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História Stole My Heart - S(he) be(lie)ve(d)


Escrita por: katelynxriggs

Notas do Autor


AAAAAAHHHHHHHHHHHHHH
TO ANIMADA BAGARAI
LEIAM COM MUITO AMOR E CARINHO
boa leituraa!

Capítulo 35 - S(he) be(lie)ve(d)


Fanfic / Fanfiction Stole My Heart - S(he) be(lie)ve(d)

Sexta-Feira, 05/05, 18:00 p.m.

Hoje a noite vai ter uma festa, perto da casa do Sam, e vamos: Charlie, eu, Chandler, Emma e Thomas. Estou voltando do shopping. Sam está comigo. Por algum motivo, achei que ele seria a melhor companhia pra comprar roupas. Bem, mesmo que ele não tenha uma opinião além de “gostei” e “não gostei”, ele é legal, e me faz rir. Então, sim, ele está sendo uma boa companhia. Estamos no ponto de ônibus.

Sophie e Mingus estão meio ocupados ajudando o Norman a fazer alguma coisa em casa. Não sei o que.

Evan e Lucy não estão querendo sair de casa ultimamente. É uma doença chamada preguiça.

A Lu e o Josh estão em casa de molho também, inicio de relacionamento e tal...

O Sam... Por que o Sam não vai?

-Você vai hoje a noite? – Pergunto.

-Ah, sei lá... Você vai?

-Vou... Vai, por favor! Vai ser legal!

-Ok... Mas cara. Ah, sei lá. Sozinho?

-O Chandler também vai sozinho! Além do mais, vai que você arranja alguém!

-Por que você quer tanto que eu arranje alguém?

-Não muda de assunto!

-Tá, louca! Eu vou...

Comemoro.

20:00 p.m.

-ALICE! Você demora muito! – Chandler grita do lado de fora do quarto.

-Calma, porra! – Grito de dentro do closet. Visto um vestido preto e visto uma meia-calça, preta também, e calço um par de botas.

Saio do closet, já arrumada, e pego um casaco preto. Está literalmente congelando lá fora.

Abro a porta e ele murmura um “finalmente”. Descemos as escadas, e a Gina nos leva até lá. Saltamos do carro umas três casas antes da festa.

-Se cuidem, e quando chegarem, tranquem a porta. Nem eu nem o William estaremos em casa, só o Grayson, ok?? – Assentimos. – Mais uma vez, se cuidem, ouviram?

Ela arranca, e nós vamos até a festa. Já na entrada, vejo Charlie e Emma. Caminho até eles.

-Oi, amor... – Falo, e dou um selinho nele.

-Oi, amor...

-Então.. Cadê o Thomas? – Pergunto. – E o Sam?

-Hum.. O Thomas está quase chegando. – Emma fala.

-E, o Sam tá vindo. – Chandler fala. Está escuro, então a única luz no rosto dele é a luz da tela do celular. – Só que ele tá vindo de bicicleta, então...

Damos risada.

[...]

-Poxa, finalmente. – Falo. Sam amarra a corrente da bicicleta em uma arvore.

-Ah, tá, tá, não reclama. Eu tive que arranjar uma maneira de vir pra cá porque você me pediu pra vir.. E, os meus pais decidiram que queriam ir até Jacksonville pra visitar a minha tia louca que coleciona xicaras de chá.

-Que fofo! – Falo.

-Eu sei, eu sei, agora, vamos entrar logo. – Ele fala.

[...]

Não que a festa esteja chata. Não está, só que eu não sei onde a metade do pessoal que veio comigo está. Charlie foi falar com um garoto, e eu estou sozinha. Sento na bancada, de frente para o barman e peço um copo de água. Ele entrega e agradeço. Sinto alguém sentar-se ao meu lado. Charlie. Mas parece que ele não me vê, porque não olha para mim. Ele está conversando com um garoto de cabelo raspado e boné.

-Achei que isso estivesse resolvido. – Ele fala. Sua voz está abafado por conta da musica.

