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História Stole My Heart - Who I Used to Be


Escrita por: katelynxriggs

Notas do Autor


OIEEE ADIVINHA QUEM CONSEGUIU POSTAR???

Capítulo 26 - Who I Used to Be


Fanfic / Fanfiction Stole My Heart - Who I Used to Be

Quinta-feira, 20/03, 10:15 a.m.

Na terça o Sr Black, nosso professor de sociologia, passou a seguinte tarefa: escrever um texto falando o que é humanidade.

Eu fiz, então estou apenas esperando ele passar para recolher. Enquanto ele não faz isso, fico lendo o livro que estamos lendo em Literatura Russa, The Lady With The Dog, e só faltam umas 100 páginas, então, quero terminar ainda hoje.

Sinto um cutucão, da menina que senta atrás de mim, e ela aponta para o professor.

-Alice. Já que está tão interessada na aula, por que não o lê para a classe?

-Han, tá bem… - Abro o meu caderno e me preparo para ler.

-Não, não. Aqui na frente.

O que você tem, animal? Vou ler de qualquer maneira.

De qualquer maneira, levanto-me e caminho até o centro da sala.

-A tarefa passada era: falar o que é humanidade. Uma pessoa comum pensaria: Fácil, somos humanos. Nós, somos a humanidade. Mas isso seria uma mera mentira. De fato, somos humanos, do jeito que a sociedade impôs o conceito de “humano”. Quem lhe garante que isso é humanidade? Porque eu, de verdade, tenho um conceito básico sobre essa palavra. Humanidade, para mim, é ser bom com os outros. Ser educado, não só por etiqueta, não só para parecer uma pessoa boa, ter educação pelo simples fato de querer. Pensar em quem está ao seu redor antes de pensar em si mesmo. Não ter ódio, nem maldade no coração. Ver através das pessoas, tentar enxergar o seu melhor. Não digo que precisamos esperar o melhor dos outros, sempre. Não, longe disso. Mesmo porque, nem todos são bons. Mas não é exatamente isso que eu falei? Tecnicamente, sim. Mas, pense bem: Se você dá o seu melhor para ver as pessoas felizes, pensa mais nos outros do que em si, não perde o seu tempo odiando, e procura ver o que há de bom em todos, a sua parte você está fazendo, certo? E se, cada um pensar desse jeito, o mundo já se tornará um lugar melhor. Não acha? Eu li em algum lugar a seguinte frase: “Todos que você encontra está lutando em uma batalha na qual você não sabe nada sobre. Seja bondoso. Sempre.” Essa frase faz o maior sentido, se você parar para pensar. Olhe bem: Você encontra uma garota com pais que dariam tudo pela felicidade dela, que tenha muitos amigos e tenha uma boa aparência. Depois, você encontra uma garota que tem pais que não dão a mínima para ela, não trabalham, e estão separados, a segunda garota não tem amigos, e sua aparência não é a mais atraente. Por fora, é isso que enxergamos, não é? Mas, e se você olhar mais de perto? E se conversar com as duas garotas, e descobrir que para a primeira garota, os bens materiais não importam, e a única coisa que queria de verdade é ter seus pais presentes. Mas, os pais da garota estão sempre trabalhando para dar o melhor a ela. E então começa a conversar com a segunda garota, e percebe que os seus problemas não têm muitas soluções: seus pais são separados, ela não tem amigos, e todos consideram a ideia de ela não ter valor. E então, descobre que ela é incrivelmente inteligente. Está vendo? As duas tem problemas. A única diferença além do quão grave o problema é, é que uma sabe esconder melhor que a outra. Mas, o fato da pessoa esconder seus problemas, não quer dizer que ela não os tenha. Todos têm. Agora, focando na segunda garota: Todos a consideram sem valor. E por que? Por conta da aparência dela? Esse é o tipo de coisa que nos faz humanos? Maltratar alguém porque é feio, bonito, desajeitado, envergonhado? Não! Isso não é humanidade. Algumas pessoas falam que ela é malvada, grossa e até antipática, sendo que nunca ao menos falaram com ela. Essa menina, que muitos julgam, poderia ajudar-lhe com o dever de casa, já pensou nisso? Pode ser sua nova melhor amiga. Colega de laboratório. E aí? Nunca vai saber se ela é legal de verdade se não tentar. O interessante de demonstrar humanidade, é que você pode se impressionar com o potencial das pessoas. Então, antes de pensar que nós somos a humanidade, lembre-se, seja bom com quem está ao seu redor. Às vezes, eles estão com problemas, e a única coisa que precisam, e que pode de fato ajudá-los, é um ombro amigo. Seja amável, sempre. Faça jus ao nome: humanidade. – Levanto o olhar para a classe, e todos me encaram, fascinados. Encaro o professor, e deixo a folha de papel que contem o texto em cima de sua mesa. Volto para o meu lugar e passo os olhos pela turma.

