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História Stole My Heart - Time Solves Most Things


Escrita por: katelynxriggs

Notas do Autor


OIIIIIIII

Capítulo 38 - Time Solves Most Things


Fanfic / Fanfiction Stole My Heart - Time Solves Most Things

P.O.V. Alice

Sábado, 26/05, 19:20 p.m.

Chego em casa pela segunda vez hoje. Sim, voltei ao hospital. Beth está bem, porem não cem por cento. E ela sempre está cem por cento. Ivy está quase perdendo o controle. Não a culpo, as duas são melhores amigas desde que Beth chegou aqui. Will voltou de Denver duas horas atrás, e está péssimo. Ele me disse, que é perdidamente apaixonado pela Beth desde que colocou os olhos nela. Ele xingou a si mesmo, disse que deveria ter tomado alguma atitude, deveria ter feito mais por ela. Estão todos perdendo o controle.

Beth é a luz do dia de muita gente, da pra perceber isso. E não consigo imaginar a dor que causará se ela morrer. Principalmente cedo assim.

Fecho a porta e subo para o meu quarto. Ver todos, que normalmente estão felizes e unidos, perdidos dentro de si mesmos dessa maneira me deixou desolada. Visto o meu pijama, deito na cama e começo a chorar. Ouço a porta atrás de mim se abrir e alguém entra no meu quarto.

-Lice? – É a voz do Chandler. Agora não, por favor. – Você ta bem?

-Sim. Só preciso.... Preciso ficar sozinha.

Sinto o colchão afundar, viro-me para ele.

-Você sabe que não vou te deixar sozinha. – Ele deita, deixando a ponta do seu nariz encostar-se na ponta do meu. – O que houve? Tem a ver com a Beth? – Faço que sim. – Fica calma. Serio, você precisa se acalmar.

-Se ela morrer... – Começo, mas então paro pra pensar. – Quando ela morrer... Não sei o que vai restar deles. – Respiro fundo. – Ivy vai perder o chão. Will vai acabar se culpando por tudo que não fez. Isis vai se enterrar dentro de si mesma. E, os pais dela.... Os pais dela vão perder a filha que tanto os orgulha. Não estou preparada pra ver isso. Não posso.

-Alice, para. Por favor. Você não pode ficar pensando no pior. Você tem que pensar que tudo vai ficar bem. E eu sei, que esse é o conselho mais idiota da face da terra, mas, você precisa.

-Chandler, é muito difícil, se não impossível, curar câncer nos ossos.

-Alice, isso é besteira, sabe disso. O mais interessante é que você nunca sabe oque acontecerá no futuro. Pode ser que amanhã inventem uma cura infalível para o câncer nos ossos, como pode ser que amanhã um meteoro colida com a terra. Nunca se sabe, mas você precisa parar. Tem que segurar as pontas. Por ela. Por si mesma. Tenha misericórdia de si mesma.

-Não preciso de misericórdia. E a Beth está melhor que todos nós.... Psicologicamente.

-Ok, se acha que não precisa, tudo bem. Não segure as pontas por si mesma. Nem por ela. Segure por mim. – Ele faz uma pausa para limpar uma lagrima que escorre pela minha bochecha. – Acha que é fácil te ver assim? Sofrendo, sofrendo.. E, quando consegue reatar, cai de novo por algo pior? Não é fácil. Inclusive, isso dói demais em mim. Ver uma das pessoas mais importantes pra mim, sofrendo vinte e quatro horas por dia, todos os dias, me incomoda. Me incomoda, porque eu me sinto um péssimo amigo. Me incomoda, porque parece que não posso fazer nada. E se......

O interrompo com um abraço. Sim, abraço.

-Você é um dos melhores amigos do mundo. É verdade. Você é. E precisa entender, que, o tempo resolve a maioria das coisas, e o que ele não resolve, você precisa resolver por si mesmo. – Olho nos olhos dele, pra mostrar que o que estou falando é verdade. – É o que estou fazendo.

Ele passa a mão pela minha bochecha.

-Eu vou ficar bem. Você vai ficar bem. Vamos ficar bem, ok? – Falo, olhando o fundo dos olhos dele.

-Ok.

Segunda-Feira, 28/05, 07:15 a.m.

Levanto e vou para o banheiro. Tomo o meu banho e volto para o quarto. Visto um vestido, uma meia-calça e calço um par de botas. Arrumo o meu cabelo, pego as minhas coisas. Quando desço, Chandler está de costas, mexendo no celular.  Pego uma maçã, e falo pra irmos, se não vamos nos atrasar.

