História Stole My Heart - History

Me arrumo em 30 minutos e saio de casa a pé em direção a casa de Emma, posso ir facilmente para lá já que nossas casas ficam a apenas 3 quarteirões de distância. 

No caminho lembro como eu a observava sentada no telhado de sua casa. Imagino como seria minha vida sem ela. Chata e entediante com certeza. 

18:00  p.m.

Chego em meu destino e bato na porta, bem na hora marcada. 

Emma abre a porta, ela está completamente apaixonante, vestida com uma blusa simples de tecido creme, com um sutiã de renda por baixo da mesma cor. Na parte de baixo usa um short meio vinho.

Abro meus braços para a abraçar, mas no mesmo instante ela me beija, mas não com um beijo normal de todos os nossos "Olás", mas com um pouco mais de intensidade. Coloco minhas mãos em sua cintura enquanto ela acaricia meu cabelo. Quando o beijo termina me pergunto onde está todo mundo, Charlie, Jessica e suas irmãs. 

No mesmo minuto ela me responde, parecendo que leu minha mente, porém, acho que me viu virando a cabeça para os lados.

-Se você está se perguntando onde está minha madrasta e minhas irmãs não se preocupe, elas estão em um festival e só vão voltar amanhã de tarde. Acho que Charlie está com a Alice, então, provavelmente só voltará mais tarde. E o meu pai está em New Jersey, só volta na segunda.

-Por que eu me preocuparia?

Ela me olha com um sorriso e dá uma pequena risada.

- Não sei. Vem, vamos pro meu quarto.

Quando entro em seu quarto ela fecha a porta, coloca uma playlist de músicas lentas, que nós dois gostamos e às vezes dançamos também. Um ato me pegou de surpresa, ela pula em minhas costas animada.

-Se lembra daquela prova que você me ajudou a estudar? – Faço que sim com a cabeça. – Então, eu tirei nota máxima!!

-Parabéns meu amor!! Sabia que você se sairia bem. Você é tão inteligente, sabia que eu tenho inveja sua? – Ela dá uma risadinha linda. Meu deus como eu amo esse som. Ela desce das minhas costas. – Então, o que vamos fazer?

-Antes de qualquer coisa quero lhe falar algo. Eu andei pensando muito sobre você. – Ela dá um passo à frente. – Muito mais que antes, você sempre me ajuda nas horas difíceis, o que são muitas, então obrigada pela sua paciência. – Eu abro um sorriso enorme, ela também, sabe o quanto a amo. – Sempre que eu te chamo você vem na hora, me ajuda, me apoia, me dá forças para continuar e me faz achar que sou a garota mais especial do mundo, e eu sou muito grata por isso e por tudo de bom que você me traz. – Não sei como, mas meu sorriso aumentou, assim como o dela. – E eu cheguei à conclusão que eu gosto muito de você – Mais um passo à frente, agora estamos muito perto um do outro. – Eu gosto tanto de você que até me assusta. Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, e eu quero dar um passo muito importante na nossa relação.

Eu entendo o que ela quer dizer com isso. De repente, todas as minhas preocupações de ir rápido demais com ela vão embora. Só conseguia pensar em como Emma beija bem, todas as vezes que nossos beijos iam mais calorosos eu sentia algo picante dentro de mim. Eu sei que sou um idiota de pensar nisso, mas essa era a verdade. Emma é uma namorada incrível, muito mais do que eu sequer poderia pedir. Ela é uma pessoa bondosa, generosa, gentil, fofa, linda, simpática, carismática e muitas outras coisas, com certeza eu poderia fazer uma lista bem grande. Eu estou pronto para dar esse passo junto com ela e apoia-la de todas as maneiras possíveis. Quero que sua primeira vez seja incrível, porém, admito que não estava preparado para isso, pensei que demoraria um tempo.

-Vo... Você quer mesmo isso? Se... Se quiser podemos esperar mais, se não se sentir segura...

-Eu quero Thomas. Eu quero isso.

