1. Spirit Fanfics >
  2. Madness >
  3. Capítulo 02

História Madness - Capítulo 02


Escrita por: YsBelieber

Capítulo 3 - Capítulo 02


Fanfic / Fanfiction Madness - Capítulo 02

"Vivemos em um mundo podre."

 

— Pode me passar as anotações?

Ivan olhou-me de lado e organizou-se pela sua parte de materiais bagunçados na mesa. Quando eu cheguei na faculdade, tratei logo de me adaptar à mesa de estudos que estava na biblioteca e sentei-me de frente para o ruivo, esperando pelos papéis que ele procurava.

Pus minha mochila na mesa e tirei dois cadernos com a minha pasta e estojo, já começando a passar algumas anotações a limpo. Ao usar meu óculos, enxerguei com mais clareza e facilidade meu notebook, terminando os parágrafos que eu tinha começado noite passada. As anotações que eu fiz no caderno me ajudavam a lembrar das ideias que eu precisava colocar no meu relatório, sendo assim eu pude escrever com mais leveza e maior informação.

Eu devia minha vida a Clare por todas as coisas que ela tinha me feito de bom nesses quatro anos de faculdade que estávamos juntas, embora nossa amizade fosse prolongada desde a infância. Trabalhar na WCC ajudou-me - e ainda ajuda - bastante para meu TCC e para conhecimento próprio que eu levaria logo após a formação, pois eu já trabalhava na minha área e especialização, que era ambientação e preservação da natureza, como se tratava de Biologia Marinha eu cuidava dos cuidados necessários para preservar e manter as águas marinhas em seu funcionamento natural e tentar impedir que os problemas já existentes não se intensifiquem causando consequências futuramente irreversíveis como a falta de acesso a água potável pelo planeta, o que era difícil pois com os avanços atualmente, infelizmente existia toda a questão de negligência e falta de investimentos que já levavam a essa falta de água em muitos lugares do mundo, até mesmo pela própria sociedade que não cuidava e desperdiçava inúmeros litros de água sem a devida consciência do resultado negativo que aquilo geraria.

— Não se esqueça do seminário de Histologia. 

— Só preciso revisar meus resumos, já estudei para o tema. 

— E Clare?

— Vai chegar mais tarde.

Ivan fazia Biologia, e pegava algumas aulas com a gente. Ele era de Missouri, e tinha vindo a Boston para melhores oportunidades de faculdade e emprego. Sua família era descendente da Rússia, embora ele soubesse falar poucas palavras que aprendeu só para fazer brincadeiras. Quando nos conhecemos, ele já estava um ano na nossa frente, já que o curso dele se prolongou um ano a mais por dever matéria. 

— Pode me ajudar a estudar para a prova de sexta?

— Claro. — Ele sorriu gentil, e eu agradeci sorrindo de volta.

Quando terminei meu relatório, transferi o documento para o pen drive e levei até a sala que as meninas faziam a impressão, podendo assim pegar as folhas e grampeá-las, verificando que tudo estava em seu devido lugar, sem erros ortográficos e do jeitinho que eu fiz no notebook. Após pagar, agradeci voltando para a mesa onde deixei minhas coisas sobre a supervisão de Ivan e fui atrás do meu orientador, que estava dando aula em uma turma no segundo andar do campus. 

Esperei que o sinal batesse, e entrei sorrindo simpática. 

— Está tudo certo?

— Sim, senhor. — Balancei a cabeça, esperando por sua avaliação.

— Logo levarei para a banca avaliar junto com os outros TCCs que coordeno e acredito que semana que vem já lhe aviso sobre sua nota.

— Tá bom.

Agradeci vendo os novos alunos entrando e saí voltando para a biblioteca. Ivan já estava acompanhado de outros amigos que eu também conhecia e logo me juntei para estudarmos para as matérias que cada um teria ou que estava precisando de ajuda. Quando o sinal bateu, eu fui para a sala que eu teria minhas primeiras aulas, concentrando-me em prestar atenção e fazer as devidas anotações ao mesmo tempo. 

