História Stone Angel - Unicórnios.

(POV) Thomás

Depois de subir as escadas, eu e Drew fomos ao nosso quarto e eu o ajudei a desfazer suas malas - sim, ele ainda não tinha desfeito por conta do dia corrido que tivemos -, de vez em quando nossos olhares se cruzavam, o deixando levemente corado e o fazendo desviar.

- Você está bem? – Perguntei o fitando, ele parecia nervoso.

- Sim.. – Falou um pouco tímido, algo o incomodava.

- O que foi? Fala pra mim! – Insisti, eu era curioso e me preocupava com ele, por mais que não o conheça a tanto tempo.

- Eu só acho que fomos rápido demais com o beijo. – Falou e parou de mecher em sua mala, passando agora a fitar o chão.

- Por que acha isso? – Perguntei confuso.

- Não faz nem um dia inteiro que nos conhecemos, não é estranho pra você? – Perguntou ainda fitando o chão.

- Não! Estamos nos conhecendo mais ué. – Falei o fitando.

- Eu sei, mas.. – Tentou falar mas eu o interrompi.

- Ei, você gostou do beijo? – Perguntei enquanto me aproximava e puxava seu rosto para cima, fazendo assim seus olhos se encontrarem com os meus.

- Óbvio que gostei. – Sorriu.

- Então qual o problema nisso? Não precisamos nos sentir incomodados por ter feito o que tivemos vontade. – Falei o fazendo sorrir mais, seu sorriso era contagiante, acabei sorrindo também.

- Você é tão fofo comigo. – Falou e deu um selar em minha bochecha, me fazendo ficar levemente corado. Andrew era um amor, espero que continue assim.. E que desta vez eu não me machuque.

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(POV) Well

- ..E então nossos pais deixaram ele aqui e agora eu estou aqui para tira-lo. – Terminou de falar e olhou para Alex que continuava calado.

- Mas isso não é possível. – Falei depois de ouvir toda a história. – Vocês são realmente irmãos? Porque você não veio buscar ele antes?

- Sim, somos irmãos. Eu estava evitando desobedecer as ordens dos meus pais, porém quando ele piorou eles não deram a mínima importância à isso, então eu entrei na história para fazer o que eu acho certo.

- O que você acha certo? – Perguntei confuso.

- Vou tirar ele desse lugar e vamos testar um tratamento novo. – Falou agora sorrindo enquanto fitava Alex.

- Mas então.. Alex realmente é Tastik? – Perguntei olhando o mesmo. Sim, já era meio óbvio, mas eu precisava ter certeza.

- Mais ou menos, ele nem mesmo sabe o que faz quando.. muda?! – Falou meio incerta, provavelmente não teria forma melhor para chamar aquele outro eu de Alex.

- Entendi, vocês podem contar comigo para tudo! Eu realmente nunca iria imaginar isso tudo, eu sinto muito. – Falei me dirigindo a Alex, que se levantou e me abraçou.

- Tudo bem Well, eu estou bem agora. – Falou Alex, o mesmo Alex calmo e carinhoso que eu conhecia. Mesmo com essa doença, Alex ainda é Alex, eu não vou deixar de falar com meu amigo por conta disso.

- Quando vocês pretendem ir? – Perguntei fitando Andy.

- Logo depois do baile, porque o Alex insistiu em ir. – Falou revirando os olhos. Me senti feliz em ter pelo menos esse último momento junto com ele, era importante pra mim e de fato pra ele também.

Depois de sair do quarto dele, fui em direção ao meu quarto, chamaria Daniel para jantar, eu estava faminto.

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(POV) Daniel

Eu estava deitado desenhando, era uma linda imagem de um lustre que eu havia visto no salão de festas. Imaginava eu e Well dançando bem debaixo daquele lindo objeto de cristal, seria tudo perfeitamente maravilhoso.

- Dan, voltei. – Ouvi da porta, Well estava lá, entrou e se sentou na minha cama.

- O que fez? Como foi lá? – Perguntei curioso, precisava saber se era Alex ou não.