-Não tem nada resolvido, Higgins. Eu ainda fui legal por ter te dado tanto tempo! – O garoto fala. – Três meses. Eu te dei três meses!

Três meses pra que?

-Você sabe que não é fácil. – Charlie fala. O que não é fácil?

-Não, é fácil sim... – O garoto fala. – Eu te dei três meses para transar com Alice Farley, e você falhou. O prazo espirou ontem. Vai ter que pagar, Higgins. Você perdeu a aposta.

A atenção dos dois se volta para mim, quando deixo o copo de água cair. O vidro se estilhaça atrás de mim. O chão fica molhado.

-Como assim? Perdeu a aposta? – Pergunto, assim que os olhos dele encontram os meus.

-Alice.. Eu... – Ele estende a mão e tenta tocar o meu braço. Recuo. De repente tudo para, a musica, as pessoas, tudo, simplesmente para. Por um momento acho que estou enlouquecendo. Uma roda de pessoas se forma ao nosso redor. Ouço vários “licença” e Chandler, Sam, Emma e Thomas aparecem, atropelando todos que veem. Chan está ao meu lado, pra trás. Thomas e Emma estão ao meu lado esquerdo, e Sam está perto do Chandler. – Lice... – Charlie dá um passo na minha direção. Dou um passo pra trás.

-Não encosta em mim.. – Falo, em um tom um pouco mais alto que um sussurro. Dou mais três passos pra trás, ele dá um pra frente e estende o braço de novo. – Não. Encosta. Em mim! – Falo em alto e bom tom. Ele dá mais um passo pra frente. Dou um passo pra trás e caio de costas. Ele se aproxima. Coloco-me de joelhos e começo a me arrastar pelo chão até bater na canela do Chandler. Levanto. Meus joelhos ardem. Olho pra eles. A meia calça preta, e fina, está rasgada onde arrastei. Os meus joelhos estão ralados. Vou para trás de Chandler. – Não deixa ele encostar em mim. – Sussurro.

Charlie dá um passo na nossa direção. Chandler dá um passo firme na direção dele. Começo a chorar incontrolavelmente.

-Eu posso explicar...

-O que você fez, Higgins? – Sam pergunta. Dou um passo para trás dele.

-Charlie... – Thomas aparece ao lado de Sam.

-Lice, o que aconteceu? – Emma aparece ao meu lado, tocando o meu ombro. Soluço.

-Ele nunca gostou de mim... – Minha voz sai baixa, mas Emma escuta. – Essa porra toda.. Era só... Uma aposta. – Minha voz vacila um pouco por conta do choro.

-É O QUE?! – Emma sai de perto de mim em um salto e vai parar na frente de Charlie. – COMO OUSA?!

Abaixo a cabeça na tentativa de parar de chorar, mas falho. Viro as costas para todos. Saio correndo assim que ouço Emma dando um tapa bem forte no rosto de Charlie. Corro pra fora, não sei quanto tempo corri, mas paro em frente a um gramado cheio de pedrinhas. Caio de joelhos sobre elas, e os mesmos ardem. A dor não me incomoda. Deixo as lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas e tocarem o chão. Curvo as costas e a minha cabeça toca a grama. Sinto carros passando atrás de mim. Levanto, e vejo um taxi. Estendo a mão e ele para. Nesse momento, Chandler aparece, uns 6 ou 7 metros de distancia e grita, basicamente implorando, para que eu pare. Sam está atrás dele. Olho bem para os dois. Volte para lá. Entro no taxi.

-Para onde? – O homem fala, virando-se para mim. Olho para ele. O mesmo me entrega um lencinho. Enxugo as lágrimas. 

-Pode me deixar na sorveteria Ice & Cream?

-Claro, mocinha. – O homem fala.

Apoio a cabeça no vidro da janela, e deixo as lágrimas rolarem. Os joelhos latejam, e por um momento tenho a impressão de que o sangue que sai deles, na verdade são os meus sentimentos bons, descendo e saindo, em um rio que não para de correr. Sinto vontade de gritar. Sinto vontade de dar um soco em Charlie, por ter sido tão babaca. Sinto vontade de dar um soco em mim mesma, por ter sido tão ingênua. Fecho os olhos, e só os abro quando o homem anuncia a nossa chegada. Entrego o dinheiro para ele e devolvo o lencinho.

