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História Storge - Clarity


Escrita por: joongnyoung

Notas do Autor


Ola pessoinhas!
Decidi mudar meu dia de att para o sábado porque eu nunca consigo fazer isso na sexta.
Enfim, mais um capitulo pra vocês.
Espero que gostem!

Capítulo 3 - Clarity


Fanfic / Fanfiction Storge - Clarity

Sábado, 27 de Setembro de 2014. 01:23. Namjoon.


You are the piece of me
I wish I didn't need
Chasing relentlessly
Still fight, and I don't know why
If our love is tragedy, why are you my remedy?
If our love's insanity, why are you my clarity?
 

 – E mais uma vez, algo envolvendo a você falhou. Estou começando a me perguntar se eu realmente sou seu pai ou se a vadia da sua mãe abriu as pernas para outro homem enquanto era minha, porque não consigo imaginar uma realidade em que seja possível um ser tão molenga ter saído de mim. – dizia Kim Hajun, olhando com desprezo para o filho.

Namjoon tentava parecer não se importar. Manteve o ar altivo e ligeiramente desafiador, mas mantinha os olhos na mesa atrás do homem e, por dentro, uma parte de si se quebrava a cada palavra que o pai dizia.

 – Você não vai dizer nada em sua defesa? Não tem bolas o suficiente para me desafiar? Dizer que eu estou errado?

O rapaz levantou os olhos até estar encarando o homem. Tinham a mesma altura, por isso não era difícil manter a pose rebelde, por maior que fosse o medo que sentia.

 – Você está errado. Eu sou capaz de fazer um bom trabalho. Talvez se me der missões mais difíc... – suas palavras foram interrompidas pelo forte tapa que atingiu seu rosto.

 – Está dizendo que a culpa dos seus fracassos é minha? Que eu não estou lhe designando os trabalhos certos?

Namjoon não respondeu, mas seu olhar dizia o suficiente.

 – E como você acha que eu vou te dar trabalhos mais difíceis se você não é capaz nem de lidar com merdinhas como essa de hoje? Como você espera qu...

 – Eu sou seu filho. Sou bem treinado. Sou melhor que muitos desses babacas que trabalham pra voc...

Mais um tapa o atingiu com força, abrindo um corte em seu lábio inferior.

 – Como ousa me interromper enquanto falo? – mais um tapa – Como ousa comparar a si mesmo comigo? – outro – Ou com qualquer um que trabalhe comigo? – um soco, dessa vez, também no rosto. Namjoon não tentou se defender. Sabia que não adiantaria nada – Ou sequer olhar nos meus olhos... – outro soco – Quando você não passa de um merdinha – um chute no estômago, que o fez cair – Que não é capaz... – mais um chute, dessa vez no rosto – Nem de lidar com o mais fácil dos trabalhos? – outro chute, no braço esquerdo – Você não merece sequer receber o sobrenome de Kim. – o puxou pela frente da camisa, jogando através da porta. – Se voltar a aparecer aqui, diga adeus a sua vida e a de qualquer um com quem você se importe.

Namjoon tentou se manter de pé, mas logo estava no chão mais uma vez. Respirava com dificuldade, e o gosto de sangue na boca o fez ter ânsias de vômito. E foi exatamente isso que fez, vomitou em um dos arbustos do jardim, agradecendo por ter conseguido segurar enquanto ainda estava na frente do pai. Seria bem pior se demonstrasse mais essa fraqueza.

Começou a andar a esmo, sem preocupar-se muito para onde estava indo, visto que não tinha para onde ir. Mal percebeu qual ônibus pegara, de tão distante que estava sua mente. Só conseguia pensar no pai e em sua decepção.

