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História Stole My Heart - Angel In Blue Eyes


Escrita por: katelynxriggs

Notas do Autor


Oiee gente
To postando esse capitulo bem cedo porque a dona Luana pediu (agradeçam a ela), enfim nao tem muito o que falar, entao boa leitura!

Capítulo 52 - Angel In Blue Eyes


Fanfic / Fanfiction Stole My Heart - Angel In Blue Eyes

How can I say this without breaking

How can I say this without taking over

How can I put it down into words

When it's almost too much for my soul alone


 

I loved and I loved and I lost you

I loved and I loved and I lost you

I loved and I loved and I lost you

And it hurts like hell

Yeah it hurts like hell

 

 

Abro os olhos lentamente. Nada de escuridão, dou de cara com um céu azulado e sem nuvens. Estou oficialmente morta? Olho ao redor e encontro o rosto de Daisy com uma expressão preocupada. Ela sorri aliviada e maravilhada ao olhar para o meu rosto.

— Que bom que acordou, senhorita! Achei que tivesse te perdido.

— O que?

— Você ficou adormecida por quase dois dias, senhorita.

Dois dias? — Arregalo os olhos. — Há quanto tempo eu morri?

— Mas você não morreu, senhorita.

Não? — Agora estou realmente confusa. — Ué, mas, então... O que estou fazendo aqui?

— Bem, o correto seria você ficar no hospital junto com o seu corpo, mas... — Ela faz uma pausa para olhar ao redor. — Deus achou que seria melhor se você viesse para cá. Só por enquanto. Não está preparada para ver o sofrimento dos seus amigos e da sua família.

— Mas, se não estou morta, então... O que aconteceu?

— A senhorita está inconsciente, em estado vegetativo.

— Estou em coma?

— Pode-se dizer que sim. — Ela fala isso de maneira tão serena que nem parece preocupante.

A garota me analisa por um segundo.

— Bem, devemos nos apressar. Já estamos atrasadas.

— Atrasadas para que?

— Você verá, senhorita.

E então, uma luz ofuscante toma conta de nós, e quando recupero a minha visão, estamos em um tipo de teatro.

Olho para baixo. Estou usando sapatos agora. Belos sapatos dourados. E um vestido preto, muito bonito, também.

— Daisy, o que exatamente nós vamos fazer?

— Te ajudar a lutar, senhorita.

— Lutar pelo que?

— Você vai entender quando visitar o seu corpo. — Ela murmura. Parece cansada das minhas perguntas. — Vai ser bem cansativo, devo avisar. Ficar observando o seu corpo, vir para cá, e voltar para lá.

Não sei o que dizer sobre isso.

— Ah, e você quase morreu umas duas vezes...

Hein?

Ela aponta para as escadas com o queixo.

— Te vejo lá dentro. — E então, some. Mas como? Começo a subir as várias escadas. É uma escadaria bem longa, mas eu não canso mais. Afinal, sou um espirito.

A luz ilumina o local, é tão tranquilo que por um momento desejo ficar aqui para sempre. Que pensamento horrível, Alice Farley. Quando chego ao topo, entro em uma sala. Daisy me chama da primeira fileira. Só eu e ela estamos aqui, não sei para que uma sala tão grande.

— Então, o que vamos fazer?

— Eu falei. Isso vai te ajudar a lutar.

Ah, como se isso me ajudasse muito a entender o que está acontecendo. Obrigada, Daisy.

— Você vai reviver vários momentos bons da sua vida, isso vai te dar motivos para viver. Quando terminarmos aqui, você vai ser tomada pela luz, eu acho, e vai acordar no hospital. Se ainda assim, você quiser desistir, a luz virá para te trazer de volta. É bem simples, na verdade.

— E se eu precisar de ajuda?

— Não vai, senhorita. O máximo que pode acontecer é você escolher ficar e acordar.

Sento-me na cadeira ao lado dela, e então, imediatamente, sou tomada por uma luz amarelada.

Flashback (on)

Uma noite qualquer de domingo. Porém, está chovendo muito. O céu está sendo cortado por relâmpagos a cada 20 segundos. Estou deitada na cama lendo “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, a Mari me obrigou.

Alguém bate no vidro da porta da minha varanda. Levanto da cama e vou até a porta. Vejo o rosto da Mari. Ela usa uma jaqueta de couro preta, que está encharcada. Os longos cabelos negros pingam, algumas partes coladas na sua pele. Ela tem alguma coisa dentro da jaqueta. Abro a porta, e ela entra rapidamente.

O que você fez? — Pergunto.

— Eu tava voltando da casa da minha vó quando eu ouvi um miado bem baixinho. Tava vindo de um beco, e eu encontrei ele. — Ela tira um gatinho de pelo alaranjado da jaqueta.

Ownn... — O pego nos braços e faço carinho atrás das suas orelhas, e ele ronrona algo. Sorrio. — E agora? O que a gente faz com ele?

— Ué, eu vou ficar com ele.