Desço do carro e caminho na direção de casa. Ao chegar lá, abro a porta. Gray está sentado na sala.

-Lice, tá tudo bem?

-Sim.. – Respiro fundo e fecho a porta. – Tudo ótimo.

-Cadê o Chandler? – Não aguento, e caio no choro novamente.

-Ele ficou.. – Falo. – Eu vou subir, ok?

-Tem certeza de que está tudo bem? – Ele pergunta.

-TÁ TUDO BEM, GRAY! – Grito, um pouco irritada. Depois que faço isso, repreendo-me mentalmente por ter sido grossa com o garotinho que só está tentando me ajudar. Subo as escadas correndo e entro no quarto. Tiro a roupa e visto um pijama. Me jogo na cama. Começo a chorar desesperadamente.

-Lice? – Gray me chama do outro lado da porta.

P.O.V. Chandler

-Droga! – Foi fácil alcança-la. Sam e eu corremos rápido pro diabo, e conseguimos encontrar ela. Mas, agora, todo o esforço vai por agua abaixo. Ela entrou em um taxi, e não tem mais nenhum passando por aqui agora. – E agora? O que a gente faz? – Sim, estou nervoso. Só de pensar no que ela pode fazer trancada em casa.

-Hum.. Pega a minha bicicleta! Eu fico aqui esperando o próximo taxi que passar, e então vou direto pra sua casa. – Ele fala. Saímos correndo e chegamos lá em uns 3 ou 4 minutos. Subo na bicicleta e viro ara Sam.

-Valeu, Sam. – Falo.

-CALA A BOCA E VAI! – Ele fala. Está tão nervoso quanto eu. 

P.O.V. Alice

-VAI EMBORA! – Minha voz fica embargada por conta do fato de eu estar com o rosto afundado no travesseiro.

-Lice, por favor.. Só quero te entregar um copo de água. – Levanto o rosto do travesseiro, respiro fundo e viro me para a porta. Meus joelhos, ainda abertos e sangrando, ardem. Levanto e abro a porta. Gray olha no fundo dos meus olhos e fala que vai ficar tudo bem, mesmo não sabendo o que aconteceu. Abraço ele. O garoto de 12 anos que já me ajudou muito, e está ajudando agora. Deus, eu nunca imaginei que garotos dessa idade fossem compreensivos dessa maneira. Ou é só ele. Me desvencilho dos braços dele. – Precisa de mais alguma coisa? – Ele pergunta.

-Não, Gray.. Obrigada, eu só preciso de um tempo sozinha. – Falo. Ele assente, e sai, me deixando somente com o copo de água. Entro no quarto. Tranco a porta. Vou até o banheiro e sento no chão. Encontro uma lâmina no armário e pego-a. Tranco a porta e sento perto da banheira.

P.O.V. Chandler

Chego em casa e deixo a bicicleta do Sam na frente da porta. Entro em casa como um furacão. Gray olha pra mim assustado. Ignoro o olhar dele e pego a chave da janela na cozinha. Subo as escadas e tento a porta. Não. Óbvio que está trancada. Vou para o meu quarto e pego um pé de cabra, que por algum motivo desconhecido está lá, e vou para a varanda. De lá, me apoio no gradil e pulo para a varanda dela. A porta de vidro está trancada. Pego o molho de chaves e quase o deixo cair. Minhas mãos tremem. Consigo abrir na terceira tentativa. Entro no quarto e olho ao redor. Abro a porta do quarto, para quando Sam chegar. Droga. O banheiro. Bato na porta.

-Alice, abre por favor. – Falo, mas ela não responde.

P.O.V. Narrador

Ao passo que Chandler tenta abrir a porta, Alice desliza a lâmina pelos seus pulsos. Quando ela era pequena; não gostava de ver sangue. O tom vivo daquilo a deixava tonta. O vermelho escuro, o liquido vívido escorrendo pela sua pele branquinha, agora, a deixa relaxada.