As horas passaram rápido, e Clare apareceu no final da terceira aula. Eu lhe entreguei uma cópia das anotações que fiz, junto a lista de trabalhos, e logo fui lanchar no refeitório para depois dirigir-me para a sala do professor Morten.

— Sendo assim, as pesquisas feitas pelos cientistas de Oregon e os relatórios originais em nosso laboratório provam como os crustáceos encontrados nas baleias-franca carregam sim uma função além de enfeitar a pele delas. 

— A vivência por quase cem anos aprimorou no excesso de crustáceos como parte da evolução dos seus ancestrais, podendo assim, não incomodar a sua pele por toda a existência desses animais, mas também, se não tiver o devido cuidado com o oceano, levar as baleias a algum tipo de infecção causado por toda essa interferência entre si. 

— As referências estão na última folha e como encerramento, gostaríamos de agradecer ao professor Morten por ter nos ajudado com as pesquisas. — Clare encerrou.

Sorri satisfeita respirando fundo, na esperança que o ar saindo dos meus pulmões livrasse também o peso do trabalho. Quatro anos estudando e isso parecia nunca me acostumar com a idéia de apresentar seminários para outras trinta pessoas. O que mais me dava medo não era apresentar errado, era estudar pesquisas com informações erradas e transmitir conhecimento errado. 

Eu era boa para falar, mas era fácil de ser manipulada por qualquer informação aparente.

— Ótimo trabalho, meninas. Parabéns. — O professor Morten sorriu simpático para tentar nos consolar e levantou-se de uma das carteiras para alunos, recolhendo o relatório do nosso trabalho por escrito, levando consigo junto aos relatórios que fizemos para sustentar nossa tese e argumentar com provas. 

Nosso grupo era de quatro pessoas, Clare, eu, e mais duas meninas. Quando nos sentamos na cadeira, era como se o pior tivesse passado, e de fato tinha, mas ainda precisava estudar para outras provas. Esse mês estava corrido, e eu ainda tinha a esperança de acontecer algum imprevisto que me fizesse ficar sem aula durante três dias. 

Era minha única maneira de visitar mamãe. 

— Os próximos trabalhos, terceiro e quarto, serão os últimos, espero que estejam prontos. — Com essa fala, o professor se retirou da sala, podendo ouvir logo depois o sinal tocar.

Me levantei juntando minhas coisas. Era hora de ir embora, e eu iria comer em casa, sendo acompanhada para fora do campus com as meninas. Elas conversavam sobre o seminário bem sucedido, sobre como o professor era bonito e outras bobagens. Quando eu parei para me despedir, vi Ivan aparecer para dar carona. Aceitei com o restante das garotas e deixei para dar adeus quando cheguei em minha casa, acenando para o carro que pouco a pouco desaparecia.


 

Quatro anos atrás

Flashback On

-------------------------

 

— É com o maior prazer que quero então, parabenizar todos os formandos e desejar muito sucesso na carreira pessoal e profissional de cada um deles a partir de hoje. 

Com a última fala do diretor, nós jogamos nossos capelos para o alto seguido de um grito unissono. Eu sorri, abraçando todas as minhas amigas que me fariam falta e eu sabia que querendo ou não a amizade ia acabar ali. 

Abracei os meninos entrando na brincadeira de alguns deles e depois de me despedir eu peguei um capelo do chão descendo do palco e indo até minha mãe e irmã, que me aguardavam com um sorriso orgulhoso. Becca me abraçou apertado e logo se afastou para que mamãe me abraçasse. Franzi o cenho por alguns segundos, soltando Alice.

— Cadê o papai? 

— Ele precisou ir embora. — Mamãe sussurrou, e logo tentou cortar o assunto. — Você estava magnífica durante o discurso. 

— Mamãe. — Eu já estava começando a ficar nervosa. Inúmeras situações passavam pela minha cabeça e eu não sabia dizer qual delas era a mais provável para o que podia estar acontecendo. — Cadê o papai?