- Te explico tudo no caminho do refeitório, vem. – Falou e me puxou para a porta.

- Está bem, vamos. – Falei enquanto corria tentando acompanha-lo.

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(POV) Thomás

- Vamos logo, quero chegar lá para o jantar, não para o almoço de amanhã. – Falou Andrew impaciente, ele estava encostado no batente da porta me esperando achar meu brinco que caiu à poucos minutos atrás. Ué, vou fazer o que se ele caiu? Procurar não é mesmo? Então pronto.

- Espera mais um pouco. – Pedi sem parar nem um segundo para encarar o mesmo. – Você bem que podia ajudar, não é?

- Não. Você perdeu, você procura. – Falou sem sair do lugar. Voltei meu olhar para ele.

- Olha só, vou me lembrar disso. – Falei com uma expressão emburrada no rosto.

- Aish, vou te ajudar. – Falou se desencostando dalí e me ajudando.

- Acho bom. – Falei baixo, porém provavelmente deu para ouvir, visto que ele parou de procurar e voltou a olhar para mim.

- Posso te fazer uma pergunta? – Perguntou sério.

- Já fez. – Falei rindo e logo ganhando um tapa de negação. – Fala logo vai.

- Quem de nós é o passivo? – Perguntou meio sem jeito. Boa pergunta.

- Não sei. – Falei enfim, realmente era difícil me imaginar sendo o ativo, porém era tanto quanto imaginar ele sendo. Difícil situação.

- Viu, nisso que dá sermos tão unicórnios. – Reclamou e voltou a procurar meu bendito brinco perdido.

- Sermos o que? – Perguntei rindo.

- U.n.i.c.ó.r.n.i.o.s. – Falou pausadamente, para que eu entendesse desta vez, porém eu já tinha ouvido muito bem, só não entendi sua comparação.

- Eu só não entendi porque comparou a gente com unicórnios. – Falei revirando os olhos.

- No meu mundo gay cheio de arco íris e fadas, a população é unicórnio. – Falou sério, eu quis rir mas ele realmente estava sério, então decidi me segurar e deixar pra lá.

- Ah sim. – Falei por fim. – Achei o brinco, vamos?

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(POV) Well

Estávamos eu, Dan, Nick, Rick, Alex e Andy em uma mesa, jantando. O papo estava descontraído, mas eu estava esperando que Thomás chegasse para que me desse as notícias e se a diretora deixaria.

Depois de um tempo, vi o mesmo chegar com Andrew, estavam com os dedos entrelaçados, "provavelmente eles já tem alguma coisa, não perderam tempo" pensei.

- E aí gente, tudo bem? – Perguntou Thomás enquanto se aproximava de nós.

- Tudo e vocês? – Nick perguntou sorrindo. Rick só sabia olhar para ele igual um louco, chegava a dar medo, não sei como Nick ainda não percebeu.

- Sim, tenho que falar com você a sós, Well. – Falou, como o esperado. Eu assenti e me levantei, o seguindo para uma outra mesa que tinha por ali, longe de todos.

- Então, ela deixou? – Perguntei animado.

- Digamos que sim, na verdade ela não deixou fazermos uma festa individual, porém ela vai deixar com que façamos do baile uma comemoração. – Falou animado, me animei também, melhor do que eu pensei.

- Ótimo, assim não temos que preparar quase nada, já estão trabalhando no salão. – Falei por fim, realmente odiaria ter que sumir e mentir para Daniel todos os dias para arrumar tudo, ainda bem que não terei que fazer isso.

- Exatamente. – Falou sorrindo.

- E então, estão juntos? – Perguntei ainda animado. Ele deve ter ficado incomodado, pois apenas assentiu meio sem jeito.

- Bom, na verdade.. não exatamente. – Falou por fim, coçando a nuca de nervoso.

- Como assim? – Perguntei confuso, o fitando.

- Nos gostamos e estamos indo devagar. – Falou sorrindo animado.

- Então ainda não se beijaram? Apenas andam juntos? – Perguntei, ainda o fitando.