Durante toda a sua vida, Namjoon sempre foi dedicado a agradar o pai. Sempre o vira como um exemplo a ser seguido, e esforçava-se ao máximo para ser como ele. Sabia que este era do desejo de seus irmãos também, que todos buscavam a aprovação do mesmo homem, por isso sentia-se na necessidade de tentar supera-los. Porém, não conseguia. Mesmo que em seu dia a dia não demonstrasse e sempre usasse aquela máscara cruel que fazia com que todos o temessem, ele tinha sentimentos. Não gostava da ideia de machucar pessoas mais do que gostava da ideia de machucar animais, e nunca tirara uma vida sequer em todos os seus vinte anos de idade, mesmo que ele próprio se dedicasse em espalhar, dentro do círculo de pessoas que trabalhavam pro seu pai, histórias das atrocidades que fizera. “Uma fama muito bem construída é a base para conquistar o medo e o respeito de seus seguidores e te tornar um líder impossível de ser traído.”, o seu pai sempre o dizia, e ele sempre acreditara. Até conhecer Yoongi. Suga, como o havia apelidado, era definitivamente a pessoa mais leal que conhecia, e uma das duas únicas pessoas que sabiam ser uma fachada toda aquela pose do Kim. O amigo a muito passara de braço direito para ele, e se tornara praticamente seu irmão, mesmo sabendo que se ele tivesse uma escolha já teria fugido daquela loucura a muito tempo. Ele próprio já teria fugido, até mesmo do país, se não tivesse motivos para ficar e, principalmente, medo do que o pai faria se tentasse.

E ali estava um dos principais motivos para Namjoon não querer fugir. Não percebera que ia em direção àquela casa até parar ali e perceber que encarava a familiar porta da frente pela qual nunca pudera entrar, já que sempre entrava pelos fundos. Era uma das casas mais bonitas da rua, mesmo sendo uma vizinhança extremamente luxuosa, e ele sabia que por dentro era ainda mais estonteante.

Possuía duas opções: virar as costas e sair dali, correndo o risco de desmaiar a dois quarteirões de distância e ser levado para o hospital, aonde provavelmente seria morto anonimamente pelo seu próprio pai ou um de seus inimigos com algum veneno na veia; ou apenas apertar aquela maldita campainha e aceitar que precisava urgentemente da ajuda de uma das únicas pessoas em quem sabia poder confiar.

E foi por esta segunda opção que acabou optando.

Apertou a escandalosa campainha, sabendo que acordara boa parte da vizinhança com o som, mas não se importou. Esperou alguns minutos, largado contra o batente da porta enquanto torcia para que tivesse acordado o único morador da casa, que tinha um sono incrivelmente profundo.

E para o seu alívio, acordara, pois logo este o atendeu usando um roupão. Os cabelos castanhos bagunçados e a cara de sono o deixando ainda mais bonito do que jamais achara possível.

 – E-eu... Eu preciso de você... – disse, as palavras saindo com dificuldade antes de desmaiar nos braços de Kim SeokJin.

 

Quando acordou, a primeira coisa que Namjoon sentiu foi dor de cabeça. Muita dor de cabeça. E ao levantar o braço percebeu que sua cabeça se encontrava enfaixada. Em seguida, antes até de conseguir abrir os olhos, notou que estava em uma cama. Uma cama que reconhecia muito bem mesmo sem ver, pois alguns dos melhores momentos de sua vida se passaram bem ali. Abriu os olhos e deu de cara com Jin completamente adormecido sobre os próprios braços cruzados, sentado em uma cadeira ao lado da cama alta, a coluna completamente dobrada em um ângulo provavelmente doloroso para que ele conseguisse se apoiar. Por um momento, o mais novo se permitiu admirar a cena.

Dormindo tranquilamente daquela forma, o outro parecia completamente em paz, sem nenhum problema para lhe tirar o sono. Não havia nenhuma ruga de preocupação em sua testa, o que definitivamente o fazia parecer bem mais jovem. Involuntariamente o louro levantou a mão para tocar o rosto claro do outro, mas aquela fora uma péssima ideia.

