História Stone Cold - Me and my heart, we'll make it through

Regina olhava ao seu redor, sentada na sala de espera do aeroporto pensava em tudo que aconteceu em sua vida nos últimos meses. Lágrimas invadiam seus olhos e ameaçavam escorrer por seu rosto. Passou a mão por seu ventre e um sorriso melancólico e involuntário apareceu em seu rosto.

- Eu sinto tanto meu amor – A morena sussurrou enquanto ouvia o anuncio de seu voo. Pegou sua bolsa e caminhou para o portão de embarque, onde parou, olhou para trás e deixou uma lágrima escapar. Já tinha se despedido de casa uma vez, não deveria ser tão difícil fazer de novo.

     UM MÊS ANTES

Regina estava deitada na cama, sorrindo enquanto acariciava seu ventre. Sentiu o vento bater e puxou o lençol mais para cima, cobrindo seu torço nu. Ouvia a água correr no banheiro e levantou-se na intenção de se juntar a ele no banheiro. Estava distraída pensando em uma forma de contar a novidade, mas seus pensamentos foram interrompidos por um pedaço de papel, um convite para ser mais específico, que estava em cima da cômoda ao lado do notebook que ele havia descartado assim que ela chegou.

A morena sentiu um aperto no peito e, com as mãos tremendo, pegou o papel em uma das mãos.

“Laura B. Garcia e Maurice Garcia & Elizabeth K. of Locksley e Richard of Locksley convidam para a cerimônia de casamento de seus filhos Marian & Robin...” Após ler aquelas palavras, o mundo parecia ter parado. O resto das informações não importava, a única coisa que passava pela cabeça de Regina era que ela tinha sido enganada.

- Hey morena, achei que ia se juntar a mim – Robin disse saindo do chuveiro, com uma toalha enrolada na cintura e outra menor secando os cabelos.

- Eu também achei, mas às vezes as coisas não acontecem como a gente pensa não é? – Afirmou mais do que perguntou enquanto ria amargamente.

- O que... – O loiro perdeu a fala ao levantar a cabeça e perceber o que estava nas mãos da morena. – Merda, Rê eu...

- Nem tenta, você... Você mentiu pra mim – Ela já não conseguia mais conter as lagrimas e a cada passo que ele dava e sua direção, ela dava um para trás.

- Me escuta, por favor – Ele pedia enquanto seus olhos se enchiam de lagrimas ao vê-la naquele estado – Eu te amo.

-NÃO – Ela gritou exaltada – Você não tem esse direito, me dizer uma coisa e fazer outra. Você não tem noção do que é ter que participar de almoços de família e só a ouvir falando sobre esse maldito casamento que você disse que ia terminar. – Regina gritou passando as mãos pelos compridos fios negros.

- A culpa não é minha ta legal? – Disse Robin ficando igualmente nervoso. – Eu não sei o que fazer.

- Bom, já que você não consegue tomar uma decisão, eu tomo por você. – Ela disse e catou suas roupas do chão seguindo rapidamente para o banheiro. Ele tentou puxar seu braço, mas ela foi mais rápida e se desvencilhou.

Depois de alguns minutos, que Robin passou andando pelo quarto, a porta do banheiro finalmente foi aberta e Regina saiu de la impecável, como havia chegado. A única diferença era que no lugar do sorriso radiante, seu rosto estava impassível.

- Será que podemos conversar agora? - Ele perguntou a encarando com medo da resposta.

- Conversar? - Ela riu sem humor – Não temos nada pra conversar, você não soube escolher então eu estou fazendo por você. Acabou... De novo. – A morena disse e seguiu para a sala com um Robin nervoso e angustiado atrás dela.

Quando a morena tentou atravessar a porta de saída ele a prensou contra a parede e a beijou, um beijo no qual ele tentava demonstrar seu amor, mas ela só conseguia sentir o gosto amargo da traição. Regina riu internamente enquanto correspondia o beijo, o deixando ter uma despedida. Gosto amargo de traição, como ela poderia pensar isso se era ela quem estava traindo aqui? Traindo sua prima, sua família, e agora seu bem mais precioso que ainda crescia dentro dela. Ela o afastou devagar e o viu perder o brilho de esperança ao olhar para o rosto dela.

- Seja feliz Robin – E saiu depressa da cabana.

O lugar que havia se tornado tão único, tão especial, tão deles, agora só lhe trazia dor. Ao ouvir a porta ser aberta novamente ela se pôs a correr e só parou quando já estava em seu carro e, sem parar para respirar, saiu cantando pneu. Ao chegar em casa deu de cara com as tias, a mãe, a irmã e as primas conversando animadas. Ao ouvir as palavras “vestido de casamento” sentiu seu estomago embrulhar e correu escada acima para seu quarto, ignorando os chamados da mãe e da irmã. Entrou o mais rápido possível em sua suíte e só teve tempo de se ajoelhar em frente ao vaso antes que seu almoço fosse expulso violentamente de seu estomago.                       

     PRESENTE

  Pensar em tudo o que viveu até agora era doloroso. Regina nunca imaginou passar por aquilo, até porque nunca foi como as primas que sonhavam com um príncipe encantado. Desde nova sempre foi pé no chão, pensava em estudar, crescer como profissional, mas sem deixar a diversão de lado. Por isso mesmo vivia um dia de cada vez, uma aventura a cada dia, sem ligar para o que pensariam dela. Fez amigos, inimigos, aliados, rivais, mas principalmente se divertiu. Regina respirou fundo e disse a si mesma que precisava passar por cima daquilo, tinha outra vida para pensar e cuidar a partir de agora. Pensando em tudo embarcou no avião, junto a sua mais nova felicidade, de cabeça erguida, mas com o coração machucado.                     

Entrar naquele avião também lhe trouxe memórias dolorosas, memórias que até pouco eram algumas das melhores de sua vida. Mas ela não deixaria aquilo lhe atrapalhar e pensando nisso, acomodou-se em sua poltrona e fechou os olhos tentando dormir e esquecer um pouco que seu passado existiu e que o presente estava esfregando em sua cara que uma das melhores fases de sua vida não faria parte de seu futuro por completo, só uma pequena parte dela.