Tenho medo de que ela se arrependa de seus atos, mas Emma já é uma garota que pode com certeza decidir o que ela quer e não quer fazer. 
Seu beijo me envolve de uma maneira que não consigo me afastar. E eu simplesmente desliguei meus pensamentos e me envolvi em seu beijo.

Envolvo minhas mãos em sua cintura e ela na minha nuca. Com o tempo o beijo vai se intensificando, cada vez mais eu a seguro com mais força contra o meu corpo e ela faz o mesmo com o meu pescoço. Uma das minhas mãos sobe para suas costas e a outra desse para baixo de sua cintura. Num momento a puxo com muita força e ela pula em meus braços fazendo com que eu a pegue no colo, me deixando no meio de suas pernas.

Consigo sentir o calor envolvendo meu corpo de maneira formidável, deduzo que ela sente o mesmo. Ainda em meu colo, a carrego para a cama onde a deito e subo sobre ela. 
Coloco minhas mãos por baixo de sua blusa tocando em seu sutiã. Quando percebo que isso vai realmente acontecer, dou uma recuada e Emma percebe, ainda estou em cima dela, porém, com um sorriso cheio de felicidade, como se estive descobrindo algo novo, ela fala:

-Tire minha blusa.

-Tudo bem por você?

-Eu não sei, e por você? 

Começo a rir.

-Quer saber se me importo em tirar a sua roupa?

Ela ri também.

-Pergunta idiota. – Ainda com um sorriso no rosto, ela fala – Você primeiro.

Começo a tirar sua blusa. Estamos nos beijando de uma forma muito feroz. Ela se ajoelha na cama e puxa minha camiseta, fazendo com que eu me aproxime dela e no mesmo instante tira a mesma. Ela puxa meu cinto contra seu corpo e depois caindo para trás, fazendo com que eu me deslize sobre ela. Começo a beijar seu pescoço, fazendo um caminho até sua boca novamente. Ela parece gostar, pois seus lábios tremem.

Eu a seguro firmemente e a viro. Emma conduz minha mão até o botão de seu short, eu o abro e ela começa a tirar, quando ele está em seus joelhos ela começa a chutar o short de maneira agressiva tentando se livrar logo dele. Nos dois começamos a gargalhar diante dessa atitude, e ela fala:

-Escolhi um short muito pequeno.

-Achei que ficou ótimo em você. Na verdade, tudo fica bom em você. Mas sabe o que eu achei mais legal?

-Hm?

-Sua calcinha combinando com o seu sutiã.

Ela deu uma gargalhada maravilhosa, que eu simplesmente adoraria ouvir toda hora. Ainda em risos ela fala:

-Comprei especialmente para você!

Começo a tirar minha calça. Percebo o que vai acontecer e falo:

-Você tem certeza? 

-Absoluta.

P.O.V. Charlie

Assim que Alice me da as costas, decido dar uma caminhada por aí. Vou até o shopping, entro no cinema para assistir qualquer filme que esteja em cartaz. 

P.O.V. Emma

22:15 p.m.

Saio de cima de Thomas e deito na cama, virada para cima. Começo a pensar, pensar demais. Uma lágrima escorre pelo meu rosto, em seguida de outra. Thomas me olha e fala:

-Você está chorando?

-É que.... Isso foi tão bom.

-Você faz parecer que isso é uma coisa ruim.

-Não.... Não, é que, durante todo esse tempo, eu esqueci completamente tudo, tudo mesmo. Não existiam mais problemas. Éramos só eu e você. Na verdade, eu acho que isso foi.... Incrível.

Thomas só me olha e sorri. Como ele não está falando nada, eu virei e lhe dei um selinho. Falei:

-Adorei sua cueca. Ela combinou com seu modo selvagem. – Falei, rindo dele. 

-Obrigado, minha mãe que escolheu.

Caio na gargalhada, Thomas realmente me faz muito bem.

-Vou tomar um banho.