Vejo uma menina de cabelos curtos e castanhos, óculos e batom vermelho, que me parece adorável, cochicha com um menino com o cabelo loiro e arrumadinho, o mesmo também usa óculos. Será que estão falando de mim? Opto por ignorar, e me volto para o caderno novamente. O professor começa um discurso sobre humanidade, que eu mal presto atenção. Estou ocupada demais desenhando e pensando na competição de sexta.

O sinal toca, e eu me preparo para sair da sala o mais rápido possível, sem sucesso, porque sou uma das últimas.

Caminho para fora da sala, distraída, quando aquela menina, que estava cochichando, aparece na minha frente, pregando-me um susto.

-Oi! – Ela está acompanhada pelo garoto e por uma menina loira.

-Oi...?

-Seu nome é Alice, né?

-Hm.. Sim... E você é?

-Elisabeth Abott. Mas pode me chamar de Beth.  – Ela sorri de maneira meiga. – Este é Will Daniels. – O loiro de óculos que estava com ela na aula. – E Ivy Vega. – A garota tem longos cabelos loiros, e os seus olhos são castanho escuro. Tem bochechas rosadas e um sorriso acolhedor.

-Sim....? – Ainda não consigo entender direito o que eles querem comigo.

-Bom, nós somos da editoria do jornal e anuário do colégio. – A tal de Ivy fala, ainda sorrindo.

-E, eu e a Beth ouvimos o seu texto na aula de sociologia, e também vimos as suas fotos, que estão expostas na sala de artes. – Will complementa.

-Enfim, gostaríamos de saber se você gostaria de participar, sabe... Da editoria do jornal e do anuário. As reuniões são segunda e quarta, as 16h... Mas, ficamos lá todos os dias, das 16h até as 17:10.... E, adoraríamos te-la na equipe!

-Humm... Segunda e quarta as quatro... – Começo a repassar a minha agenda na cabeça. – Tá bem!

Os três sorriem.

-E vocês ficam aqui, todos os dias de tarde?

-Sim! – Elisabeth fala. – Mas é obrigatório apenas na segunda e quarta. -Tudo bem! Só tem um problema... Segunda, posso ir, mas só até o horário da reunião acabar, porque tenho curso de fotografia e depois, clube de matemática. Terça, posso as 16h até 16:50, e 17:10 até 18h, porque tenho basquete. Quarta vou ficar aqui o tempo todo, quando puder. Vou comparecer a reunião, mas só posso ficar até 17:10. Quinta é a mesma coisa que terça, e sexta tenho curso de fotografia no primeiro horário de contra turno e depois nada. Só que eu estou na competição de artes, então, dependendo das provas, vai ficar difícil. Tem problema?

-Não! Ficamos felizes por se dedicar a tanta coisa e ainda se esforçar para dar atenção a um grupo tão pequeno.

-Mas é exatamente isso que eu apoio. Mesmo porque, o meu texto de sociologia foi sobre isso.

-Obrigada.

-Então, posso começar hoje?

-Com certeza! Hoje, no primeiro horário, ficaremos na biblioteca, te esperando, para te mostrarmos onde é a nossa sala.

-Tá bem, e como é que funciona? Digo, quem faz o que?

-Nós fazemos tudo! Mas, normalmente, eu e Will tiramos as fotos, e a Ivy trabalha no design. Você poderia nos ajudar escrevendo os artigos, e também, como eu estou um pouco focada nas entrevistas para o jornal e procurando fotos para o anuário, tentando me informar sobre tudo, com a ajuda de Ivy, o Will fica um pouco sobrecarregado nas fotos, se puder ajudar ele, seria ótimo. Enfim, nós nos ajudamos e fazemos tudo, vai entender melhor depois.

-Tá bem.. – Olho no relógio. – Mas agora eu preciso correr. To atrasada.

-Ta bem.... Até mais tarde!

Saio correndo para o vestiário, coloco roupa de academia, prendo o meu cabelo e corro para a quadra. Lá vejo Tyler, jogando basquete sozinho.