 — Tá, mas, e agora? A gente não tem comida, e ele deve estar faminto.

— Eu não sei...

— Vou chamar a minha mãe, espera aí...

E então, a memória pula para a parte em que eu e a Mari estamos dando comida para o gato, que agora se chama Cheddar.

Flashback (off)

Várias outras memórias minha e da Mari nos abraçando e rindo e fazendo o tipo de coisa que melhores amigas fazem vêm, e aquilo faz com que o meu coração se aperte.

Flashback (on)

Era para ser uma noite de sábado qualquer. Mas não foi. Eu, meu pai e a minha mãe subimos no telhado de casa para olhar as estrelas. Eu devia ter uns 3 ou 4 anos. E era uma noite estrelada, o céu estava sem nuvens e pontinhos brilhantes salpicavam a visão de quem olhasse para cima.

Já estava um pouco tarde, e eu era criança, então ia dormir cedo. Bocejei e os meus pais olharam para mim.

— Está com sono, filha? — Minha mãe perguntou serenamente. Fiz que sim enquanto coçava o meu olho. — Bem, acho que já está na hora de dormir mesmo... — Ela murmura, consultando o relógio. — Vamos, a mamãe te leva para a cama.

— Esperem pelo papai, por favor. — Meu pai pediu, enquanto se levantava.

Descemos as escadas do sótão e fomos até o meu quarto. Lá, minha mãe me colocou na cama e deu um beijo na minha testa. O meu pai fez o mesmo, e os dois, de braços dados, disseram:

— Boa noite, anjinho. — E então saíram.

Flashback (off)

Várias memorias com os meus pais me vêm como um turbilhão de imagens. É difícil de assimilar. Meu pai me ensinando a tocar violão, eu e a minha mãe fazendo cookies e o meu pai, de momentos em momentos, pegando um pouco da massa, as noites de sábado em que ficávamos assistindo filmes atrás de filmes...

Flashback (on)

— Quem quer me ajudar a fazer pipoca? — A minha avó nos perguntou. Eu e Mari, que antes sentávamos uma de cada lado do meu avô, levantamos e seguimos a minha avó até a cozinha.

Na verdade, naquela época, eu e ela éramos tão pequenas que não ajudávamos em nada, só ficávamos sentadas na mesa conversando com a minha avó enquanto ela cozinhava.

Os meus avós sofriam quando cuidavam da gente.

Os meus pais são muito amigos dos pais da Mari, e os meus pais, os pais dela e os meus avós têm casa em Laguna, uma cidade que fica a mais ou menos duas horas de Florianópolis, minha cidade. E, nós e mais os nossos outros familiares passávamos as férias de janeiro lá. Eu nunca vou esquecer de uma vez, eu e a Mari devíamos ter uns 5 anos, e todos nós fomos para a praia. Eu, ela e o meu tio nos empenhamos tanto em construir um castelo enorme, que passamos o dia inteiro no sol, e passamos protetor solar apenas duas ou três vezes. Pegamos uma mega insolação naquele dia, posso dizer. Valeu a pena? Não, porque no dia seguinte a maré subiu e destruiu o nosso castelo, sem contar com o fato de que não pudemos sair de casa por três dias.

Mas em geral, nós nos divertíamos bastante. Acho que a quantidade de verões que passamos na praia influenciou o nosso ódio por tudo que se relaciona a calor hoje. É o que eu e a Mari pensamos, pelo menos.

Flashback (off)

É, agora eu tenho saudades daquela época. E daquela porta que rangia também. Aquela maldita porta que rangia ao ser aberta. Acordava a casa inteira quando alguém ia no banheiro de madrugada.

Flashback (on)

— Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida! — Assopro as velinhas. Meu aniversário de 12 anos. Uma noite bem chuvosa, mas ainda assim, uma das melhores noites da minha vida. O ano em que o negócio do “Ring Power” começou. Estavam todos tão felizes naquele dia.

Pouco depois do parabéns, Mari me puxa para um canto.

— Então, Sis... Lembra que eu disse que ia te dar o presente depois? — Faço que sim. Ela tira uma caixinha do bolso e me entrega. Abro e tem dois anéis ali. — Feliz aniversário, Peaches.

— Um anel de amizade? — Pergunto, lisonjeada.

— É, eu sempre quis te dar um desses. Só que sempre achei os colares de amizade muito clichês, e isso representa a nossa amizade de um jeito errado, porque estamos longe de sermos um clichê. Sabe, Lice, desde pequena você sempre foi minha amiga insuportável e inseparável, desde sempre você é o Homem Sereia do meu Mexilhãozinho, o Batman do meu Robin, o Bob Esponja do meu Patrick... Enfim, a nossa amizade é realmente poderosa. E.. Eu quis representar isso com esses anéis... Você gostou? — Sorrio. Dou um deles pra ela e coloco o outro no meu dedo.

— Eu vou usar isso até o meu último suspiro. — Ela sorri e coloca o dela. Homem Sereia e Mexilhãozinho. Amizade poderosa. — Ring Power.

