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História Madness - Capítulo 05


Escrita por: YsBelieber

Capítulo 6 - Capítulo 05


Fanfic / Fanfiction Madness - Capítulo 05

"A água é o princípio de todas as coisas."


— O que está fazendo?

Levantei a cabeça vendo Dylan coçar os olhos vindo até mim. Ri fraco, me ajeitando no sofá quando ele se sentou do meu lado.

— Preciso estudar. 

— São… — Ele forçou as vistas, ligando a tela do meu celular e olhando-me depois. — Seis e vinte e sete, Grace.

— É na primeira aula.

— Estuda depois do trabalho, você vai ter tempo. Mas precisa descansar.

— O tempo que eu gasto dormindo eu poderia estar estudando.

Dylan suspirou, envolvendo minha cintura com as duas mãos. Voltei a dar atenção para meu livro, revezando entre o caderno e as páginas do livro para conciliar as opiniões e entender da matéria que, por mais que eu lembrasse de já ter estudado, sentia que não sabia e sabia da matéria. 

Olhei para o lado, sentindo a respiração de Dylan mais pesada sobre minha coxa. Fechei o livro com a marcador de página dentro, me levantando devagar.

— Seu pescoço vai doer se continuar assim. — Falei, o puxando pela mão. 

Ele resmungou um pouco, e bocejou me seguindo até o quarto. Quando o deitei na cama, ele me puxou fazendo com que eu deitasse junto. O encarei alguns segundos, vendo ele continuar de olhos fechados. Ri negando com a cabeça, me aconchegando em seus braços ouvindo a garoa da chuva no lado de fora pelos minutos que levei para finalmente pegar no sono outra vez, acordando mais tarde para que pudéssemos nos arrumar para o trabalho.

— Eu te levo para se arrumar em casa. — Disse, levando-me para o banheiro para que tomássemos banho juntos.

Depois de tomarmos o café da manhã, eu peguei minha mochila indo para o carro e logo chegando em casa, onde eu abri e deixei que Dylan esperasse por mim na sala. Corri para me vestir com o uniforme da empresa e a calça jeans azul, calçando um sapato confortável. Arrumei a bagunça que Thor tinha feito pela cozinha e repus sua ração e água após lavar as vasilhas, o chamando para comer.

Quando terminei de me arrumar, chamei Dylan vendo que faltava poucos minutos para as oito. Ao chegarmos no departamento, sentei-me em minha mesa concentrando nos papéis que eu terminava de despachar, pregando alguns na prancheta logo após vendo Dylan levantar-se comigo e seguir para o porto onde os barcos de Edgar ficavam sob supervisão de seus funcionários. 

Cumprimentei-os com um aperto de mão e entrei no barco com a ajuda de Dylan, observando todo o interior assegurando-me de que estava tudo em seu devido lugar e que todos os materiais usados para a retirada de resíduos marinhos estavam ali. O barco logo nos levou para longe do litoral, até onde nos era permitido, e eu fiquei do lado de dentro enquanto Dylan administrava o trabalho do lado de fora.

— Quantas caixas nós temos? 

— Quatro. — Carlos respondeu, olhando-me fazer as contas.

Três caminhões estarão nos esperando ao voltar, e eles ficarão encarregados de levar as caixas e sacolas para as fábricas de reciclagem. Ao olhar para o rapaz com quem eu dormia, ele estava concentrado em ajudar a puxar as redes que ficavam presas em algum metal no barco. Olhei minha lista mais uma vez, pensando em alguma coisa. 

Deixei a prancheta em cima da mesa e fui até os armários tirando as sacolas de dentro, as abrindo e espalhando pela mesa conforme os homens chegavam com os lixos que recolheram do mar. Já lavados, foram colocadas dentro das sacolas as garrafas que seriam recicladas junto a outras embalagens como potes de plástico para cremes de cabelo, de corpo, e acrílico de multiuso.

— O que está fazendo? — Dylan perguntou.

— Vão faltar sacolas e caixas. Os caminhões da última entrega não devolveram nossas sacolas.

— Falou com Edgar?

— Descobri agora. — Balancei que não, apontando para Carlos.