-Ei, Ty! – Falo, correndo até ele. O mesmo joga a bola pra mim e eu acerto na sexta.

-Lilice Farofa! – Ele sorri.

-Tá afim de ir na academia, dar umas socos?

-Quer fazer boxe?

-Uhum.

-Vamos então né.. Quem sou eu pra discordar. 

Subimos para a academia, e ligamos o ar condicionado. Logo depois de nós, entraram duas garotas, e dois garotos. Todos cumprimentaram Tyler, e deram um “oi” pra mim. Tá.

Procuro uma luva do tamanho das minhas mãos e começo a enfaixar os punhos antes de coloca-las.

-Já fez boxe? – Tyler pergunta, colocando as luvas também.

-Boxe não, mas antes de vir para cá eu fazia muay thai.

-Wow. Isso explica o murro que você deu no Zach aquele dia... Quer que eu segure.

-Não precisa. Não quero boxe, quero continuar o muay thai.

Caminho até o saco de boxe, e Tyler começa a socar o outro, ao meu lado.

-Então, – Ele começa a falar, e eu começo a socar o saco. – o que te levou a fazer muay thai?

-Bem... Eu sempre gostei, tanto de muay thai quanto de basquete, mas lá no Brasil, eu tinha muitos problemas para jogar basquete, porque não me aceitaram no time. Quer dizer, o treinador aceitou, mas o time não, me provocavam, encurralavam, me faziam ter medo de comparecer aos treinos. E isso me envolvia em muitas brigas, e sempre que eu ameaçava socar, eles diziam: “Vamos lá, soque como uma garota.” Dando uma impressão machista. Então, eu comecei a fazer muay thai na academia que o meu pai treina. Que eu julgo uma das melhores lá da minha cidade, porque todos estão em forma...

-Era uma academia muito popular?

-Acho que podemos dizer que era popular, mas eram poucos os que iam lá.

-Como assim?

Paro de socar por um momento,  e viro-me para ele. Ele olha para mim.

-Era a academia militar.

Ele arregala os olhos.

-Como você e seu pai conseguiram aulas na academia militar, sua doida?

-Meu pai é policial. – Dou de ombros. Ele murmura um “hummm”.

Volto a socar enquanto retomo a conversa:

-Todos que vão naquela academia me conhecem desde pequena, então já era costume me ver lá. São de grande maioria amigos íntimos do meu pai. Enfim... Comecei a fazer esse tipo de aula, com tamanha brutalidade, porque já estava de saco cheio dessa de “garotas são fracas”, “soque como uma garota.” Queria faze-los sentirem as próprias palavras. E assim que meu professor disse que poderia passar para um saco mais pesado, eu senti o progresso. Então, na tarde seguinte, fui ao treino de basquete, e no momento em que pisei na quadra, senti um fogo subindo pelos meus nervos. Era uma sensação boa e eu não queria parar. Sabe, sentir aquilo era melhor que sentir medo, ou dor. Me senti como uma fênix renascendo, e então, a parte que eu mais esperava chegou: as piadas machistas começaram, um garoto, Marcos, era o capitão. Ele era o pior de todos, e então, quando as suas piadas chegaram no auge, eu o soquei com toda a força. – Rio comigo mesma ao lembrar.

-E o que ele fez?

-Ele teve um ataque. Gritou comigo, um montão de palavrões. Nem liguei, estava tão feliz comigo mesma que mal prestava atenção. A única coisa que eu lembro foi a última coisa que ele falou “O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA, GAROTA?!”

-E o que você respondeu?

-Eu sorri e disse: “Mas foi você que me mandou socar como uma grota, lembra?”. Ele ficou maluco, quase avançou em mim, mas o treinador chegou e perguntou: “O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!” e o Marcos falou: “A Alice me deu um soco!” e o Sr. Silvano disse: “Não pode ser verdade! Isso é verdade, garotos?!” Lancei um olhar para eles, só pra testa-los. Mas eles não responderam, e o treinador continuou: “RESPONDAM, HOMENS!” e eles tremeram! Foi engraçado.

-E o que aconteceu?

-Eu disse: “É verdade, treinador. Não preciso de um bando de covardes me defendendo ou lutando contra mim. Eu soquei ele, sim senhor. Mas por favor, não pergunte a o que você chama de homens, que na verdade são um bando de covardes que fazem de tudo para meter medo em uma garota, e que, depois de descobrirem que ela é forte, ficam com o rabo entre as pernas!”

-Você disse isso?!