— Ring Power. — Um trovão provoca um barulho ensurdecedor.

— Trovão. — E então um relâmpago corta a escuridão que era aquele céu de novembro.

— Relâmpago. — Damos as mãos.

Flashback (off)

Lágrimas molham as minhas bochechas. Limpo rapidamente. Daisy toca a minha mao.

— É por eles que você precisa lutar. — Ela fala. Viro o meu rosto para olha-la nos olhos. Eu sei. Ela não fala nada por um momento, olha ao redor e então para mim. — Está quase na hora, senhorita. Temos que ir lá para fora.

— Na hora de quê? — Ela não responde, só pega na minha mão e levanta. Ficamos paradas por um momento, então a minha visão estoura em um flash de luz branca, e quando a recupero, estamos em um jardim. Várias pessoas estão aqui. Cada uma tem uma lanterna, daquelas que flutuam.

— No três, você solta, ok? — Daisy auxilia.

— Por quê?

— Porque no momento em que soltarmos as lanternas, a fenda que separa o céu da Terra fica maior, e é onde os espíritos e anjos passam. Foi assim que eu te visitei nos seus sonhos. E é assim que você vai visitar o seu corpo.

— Como assim? Como eu faço isso?

— Não é difícil. Você só precisa se entregar para a luz. Você vai senti-la antes de ver ela chegando. Relaxe quando sentir, nada vai dar errado.

— Então, você é um tipo de anjo?

— Todas as crianças que não nasceram ainda são anjos, mas só algumas tem missões tão cedo quanto eu. Os que morreram também são anjos, esses sim facilmente têm missões. Os únicos que não são anjos aqui são os que estão inconscientes, como você, senhorita.

Todas as crianças já foram anjos?

— Sim, porém esquecem de tudo ao nascerem. Principalmente as que tiveram missões como eu. Você também vai esquecer do que aconteceu aqui caso acorde.

— Quem decide que anjo vai para quem?

— Bem, Deus decide. Assim como decide para que família cada criança, que ainda não nasceu, aqui vai.

— Você sabe por que ele decidiu que você teria uma missão comigo? — Ela faz que sim. — E por quê?

— Não está satisfeita comigo, senhorita? — Ela pergunta com os olhos úmidos. Consigo ver o terror no seu rosto.

— Não, não é isso! Cruzes, acho que você é o melhor anjo que tem aqui... — A tranquilizo. — Só queria saber se tem algum padrão especial para as escolhas Dele.... Então, por quê?

— Solte no três, senhorita... — Ela faz uma pausa para arrumar a lanterna. — Prepare-se.

— Daisy, tem algum motivo especial pra você ser o meu anjo? — Ela volta o rosto para mim.

— Se sobreviver, vai descobrir com o tempo; se morrer, eu te conto. — Ela se volta para a lanterna. — 1...

— Daisy, como isso é possível, se eu vou esquecer...

— Quando me ver, vai lembrar vagamente do meu rosto.... 2...

— Daisy, dá pra...

— Você vai perceber que me conheceu aqui por um sonho.... 3.... Solte!

Soltamos as lanternas. Olho para cima. O céu acinzentado de final de tarde é salpicado por pequenos pontos de luz amarelados, e isso me lembra aquela noite de sábado no telhado com os meus pais. Sorrio com a breve lembrança. E como Daisy havia dito, sinto a luz chegar antes de vê-la. Relaxo os meus músculos e penso em coisas boas.

— Até breve, senhorita. Espero que fique bem. — Consigo ouvi-la dizer.

Fico por uns 30 segundos inerte na luz que parece não ter fim, até que recupero a minha visão, e vejo o meu corpo, deitado em uma cama, ligado a aparelhos. A visão é assustadora.

Sou tomada por mais uma lembrança. O dia em que conheci Chandler.

Flashback (on)

— Crianças, Will! Chegamos.

Um homem de cabelos e barba grisalhos, não muito alto, sai da cozinha com um sorriso acolhedor no rosto. Um garoto que aparentemente tem 12 anos sai da sala, mas não vejo o segundo filho, ou filha... Gina falou "crianças"...

E então ouço outra voz vindo do andar de cima:

— To descendo! — A imagem de um garoto, aparentemente da minha idade, e cabelos escuros, olhos claros, pele clara e com algumas sardas, não muito salientes, me lembra alguém. Ué.

Quando olho pra ele, não consigo acreditar no que estava vendo. Ele está ali, na minha frente. Não pode ser. Não pode ser. Chandler Carlton Riggs é filho da Gina? CLARO, ERA DAI QUE EU TINHA RECONHECIDO ELA! Eu conhecia o meu ídolo e nem sabia? William, Gina, dois filhos. Como não pensei nisso? Talvez porque eu não me permita sonhar nunca. Possível.

Volto para a minha realidade em alguns segundos. Mas não consigo me conter. Minha boca está aberta num perfeito “O”. Assim como a dele. POR QUE ELE TA COM ESSA EXPRESSÃO? 