Chandler esmurra a porta, pedindo pra que ela abra. Ele ameaça arrombar. Então, a menina arregaça as mangas da camisola cinza, e abaixa a cabeça. Os braços entrelaçados nas coxas que estão de encontro ao peito. A porta abre em um estouro, e a imagem de Chandler com um semblante preocupado estampado no rosto é revelada.

Alice se pergunta mentalmente por que diabos ele está com um pé de cabra na mão. O garoto larga o cano em um canto e caminha até ela. Farley olha para ele, o seu olhar é vazio.

P.O.V. Alice

-Vai, pode falar... – Começo. Minha voz não tem sentimento algum. – Pode falar o quanto estava certo, ou, pode dizer que me avisou. Pode falar o que quiser.. Eu sei que você estava certo o tempo todo...

-Eu não ia falar isso.. – Ele senta de frente de mim. Limpo as lágrimas com a manga do casaco. Com o pulso que não está sangrando. Não adianta de nada, as lágrimas continuam rolando pelas minhas bochechas.

-Droga, como eu pude ser tão burra? – Falo, e abaixo a cabeça.

-Bem... – Ele se aproxima de mim, e faz com que eu olhe para ele. – Já me disseram uma vez.. – Tira uma mecha de cabelo loiro da frente dos meus olhos. – Que o amor é cego.

Não sei por que, mas isso tocou o fundo da minha alma. Um arrepio sobe pela minha espinha. Nisso, uma gota de sangue vermelho vivo desce pelo meu pulso e aterrissa no chão branco. Seguida por outra. Quando olho para o meu pulso, a manga cinza da minha camisola está vermelha. Chandler encara aquilo e então olha para mim de novo.

-Não...

Desvio o olhar.

-Não, Alice.. Nada de desviar o olhar. Olha pra mim. – Ele pega o meu queixo e faz com que olhe para ele. – Olha, se você quer se cortar, então.. – Chandler arregaça a manga da sua camisa xadrez e estende o braço pra mim. – Pegue o meu braço, olhe nos meus olhos e me corte quantas vezes você faria com si mesma. – Sua voz sai firme, sem duvidas, ele nem mesmo hesita.

-Eu nunca conseguiria te machucar assim.

E então, eu entendo tudo. Tudo o que eu tive com ele, desde que eu cheguei, passa diante dos meus olhos como um flashback. Tudo o que aconteceu, fica tão claro. As palavras daquela senhora no avião me vêm a mente.

Deus vai te enviar um anjo. Tenho certeza.

E aqui está o meu anjo; sentado de frente pra mim. Sem asas, no lugar delas, ele tem o céu e o mar em seus olhos. Vestindo essa camiseta que ele usa a cada duas semanas. Meu anjo apareceu de fininho, fingindo ser alguém comum, e me protegeu. Me segurou quando eu estava prestes a cair, me fez rir quando eu só queria chorar, sentiu medo por mim, tomou toda a minha dor para si, fez de mim a garota mais feliz do mundo. Ah, Cristo. Eu fui tão burra, demorei tanto para perceber. Eu amo Chandler Riggs. Não como fã. Não como amiga. Eu o amo. Chandler Riggs é o meu anjo da guarda, e eu não posso perde-lo. Não vou perde-lo.

O abraço.

-Precisamos limpar esses joelhos. E o seu pulso. – Ele fala. Tento me levantar, mas falho. Os meus joelhos ardem com o esforço. E então noto, cacete, ralar os dois joelhos é péssimo. – Pode deixar, Lice. Eu te ajudo. – Ele me pega no colo e caminha até a banheira. Ele me coloca lá dentro, e começa a enche-la de água. Seu rosto está tão próximo do meu que consigo sentir a sua respiração. Seus olhos estão baixos, ele está concentrado no registro da banheira. Quando os seus olhos se encontram aos meus, congelo.  