-Eu praticamente cuspi as palavras neles. Continuando, o treinador mandou eu e o Marcos para a sala dele, e lá o pau comeu. O Sr. Silvano e o Marcos estavam gritando, e eu estava super tranquila, e quando a discussão entre os dois finalmente acabou, o treinador me perguntou: “Por que você fez isso, Alice?” e eu sorri de maneira inocente, e disse: “Só fico feliz de ensinar a ele e aos babacas lá em baixo, o verdadeiro significado de ‘soque como uma garota’.” Eu só disse isso, somente. Não tinha mais o que dizer.

-E o que aconteceu?

-Por incrível que pareça, eles não ligaram para os meus pais, e eu ia pegar suspensão, só que como eu fui extremamente sincera, e o time de basquete inteiro fazia um tipo de bullying comigo, eu só levei uma advertência. Então, eu sai da sala e desci as escadas até o ginásio onde o resto do time estava, e comecei a treinar uns arremessos, bem na frente deles. Ouvi vários cochichos dizendo: “Ela é boa” e coisas assim, e aquilo fez com que eu me sentisse altamente confiante. Uns minutos depois, o treinador e aquele animal desceram, e o Sr. Silvano disse: “Alice, o Marcos e o time tem algo para te dizer.”, eu larguei a bola na hora, e caminhei até eles. Foi então que eu vi o nariz dele sangrando, e uma parte do olho, roxa. Então, Marcos começou: “Alice, nós te devemos desculpas... Fomos muito babacas, e você... Não merecia ser tratada daquela forma. .. E, agora... Nós te queremos no time...”

-E o que você respondeu?

-Fácil: “Não.” Ai, todos eles disseram ao mesmo tempo: “Não?!” e eu expliquei: “Fico realmente lisonjeada com tudo isso, sério. Só que, é o seguinte: Tentei fazer vocês me aceitarem por quase seis meses! Não sou capaz de ficar em um time onde só tem um bando de machistas hipócritas. Prefiro ficar sem time do que ficar em um que só tenham trogloditas obcecados por machismo. Não aguentaria ficar num time onde só tem covardes. Mesmo assim, obrigada. Tentem ver se a próxima garota que tentar aqui sabe jogar, e se sabe socar. Só uma dica: machismo, hipocrisia e covardia não deixam vocês mais fortes, inteligentes, ou atraentes. Só provam o quão ultrapassados vocês são.” Depois de falar isso, eu sai, de cabeça erguida, da quadra.

Tyler para de socar e aplaude. Dou risada.

-Então você é forte mesmo.

-Sou.

-E você já sofreu bullying. 

-Já.

-E você não tem nenhum problema de auto estima por causa disso?

-Olha, tem dois tipos de pessoas que sofrem bullying: – Paro de socar. – O primeiro, são as pessoas que se deixam levar por quem os magoa. – Levanto uma mão. – E o segundo, são as pessoas que fazem com que as piadas os tornem mais forte, não dão a mínima, até agradecem quem fez isso com eles. – Levanto a outra mão. – Eu sou do segundo grupo. De verdade, hoje, eu agradeço aos garotos que faziam isso comigo. Quem sabe como eu seria se não tivesse passado por isso? Talvez, sem eles, não teria descoberto algo que eu realmente amo: o muay thai. Eu falei sobre isso no texto de sociologia, todos nós temos problemas, o que nos faz ser diferentes é a maneira pela qual lidamos com eles.

-Poético.

-Não tem música aqui, não?! – Pergunto, desviando do assunto.

Uma menina vira para mim e fala:

-Música seria uma boa, dá pra conectar naquele aparelho ali! – Ela aponta para um aparelho de som. – Transfere para a academia inteira, é só conectar o cabo no celular.

-Podem ser as minhas musicas? Tenho umas que animam, é bom pra treinar.

-Vai lá! – Ela fala, sorrindo.

Caminho até lá e coloco algumas músicas do Skillet, Arctic Monkeys, Thousand Foot Krutch e Royal Deluxe. Sei lá por que, essas musicas me deixam animada.

Volto a socar até faltar 20 minutos para o sinal bater.

-Tyler, eu vou indo, tá?

-Tá bem, até hoje a tarde.

-Até.

Pego o meu celular e saio.

Tomo um banho gelado no vestiário, deixo a água escorrer pelos meus cabelos, lavo-o rapidamente, me seco e troco de roupa. Desço 5 minutos atrasada. Ao atravessar a porta, vejo os meus amigos ali.

-Desculpa gente, tava na aula de Educação Física.