-Ok, a propósito, me sinto bem em saber que pude ajudar.

Sorrio. Caminho para o banheiro. Quando a água bate em meu corpo me sinto uma pessoa diferente, inovada. Não sei porque tenho essa impressão, mas eu gostei desse sentimento.

Quando volto para o quarto coloco uma camisola azul marinho com renda. Eu gosto muito de renda né, meus Deus. Tom está com uma calça de moletom que eu peguei do armário do Charlie e.... ué, onde será que o Charlie está? Depois eu ligo para ele.

Fomos para o andar de baixo comer pizza e "assistir" uns filmes, mas a maioria do tempo ficamos conversando. Eu simplesmente adoro conversar com Tommy, ele me anima muito, e, na maioria das vezes me falta ar de tanto gargalhar. Eu o amo, de verdade.

1:00 a.m.

Charlie finalmente chegou e eu e Thomas fomos dormir em minha cama. Charlie não desconfia de nada, afinal, não teria como, estamos agindo normalmente. Talvez eu esteja um pouco feliz demais. Sim, Emma Adams está feliz da vida.

P.O.V. Sophie

21:00 p.m.

Eu e o Mingus estamos deitados na cama porque o pai dele precisou ir gravar lá pelas 17h.

-Tá bem... Eu preciso ir. Já tá tarde.

-Hum... Não... Fica. – Ele me abraça por trás, e aperta o meu corpo contra o dele.

-Minha irmã vai ficar preocupada.

-Liga pra ela e fala que vai dormir aqui.. – Ele fala e estala um beijo no meu pescoço.

-Que?! Não... Não.... Eu vou acabar levando uma bronca.

-Tá bem... – Ele se aproxima do criado-mudo e pega o meu celular.

-Oi, Kim... Estou tão apaixonada pelo Mingus  que decidi dormir com ele esta noite. Até amanhã.

-Não! Me devolve.

-Só se você dormir aqui.

-Não seja manipulador.

-Não estou tentando te manipular. Só quero que durma aqui. Por favor...

-Tá. Me dá o meu celular, que eu mando.

Ele me passa o celular e eu aviso para Kim que não voltarei hoje.

-Ótimo. Hoje você é minha. Só minha.

-Que bom que eu tenho um pijama.

-Dorme sem roupa mesmo.

-AH É! Não né, senhor Reedus.

-Tá bem...

Ele caminha até o guarda roupa e pega uma camiseta que, com certeza, vai ficar grande em mim.

-Pode dormir com isso, minha rainha.

Pego a mesma, e tiro a calça, seguida da blusa e coloco a camiseta. Mingus me encara e morde os lábios, e então, me agarra pela cintura fazendo-me deitar. Ele distribui beijos pelo meu rosto até chegar na boca, e então me beija de uma maneira voraz, ao encerrar o beijo, ele me encara e morde os lábios mais uma vez.

-Ahh, Sophie. – Sorrio para ele, enquanto mordo o meu lábio inferior. Ele acaricia a minha bochecha. – Seja um pouco menos gostosa.

Dou uma gargalhada.

-Como posso fazer isso? – Ele me encara e pensa.

-Tá, não dá.

Ele beija o meu pescoço, e depois dá um chupão no mesmo.

-Eiii. – Ele para e me encara, ainda com a boca no meu pescoço. – Não posso ir pra aula toda roxa. Nem posso falar com o seu pai toda roxa.

-Relaxa. Você consegue esconder com o cabelo, e se esse for o problema, eu faço mais atrás.

O encaro, com uma expressão meio preocupada ainda, e ele sorri de uma maneira acolhedora, e se volta para a minha boca. Mingus me várias vezes, até que ouvimos o barulho do carro de Norman. Meu namorado se assusta, o que me faz rir, e pula da cama para fechar a porta.

Ele deita de novo e começa a enrolar os meus cabelos. Ouvimos três batidas na porta, e ele fala:

-Entra.... – E continua enrolando o meu cabelo.