Claro que ele levou um susto tão grande que quase caiu da cadeira, levantando-se de um pulo. E então, aquela ruga de preocupação voltou para a sua expressão, sendo substituída por irritação ao perceber que o mais novo ria abertamente de seu susto.

 – Isso mesmo, ri de quem passou a noite inteira cuidando de você. – falou, passando a mão pelo rosto para tentar se acalmar. Mas logo soltava um riso baixo também, mais de nervoso do que qualquer outra coisa.

Namjoon acalmou-se, e disse:

 – Obrigado, hyung. Eu não... Não queria te incomodar, mas...

 – Você precisava de ajuda. Eu sei. Você nunca incomoda, Namjoon. Sabe disso. Eu sempre vou estar aqui para te remendar toda vez que você chegar todo estropiado. – o moreno deu um sorriso mínimo, mas a expressão preocupada estava ali, claramente – Eu só... Só queria saber no que você se meteu dessa vez, mas na verdade não sei se realmente quero descobrir.

O loiro respirou fundo, desviando o olhar. Prometera nunca mentir para o outro a não ser que ele pedisse expressamente (o que acontecera algumas vezes, principalmente quando se tratava das coisas que Namjoon era obrigado a fazer pelo seu pai). E mesmo sabendo que ele não gostaria da resposta, a deu mesmo assim.

 – Foi o meu pai.

O suspiro de Jin foi ao mesmo tempo preocupado e triste, mas em momento algum foi surpreso. Ele sempre dissera a Namjoon que algum dia aquilo acabaria acontecendo, e este deveria tê-lo ouvido. Talvez muitas coisas pudessem ter sido evitadas caso o tivesse feito.

 – E agora? – perguntou o mais velho.

 – Agora o quê?

 – O que você vai fazer? Quero dizer, você não pode voltar para lá, Namjoon. Você tem noção de que mais um pouco e poderia ter morrido?

Ele respirou fundo. É claro que tinha essa noção, só custava acreditar que o pai o mataria.

 – Eu não sei... – disse simplesmente, e falava a verdade, mesmo sabendo o que o outro diria em seguida.

 – Bem, pois eu sei. Você vai ficar aqui, de onde nem devia ter saído semana passada. Ou na outra, ou nos últimos onze meses desde que nos conhecemos.

Namjoon não pôde evitar o sorriso que veio até seus lábios, mas eles tinham um tom triste que Jin logo soube interpretar.

 – Não, você não comece com aquela história de...

 – Eu não quero te pôr em perigo, hyung. Você é uma das pessoas mais importantes da minha vida, mas não posso arriscar que outros saibam, eles poderiam te usar...

 – E eu não estou nem aí. Já falei que não tenho medo dessas pessoas, e continuo não tendo. Você vai ficar aqui e pronto, nem que eu tenha que te trancar nesse quarto!

O outro não podia fazer nada além de sorrir. A determinação de SeokJin era contagiante e incrivelmente bela, e o deixava a cada dia mais apaixonado. Sabia que sairia dali uma hora ou outra, porque ainda não podia arriscar a vida do seu hyung. E lhe doeu aquela mentira que teria de contar, mas ele a escondeu com um sorriso, fingindo concordar que ficaria ali.

 – Você está certo. Não sairei daqui, de perto de você, até que você me coloque para fora. – segurou a mão fina do outro e o puxou para mais perto. – Agora vem aqui, eu senti sua falta.

Jin rapidamente cedeu, sentando-se ao seu lado na cama e se inclinando para lhe dar um beijo calmo e sereno, para selar a promessa que tinham acabado de fazer.

Pena que uma das partes não planejava cumpri-la.

O beijo calmo durou apenas alguns segundos, mas antes que Jin pudesse se afastar, Namjoon voltou a puxá-lo, segurando-o pela cintura e o jogando na cama sem aviso, fazendo com que o outro arfasse de susto. O beijo se tornou mais profundo, mas assim que percebeu as mãos do outro na barra de sua camisa, se preparando para levantá-la, o mais velho tratou de empurrá-lo pelo ombro, fazendo com que soltasse um gemido decepcionado, escondendo o rosto na curva do pescoço pálido do outro.