Acho que estamos num transe profundo ali, porque nenhum dos dois fala nada, estamos ali parados, nos encarando com uma expressão um tanto quanto ridícula. Saio do transe, acho que ele também, quando William vem na minha direção e fala:

— Oi, Alice! Como você está grande! Da última vez que te vi, você tinha... 6 anos, se me lembro bem.

— Oi, pode me chamar de Lice. É um prazer, revê-lo.... Obrigada por me receber, de verdade, Sr. Riggs.

— William, por favor... Ou Will, se preferir.

— Tudo bem, Will.

— Lice, esse é Grayson... — Ele dá um passo à frente e aperta a minha mão.

— É um prazer, pode me chamar de Gray.

— O prazer é meu. Gray... — Digo, sorrindo. — Pode me chamar de Lice...

— Esse é.... — Por favor, finge que eu não sou fanática por ele, por favor. Esquece o que eu disse mais cedo, por favor, por favor, por favor... — Chandler.

Sinto que ela está sorrindo.

— Oi... Err... Você está muito diferente...? — Ele diz, um pouco confuso com as palavras, enquanto estende a mão para mim.

— Oi... Obrigada...? — Para ser sincera, nem lembrava que te conhecia. Aperto a mão dele um pouco confusa, também. — Pode me chamar de...

— Lice... — Ele diz, risonho.

— É.. Acho que eu já disse isso né? — Sussurro olhando pro chão. Ele ri.

Ficou aquele silencio constrangedor, até que Gina fala:

— Bom, Lice... Você deve estar cansada... Chandler, pode mostrar a casa para ela, e leva-la para o quarto dela, por favor?

— Claro... Pode deixar que eu te ajudo com as malas. — Ele diz, pegando as que Gina deixou no chão.

Obrigada... — Sussurro.

Flashback (off)

Duas enfermeiras entram no quarto. Uma delas chega perto do meu rosto e pousa a mão na minha testa. Consigo sentir a sua mão. Ela aproxima os lábios da minha orelha e fala:

— O segredo é o seguinte, querida. Você controla isso tudo. Se vai viver, se vai morrer, depende de você. Então use qualquer vontade de lutar que tem aí dentro.

Mas como assim, eu controlo isso tudo?  Se eu eventualmente pensar “eu quero acordar” eu acordarei? Se eu pensar “eu quero ir embora” isso acabará de vez? É coisa demais. Não compreendo o que está acontecendo.

Isso não faz o menor sentido. Todos estão esperando por mim, será que se, por acaso, eu decidir morrer, vou decepciona-los? Na cabeça deles, não tenho motivos para morrer. Mas eu tenho. Se eu sobreviver, essa tormenta causada por aquele homem vai continuar. Se eu morrer, estarei, enfim, em paz.

Isso tudo é demais. É coisa demais para processar. Tudo isso me caiu de maneira tão pesada e inesperada, que agora, estou cara-a-cara com a morte, e não sei o que fazer.

Neste momento, morrer é fácil e viver é difícil. Se me ouvissem falando, ou pensando isso, diriam que sou completamente maluca. Mas aí está, ninguém avaliaria a minha situação do jeito que eu tenho avaliado. As pessoas usam a falta de tempo como uma desculpa para não analisarem a situação do próximo, mas, no caso, eu tenho tempo de sobra.

Todos temem a morte mais do que temem a dor, mas aí está algo interessante: A vida machuca muito mais que a morte. Quando você morre, a dor acaba.

Não, não estou pensando em deixar a minha vida de lado. É apenas uma hipótese. Até que ponto a morte não machuca mais? Será que observar a vida daqueles que amo como espectadora será bom? Será fácil para mim, ver o garoto que amo sofrer porque eu decidi morrer? Será fácil ver a minha melhor amiga se recuperar sozinha? Será fácil ver o meu corpo em um caixão? Ver os meus pais sofrendo, ver o meu pai se sentindo culpado, vai me deixar em paz? Até que ponto morrer aliviará a minha dor?

É tudo complicado demais.

Flashback (on)

Ao passo que Chandler tenta abrir a porta, deslizo a lâmina pelos meus pulsos. Quando eu era pequena; não gostava de ver sangue. O tom vivo daquilo me deixava tonta. O vermelho escuro, o liquido vívido escorrendo pela minha pele branquinha, agora, me deixa relaxada.

Chandler esmurra a porta, pedindo pra que eu abra. Ele ameaça arrombar. Então, arregaço as mangas da camisola cinza, e abaixo a cabeça. Os braços entrelaçados nas coxas que estão de encontro ao peito. A porta abre em um estouro, e a imagem de Chandler com um semblante preocupado estampado no rosto é revelada.

Me pergunto mentalmente por que diabos ele está com um pé de cabra na mão. O garoto larga o cano em um canto e caminha até mim. Olho para ele, o meu olhar é, de certeza, vazio.