Quando chegamos no colégio, sinto algo diferente. O clima estava diferente. Pesado. Como se todos soubessem sobre a Beth. Pode até ser isso. Sei lá. Vamos até o pátio e o pessoal está no seu lugar usual. Caminhamos até eles e sentamos no chão.

15:15 p.m.

Eu e Chandler estamos para entrar na sala de historia, quando Charlie aparece (de novo).

-O que você quer, porra?

-Eu só quero conversar.. – Ele responde. Porra, sai de mim.

-Eu não tenho nada pra conversa, Charlie. Muito menos contigo. Você não vale nada. Não sei por que ainda olho pra você. Não quero mais nada com você, fica longe de mim. – Ele tenta se aproximar, mas dou um tapa no rosto dele, assim como na semana passada. Ele fica extremamente puto, e quando se recompõe, olha bem no fundo dos meus olhos.

-Eu só queria dizer que... – Nesse ponto da discussão, tinham umas quinze pessoas ao nosso redor. – Você é só mais uma vadiazinha que eu peguei.

Ok, isso é mentira. Porque a) Eu namorei com ele por uns 3 meses (talvez um pouco mais) e fui completamente fiel a ele, b) vadia é quem faz sexo por dinheiro então (?) e c).... Espera um pouco.....

Não consigo nem respirar fundo, foi tão rápido... Chandler vai para cima de Charlie, gritando e esbravejando. Só tomo conhecimento da situação depois de uns segundos, quando acordo do meu transe.

-TA QUERENDO MORRER, CARA?! – Chandler grita, indo pra cima de Charlie. Me coloco na frente do Charlie e olho para Chandler.

-Não, calma. Não faz isso, Chan. Eu cuido disso. – Falo, tocando o ombro dele. Ele respira fundo quando os nossos olhares se encontram.

Viro-me para Charlie respiro fundo.

-Olha aqui, não sei se você é burro ou se não sabe o significado de vadia. – Respiro fundo pra olhar pra ele. – Mas, no caso de você não saber; o que é muito provável, porque dã, você está usando a palavra no contexto errado; eu te explico. Vadia é aquela que faz sexo  por dinheiro, e entre nós dois, quem tentou transar por dinheiro foi você, então, quem é a vadia aqui, huh?

Consigo ouvir vários “WOOOOOW”. Dou uma risada e pego a mão de Chandler pra puxa-lo para a sala de aula.

Segunda-Feira, 28/05, 20:00 p.m.

Eu e Gray estamos assistindo Modern Family no sofá, quando Chandler aparece em casa. Está de cabeça baixa. Ele sobe as escadas correndo e bate a porta do quarto. Olho para o Gray.

-Entendeu alguma coisa que entendeu nos últimos 2 minutos? – Pergunto. Ele faz que não. – Ok, continua assistindo. Volto daqui a pouco.

Subo as escadas e paro na frente da porta de Chandler. Bato três vezes.

-Chan? Tudo bem? – Ele não responde. – Chan, por favor.... Deixa eu entrar. – Ele não responde. De novo.

Tudo bem. Caminho até o meu quarto e abro a porta da varanda. Olho para o lado, pra ver se é muito longe da varanda dele. Não é tão longe. Dá uns 70, talvez 80 centímetros. Talvez mais. Respiro fundo e tento não olhar para baixo. Sento no peitoril da grade e jogo os pés pra fora. Me seguro bem firme na grade e fecho os olhos. Continue respirando, Alice. Estico a perna esquerda até chegar na grade da varanda de Chandler. Respiro bem fundo e faço impulso para jogar a perna pra dentro da varanda dele. Você fez isso no treino. Fazer barra na cesta de basquete é mais difícil. Faço impulso para jogar a outra perna. Ok, agora tá fácil. Você só precisa dar impulso com os braços e jogar o tronco pra frente, Alice. Isso é fácil, vamos. Respiro fundo de novo. Seguro firme na grade e faço força.

Só me dou conta de que estou viva quando já estou dentro da varanda.

Ok, uma nota mental: Nunca mais fazer isso. Na minha vida.

Tento abrir a porta de vidro, que está aberta, porem tampada pela cortina. Abro a porta e atravesso as cortinas. Apesar das luzes estarem apagadas, vejo Chandler deitado na cama, virado para a porta. A camiseta azul-marinho está rasgada por algum motivo. Seu cabelo está todo bagunçado, e pelo que vejo, há cortes e marcas roxas espalhados pelos braços dele.

Puta merda, o que aconteceu?

-Chandler. Vira pra mim, por favor?

-Não posso. – Ele fala, sua voz está embargada. Não sei se é porque ele está com o rosto enterrado nos antebraços ou se é porque está chorando. – Nossa, eu sou um babaca... Eu estraguei tudo. Desculpa, Alice.