-Mingus, eu... – Ele fala, abrindo a porta, quando me vê. – Opa, desculpa..

Dou risada.

-Tudo bem, pai... O que você ia dizer? – Ele me prensa contra si.

-Só ia pedir desculpas por ter chego tarde, mas acho que está muito bem acompanhado... – Ele pisca para mim, o ato arranca mais uma risada de mim.

-Ela vai dormir aqui comigo.

Sinto vontade de dar uma cotovelada nele.

-Tudo bem, divirtam-se. Mas não exagerem. Boa noite, casal. – Ele fala, e sai.

Encaro Mingus e dou um tapa fraco no ombro dele.

-Que foi?

-Quase morri de vergonha!

-RE.LA.XA. Ele é de boa!

Ele me beija de novo. E de novo. E de novo.

-Ei. Você tá fazendo tudo. Deixa eu me divertir também.

Giro o corpo, fazendo com que eu fique em cima dele. E então, começo a beija-lo. Seus lábios são suaves e ele tem hálito de hortelã.

Ficamos assim por um bom tempo.

-Tá cansada?

-Não. – O beijo novamente.

Ele aproxima a boca do meu pescoço, de novo. O encaro, e desvio o olhar. E então sinto aquilo.

Quando ele se afasta, olho para ele.

-Não vai ser só eu que vai sair roxa nisso aqui.

Arranco a sua camisa e começo a distribuir chupões, mordidas e beijos no seu corpo.

Sexta-Feira, 21/03, 07:16 a.m.

Abro os olhos, por conta do som do despertador, e viro-me, tendo a visão de Mingus, sem camisa, dormindo serenamente. Sorrio diante daquilo. Sempre quis alguém só pra mim.

-Está me olhando enquanto durmo, Sophie? – Mingus pergunta, ainda de olhos fechados.

Fecho os olhos e respondo:

-Não....

Sinto seus braços me agarrarem, e ele sussurra no meu ouvido:

-Eu sei que estava... Porque antes do despertador tocar, eu estava te olhando enquanto dormia. – Ele pisca, fazendo-me rir. 

-Preciso tomar banho. – Digo. – Onde é o banheiro mesmo? – Sento na beirada da cama, ainda de frente para ele.

-Eu te levo lá. – Mingus fala, levantando. O mesmo dá a volta na cama e me pega no colo.

-O quê está fazendo? – Pergunto.

-Ahn... Te levando até o banheiro....?

Dou uma risada com a resposta dele.

Quando entramos no banheiro, ele me coloca sobre a pia e me beija. O beijo de volta.

-Tá... – Ele me beija. – Eu preciso... – Beijo ele. – Tomar banho senão... – Ele me beija. – Vamos nos... – Beijo ele. – Atrasar.

-Tá bem. – Ele fala e pega a ponta da camiseta que estou usando, e começa a tira-la do meu corpo. Levanto os braços para auxilia-lo. Ao ficar sem blusa, tiro o sutiã, o qual eu nem lembrava que usava. Mingus me olha, e então, desvia o olhar.

-Tá eu não posso ficar aqui. – Dou uma risada. – Você vai acabar provocando uma ereção.

Ele me beija e sai do banheiro.

Caminho até o box, rindo comigo mesma. Me sinto uma boba.

Sinto a água batendo contra o meu corpo. Fecho os olhos, e deixo-a escorrer.

P.O.V. Emma

Saio do banheiro, com uma toalha enrolada no corpo. Thomas levanta quando me vê e caminha até mim.

-Bom dia. Como você está? – Ele fala.

-Bem, e você? – Respondo.

-Ótimo. Sabe, é bom acordar e ter pessoa mais linda diante dos meus olhos. – Essa frase me faz sorrir de uma maneira indescritível. O puxo para um beijo.

Quando encerramos, ele fala que vai tomar banho, e então, caminho até o armário.

Pego uma camiseta preta, uma calça jeans e um par de tênis.

Visto-me e espero Thomas, quando ele fica pronto, descemos. 