Dylan afastou-se para conversar com ele enquanto eu ajudava o restante dos rapazes a empilhar os plásticos dentro das sacolas para que coubessem. Fizemos alguns encaixes nas caixas e tivemos que cortar algumas das garrafas, colocando-as em uma caixa separada para doar em alguma instituição de artesanato com material reciclável. 

Quando olhei para o moreno de novo ele usava o telefone. Ao terminarmos, me afastei um pouco secando as mãos evitando sair da parte de dentro do barco, assim eu não teria contato com a água do mar e consequentemente não pensaria em voltar para lá, pulando sem pensar duas vezes.

— Ele disse para a gente ver se os caminhões estarão com as sacolas, caso contrário ele irá resolver para a gente.

Edgar era um bom chefe. Ele não era aqueles homens resmungões que só ligavam para dinheiro e eram mal educados quando a gente tentava reclamar de algum problema. Muito pelo contrário, ele sempre esteve disposto a ajudar e qualquer problema que aparecesse ele fazia de tudo para resolver. 

Quando voltamos para o cais, Dylan e eu descemos na frente com os homens trazendo as sacolas atrás. Logo avistamos os motoristas dos caminhões que eu apertei a mão em cumprimento e expliquei a situação enquanto os caminhões eram preenchidos com o material reciclável. Sprouse logo voltou com as sacolas na mão e eu ajudei a levar as restantes para dentro do barco. Carlos ajudava os homens a lavar a esteira que recolhia o lixo para consertar uns parafusos que estavam saindo do lugar, por causa da rede que eles também usavam no recolhimento de lixo. 

Eu entrei no que chamávamos de sala, indo até a bacia que tinha com uma torneira e lavando as sacolas que recebemos. Fediam a lixo gerado dentro de casa, principalmente o orgânico, e eu precisei usar as luvas antes de começar a higiene nas sacolas. Dylan logo apareceu para lavar as dele do meu lado, me fazendo rir nasalado quando o pegava me olhando.

— Acho melhor você tirar uma foto. — Brinquei, me levantando e pegando o pano para secar o interior das sacolas e as alças. 

Quando as espalhei pela mesa, suspirei ao sentir a mão de Dylan passar por minha bunda, umedecendo os lábios ao olhá-lo ir ajudar Carlos com a esteira. Eu fiquei na mesa, anotando algumas coisas para o relatório daquela limpeza que estávamos fazendo.

Nosso barco era maior que os outros, tinha mais espaço. A visão que tínhamos por fora era de uma embarcação de pesca tradicional, com um convés moderno que ajudava na descida e subida das redes de pesca que usávamos para capturar os resíduos da água. Uma corrente ficava amarrada e paralisada ao lado da rede, sendo usava para a âncora. Na ponta do barco ficava a esteira, que filtrava e sugava também resíduos poluentes da água para acelerar o processo de limpeza do mar, assim não ficaríamos somente nas redes de pesca, que se não bem cuidadas rasgaríam fáceis. Sendo assim, a esteira foi um ótimo investimento de Edgar.

O barco tinha um pequeno porão onde guardávamos os lixos que sobravam para levar quando as sacolas eram insuficientes. Mas era raro. O lado de dentro tinha um pequeno altar onde ficava o manuseamento do veículo, enquanto o "andar de baixo" era uma sala com uma pequena mesa fixada ao chão onde nós organizamos toda a separação do lixo. Por mais moderno que o barco fosse, o banheiro era literalmente um cubículo com o vaso sanitário dentro, e não tinha quarto, apenas um sofá na sala que se esticado, virava uma mini cama, onde o funcionário do turno à noite descansava para vigiar que ninguém roubaria aquela máquina maravilhosa.

Ao sair para fora do barco, eu observei os homens voltarem a recolher mais do lixo, onde eu cuidei de ajudar na separação - ainda de luvas - dentro das sacolas com o restante do lixo que seria mandado para as indústrias certas. Quando terminamos e deu a hora do almoço, paramos de volta ao cais, onde eu desci e fui com Dylan para o restaurante que sempre almoçamos juntos, voltando para o departamento logo após.

— Quando sair da faculdade, me avisa se vai querer ir comigo. — Ele disse, lembrando-me que ele voltaria a Nova York.