P.O.V. Chandler

Quando consigo ligar o registro, percebo que ela ainda está vestida. Ai, droga. Agora já foi. Olho nos olhos dela, e parece que estou sendo completamente hipnotizado pelo tom azul deles. O azul que combina com o meu azul. Por um momento, uma vontade de beija-la passa por mim como uma ventania. Deus, o que estou pensando? Ela acabou de romper um relacionamento! Não sei se consigo evitar. Tem muito tempo que quero fazer isso. Talvez ela me odeie depois disso, e isso me atingirá como um murro, e ainda vai doer mais.

Ok, Jeffrey. Eu admito, estou verdadeira, louca e profundamente apaixonado por Alice Farley. Desde o dia em que ela atravessou a porta de casa pela primeira vez. Ou seja, Janeiro. Quatro meses, apaixonado por uma garota que só tem olhos para um completo idiota. Ou tinha.

Perco o controle das minhas ações, e quando me dou por mim, os meus lábios já estão colados nos lábios dela. Ah, Cristo. O que estou fazendo?

P.O.V. Alice

O rosto de Chandler está tão próximo ao meu que consigo contar as sardas salpicadas pelo seu rosto. Consigo sentir o perfume dele. O cheiro dos seus cabelos. Uma mistura alucinante, somada ao seu rosto. Cara, será que eu realmente gostava de Charlie? Digo, eu gostei dele, mas a pessoa que sempre esteve ao meu lado está aqui. Seu rosto, está a centímetros de distância do meu. Por um momento, desejo que ele me beije. E, como se pudesse ler os meus pensamentos, ele me beija. Ai. Meu. Deus. Estou beijando Chandler Fucking Riggs. Não demoro para ceder. Por anos, fantasiei o meu beijo com ele. Nunca pensei que fosse realmente acontecer, e, cá estou eu. Dentro de uma banheira, vestindo uma camisola com a manga encharcada de sangue. Com os lábios colados nos lábios dele. Chupa sociedade. Seu beijo tem um gosto diferente, e gostoso. Minhas mãos vão até a sua nuca, e puxo-o para mais perto de mim. Ele obedece a minha ação.

P.O.V. Sam

Saio do taxi e jogo uma nota de vinte dólares no colo do motorista.  Falo para ele ficar com o troco e saio correndo. Atravesso a porta da frente da casa do Chandler como um tornado. Gray pula do sofá e me encara com os olhos arregalados.

-Ta legal, será que alguém pode por favor me explicar o que está acontecendo aqui?! – Ele pergunta, nervoso.

-Depois! – No momento em que respondo, já estou no quarto degrau da escada. Continuo subindo desesperadamente até chegar na porta do quarto dela. Lá, diminuo a velocidade. Entro no quarto e olho ao redor. Ué. Ouço um ruído vindo do banheiro. Caminho até a porta, e lá vejo Alice e Chandler... Se beijando? Minha boca forma um perfeito “O”. Dou três passos para trás e saio do quarto.

P.O.V. Alice

Nos separamos. Olho para ele, ele olha para mim. O que eu estou fazendo?! Não me importo mais com isso.

-Desculpa... Eu não devia...

-Não, não.. Tudo bem, Chandler... – Falo, meio desanimada. Droga, ele beija melhor do que eu imaginava.

-Precisamos... Precisamos limpar isso. – Ele se refere aos meus pulsos e joelhos. Assinto. Ele vira as costas e pega uma toalha. A banheira está completamente cheia, porém, meus joelhos estão para fora, já que as minhas coxas estão juntas ao meu tronco. Chandler afasta as minhas coxas do tronco suavemente e olha para o meu joelho direito. – Isso pode arder... – Ele fala.

-Tudo bem... Tem tempos que a dor física não me incomoda mais.... – Falo, e é verdade. Ele lamenta baixinho. Quando a toalha encharcada com água oxigenada encosta no machucado ainda aberto, sinto vontade de gritar. Meus ombros ficam tensos, dou impulso para frente, abaixando o meu joelho, um pouco.