-Não te vi no ginásio... – Charlie fala, levantando o olhar.

-Faz sentido, porque eu estava na academia.

-Fazendo o que?? – Em pergunta, interessada.

-Muay Thai. Eu tava com o Tyler.

-Tyler, Ty? Tyler, do Lilice Farofa? – Thomas pergunta.

-Sim...? Por que?

-Nada, é que eu sabia que ele tinha educação física hoje, só não lembrava em que horário.

-Esse Tyler te viu com roupa de academia? – Charlie pergunta, sério. Reviro os olhos.

-Sim. Assim como toda a terça e quinta!

Esse ciúmes já está me irritando.

-Como assim, toda a terça e quinta?!

-Ele faz basquete comigo, Charlie!

-Oh.... Desculpe.

-Gente, vou para casa, volto depois. Preciso trocar de roupa, vejo vocês depois do almoço.

Começo a caminhar, e Charlie vem atrás de mim.

-Alice, espera aí!- Viro-me para me certificar de que é ele. Viro-me de volta. – Desculpa, ta legal? Eu sei, ciúme não ajuda em nada. Mas é inevitável!

-É EVITÁVEL SIM, CHARLIE! PORRA! EU JÁ DISSE QUE ESTOU COMPLETAMENTE APAIXONADA POR VOCÊ! SOU LEAL A VOCÊ! NÃO SOU CAPAZ DE OLHAR DESSA MANEIRA PARA MAIS NINGUÉM! O QUE VOCÊ QUER MAIS? PORRA, CHARLIE! NÃO VOU DEIXAR DE SAIR COM OS MEUS AMIGOS, ME DIVERTIR, PORQUE VOCÊ TEM CIÚME. SE VOCÊ NÃO PARAR COM ISSO, NÃO VAI DAR CERTO, MEU!

Ele não se dá ao direito de falar. Respiro fundo.

-Olha, eu não quero brigar, falou? Eu preciso ir para casa, sozinha. Preciso respirar. Preciso pensar. Eu tenho uma competição muito importante amanhã. Preciso me preparar. Tenho que descansar. Tá bem? Use esse tempo para descansar também, pensa em confiar em mim. Ok? – Beijo a bochecha dele e volto a caminhar.

[...]

Ao chegar em casa, faço um sanduiche, subo para o quarto correndo e me jogo na cama. Começo a chorar. Muito. Não sei por quanto tempo fiquei lá, só parei quando senti uma mão no meu ombro. Olho para trás, e lá está Chandler.

-Tudo bem?

O encaro, tentando me recompor, mas não consigo, e caio no choro. Na frente dele. Ele me abraça, e eu continuo chorando em seu ombro.

-Calma... – Ele começa a enrolar as pontas do meu cabelo.

-Ele não confia em mim. Como eu consigo provar que sou completamente leal a ele?

-Eu não sei, Lice... Mas assim.. Se acalma, da essa tarde para ele pensar, e você também.. Faça qualquer outra coisa, sai com a Lucy, ou com a Luiza, ou com a Emma. Comigo, se preferir. Com o Mingus ou com a Sophie. Vai para o ateliê, faça alguma coisa que te deixe com a mente longe dele. Hoje, se divirta no treino de basquete. Faça qualquer coisa. Mas por favor, não fique triste. Eu te imploro. Nem pense em chegar perto de qualquer lâmina. Não ouse nem pensar nisso.

Ainda estou envolvida em seus braços. Não consigo parar de chorar.

-Que horas são?

-13:15. Vai voltar para a escola hoje?

-Não tenho escolha. Não quero olhar para ele. Não sei se vou conseguir. – As lágrimas começam a rolar em maior quantidade. Me afasto dos seus braços. – Desculpa. – Digo, tentando limpar as lágrimas. Chandler tira um lencinho do bolso e me entrega. – Isso é patético... Desculpa.

-Sentir coisas não é patético. Ter sentimentos nos torna quem somos.

-Obrigada. – Sorrio e o abraço. Dessa vez dura um pouco menos.

-Tente pensar em coisas boas que estão acontecendo.

E então me lembro do jornal do colégio e do anuário. Ele merece ser o primeiro a saber.

-Então, aconteceu uma coisa... – Sorrio, e ele me olha nos olhos. – A equipe do jornal da escola, e do anuário, me chamaram para participar.

-Isso é ótimo!

-Sim! Vai ser bom, porque vou ficar lá hoje a tarde, então vou me distrair bastante...