-Bom dia, Emma. Bom dia, Thomas. – Charlie fala.

-Bom dia, Charlie. – Falo.

-Bom dia. – Thomas fala.

Alice P.O.V.

Caminho ao lado de Chandler para a escola, com uma preguiça imensa. Tão imensa que acho que dá de notar pela roupa que estou usando. Uma calça jeans, uma blusa e um moletom. Eu simplesmente prendi o meu cabelo, com preguiça de lavar.

-Você tá muito devagar, Lice...

-Ahh, Chan, eu to com preguiça...

-Tá bem, eu resolvo isso.

Ele me pega no colo e me joga para cima do seu ombro esquerdo, como se eu fosse um saco de batata. O ato me faz rir.

[...]

Chandler me coloca no chão um pouco antes de chegarmos na escola.

-Bom dia, povo. – Falo, assim que chegamos.

Mas não tem “povo”, quase ninguém está lá. Estão Evan, Lucy e Sam. Sam?

-Bom dia! – Os três falam.

-Lucy, posso falar com você?

-Tá bem... – Ela da um selinho em Evan e caminha na minha direção. Puxo-a para longe deles, e dou uma olhada nos três. Sam está falando com Evan numa boa?

-O que deu no Sam?

-A gente conversou ontem. Tá tudo de boa de novo.

-E ele fica numa boa com o Evan?

-Lice, por favor. O Sam não gostava de mim de verdade. Todos nós sabemos disso. Ele mesmo disse que pensou muito, e que sabe que foi passageiro. E que ele gosta de Evan por me fazer feliz.

-Que ótimo!

Pulo e abraço Lucy. Ela recua um pouco porque o ato foi repentino, e a assustou, mas depois me abraça. 

Voltamos para a rodinha, e começamos a conversar. Um tempo depois, Mingus e Sophie chegam de mãos dadas. Sophie está diferente.

-Oi! – Os dois falam.

-Bom dia, casal. – Falo.

-Cara... – Chandler fala para Mingus enquanto fazem um aperto de mãos. – O que você fez para o seu pai ontem? Ele tava todo feliz e orgulhoso no set, e não parava de dizer “O Mingus tomou jeito na vida!”... Só faltava saltitar durante as gravações que ele não aparece.

-Ahn.... Eu... Bom... – Mingus começa, e então se vira para Sophie. – Agora temos certeza de que o meu pai gosta de você.

-Apresentou a Sophie para o seu pai? – Sam pergunta.

-Sim, ué. Por que não?

-Nada. É que agora eu sei que tu não vai deixar ela escapar. – Sam da uma piscadela, e todos rimos.

Sinto um par de mãos cobrir os meus olhos.

-Humm.... Charlie?

Ele me abraça por trás e me dá um beijo no pescoço. Faz cócegas.

-Acertou. – Viro e ele me dá um selinho. – Oi.

-Oi. – Dou outro selinho nele.

-Ahh, eu mal chego no colégio e vocês oito já tão nessa pegação. – Luiza fala, se apoiando no armário. Ela se refere a: Mingus e Sophie, eu e Charlie, Lucy e Evan e Emma e Thomas.

-Bom dia, flor do dia. – Falo, rindo do mau-humor matinal dela. Ela mostra a língua para mim, o que me faz rir mais ainda.

-O gente, eu já volto. – Chandler fala. Ele caminha até Brianna e começa a falar com ela.

-Orra, esse garoto tá apaixonado demais por essa menina. Ele só fala dela. – Sam fala, bufando.

-Cara, vocês dois – Falo, apontando para Sam e Luiza. – Precisam arranjar alguém. Isso sim.

-Que aula vocês tem agora? – Sam pergunta, desviando do assunto.

-Prova de historia. – Eu, Luiza e Sophie falamos.

-Biologia. – Charlie, Evan, Thomas e Emma falam.

-Matemática. – Mingus e Lucy falam. 