-Não.. Calma... Lice, você tem que ficar calma. Já vai passar. – Ele fala, tocando novamente no meu joelho. Gemo alto. Praguejo mais alto ainda. – Calma... – Ele fala, e então lembra de algo. – Sam.. SAM?! – Ele grita. Cerca de quinze segundos depois, Sammy aparece diante da porta. Seu queixo cai. Não sei se é por conta do meu joelho, ou porque estou me contorcendo como se fosse a atriz de O Exorcista, ou porque estou com o rosto todo borrado de maquiagem. Talvez seja uma mistura dos três. – Preciso de ajuda. Segura os ombros dela e não deixe ela se mexer. – Sam não fala nada, apenas caminha até a banheira e senta sobre o vaso sanitário. Ele segura os meus ombros, e Chandler toca o meu joelho com aquele pano novamente. Tento me mexer, mas Sam impede.

-DEUS! – Grito. Aquilo arde demais.

-PRONTO! Calma, Lice.. O primeiro já foi... – Ele passa para o joelho esquerdo. Quando Chandler encosta o pano o pano no machucado, não dói tanto quanto a primeira vez. Relaxo os ombros, na tentativa de fazer com que Sam me solte, mas não funciona. – Pronto... Agora falta.... – Ele começa, mas não termina. Lanço um olhar desesperado para Chandler. Não conte, por favor. – Hum, Sam, pode me esperar lá fora? – Ele pergunta.

-Tudo bem.. – Ele fala, soltando os meus ombros com delicadeza e sai. Levanto o pulso pra fora da água e entrego para Chandler.

-Tente respirar fundo, tá bem? – Ele fala, pegando o meu pulso com delicadeza. Respiro fundo, e ele passa o pano pelos machucados.

[...]

-Pode confiar, Chandler. Só preciso tomar banho.

-Depois eu vou voltar pra cuidar disso. – Ele aponta para os meus joelhos e então para o meu pulso. Assinto e espero ele sair. Quando Chandler atravessa a porta, tiro a camisola e ligo o chuveiro. Deixo a água escorrer, tento tirar tudo que é ruim do meu corpo, e água é aquilo que mais ajuda com relação a isso.

[...]

Saio de dentro da banheira e pego a toalha. Rezo inúmeras vezes para Chandler e Sam estarem do lado de fora do quarto. Abro a porta do banheiro, e o meu quarto esta deserto. Ótimo. Corro até o closet e fecho a porta dele. Visto um short de moletom, uma blusa de alças preta, e um casaco de lã cinza. Pego um par de meias, e as calço. Calço também, um par de pantufas e saio do closet. Chandler e Sam estão sentados no chão do meu quarto. Chan olha pra mim e levanta.

-Só vou fazer um curativo. Já voltamos. – Sam assente, assim que Chan termina a frase. Caminhamos até o banheiro.

Ele faz um curativo em cada joelho, e então pega o meu pulso e o encara.

-Me promete.. – Começa, ainda olhando para as linhas vermelhas. – Que nunca mais vai fazer isso. – Ele olha pra mim, no fundo dos meus olhos. – Prometa, Alice.

-E-eu prometo... – Falo, desviando o olhar para não perder o controle e acabar beijando ele. De novo. Nenhuma outra palavra é dita enquanto ele enfaixa o meu pulso. Quando saímos do banheiro, falo que preciso dormir, os dois assentem e saem. Apago a luz e me jogo na cama. Puxo as cobertas até o nariz e deito de bruços. A porta abre, olho para o feixe de luz que aparece. Os dois entram.

-Que foi? – Pergunto, tirando o cobertor da frente do rosto.

-Não vou te deixar dormindo sozinha. – Chandler fala.

-E eu não vou deixar vocês dois sozinhos. – Sam fala. Dou risada.

-Tá bem, divirtam-se. – Viro as costas e olho para o vidro da porta da varanda. Observo os reflexos, nada nítidos, deles puxando o colchão que tem embaixo da minha cama. Seguro o riso, a cena está bem zoada. Adormeço quando Sam deita no tapete, de frente para mim, e Chandler no colchão, ao lado da minha cama.