Nisso, do nada, começa a chover muito. Sabe aquela chuva repentina, que parece que está lá faz tempo, e fica cada vez mais forte? Exatamente essa. Só que muito forte de uma vez só.

-Chandler, o que você fez? – Pergunto. Seus ombros se mechem um pouco. Ele está chorando. – Chandler. Garanto que não fez nada.

E então, ele vira para mim. Um feixe de luz acende atrás de mim, um raio. Isso daria uma cena de filme daquelas. Está todo machucado. O olho direito está roxo, o lábio inferior está cortado. Deus do céu, Chandler, o que aconteceu com você?

-Chan, o que aconteceu com você? – Caminho até ele e toco o seu rosto. Ele olha no fundo dos meus olhos. Um olhar profundo, sombrio. – Chandler, o que você fez?

-Eu... Eu não consegui suportar o Charlie te tratando mal daquele jeito. Então, fui atrás dele depois da aula, e isso aconteceu. – Ele desvia o olhar.

-Você está todo machucado porque tentou me proteger? – Pergunto. Ele não me responde. – Deus do céu eu sou um ser humano horrível. Se não fosse por mim você não estaria assim. Me desculpe, Chandler. Pelo amor de Deus, me perdoa. – Falo, desesperada.

-Alice, calma. Primeiro, você não tem culpa de nada disso. Segundo, eu juro que ele não está melhor que eu. – Ele dá uma risada doentia, mas logo para de rir. Deve estar com dor.

-Deixe-me ver isso... – Falo, pegando o braço dele. Está totalmente ferrado. Tateio a parede procurando o interruptor. Ele pega a minha mão, e pede pra eu não ligar a luz. – Mas eu preciso ver como está. Por favor.

-Não. A do quarto não.

Respiro fundo e vou até o banheiro do quarto dele. Pego uns curativos, uma toalha e um frasco de água oxigenada. Volto pro quarto e deixo a luz do banheiro ligada. Olho ao redor. Só vim aqui duas vezes, mas da primeira não prestei tanta atenção na decoração do quarto. As paredes são azuis-escuros, e a cama tem edredom preto. É tudo muito escuro, pra falar a verdade. Caminho até ele e pego o seu braço.

-Pode arder um pouco, ok? – Ele faz que sim. Já passamos por uma situação dessas, só que quem tinha cortes espalhados pelo braço era eu. E eu estava dentro de uma banheira. Encosto o pano em um dos cortes, e ele estremece um pouco, mas não faz nem fala nada.

[...]

-Posso ver as..... As costas...? – Pergunto, meio receosa. Ele olha para trás. – Não precisa tirar a camiseta se não quiser, mas pelo menos levante a parte de trás. Ele não fala nada, apenas tira a camiseta e volta a olhar para a porta. Toco onde é a coluna. Ele estremece. – Te machuquei?

-Não... Você tem.. Uma mão muito gelada, só isso.... – Ele dá uma risada fraca. Dou uma risada e assinto. As costas dele estão péssimas.

Passo o pano por todos os cortes, que são muitos, e depois vou para a frente dele.

-Isso pode doer mais que os outros. Não sei o que ele fez para a sua bochecha estar arranhada desse jeito. – O nariz dele está sangrado muito. – Ah, pega... – Dou um lenço pra ele. – Pro seu nariz....

-Valeu... – Ele pega o lencinho e limpa o sangue.

-Depois, tem que ir pegar gelo pra esse olho. – Falo, e então me volto para a boca dele. Olho nos seus olhos, e então para os lábios de novo. Essa situação me dá agonia, mas preciso fazer isso. Aproximo o pano do lábio inferior dele e encosto no mesmo.

O pano gelado em contato com a pele rosada dos lábios dele. Minha mão esquerda segurando o pano, enquanto a direita segura o queixo dele. E, naquela noite chuvosa, com raios colorindo o azul escuro do céu com uma cor esbranquiçada doentia, e que por algum motivo me lembra gosto de menta, dentro do quarto escuro, com a porta da varanda entreaberta, o vento bagunçando as cortinas, diante da iluminação fraca vinda do banheiro, eu olho nos olhos dele, que normalmente tem um tom celestial, que transbordam tranquilidade, mas que hoje a noite, estão tão escuros e profundos quanto a tempestade lá fora, e falo:

-Sabe... Você me fez prometer que não ia me cortar nunca mais. E, agora, preciso que você me prometa uma coisa... – Respiro fundo. Ele olha para mim. – Prometa que nunca mais vai fazer isso. Nunca mais.