— Vai, pode falar... — Começo. Minha voz não tem sentimento algum. — Pode falar o quanto estava certo, ou, pode dizer que me avisou. Pode falar o que quiser... Eu sei que você estava certo o tempo todo...

— Eu não ia falar isso... — Ele senta de frente de mim. Limpo as lágrimas com a manga do casaco com o pulso que não está sangrando. Não adianta de nada, as lágrimas continuam rolando pelas minhas bochechas.

— Droga, como eu pude ser tão burra? — Falo, e abaixo a cabeça.

— Bem... — Ele se aproxima de mim, e faz com que eu olhe para ele. — Já me disseram uma vez... — Tira uma mecha de cabelo loiro da frente dos meus olhos. — Que o amor é cego.

Não sei por que, mas isso tocou o fundo da minha alma. Um arrepio sobe pela minha espinha. Nisso, uma gota de sangue vermelho vivo desce pelo meu pulso e aterrissa no chão branco. Seguida por outra. Quando olho para o meu pulso, a manga cinza da minha camisola está vermelha. Chandler encara aquilo e então olha para mim de novo.

— Não...

Desvio o olhar.

— Não, Alice... Nada de desviar o olhar. Olha pra mim. — Ele pega o meu queixo e faz com que olhe para ele. — Olha, se você quer se cortar, então... — Chandler arregaça a manga da sua camisa xadrez e estende o braço pra mim. — Pegue o meu braço, olhe nos meus olhos e me corte quantas vezes você faria com si mesma. — Sua voz sai firme, sem dúvidas, ele nem mesmo hesita.

— Eu nunca conseguiria te machucar assim.

E então, eu entendo tudo. Tudo o que eu tive com ele, desde que eu cheguei, passa diante dos meus olhos como um flashback. Tudo o que aconteceu, fica tão claro. As palavras daquela senhora no avião me vêm à mente.

Deus vai te enviar um anjo. Tenho certeza.

E aqui está o meu anjo; sentado de frente pra mim. Sem asas, no lugar delas, ele tem o céu e o mar em seus olhos. Vestindo essa camiseta que ele usa a cada duas semanas. Meu anjo apareceu de fininho, fingindo ser alguém comum, e me protegeu. Me segurou quando eu estava prestes a cair, me fez rir quando eu só queria chorar, sentiu medo por mim, tomou toda a minha dor para si, fez de mim a garota mais feliz do mundo. Ah, Cristo. Eu fui tão burra, demorei tanto para perceber. Eu amo Chandler Riggs. Não como fã. Não como amiga. Eu o amo. Chandler Riggs é o meu anjo da guarda, e eu não posso perde-lo. Não vou perde-lo.

O abraço.

— Precisamos limpar esses joelhos. E o seu pulso. – Ele fala. Tento me levantar, mas falho. Os meus joelhos ardem com o esforço. E então noto, cacete, ralar os dois joelhos é péssimo. — Pode deixar, Lice. Eu te ajudo. — Ele me pega no colo e caminha até a banheira. Ele me coloca lá dentro, e começa a enche-la de água. Seu rosto está tão próximo do meu que consigo sentir a sua respiração. Seus olhos estão baixos, ele está concentrado no registro da banheira. Quando os seus olhos se encontram aos meus, congelo.  

Quando ele consegue ligar o registro, percebo que ainda estou vestida. Ótimo. Mano, eu sou muito otária. Ele olha nos meus olhos. O rosto de Chandler está tão próximo do meu que consigo contar as sardas salpicadas pelo seu rosto. Consigo sentir o perfume dele. O cheiro dos seus cabelos. Uma mistura alucinante, somada ao seu rosto. Cara, será que eu realmente gostava de Charlie? Digo, eu gostei dele, mas a pessoa que sempre esteve ao meu lado está aqui. Seu rosto, está a centímetros de distância do meu. Por um momento, desejo que ele me beije. E, como se pudesse ler os meus pensamentos, ele me beija. Ai. Meu. Deus. Estou beijando Chandler Fucking Riggs. Não demoro para ceder. Por anos, fantasiei o meu beijo com ele. Nunca pensei que fosse realmente acontecer, e, cá estou eu. Dentro de uma banheira, vestindo uma camisola com a manga encharcada de sangue. Com os lábios colados nos lábios dele. Chupa sociedade. Seu beijo tem um gosto diferente, e gostoso. Minhas mãos vão até a sua nuca, e puxo-o para mais perto de mim. Ele obedece a minha ação.

Flashback (off)

Levanto-me abruptamente. Do outro lado da parede, as enfermeiras conversam com o médico. Será que consigo passar pela parede? Tento passar a mao pelo vidro da porta, e consigo. Atravesso a parede com tudo, e quando olho ao redor, a minha atenção se desvia deles no momento em que vejo Mari. Caminho rapidamente até onde ela está sentada. Tento toca-la, mas a minha mão atravessa o seu ombro. É uma sensação aterrorizante.

