranquiliza. Aquilo me faz sentir sozinha de um jeito relaxante.

Alice P.O.V.

A primeira aula é de matemática, e o Sr. Baker vai passar um trabalho que provavelmente, será em duplas. O que é horrível para mim, já que prefiro trabalhar sozinha.

-Então, turma, antes da aula começar... Tenho um aviso para as senhoras e senhores... Tivemos um tipo de seleção de professores, e vários dos professores, contudo, os horários também mudaram. Vou passar a nova lista de professores e o novo horário de aulas.- Ele diz, enquanto entrega.

Ao ver os horários, vejo que apenas 3 dos professores antigos ficaram: Sra. Hills, Sr. Baker e o Treinador Harris. E as únicas coisas que não mudaram são os horários de prova e a primeira aula, de matemática, na segunda. Mas só. Fico um pouco confusa, mas, olhando pelo lado bom, a tão esperada Srta. Hunterson, a nova professora de química. Se bem que agora temos professores novos para dar e vender.

10:50 a.m.

Faltam 10 minutos para a aula de química, e ninguém está dando ouvidos à sra. Hills, até que ela fala:

-Agora, quero falar sobre a sobre a srta. Hunterson,-Todos viram para ela- quero que por favor sejam bons com ela,  ela é uma ótima professora, e acima de tudo, é minha filha.

Uma exclamação de surpresa corre pelo silencio da sala, mas, para variar, ela ignora e prossegue:

-Enfim, gostaria que a tratassem bem.- O sinal toca.- Até sexta.

Ela sai de sala, e eu me viro para Emma:

-Como será que a professora nova é?

-Não sei..- Ela dá de ombros.- Espero que ela seja legal.

Nisso, Lucy entra rápido, e de cabeça baixa e se senta rapidamente na minha frente.

-Tudo bem?- Pergunto para ela.

-Ele me beijou. Dá pra acreditar?

-Isso é bom?

-Não!- Ela fala, e depois olha em volta, pra tentar ver se alguém ouviu.- Como ele pode? Ficar com uma garota, se arrepender, e vir falar comigo como se nada tivesse acontecido? Sabe, eu gosto dele, mas não sou burra, nem otária. Eu não vou ser a outra.

-Você tá certa.. Mas, já parou pra pensar que ele pode realmente gostar de você?

Ela da de ombros. O barulho cessa, e adivinho o por que: ela chegou.

-Bom dia, turma.

Uma mulher loira, com os cabelos presos em um rabo de cavalo, de óculos, que está usando uma saia azul marinho, uma camisa social branca e saltos azul claro, entra na sala.

-Bom, como já devem saber...- Ela coloca os livros em cima da mesa, e pendura a bolsa na cadeira.- Meu nome é Scarlet Hunterson,-Ela corre os olhos pela turma- sou professora de química, e....- Ela encara Emma, que está escrevendo algo em seu caderno.- Emma?

Todos a encaram. Ela levanta o olhar na hora, mas não parece reconhecer a professora.

-...