-Que bom! E olha, não esquenta a cabeça, viu?

-Não vou... Eu acho, e de qualquer maneira, sei que você vai estar aqui para me jogar um balde de água fria caso acontecer, então...

-Que bom que você sabe. Agora, come, vai precisar de força para trabalhar durante a tarde toda.

-Sim, senhor. – Dou uma mordida no sanduíche e rolo os olhos pelo quarto. – Chandler...

-Hum?

-Pega aquela câmera na prateleira, por favor?

-Qual delas?

-A Canon.

Ele caminha até a prateleira e pega a câmera.

-Pra que mesmo?

-Jornal da escola...? É pra amanhã, mas vou levar hoje caso precisar. E sexta eu tenho o curso de fotografia as 16h, então....

-Faz sentido. E aí, preparada para a competição?

-Bem, eu já decorei o meu texto, mas na hora sempre da um nervosismo, né?

Ele assente.

15:40 p.m.

A senhora Kambler, professora de física, passou uma lista de exercícios para a turma, e eu estou terminando o 20º e último.

-Alguém terminou?

Levanto a mão, junto com uma menina que senta duas mesas antes de mim.

-Deixem os cadernos aqui, e depois que eu entrega-los de volta, podem sair.

Sento-me de volta e guardo as minhas coisas.

-Não se esqueçam da prova que vocês terão terça, ouviram? – Todos assentem. – Podem pegar o caderno, meninas.

Levanto junto com a outra garota, e ao chegarmos na mesa, a professora fala:

-Tem uma lista de atividades para vocês realizarem enquanto estudam, grampeei na ultima folha que foi usada. Corrijam as de hoje que estão erradas, também. Estudem, e boa sorte. – Nós duas assentimos e caminhamos para fora da sala. 

Antes de ir para abiblioteca, caminho rapidamente até o refeitório e compro uma maçã e um pacote de biscoitos. Estou com muita fome., só o sanduíche não foi suficiente. Caminho até a biblioteca distribuindo mordidas na maçã. Logo de cara, reconheço os cabelos curtos e castanho-avermelhado de Beth. Ela sorri, e seus olhos transbordam felicidade, por trás dos óculos. Will aparece por trás dela, saindo do meio do meio das estantes. Ele sorri também. Caminho até eles.

-Oioi!

-Oii! – Beth fala.

-Oi! – Will cumprimenta.

Sentamos na mesa.

-Onde está Ivy? – Will pergunta.

-Ela tinha prova na última aula amanhã. Vai chegar daqui a pouco.

Então escuto o barulho escandaloso da porta, e lá está Ivy. Ela sorri, e fala:

-Vamos? Ou a gente começa aqui?

-Não. Vamos. Acho melhor, não acham? – Elisabeth fala.

Eu e Will assentimos.

Caminho atrás deles pelos corredores até chegar em uma salinha no fundo do corredor da sala de inglês.

De fora, parece pequena, mas fico surpresa assim que eles abrem a porta: Claro, não é gigante, mas é o suficiente para se sentir confortável. É cheia de coisas.

Há uma mesa grande, e mais 4 individuais. Cada uma está organizada de uma maneira. A primeira, que suponho ser de Will, tem uma câmera, um computador e há papeis e canetas para todos os lados. A segunda, que é do lado oposta à do Will, tem três cadernos empilhados, alguns livros, um computador, um compartimento que contém canetas, lápis, borracha, post-its e essas coisas que se encontram em papelarias. Também há uma câmera, daquelas estilo Polaroid, modelo antigo e original, tem um porta-retratos com uma foto, onde estão: Beth, Ivy e Will, ao lado, há uma estatueta de vidro, em forma um pequeno anjo, algumas partes dele reluzem um tom cor-de-rosa. É lindo. Suponho que essa mesa pertence a Beth. Atrás dessa, há outra mesa, que está vazia. Atrás da mesa que suponho ser de Will, há outra, de vidro, carregada por fotos, canetas especiais para vidro, e um computador, além dos vários post-its pendurados pela tela do computador, superfície da mesa e a ponta extrema. Deve ser de Ivy. Passo os olhos pelo local: As paredes estão lotadas de post-its, a mesa grande tem papéis espalhados, de uma maneira impressionantemente organizada, também há um quadro negro, cheio de anotações, e também há armários. A sala em si é organizada, fico realmente impressionada. E então noto as plaquinhas nas mesas. Supus corretamente. A primeira plaquinha, em cima da mesa com a câmera, tem uma caligrafia em caixa alta escrita “Will” e tem um “y” com uma caligrafia completamente diferente, com um coração entre parênteses. A mesa com o anjo tem a plaquinha escrita “Beth” com uma caligrafia  perfeitamente desenhada. A plaquinha da mesa de vidro está escrita “Ivy” em uma letra diferente, não sei descrever. 