— E então, já podemos vê-la? — Ouço aquela voz. Uma voz tão familiar. Uma voz que me fez tanta falta. Chandler. Corro para abraça-lo, mas paro no meio do caminho ao me dar conta que ele não vai sentir nada. Sou tomada por uma sensação vazia. O meu peito dói, um nó é formado na minha garganta e sinto lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.

— Eu não sei. As enfermeiras acabaram de sair do quarto dela.

Ela levanta e eles vão até o médico.

— Podemos vê-la agora?

Ele pensa um pouco e enfim, fala:

— Acredito que sim, mas não por muito tempo. — Os dois assentem e entram no quarto. Os sigo. Chandler toca a minha mão. Quer dizer, a mão do meu corpo. Sinto o seu toque, o que faz com que uma onda de calor tome conta do meu corpo. Uma sensação confortável, enfim. Mari corre os dedos pelo meu braço. Sinto isso também. Por impulso, toco os locais pelos quais os dedos dela passam. Não sinto sua mão ali, mas ainda assim, é alguma coisa.

— E se ela não acordar? — Chandler pergunta, fazendo carinho na mão do meu corpo. — O que nós vamos fazer?

— Bem, nós teremos que nos reerguer as nossas próprias custas, já que não teremos ela para nos ajudar a fazer isso. — Ela vira o rosto na direção dele. — É isso que ela gostaria que fizéssemos.

Ele assente.

— Eu... Eu meio que entendo... Se... Se ela escolher morrer. — Ela faz uma pausa para controlar as lagrimas. — Com tudo isso que aconteceu, deve ser muito difícil pra ela continuar lutando...

— É, mas não acho que eu esteja preparado para isso. — Ele faz uma pausa para controlar as lagrimas, também. — Não estou preparado para vê-la virar uma memória.

Ela toca a mão dele, e ele vira o rosto na direção dela:

— Quando alguém que você ama vira uma memória, essa memória vira um tesouro. — Ela lhe lança um sorriso tranquilizador. — Pense nisso.

Saio da sala e vou até as enfermeiras e o médico.

— A menina está sofrendo horrores. — Uma das enfermeiras fala.

— E o pior ainda está por vir, se ela não acordar, teremos que pedir a autorização do responsável para que desliguemos os aparelhos.

A única fagulha de esperança que eu tinha se esvaiu e foi substituída por uma dor descomunal. Eu tenho que lutar pela minha vida mais que nunca. Mas como? Sinto raiva de toda essa situação. Saio correndo sem rumo algum, até que me jogo de joelhos no chão. Os joelhos que não vão ralar nem arder ao entrar em contato com o chão. Os joelhos que ainda tem uma pequena marquinha em cada um, a cicatriz do dia em que eu beijei Chandler pela primeira vez.

— DEUS! — Dou vários murros no chão. Por que isso está acontecendo comigo? — Deus, eu não quero... Eu não quero mais... Eu não quero mais isso... EU QUERO QUE ISSO ACABE!

Sinto a luz se aproximar para me levar, e quando ela chega, não luto. Me entrego.

Mas, quando recupero a minha visão, estou no meu quarto. As enfermeiras retiram o negócio do desfibrilador que deposita as cargas de energia do meu corpo. A mesma enfermeira que disse que eu controlo tudo se aproxima do meu ouvido.

— Continue lutando, querida... Não vou tirar os meus olhos de você. 

Não adianta mais, eu desisti.

P.O.V. Chandler

O médico sai da sala e fala alguma coisa para o pai dela. Caminho até os dois.

— E então? — Pergunto. O médico pousa a mao no meu ombro e então sai. — Como ela está?

— Estável agora. Se as enfermeiras tivessem chegado com o desfibrilador 10 segundos mais tarde, ela estaria morta... Temos que agradecer.

— Já estou agradecendo desde que você falou a palavra “estável”. — Ele assente. Sento no banco e pego o meu celular. A corrente de orações no twitter está cada vez mais forte, tendo em vista que várias pessoas me viram aqui nos últimos 2 dias. Sim, ela aqui há dois dias. Mari senta ao meu lado, me passa um copo de café, e aperta a minha mão. Não saímos daqui desde que chegamos.

— Ela vai acordar. — Ela fala.

— Ela vai acordar. — Concordo.

Momentos depois, Lauren e Katelyn chegam. Elas me abraçam e perguntam como ela está. Respondo que está estável, mas não acordou ainda.

— Vamos, querido... Deixa eu te levar pra casa, você precisa descansar... E você devia fazer o mesmo, Mari... — Lauren fala. — Quer uma carona?

— Não, Lauren.... Eu preciso ficar aqui. — Mari fala.

— Eu também. — Concordo.

— Chandler, a sua mãe pediu para eu te buscar... Pelo menos vá até lá para trocar de roupa e tomar um banho... — Ela pede.

— Tudo bem... — Tenho que ceder. Ela sorri sem mostrar os dentes e passa os braços pelos meus ombros.

— Vou trazer umas roupas para você então, Mari. — Ela assente.