 – Namjoon... Eu não posso. Agora não. – falou, mas ria de maneira quase debochada da expressão aborrecida do mais novo. – Eu estou atrasado e a culpa é sua, se quer saber. E outra que você está machucado, não pode fazer muito esforço.

 – Eu não ligo para o seu trabalho pelo qual você quase não recebe e muito menos para os meus machucados, eles não me incomodam.

Jin revirou os olhos, mas ainda sorria.

 – Pare de ser uma criança mimada. – disse, levantando-se e se esquivando da mão do outro que tentava puxá-lo de volta. – Eu me importo com meu trabalho pelo qual eu recebo pouco por opção minha e mais ainda com os seus machucados que eu sei que estão incomodando. Então seja bonzinho, tome seus remédios e não se atreva a sair daqui até eu voltar.

Namjoon bufou, mas acabou concordando apenas para ver o sorriso satisfeito brotar no canto dos lábios de Jin. Observou enquanto este se trocava para sair e não pôde deixar de sorrir ao fazê-lo. Quando olhava para o outro Kim, quase se esquecia de que tinha qualquer problema na vida. Era como se todo o mundo silenciasse e só existisse os dois ali. Mas seu momento de apreciação logo foi interrompido pelo próprio SeokJin, que inclinou-se para depositar um beijo rápido em seus lábios antes de sair, parando na porta apenas para dizer:

 – Não saia daqui.

 – Não vou. – assegurou Namjoon, e pelo menos por hora falava a verdade. Ainda com o sorriso satisfeito, Jin foi embora, deixando para trás um Namjoon pensativo.

Logo as lembranças da noite anterior ameaçaram invadir sua mente, por isso tratou de pegar o celular que estava em cima da mesa de cabeceira. Viu ali os comprimidos que Jin o mandara tomar, mas não os tomou. Sabia que se o fizesse ficaria sonolento e logo voltaria a dormir, e queria estar consciente até conseguir falar com Suga. Discou o número deste rapidamente e esperou até a chamada cair na caixa postal. Tentou mais uma vez, mas o mesmo aconteceu, então acabou desistindo. Estava acostumado com os sumiços do mais velho e já desistira a muito de tentar arrancar dele a informação de para onde ia quando isso acontecia. Provavelmente apenas se permitia aproveitar um momento de solidão em algum canto isolado da cidade como o próprio Namjoon se sentia compelido a fazer algumas vezes. Raras, porque quando tinha algum tempo livre aproveitava para passá-lo com Jin, não vagando por aí. Mas não podia culpar o melhor amigo por fazê-lo. Ele não tinha ninguém para quem correr, como Namjoon tinha Jin – ou pelo menos assim acreditava, mas não era como se eles tivessem esse tipo de conversa.

Antes que percebesse, seus pensamentos voltaram para a noite anterior mais uma vez, e sacudiu a cabeça numa tentativa desesperada de fazê-los mudar de rumo. Olhou novamente para os comprimidos em cima da mesa de cabeceira. Ainda não tivera notícias de Suga, mas podia adivinhar que não teria tão cedo. E não tinha mais nada a fazer, de qualquer forma. Prometera para Jin que ficaria ali, e mesmo sabendo que uma hora teria que descumprir essa promessa, queria aproveitar apenas um pequeno tempo daquela falsa paz. Por isso deu de ombros, sabendo que a melhor coisa a se fazer naquele momento para não pensar demais era dormir, então estendeu a mão para os comprimidos e os engoliu de uma vez secamente, deitando a cabeça no travesseiro em seguida.

Impediu sua mente de tomar rumos perigosos mantendo ali uma imagem de Jin e todas as boas lembranças que tinham juntos, e assim conseguiu cair no sono com um pequeno sorriso no rosto.


Notas Finais


É isso pessoal.
Ate mais!!!


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