— Ele ficou toda a apresentação, Grace… — Sua mão tocou meu rosto, e eu percebi que algo estava errado. — Mas assim que você terminou seu discurso ele disse que precisava voltar para casa.

— Mas ele prometeu que ficaria até o final. 

Eu precisava tirar pelo menos uma foto com ele. Era um momento importante para mim, papai sabia disso.

— Eu sei, meu amor. Eu também não sei porque ele foi embora daquele jeito. E-Ele parecia apressado, disse que tinha assuntos para resolver. 

— Não se conversa debaixo de água.

— A… — Mamãe respirou fundo. — Você sabe que é só um jeito de falar. Eu não sei o que te dizer, Grace. Mas seu pai realmente parecia apreensivo para resolver alguma coisa.

Olhei para Becca. Ela estava calada e apenas olhava mamãe e eu termos aquela conversa. Becca não era muito de conversar, ainda mais que não era muito fã da vida humana e passava a maior parte do seu tempo com os outros da nossa espécie, entretanto ela sabia o suficiente para me contar o que estava acontecendo, só que eu sabia que ela nunca falaria. 

— Eu preciso voltar para casa. — Disse, olhando agora para Alice.

— Você não pode. Vai me deixar aqui sozinha?

— Não vou abandoná-la, mamãe. Becca vai estar com papai, eu só preciso me assegurar de que está tudo sob controle com eles. 

— Não é seguro. — Becca se pronunciou.

Quando a olhei novamente, ela se preparava para ir embora, pois juntava as coisas de mamãe e entregava para ela. Umedeci os lábios podendo sentir as lágrimas se formarem em meus olhos, mas não deixei que elas escorressem com as mãos gélidas de Alice ainda segurando meu rosto.

— Grace! 

Era o diretor. Ele veio sorrindo até nós e parecia empolgado para tirar fotos, pois sua esposa vinha atrás com uma câmera fotográfica em mãos. Ao piscar rápido, as lágrimas se desmancharam hidratando meus olhos e sumindo. Respirei de maneira funda, virando o rosto para o pátio que aos poucos perdia seu movimento com as famílias indo embora. Ainda tinha alguns alunos conversando entre si e com suas famílias unidas, mas a atenção parecia que estava toda focada somente em mim.

— Podemos tirar algumas fotos? — Ele perguntou sorridente.

— Mas é claro. — Mamãe como sempre, realizando o desejo dos outros.

Quando olhei para o lado novamente, Becca já não estava. Era como se eu tivesse perdido uma parte importante da minha vida, e de fato era, eu era muito apegada ao meu pai, Becca nem tanto mas eu era e muito, e saber que ele foi embora sem nem ao menos se despedir me fazia entender que ele não voltaria para casa tão cedo. E isso me torturava.

 

-------------------------

Flashback Off


 

— Mamãe comprou um presente para você. — Falei sorrindo.

Thor levantou-se da cama atento e sentou-se esperando quando me ouviu abrindo um saco já conhecido por ele. Ri fraco, tirando dois biscoitos com formato de osso e lhe entregando para que comesse. Despejei os biscoitos em um pote de vidro e lavei as mãos em seguida, indo para o banheiro logo após.

Quando entrei no box para tomar banho, eu aproveitei para lavar o cabelo, o que fez meu banho ser mais demorado. Enxuguei-me, enrolando-me na toalha e indo até o quarto onde eu abri o guarda-roupa e vesti-me com um pijama confortável. Estava mais frio agora a noite, e com a chuva gelada o ar que saía das nuvens cheias deixavam a temperatura dentro de casa mais fria, fazendo assim um ar condicionado natural.

Eu sentei-me na cama, encolhendo as pernas e as abraçando enquanto tomava de um chá quente com Thor na minha frente deitado. Olhei a televisão sendo ligada, focando-me em prestar atenção no programa que passava. 


 


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...