No carro, Lauren segue o caminho em silencio até o primeiro semáforo:

— Então, como ela está?

— Estável agora... Quase perdemos ela de vez. O coração parou de bater por 5 segundos, e então as enfermeiras chegaram com o desfibrilador e ela voltou...

Ela não responde, acho que quer que eu continue falando.

— Estou com medo, Lauren... Dela não acordar...

— Ela vai acordar, Chandler... Eu sinto isso.

— Não sei... Estou começando a perder a esperança... Ela nem deu sinal de melhora, e já está internada há dois dias.

Ela para o carro e olha para mim.

— Você não pode perder a esperança, Chandler. Nenhum de nós pode... Foi ela que me disse isso, sabia? Ela disse: “Quando perdemos a esperança, nos perdemos.”. Não vou desistir da esperança ainda... Eu estava conversando com a Mari ontem, e ela me contou que uma médium disse que ela é um bom radar, e já me falaram a mesma coisa... Eu e ela sentimos que vai ficar tudo bem... Vai ficar tudo certo, Chandler. — Depois que ela fala isso, a abraço forte. As minhas lagrimas molham a sua camisa branca. —O que foi? Por que está chorando??

— Nós estávamos lá quando aconteceu, estava tudo bem, e então, em um segundo... O coração dela parou... Eu fui tomado por um medo indescritível. Eu estou com medo, Lauren. Eu a amo, e ela nunca acreditou...

Ela me abraça mais forte.

[...]

Entro no hospital e sou surpreendido por Katelyn pulando na minha frente.

— Ela acordou! Uns vinte minutos atrás. Ficou acordada por uns 10 minutos, e então voltou a dormir. Perguntou por você. O médico disse que a partir de agora ela vai melhorar rápido. Vai acordar de vez em quando... — A abraço por impulso. Sou tomado por uma felicidade impossível de se explicar.

Entro no quarto e Mari pula nos meus braços.

— Ela vai melhorar! — Ela fala, no meio do abraço.

— Ela vai melhorar. — Concordo com ela.

29/06, Quarta-Feira, 20:00 p.m.

Mari foi até o Mc Donald’s com a Lauren e a Katelyn para comer algo decente. Ela está comendo a comida do hospital desde segunda.

— Chandler? — Ouço a voz dela, meio fraca, mas ainda assim, é a linda voz de Alice Farley. Como eu estava com saudades de ouvi-la. Desvio o olhar da janela para ela. Ela sorri para mim.

— Oi, minha linda. — Falo, aproximando a cadeira da cama dela. Ela pega a minha mão. — Como está se sentindo?

— A minha perna tá doendo, e to com uma dor de cabeça federal... Fora isso, eu to bem... — Ela sorri. — Há quanto tempo estou aqui?

— Dois dias.

Não me diga que.... — Sei o que ela quer dizer com isso. Faço que sim. Estou aqui desde segunda.

— Eu sai para trocar de roupa hoje à tarde... Quando você acordou pela primeira vez...

— Ah, sim... — Ela murmura, e passa os olhos pelo quarto. — Cadê a Mari?

— A Lauren levou ela e a Kate para comerem alguma coisa. Ela deve voltar daqui a pouco...

Ela assente.

— Vou chamar uma enfermeira e o seu pai... Está com fome?

— Um pouco...

— Está bem. Descanse, ok? — Ela assente. Dou um beijo na sua testa, mas ela me puxa para um beijo rápido. Passo as minhas mãos pelo seu cabelo e saio da sala.

Edward fala no telefone.

— Ed, — ele vira para mim — ela acordou.

Ele sorri e afasta o celular, levantando-se.

— E então, que fim deu a perseguição de segunda??

Eu não te contei? — Ele parece desacreditado. Nego. — Bom, perseguimos os sujeitos por umas duas horas, e então o carro onde estavam fugindo capotou, girou na pista e bateu em uma arvore.

E aí?

— Nenhum dos quatro resistiu...

— Então, é isso?? — Não consigo explicar a minha felicidade. O homem que atirou na garota que eu amo está morto. — Acabou?

— Acabou! — Ele exclama. Perco a noção e o abraço, mas para a minha surpresa, ele retribui.

[...]

P.O.V. Mari

Entro na sala assim que Chandler sai. Alice olha para mim e sorri, sem jeito. Sento-me ao lado dela.

— Desculpa pela briga. — Falamos ao mesmo tempo.

— Não, eu que devo me desculpar... — Falamos de novo. Dou uma risada envergonhada.

— Não, eu gritei com você, quando você só queria ajudar... Eu que devo me desculpar.

— Eu fico no seu pé 24 horas por dia, eu devo me desculpar.

— Só estava tentando me proteger. Brigamos por minha culpa, e no final, você estava certa... — Dou risada. Ela sorri, sem jeito. — Que foi?

— Sabe, eu falei que nada ia mudar a nossa amizade...

— É, verdade seja dita...