Balancei a cabeça assentindo e fechei os olhos quando senti nossos lábios serem colados. Dylan sustentou meu corpo com suas mãos levando-me para mais perto de si e suspendeu meus pés do chão. Quando eu envolvi sua nuca e cintura, pude sentir maior firmeza nos dedos em minha bunda, que agora me apertavam e faziam um carinho gostoso alisando minha pele por dentro da calça jeans apertada.

Quando trocamos de lado para buscar fôlego, eu brinquei com seus lábios abrindo um pequeno sorriso, trazendo uma das mãos para segurar a lateral do seu rosto e acariciar. Voltei com o beijo em seguida, chocando nossas línguas com maior pressão em um beijo agora mais acelerado.

— Eu preciso ir. — Sussurrei ao perceber que Dylan já me sentava em sua mesa, afastando os papéis ali espalhados.

Abri os olhos, encarando-o com a respiração um pouco ofegante. Ri fraco, vendo-o sorrir enquanto me puxava para mais perto envolvendo minha bunda com as duas mãos.

— Por favor. 

Dylan parou de beijar meu pescoço, assentindo com meu pedido. Umedeci os lábios nos afastando o vendo suspirar e desviei o olhar descendo da mesa. Quando olhei as horas vi que já era duas e quarenta, o que me fez pegar minhas coisas mais rápido e sair do departamento em passos rápidos. Quando cheguei em casa, Thor apareceu empolgado na porta, e eu suspirei fechando devagar já me despindo a caminho do quarto.

— Mamãe atrasou, né meu amor? Oh meu Deus, desculpe. — Peguei seu focinho, lhe dando um beijo estalado.

Vesti minha roupa de correr e apressei-me em colocar o guia da coleira em Thor, saindo com ele e logo começando a correr pela cidade até o centro. Dessa vez, evitei passar pelo porto, indo direto para os prédios que constituíam a empresa de Edgar. Dei uma olhada lá dentro notando a grande movimentação - coisa que não devia me surpreender mais - e voltei a correr agora dando a volta a caminho da praça. Quando nosso tempo acabou eu voltei mais rápido pondo meu cachorro para treinar as pernas correndo em uma velocidade mais alta, o que me fez chegar em pouco tempo. Tomei meu banho, me arrumei, cuidei de sua comida e fui para a faculdade, respirando fundo ao entrar na sala onde seria minha prova.

Clare estava ao meu lado, e eu não conseguia parar de ficar nervosa. O professor apareceu em poucos minutos com o batimento do sinal e aproveitou que todos já estavam organizados, já espalhando as provas e desejando boa sorte. Escrevi meu nome, respirando fundo de olhos fechados antes de finalmente olhar a prova claramente.

— Como foi? — Clare perguntou quando saímos da sala.

— Mais difícil do que eu imaginei. O que você colocou na quarta questão?

— Infecções e transmissão de doenças por contaminação bucal. E você?

— Também. — Suspirei. Pelo menos essa eu deveria acertar. 

Quando me acomodei no refeitório com Clare, pude ouvir ela combinar com as meninas de sairmos para algum lugar. Eu ri com sua empolgação, vendo-a combinar de levar John junto, já que fazia algum tempo que eles não saíam para curtir. Quando olhei Ivan, chamei-o para nos acompanhar vendo ele relutar um pouco mas logo aceitar, fazendo com que comemorassemos baixo. 

Fui para casa brincando um pouco com Thor antes de tomar banho e me vestir, optando por um sutiã preto com uma regata também preta que o camuflasse, a colocando dentro da saia de couro marrom que carregava um zíper na lateral ligando a ponta de cima com a de baixo. Calcei um salto preto baixo, usando de maquiagem apenas o básico que era um rímel e batom claro. 

Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e deixei um charme com os pequenos fios na orelha, sorrindo com o resultado e verificando a comida do pastor alemão antes de sair e me encontrar com as meninas na balada. Sorri ao vê-las, dando um leve empurrãozinho em Ivan para que se animasse. Ele riu de mim, se sentando ao nosso lado no bar e nos olhando pedir algumas bebidas. 

Eu não era muito fã de cerveja, então pedi por batidas de álcool com um toque especial de açúcar em alguma fruta. Quando chegou, agradeci chupando a ponta do guarda-chuva, olhei Ivan, rindo logo depois.

— Você não gosta de baladas? — Puxei assunto, vendo-o entediado rodando o dedo na beira do copo.