-Então... A gente faz os trabalhos que nos damos melhor nas mesas individuais e o que a gente consegue fazer junto na mesa grande. A mesa vazia atrás da minha é sua. Pode organizar do jeito que preferir. – Beth fala, sorrindo.

-Ok...

-Gente.. Mesa grande. Precisamos decidir as matérias da semana que vem.

Todos sentamos ao redor da mesa, e Will fica em frente ao quadro negro.

-Bom, temos a feira de ciências. – Ivy fala.

-Temos que decidir quem vai cobrir a competição de artes amanhã. – Beth comenta.

-Vocês vão? – Pergunto.

-Vamos. Vai ser matéria de capa. – Will afirma. – Assim como as pessoas que passarão para a segunda parte.

-Ótimo... – Beth elogia. – Will e eu vamos tirar as fotos do evento, e eu e Ivy vamos realizar as entrevistas, como você está na competição, tem como escrever os artigos sobre os temas da semana que vem, Alice? – Ela me pergunta.

-Claro, mas... Quais são os temas?

Ivy me passa uma lista.

“ 1. Mudanças.

   2. Diversidade Religiosa.

   3. Futuro.

   4. Bullying.”

-Ta bem... Que dia nós entregamos o jornal? – Pergunto.

-Todas as sextas-feiras. – Ivy responde.

Levantamos, e caminhamos cada um para a sua mesa. Abro a minha bolsa, pego o meu laptop, a câmera, o meu caderno, e algumas canetas, e repouso tudo sobre a mesa. Passo os olhos pela lista de novo. Mudanças e Bullying. São por essas duas que vou começar. Primeiro mudanças.

Abro o computador e começo.

16:40 a.m.

-Gente, terminei o artigo sobre mudança e to quase terminando o sobre bullying. Tenho que ir agora, a gente se vê depois.

-Vai vir depois do treino?? – Ivy fala, sem tirar os olhos da mesa.

-Uhum.

-Ok. Até depois.

Saio correndo da sala até o armário, de lá vou para o banheiro e me troco em tempo recorde. Encontro Haley na saída e trocamos um “oi” apressado, porque ambas estávamos atrasadas.

Desco as escadas até o ginásio, e lá encontro Zach. Penso bem antes de caminhar até ele.

-Cadê todo o mundo? – Pergunto, e então me lembro que não temos treino hoje. Droga. Giro os tornozelos para a direção contrária e caminho até o banheiro. Troco-me de novo e volto para a sala.

-Já voltou?

-Não tem treino... – Falo um pouco envergonhada. Eles riem.

Sento de volta na mesa e começo a ler o texto sobre bullying para ver onde parei.

[...]

-Tchau, gente. Tenho que ir mesmo agora.

-Tchau, Ali. – Beth fala.

-Tchau, Alice. – Will fala.

-Tchau, Lice. – Ivy fala.

Saio da sala, e caminho até a minha casa. Um pouco antes de chegar lá, Charlie aparece na minha frente. Seu rosto está inchado.

-Desculpa. Eu sei. Eu sou um burro. Não fica brava comigo. Desculpa. É que estou muito apaixonado, e não quero perder você, desculpa... É que eu não consigo me controlar direito.

-Não estou brava com você, Charlie. Eu falei que não queria brigar. E não quero. Só gostaria que parasse um pouco. Confia em mim.

-Juro que vou tentar. Mas tem horas que é maior que eu. Desculpa, sério. Desculpa. Desculpa.

-Para de pedir desculpa... Olha, eu não to brava. Só preciso ficar sozinha. Por favor. 

-Tá bem. Tem certeza de que não está brava comigo?

-Absoluta. Eu só preciso ter um tempo para pensar.

-Você quer terminar?

-Não! Olha, eu só preciso de hoje. Não é por nada, só preciso me preparar para a competição. Então, eu vou pra casa, e vejo você amanhã, tá?

-Tá bem. – Sua expressão melhora. Dou um selinho nele e retomo o meu caminho.

P.O.V. Lucy

Estou em casa, no quarto, sentada na cama, lendo o livro da aula de Literatura Russa, até que escuto o som da campainha.

-Eu atendo! – Josh fala.