Sábado, 06/05, 09:55 a.m.

Acordo com a luz do sol batendo contra o meu rosto. Olho ao redor. Nada de Chandler. Nada de Sam. Nada de colchão no chão ao lado da minha cama. Passo a mão no cabelo. Será que eu sonhei tudo aquilo? Coloco os pés para fora da cama e toco o tapete macio e felpudo. E então vejo os curativos nos meus joelhos. Hum. Não. Fico com vontade de chorar, mas respiro fundo. Saio da cama e depois do quarto, desço as escadas e caminho até a cozinha. Chandler está virado para a torradeira, com uma xícara de café na mão esquerda. Esfrego os olhos. Ele vira para mim.

-Bom dia... – Sua voz sai baixinha e envergonhada.

-Bom dia. – Respondo. – Cadê o Sam?

-O Sam.. Foi pra casa uns quarenta e cinco minutos atrás... A minha mãe está no supermercado, e o meu pai foi junto com ela. O Gray tá dormindo.

-Hum... – Falo, pegando uma maçã e mordendo.

-Como você está?

-Os meus joelhos não estão mais doendo.

Ele me encara debochado porem serio.

-Eu não me referi aos seus joelhos.

-Ah.. Eu.. Estou bem.

-Tem certeza?

-Uhum.

-Bom, se prepare, porque provavelmente.. A nossa casa vai estar cheia de visitas hoje. Estão todos bem preocupados com você.

-Todos quem?

-Emma, Thomas, Luiza, Josh, Peter, a Beth, Mingus, Sophie, Lucy, Evan, Norman. Norman falou para o pessoal do elenco trazer flores. – Ele fala.

-Eles estão sabendo que fui alvo de uma aposta? – Pergunto, meio magoada.

-Eles quem?

-O pessoal do elenco, e a Beth.

-Eles só sabem que você terminou com o Charlie, mas não o motivo.

-Hum. Tá bem. Ahn, eu vou subir pra tomar banho e desço daqui a pouco, tá?

Subo as escadas e entro no meu quarto. Entro no banheiro e ligo o chuveiro. Lavo os meus cabelos e o resto do meu corpo. Saio do banheiro e vou até o closet. Visto uma calça jeans, uma blusa branca com mangas bordô e calço um par de sapatilhas pretas. Seco o meu cabelo e vou até o banheiro. Faço as minhas higienes e desço. Chandler está sentado no sofá.

-Quer ir lá no ateliê?

-Claro.

Subimos as escadas e entramos no meu pequeno mundinho.  Procuro em uma das gavetas, as várias fotos que eu tinha com o Charlie. Pego um isqueiro que está na mesma gaveta e acendo-o. Chandler relaxa a mão no meu ombro.

-Você quer mesmo fazer isso?

-Eu preciso fazer isso. – Acendo-o novamente e aproximo a chama da primeira foto. É de uma das primeiras semanas de namoro. Ele está sentado na grama do quintal da Sophie, e eu estou deitada no colo dele. Charlie está beijando o topo da minha cabeça. Queimo a bordinha. – Se eu não começar a superar agora, não vou superar tão cedo. E esse é um bom inicio.

13:55 p.m.

A campainha toca. Eu e Chandler terminamos de queimar a ultima foto uns quinze minutos atrás. Descemos as escadas e eu atendo a porta. Kate pula em cima de mim, e me abraça forte.

-Deus, Lice! Fiquei tão preocupada com você! – Ela me abraça forte. – Como está?

-To bem, to bem... – Falo respirando fundo durante o abraço. 


Notas Finais


SVEWVFEUFBHNSCJS
GENTE TAVA MUITO ANIMADA PRA POSTAR ESSE CAP SOS
espero que voces tenham AMADO porque deu muito trabalho
amo voces
Rouda da Alice (Festa) + Estado dos joelhos dela: http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_371/set?id=216576511
Pijama: https://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_422/set?id=217747415
até quintaa!


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