E então o sinal toca. Entro  e sento na ponta da ultima fileira. Luiza senta na minha frente, e Sophie senta na mesa ao meu lado. Não falo nada pois a preguiça me impede. Lu vira para trás.

-O que você acha do irmão da Lucy?

-Josh? – Ela murmura um “É”. – Ele é bonito, e parece ser legal. Por que? 

-Não sei. – Ela dá de ombros. – Por nada...?

-Sei.. – Dou uma risada. – Ele tava de olho em ti no dia que veio ver a Lucy.

-Você acha? – Ela sorri, e suas bochechas começam a corar. Dou uma risada de novo e ela abaixa a cabeça pois percebe que está corando. Isso me faz rir mais ainda. – E então... Hoje a tarde, ta pronta pra competição?

-Nem me fale, ensaiei horrores as minhas falas, decorei tudinho. Mas o nervoso continua.

-Vai dar tudo certo. Eu sei que vai. Relaxa, amiga.

Ela estica o braço e toca o meu ombro, tranquilizando-me.

O professor entra na sala e entrega as provas de cabeça para baixo.

-Esperem o meu aviso para virarem as provas. Vocês tem exatas 1 hora e 10 minutos para realizarem a prova. Quem terminar deve assinar a lista de presença, entregar a prova e sair. Não sei quem é esse professor. Deve ser o outro professor de história. – Podem virar.

[...]

Em mais ou menos 40 minutos, termino a prova. Sinceramente, achei fácil demais. Sempre tive interesse pela história de Hitler, então, foi fácil estudar para essa prova.

Vou para a biblioteca, e sento no chão. Abro “The Lady With The Dog” e retomo a minha leitura. Só mais dez páginas.

10 minutos depois...

Levanto e guardo o livro, já terminado, na mochila. Começo a revirar a biblioteca atrás do sexto, e último, livro de Kissed By An Angel.

Quando finalmente encontro, sento-me de volta, e começo a ler o livro.

Essa série de livros é definitivamente uma das minhas favoritas, com toda a certeza.

10 minutos depois...

Sinto alguém ao meu lado, e quando viro o rosto, encontro Beth.

-Oi! Não queria te atrapalhar, por isso não falei nada. Desculpa se te assustei.

-Imagina. E então, como você está?

-Bem. E  você? O que faz aqui?

-Estou bem. Tive prova de história e terminei meio cedo. Você?

-Mesma situação, só que eu tive prova de física, ao invés de história. O tema foi Hitler, né?

-Sim. Ai, eu amo esse tema.

Ela olha para o livro, e então abre um sorriso enorme.

-Você já leu beijada por um anjo!

Olho para o livro, e então para ela, que ainda se encontra sorrindo.

-Sim! Você já leu??

-Já! Foi ai que começou o meu amor por anjos!

-Ai meu Deus! Finalmente, alguém que já leu esse livro!

-Sim! Meu Deus, sim!

É aí que realmente a encaro, e percebo o quão branca é. Seus cabelos castanhos escuros batem nos ombros, a maquiagem simples e o batom escuro dão destaque ao seu tom de pele. Seus olhos verde-esmeralda transmitem felicidade o tempo inteiro. Ela possui um sorriso acolhedor. Seu estilo é diferente, digamos. Mais maduro. Arrumadinho. Fofinho. Sei lá. Mas, o mais peculiar nela é o quão branca a pele dela é.

-O segredo é o batom escuro. – Murmuro um “Hum?” quando ela fala isso. – A minha pele fica branca desse jeito por causa do efeito que o batom dá. Claro, eu sou bem branca, mas o batom me deixa mais branca ainda.

E de novo, a sensação de que as pessoas conseguem ler a minha mente volta.

-Ahh...

-Quer ver? – Ela pergunta, com um sorriso acolhedor.

-Ahn... Acho que não combina muito comigo...

-Ah, vamos! Qualquer coisa você tira!

Ela me puxa para o banheiro, e apoia a bolsa na pia.