-Eu prometo. – Ele fala, sem hesitar. – Ai.. – Murmuro um “desculpa” e ele simplesmente assente. – Você sabe que não é costume meu fazer isso, mas.. Eu precisava.. Precisava fazer aquele babaca entender que fazer uma garota se sentir mau dessa maneira é, no mínimo, covardia. E eu sei, você não precisa da misericórdia de ninguém. Mas, eu não me perdoaria se não fizesse isso.

O abraço, bem forte. Ele geme baixinho. Claro, está todo fodido, e eu o apertei como se aperta batata pra fazer purê. Não! Que comparação horrível, meu Deus, Alice.

Olho pra ele, e ele olha pra mim. Respiro fundo, prevendo o que pode acontecer. Ele olha para os meus olhos, e então para os meus lábios, e então para os meus olhos de novo.

E se aproxima, e eu deixo. Não posso evitar, eu preciso disso. E então, ele me beija. Seu beijo é gostoso, viciante. Não que eu não soubesse disso, porque né. Mas é como se fosse a primeira vez. Suas mãos correm livres pelas minhas costas, puxo-o para mais perto. Passo as mãos pelos cabelos dele.

Nos separamos quando o ar nos falta. Seus lábios estão inchados e vermelhos. Isso me da vontade de dar risada, porem me controlo, porque imagino que os meus lábios devem estar no mínimo parecidos.

-Hum..

-Hum... – Fico sem jeito. – Eu vou pegar um pouco de gelo pro seu olho.

-Tá...

Destranco a porta do quarto e desço as escadas correndo, tentando pensar no que acabou de acontecer. 

-Então, ele tá bem? – A voz de Gray vindo da sala me pega de surpresa. Encolho os lábios e os mordo, tentando esconder a vermelhidão.

-Hum?

-O Chandler... – Ele levanta do sofá. – Ele ta bem?

-Ah.. Tá. – Falo, entrando na cozinha. Pego gelo e uma toalha. Fecho a porta do congelador e enfio a cabeça no armário, sem procurar nada em especial.

-Hum... O... O que rolou lá dentro?

-Nada, ué. Que foi, é interrogatório agora? – Solto um riso nervoso e sigo para as escadas. Subo correndo e entro no quarto.

Terça-Feira, 29/05, 07:00 a.m.

Ouço o barulho de um despertador que não é meu. . Abro os olhos e olho ao redor. Viro para o lado e levo um susto ao ver Chandler ao meu lado, dormindo serenamente.

-Ei, Chandler. – Sussurro. – Chandler. – Cutuco ele. Estamos tão perto um do outro que ao cutuca-lo, quase dou uma cotovelada em mim mesma. Ele abre os olhos.

Viro de costas para levantar, mas sinto algo encostando nas minhas costas. Mas o que?

-Chandler? – Ele murmura um “Hum?” – O que é isso? – Ele me encara sem entender muito, mas depois segura uma risada.

-Ah, desculpa, é que...É de manhã...

-E...? – Ele faz uma cara tipo “dã” e levanta as duas mãos (capa). E então, entendo. Pulo para o lado. – Ah, que nojo! – Ele cai na gargalhada.

Saio da cama e caminho até a porta.

-Levanta preguiçoso! – Taco um travesseiro, que por algum motivo está no chão, nele. Ele obedece. Vou para o meu quarto.

Tomo um banho rápido e visto um vestido e um casaco verde. Calço um par de botas e desço as escadas rapidamente.

-Achei que fossemos nos atrasar. – Falo, pegando um pote de plástico cheio de morangos picados. – Posso?

-Claro, fiz pra você mesmo. – Chandler fala, dando de ombros. – Vamos?

-Vamos.

[...]

-Pode ir mais devagar? – Pergunto. – Chandler! – Ele para. – Por que você ta assim?? – E então, vira pra trás. – Ta com vergonha de mim? Porque eu te beijei?

-Porque eu te beijei. – Atravessamos a rua. – E não devia ter feito isso. 

-Olha, se você não quer nada, beleza. Não tem problema. Mas, por favor, não me trate diferente por isso. – Dizer aquilo doeu como um soco na boca do estomago, eu gosto dele de verdade, mas se abrir mão vai fazer bem pra ele, basta pra mim. – É sério. Ok? – Ele assente. – Ótimo, vamos. – Viro para a direita e começo a caminhar, mas ele não vem. – O que foi agora?

-Você tem uma prova hoje, certo?

-Sim, mas...

-Então boa sorte, Alice do País das Maravilhas. – Ele fala, virando para a esquerda, dando-me as costas.

-Do que você me chamou?

-Você ouviu.

-Chandler, a escola é pra lá. – Aponto para o prédio que se localiza na direção oposta à dele.

-Eu sei.... – E ele segue para o lado oposto. 


Notas Finais




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