P.O.V. Alice

Meu pai entra na sala. Sorrio para ele.

— Bem, vou deixar vocês sozinhos... — Mari fala, e sorri pra mim. — Te amo, Sis.

—Também te amo, Sis.

Ela sai, e ele senta na cadeira ao meu lado. Lágrimas rolam pelas suas bochechas.

— Ei, pai... Por que você está chorando? — Pergunto.

— Filha, me... Me desculpe... Isso foi culpa minha. — Ele respira fundo. Faço que não. — Foi, foi sim. Eu não devia ter deixado... Isso aconteceu por uma irresponsabilidade minha. — Faço que não.

— Lembra... Lembra daquela vez que eu quebrei o braço? Eu tinha uns 5 anos, e você disse que não se sentia muito confiante com o escorregador... — Ele sorri fraco. — Eu fui no escorregador de qualquer maneira... E caí. E então, no hospital... Pouco antes de eu engessar o meu braço, você foi até a sala... Eu esperava levar uma bela bronca. Eu estava chorando, o sentimento de culpa estava tomando conta de mim...

Começo a chorar com a lembrança.

— E então, eu falei: “Papai, me desculpa... Foi culpa minha.” e você olhou para mim e sorriu. Você disse: “Não, querida... Não foi culpa sua, não foi culpa de ninguém. Isso não tem nada a ver com culpa... Tudo acontece por uma razão. Você não consegue desviar do que é para ocorrer. Iria a acontecer de um jeito ou de outro...” Não se contradiga. A nossa situação se enquadra perfeitamente no que você me ensinou. — Pego a sua mão. — Nós vamos ficar bem, papai. Nós dois vamos. Eu e você vamos dar a volta por cima disso. — Ele sorri para mim, e eu sorrio de volta.

— Era sobre isso que eu queria falar... — Olho para ele. — Bem, o carro em que o homem que atirou em você fugiu capotou e bateu em uma árvore.

E aí?

— Sem sobreviventes. — No momento em que ele fala isso sou tomada por um sentimento libertador, e então por uma felicidade momentânea, e na mesma hora reprimo-me mentalmente por ficar feliz pela morte de alguém.

Não posso dizer que me sinto mal por ele, porque estaria mentindo descaradamente, mas sinto um aperto no meu peito, sim. É alivio.

— Então acabou?

— Sim. — Dou uma risada relaxada.

— Viu? Eu disse que íamos ficar bem. — Ele sorri. Duas enfermeiras entram no quarto, uma loira e outra ruiva. Uma delas, a ruiva, carrega uma bandeja. Obrigada, Senhor. Estou morrendo de fome.

— Como está a nossa guerreira? — A loira pergunta. Nisso, a ruiva coloca a bandeja no meu colo.

— Estou bem, obrigada. — Respondo. — Só estou com um pouco de dor de cabeça, e na perna também... E, estou praticamente morrendo de fome aqui...

— Bom, a solução pra sua fome está diante de você. E, vou pegar um remédio para dor. Mais alguma coisa?

— Não, só isso.

— Tudo bem. Agora, ela precisa descansar, portanto... Xô...

— Tchau, filha. Vejo você mais tarde. — Ele beija a minha mão.

— Eu te amo, pai.

— Eu te amo.

O meu pai sai, e uma das enfermeiras vem até mim e fala:

— É bom vê-la acordada. Eu disse aos outros que não iria desistir de você tão facilmente. Graças a Deus, você acordou.

— Obrigada, por não desistir... — Falo, sorrindo. Ela assente e sai do quarto.

E então, me encontro sozinha com a minha comida. Na bandeja, há uma tigela com salada de frutas, um prato com um sanduíche, cereal, uma tigela de sopa, uma garrafinha de suco e um pacote de biscoito doce sem recheio. Estou com tanta fome, que quando me dou conta, estou terminando a tigela de sopa, que por sinal está muito boa. Termino de comer tudo (sim, tudo mesmo) e então a enfermeira loira entra. Ela me entrega um comprimido e um copo de agua, checa a minha temperatura e a pressão arterial, e mais um monte de coisas que não entendo, e então sai. Katelyn e Lauren ficam comigo no quarto até o Chandler e a Mari voltarem da praça de alimentação. Depois das duas se despedirem de mim, e Mari acompanha-las até o estacionamento, Chandler me dá um beijo lento.

— Você não tem ideia da falta que fez...

— Foram dois dias... — Passo a mao pelos seus cabelos, e ele a pega e estala um beijo na mesma.

— Me pareceu uma eternidade. — Sorrio, sem graça. — Mas, sabe... Isso só me comprovou o óbvio. — Olho para ele sem entender. — Isso só me provou que não vivo mais sem você.

E com isso, ele me beija novamente.

— Boa noite, minha pequena guerreira.

— Boa noite, meu anjo dos olhos azuis.


Notas Finais


OIE E AI O QUE ACHARAM??
espero que tenham gostado!!
até semana que vem bebes, COMENTEM OK? EU NAO MORDO!


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