— Poderia estar dormindo. — Ele balançou os ombros, fazendo pouco caso.

— Mas escolheu vir aqui para se divertir com suas amigas, deveria se animar um pouco mais.

— Não é muito meu estilo. 

Ele tomou de sua bebida, e apontou para a pista de dança me fazendo olhá-la e encará-lo novamente.

— Você é gay? — Deduzi.

— Não. Quis dizer que não curto musicas eletronicas assim.  — Ele riu, negando com a cabeça.

— O que prefere então?

— Sou mais caseiro. Prefiro algo mais country. Dependendo do dia, apelo muito para jazz. 

— É sua cara. — eu ri, terminando minha bebida. 

Me levantei após pedir outra bebida e quando peguei do copo puxei Ivan para longe dali, o levando para o terceiro andar que era mais calmo e tinha algumas sacadas.

 — Você precisa se soltar mais.

— Estou preocupado com o resultado das provas. — Ele suspirou, me fazendo mentalmente martelar-me por ter esquecido de falar com Dylan. Fiz uma nota mental que depois mandaria uma mensagem para ele.

— Você foi bem, Ivan. Suas notas foram aprovadas esse semestre. — Lembrei-o.

— Sim, mas não o bastante para que eu termine o ano. Se eu não me sair bem no TCC, eu precisarei ficar mais um ano pagando matérias. E não depende só dele. Minhas notas sairam bem porque tirei nota azul arrastado. Estou praticamente na beira do precipício. 

— Você se limita demais. Se preocupa demais. — Eu disse, olhando para a cidade pela sacada. O vento estava frio, mas com o calor do edifício onde estávamos, não era capaz de arrepiar os pêlos em meu braço. — Mesmo que sair para balada não resolva nossos problemas, as vezes ajuda a distrair a cabeça. A gente consegue se concentrar mais, estudar melhor, porque de alguma maneira sair e se divertir com os amigos nos ajuda a ter a mente mais leve e trabalhar com mais clareza.

Eu tentava fazer a mesma coisa que eu falava para os outros, embora fosse difícil. Eu gostava de aconselhar as pessoas ao meu redor quando elas pediam por ajuda, mas praticar as mesmas coisas em minha vida nunca parecia fácil do jeito que era ao falar para os outros. 

É claro que eu estava desesperada com o final de ano e o TCC para apresentar, assim como estava com medo de não passar e ter que aguentar mais um semestre sem ver minha mãe ou algo do tipo. Eu tinha planos para depois da formação, tinha esperança de poder tirar alguns dias e sair em busca do meu pai de alguma forma e encontrá-lo. E por mais que eu acreditasse que isso daria certo, alguma coisa me puxava para trás.

Quando olhei para Ivan, ao terminar minha bebida, pude sentir sua presença mais perto, logo tendo suas mãos envolvendo-me e puxando-me.

— Obrigado pelo conselho, Grace. — Ele disse, antes que nossos lábios se colassem.

Peguei sua nuca o trazendo para mais perto e retribui de imediato o beijo que ele iniciou, chocando rapidamente nossas línguas. Uma das mãos subiu até a minha, tirando o copo que eu segurava e jogando no vácuo impedindo-me de ouvir onde o vidro se chocou, amortecendo a queda. 

Sua mão guiou então a minha para seu pescoço, onde eu agarrei com firmeza podendo sentir melhor seu perfume que agora parecia dançar ao meu redor. Quando nossos lábios se descolaram para buscar fôlego, eu abri os olhos o vendo sorrir.

— Tô achando que você ensaiou tudo isso para me beijar.

— Talvez. — Ele me encarou, rindo logo depois.

Neguei com a cabeça e nos afastei umedecendo meus lábios. Voltei para o andar de baixo com o ruivo me seguindo e parei ao chegarmos novamente no bar, observando o rapaz trabalhar para nos servir a tempo. Clare dançava com seu marido com uma garrafa na mão na pista de dança, e Bruna com as outras meninas tinham sumido do meu campo de visão. 

 Virei o rosto, agradecendo o barman pela bebida que ele tinha me servido, dando atenção à loira que chegou rindo de alguma coisa com John.

— E aí, vai me explicar agora sobre você e Dylan? — Clare perguntou, sentando-se ao meu lado.



Notas Finais




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