Me volto para o livro.

-Lucy, é pra você!

Desço da cama e vou até a escada.

-Quem é?

-Sam!

Sam?

-Tá...? Pode pedir pra subir, por favor?

Volto para o quarto e me jogo na cama. O que ele ta fazendo aqui?!

Ouço três batidas.

-Entra e fecha a porta. – Ele faz o que mando, mas vejo pelo reflexo do vidro que ele está parado, encostado na parede. Sento na cama de frente pra ele. – Senta aqui. – Dou três tapinhas em uma parte da cama e me apoio na parede para ele sentar. – Então.... O que houve? Quero dizer.... O que te trás aqui?

-Primeiro, eu queria pedir desculpas.... Por tudo que eu fiz pra você. Eu deveria ter ido falar com você antes. Desculpa, Lucy. De verdade. 

-Olha, acho que você não precisa pedir desculpa. Só que eu preciso que saiba que não gosto mais de você.

-Eu sei que não. É sobre isso que eu vim falar. Não quero que fique estranho, porque ultimamente está. Quero que volte a ser como antes. Éramos inseparáveis, os melhores amigos que todos invejavam. Entendo que você esteja com o Evan, e acho isso ótimo. Porque vejo que está feliz com ele, então tudo bem. Só quero a sua amizade de volta. Podemos continuar como amigos?

-Estava esperando por isso. – Caio em seus braços em um abraço de saudade. – Senti a sua falta, Sammy.

-Senti a sua falta, Lucy...

Ficamos ali por alguns momentos, e depois a conversa começou. Porra fazia tempo que a gente não conversava assim. Isso me fez bem.

P.O.V. Sophie

Eu e a minha irmã estamos sentadas no sofá, vendo televisão e tagarelando sobre coisas aleatórias, quando o meu celular vibra:

“ Oi minha linda, tá ocupada? Não quer vir aqui em casa, pro meu pai te conhecer? Ele tá aqui me infernizando. Vem, por favor, quero te ver! (E o meu pai também). Beijos,

       – Mingus���� ”

Levanto rapidamente, e minha irmã me encara, assustada.

-Kim, vou sair com o Mingus. Não me espere para o jantar.

“ Oii, amor! Vou sim. Chego ai em uns 30 minutos, beijoss. ��”

Subo até o meu quarto e visto uma calça jeans, uma blusa cinza e calço um par de botas. Prendo a parte da frente do meu cabelo escovo os dentes, passo perfume e desço de novo.

-Kim, não quer me levar lá??

-Aaaahhh, Sophiee....

-Por favor, Kim! Por favor!

-Aii...... – Ela se espreguiça – Tá... Pega a chave do carro.

Ela levanta e vai até a porta, jogo a chave do carro para ela.

-Ta, onde ele mora?

-Três quadras daqui. Vira a esquerda na primeira entrada. Tem um condomínio de casas, pode me deixar na frente.

-Tá...

[...]

O caminho foi silencioso, agora, estou na frente do portão. Ligo para o Mingus.

-Alo?

-Mingus...

-Oi! Onde você tá?

-Aqui na frente.

-Ah! To indo ai te buscar.

-Ok, beijo..

-Beijo..

Recosto na parede ao lado do portão, e espero. Ele aparece e sorri, sorrio de volta. Ele abre e me pega pela cintura e me envolve em um beijo.

-Vamos?

Respiro fundo.

-Vamos.

-Tá nervosa? – Ele enlaça seus dedos nos meus.

-Mais ou menos...

-Olha, relaxa. Meu pai é bem de boa e age como uma criança na maior parte do tempo.

Dou uma risada. Ele abre a porta da casa, dando-me a visão de uma sala de jantar bem grande, então o pai dele sai da cozinha, nos encara e sorri.

-Você deve ser a Sophie.

Ele estende a mão direita e eu aperto a mesma.

-É um prazer conhece-lo. – Falo, ainda envergonhada.

-O prazer é meu! – Ele fala, e depois sinaliza para irmos até a sala.

P.O.V. Thomas

Quinta-feira, 17:13 p.m.

Estou deitado na cama, vegetando, quando o meu telefone apita. Uma mensagem da Em.

“Oi menino bonito. O que você acha de vir aqui em casa em 40 minutos? Tenho uma notícia ótima para te dar!! 

  -Emma”

 


Notas Finais


Roupa da Sophie: http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_260/set?id=213679089
FELIZ NATALLLL GENTE AMO VOCESSSS ❤❤❤


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