-Tenho esses aqui. – Ela me mostra quatro batons, todos de tom vermelho escuro.

-Esse aqui. – Escolho o segundo, e mais claro de todos.

-Tá... Abre a boca. – Obedeço e ela começa a passar o batom. –Ter... Mi... Nei... – Ela se afasta, e me encara. Sua expressão vai de séria a sorridente. – Voilá!

Olho pro espelho e me surpreendo. Ficou bom.

-E aí? Gostou?

-Sim!

-Mas...

-Acho que não fica legal no colégio. Tipo, em você fica legal. Porque combina. Mas, em mim.. Para o colégio, sei lá...

-Entendo. Deixa eu tirar. – É incrível que ela não desfez o sorriso, ou coisa do gênero. Ela continua sorrindo. Seus olhos continuam sorrindo. Ela se aproxima para tirar o batom. – Pronto!

Caminhamos para fora do banheiro.

-E então, qual é a sua história? – Essa pergunta me pega de surpresa. Qual é a minha história. A primeira coisa que me vem na cabeça, é o quadro. Olho para ela. – Tipo, eu te conheço faz pouco tempo. Não sei nada sobre você.

-Hum, deixa eu ver... Meu pai é americano. Daqui mesmo. É policial, e foi transferido para o Brasil. Lá, ele conheceu a minha mãe. Se apaixonaram há mais ou menos vinte anos. Casaram há dezessete. Dois anos depois, a minha mãe engravidou. De mim. Fui criada no Brasil, e vinha para cá quase sempre até os meus seis anos. Depois, começamos a vir para cá muito dificilmente. No fim do ano passado o meu pai começou uma operação para ir atrás de um homem. Ele queria algo que só a policia possui, e tem a ver com o governo brasileiro, então é bem confidencial. Nisso, ele meio que tentou “chantagear” o meu pai. Não uma chantagem normal. Não uma chantagem com dinheiro. Ele disse que se o meu pai não entregasse, me sequestraria. – Ela faz um ”OH!” – Disse que me mataria se precisasse. – Ela leva as mãos a boca. – Então, o meu pai decidiu me mandar pra cá, por segurança, enquanto o homem não é preso. Ele me mandou para cá, e agora estou morando com os pais do Chandler, e com ele. Meus pais são muito amigos dos pais dele. Preferiram não me deixar com a minha família porque é obvio demais. Eu até agradeço. Conheço o Chandler desde pequena, mas não lembrava disso. O que foi irônico porque eu assisto The Walking Dead, eu idolatrava o Chandler. E então, eu comecei a morar com ele. É isso. Essa foi definitivamente a melhor mudança que eu já passei.

-Meu Deus, ouvindo assim, até parece que a gente ta num filme.

-Difícil de acreditar, né? Mas, e você? Qual é a sua história?

-Bom, sempre quis ser independente. Sou de Charleston, me mudei para cá três anos atrás. Moro com a minha amiga, Isis. Ela faz faculdade aqui, e é de Charleston também. Era minha vizinha. Quando me perguntou se eu gostaria de vir com ela, aceitei na hora. Meus pais aceitaram numa boa. Acho que orgulhou eles, inclusive. Me visitam de vez em quando, eu só os visito em datas festivas. É só isso, acho. Quero fazer faculdade de jornalismo. É só isso, acho.

Assinto. Me preparo para falar, mas o sinal tocou, significando que tenho aula de Biologia.

-Tenho que ir agora. Aula de Biologia. Senhora Hills. A gente se vê depois?

-Claro! Te vejo na hora do almoço e na competição! Eu e Will que vamos fotografar, e a Ivy que vai cobrir. Então a gente se vê lá!

-Certo, beijos!

Caminho rapidamente até a sala de Biologia, e relaxo ao ver que a Senhora Hills não chegou ainda. Sento-me no lugar de sempre e abro o livro recém começado.

-Bom dia, classe. Sentem-se todos, agora.

Levanto o olhar. Lá vamos nós.