- Mais ou menos isso, porém com beijo. – Falou rindo sem graça.

- Opa, que bom. – Falei rindo do seu jeito estranho de lidar com as coisas. – Espero que dê tudo certo para vocês.

- Eu também espero. – Falou sorrindo de leve.

Depois de termos jantado, eu e Daniel fomos direto para o quarto, porém no caminho Thomás convidou a gente para assistir um filme, não pensei duas vezes em aceitar, Daniel também.

Seria eu e Daniel, Thomás e Andrew.

Pense em dois casais grudentos e cheios de viadagens.

Somos nós quatro.

Agora pense em um ambiente com esses quatro seres humanos. Sim, vai ser muita viadagem para uma noite só.

- Vamos assistir que filme? – Perguntou Andrew enquanto se sentava no chão já forrado e cheio de almofadas.

- Terror, lógico. – Falei rindo enquanto via a expressão de negação de Thomás.

- Vamos assistir Doutor Estranho. – Deu a ideia.

- Ah, esse eu esperava assistir só com você. – Andrew falou manhoso, se dirigindo a Thomás.

- Se quiser vamos embora, aí vocês podem assistir sozinhos. – Falei sorrindo maliciosamente.

- Não, vamos assistir juntos, primeira vez que ninguém vai ficar de vela.. ou dividido. – Falou e todos nós rimos, menos Andrew que não entendeu nada, rimos disso também.

- Tá, vou dar play, prontos? – Perguntou Andrew, assentimos e nos sentamos.

Estávamos eu, Daniel, Thomás e Andrew na outra ponta.

Algum tempo depois que começou o filme, eu já estava mais interessado do que sei lá o que. Esse filme realmente era bom.

- Amooor. – Daniel chamou manhoso, me fazendo virar a cabeça em sua direção, porém sem tirar os olhos do filme.

- O quê? – Perguntei sem prestar atenção.

Ele me beijou, olhei surpreso e logo retribui. Ele queria continuar, mas eu me afastei e voltei a olhar para o filme.

- Quero assistir o filme. – Falei e pude ouvir seus resmungos.

- Aish, chato. – Falou e começou a prestar atenção no filme também.

- Chato não, só quero ver o filme, depois eu te dou uns beijos maravilhosos, mas agora eu quero ver. – Falei colocando um pouco de pipoca na boca.

- Só beijo? – Perguntou com malícia na voz. O olhei surpreso.

- Mais que isso, se você quiser. – Falei retribuindo com um olhar malicioso.

- Quero. – Falou e eu apenas assenti.

"Hoje tem" pensei. Ri com meu pensamento sujo, mas logo voltei a atenção ao filme.

Depois de acabar, começamos a conversar, ficamos um longo tempo jogando conversa fora.

- Tive uma ideia. – Andrew falou sorrindo maliciosamente.

- O quê? – Todos nós perguntamos juntos.

- Vamos brincar, vamos tentar seduzir vocês. – Falou e chamou Daniel para seguir ele até o banheiro. Sim, eu quase tive um ataque de ciúmes, mas deixei rolar pra ver no que iria dar.

- Pensei que você fosse passivo. – Falei rindo enquanto encarava Thomás, que parecia constrangido com a situação.

- Eu sou, ou era, não sei direito. – Falou confuso. Ri com isso.

- Ele deve ser mais afeminado que você. – Falei rindo mais ainda de sua expressão negativa.

Logo depois de um tempo os dois voltaram usando apenas box's pretas.

- Vai por uma roupa, vamos para o quarto. – Falei autoritário, ele obedeceu e fomos em silêncio.

- Porque você tá assim? – Perguntou confuso e parecendo estar com receio da minha resposta.

- Eu só não quero mais que você fique semi-nu na frente de ninguém. – Falei e segurei sua mão. Entramos no quarto e pude ver sua expressão ainda confusa.

- Está tudo bem? – Perguntou receoso. Apenas assenti. Eu estava tentando criar coragem para ir até ele e.. vocês sabem..

Fode-lo.