História Strange and New - Thoughts

POV LAUREN

Entrei em minha casa perdida em meus pensamentos. Todas as pessoas sempre querem algo a mais, sempre estão insatisfeitas com suas vidas, muitas vezes não enxergando o que elas realmente tem, mas penso eu que há pessoas que mesmo com uma vida boa, ou seja, saúde, conhecimento, família e amor ainda se sentem insatisfeitos com a vida que levam, uma explicação para isso é que elas necessitam de algo para se sentirem completos que ainda não possuem, algo que não esteja ligado a valores materiais ou físicos, algo espiritual, que até que se encontre, a pessoa não estará completa. Essa sou eu, tenho uma família grande, amorosa, saúde e um namorado maravilhoso, mas então porque acho que não estou completa? Porque me sinto vazia? Eu sei, quer dizer, eu acredito que tudo que acontece na vida é para um propósito maior, não me confunda com uma religiosa, pois não é isso, eu somente acredito que as coisas não acontecem só por acontecerem, dito isso, queria que seja o que for o objetivo maior dos acontecimentos de minha vida que acontecesse logo, pois viver sem ter uma motivação ou se quer ter vontade é exaustivo. Nesse momento me encontro em meu quarto, mais especificamente no banheiro, preciso me livrar dessas roupas, não é que elas não sejam confortáveis, mas meu pijama é bem mais, assim que troquei de roupa percebi que não havia almoçado ainda e fui para a cozinha, lá encontrei um bilhete de minha mãe, como sabia que era dela?! Não há mais ninguém com uma letra tão bonita aqui nesta casa como ela, enfim, no bilhete dizia que ela teve que sair para resolver uns problemas do trabalho e que não deu tempo de deixar alguma comida e foi nesse momento que me arrependi de não ter aceitado o convite de Camila, até estava considerando mandar mensagem para ela, mas ainda acho que seria um incômodo, então já que meus irmãos estavam enfiados não sei onde e eu não estava com vontade de cozinhar sozinha em casa, mandei mensagem para o Brad perguntando se poderia almoçar na casa dele, ele respondeu que sim no mesmo instante, e são nesses momentos que eu amo ter um namorado, quer dizer, por outros motivos também, mas esses especialmente. Após trocar de roupa novamente, agora vestindo um short jeans escuro, uma blusa branca sem manga e um chinelo me dirigi para fora de casa.

Como estava com muita fome escolhi ir de táxi, chegando lá em menos de quinze minutos pois estava sem trânsito, apesar dele morar do outro lado da cidade. Depois de tocar a campainha e ficar admirando a entrada da casa, que continha uma porta de madeira alta, com vidros do lado que se não fossem cobertos por cortina revelariam o interior da casa toda, Brad abriu a mesma todo sorridente, e como era bom ver ele assim, estava morrendo de saudades, apesar de tê-lo visto a dois dias, então logo que ele abriu a porta me joguei em seus braços em seguida lhe dando um selinho demorado. Assim que entrei, me deparei com Dona Ana, a empregada de Brad, um amor de pessoa, e sem querer ofender minha mãe, não havia comida melhor do que a daquela senhora, indo logo abraçá-la, depois dos cumprimentos me direcionei a mesa acompanhada pelos dois, que já tinham almoçado, quando fui reparar na refeição vi que era meu prato preferido, macarrão aos quatro queijos, assim minha boca encheu d'Água e em instantes já estava atacando a comida, devido à minha gigantesca fome terminei em minutos, subindo com meu namorado para o seu quarto.

Já conhecia cada centímetro daquele quarto, e da casa, por isso não tinha o menor pudor, abri o armário do mesmo, pegando uma regata que cobria o necessário e depois me direcionando ao banheiro para escovar os dentes, assim que sai fui me deitar na cama junto a ele, que ligou a televisão em um canal de filme, quando comecei a me interessar pelo filme senti uma mão em minha coxa, por namorarmos a um tempo vocês já devem ter deduzido que já transamos, e vocês estão certos, posso afirmar que ele não foi a minha melhor experiência sexual, mas ele é gentil e me trata com carinho e no momento, isso me basta, assim, percebendo suas intenções fui me acomodando cada vez mais em seus braços, ao perceber minha ação ele não se conteve, logo direcionou a mesma mão que estava anteriormente em minha coxa para minha área agora pulsante, fazendo movimentos gentis circulatórios, devido a tal movimento deixei um leve gemido escapar, instigando o menino mais ainda que sem eu perceber estava em cima de mim, sem tirar uma das mãos de meu sexo a outra se direcionou a minha bunda, e eu? Não ficava para trás, enquanto ele fazia os movimentos anteriores eu já havia tirado sua bermuda, e como ele já estava sem camisa facilitou mais ainda meu trabalho. Quando fui ver já estava totalmente despida, e ele já tinha começado a me penetrar, uma, duas, aumentando cada vez mais o ritmo, fazendo com que eu não conseguisse abrir os olhos e me curvasse para trás, ele atingiu seu ponto máximo primeiro, fazendo com que retirasse seu sexo do meu, mas por ver que eu ainda não estava satisfeita desceu até meu sexo e agora com sua língua começou a fazer movimentos de vai e volta, não demorou muito e eu senti minhas pernas tremerem e o orgasmo sair diretamente em sua boca. Ele se deitou ao meu lado e voltou a ver o filme, mas ainda me fazendo caricias no cabelo. Enquanto finjo prestar atenção no filme me encontro novamente perdida em meus questionamentos, agora sobre o que acabou de acontecer, não senti nada, quer dizer, prazer claro, como não?!, mas nada além disso, nenhum desejo por ele, sem falar no fato de eu nunca ter feito oral para ele, nunca senti vontade, e como ele nunca pediu, também não ofereci, penso agora se todos esses fatores indicam que não gosto dele de um jeito amoroso, se algum dia gostei, acho que sim, se não, porque então comecei a namora-lo? Claro que ainda existe um carinho enorme por ele, mas não mais que um carinho de amigo. Não vou terminar com ele por apenas dúvidas de minha cabeça, mas preciso pensar, preciso de espaço, com isso em mente digo a ele que estou indo para casa, me despeço, agradeço a Ana pelo almoço e desta vez sigo a pé para casa, pensando ainda sobre esse vazio dentro de mim. Já são quase seis da tarde e por isso o sol está quase se pondo, deixando um clima agradável pelas ruas, analisando isso, posso dizer, eu não tenho certeza sobre quase nada em minha vida, exceto uma, que eu amo minha cidade e que vai ser aqui que criarei meus filhos. Cheguei em casa dentro de meia hora de caminhada, ao abrir a porta vejo meus irmãos jogando na televisão e meus pais na cozinha conversando, assim que percebem minha presença abrem um sorriso acolhedor, que me faz ir até eles e os cumprimentar, minha mãe antes mesmo de abraçar começou:

-Lauren Michelle, onde você estava? Te mandei várias mensagens e a senhorita não me retornou, estava começando a me preocupar.- disse ela.

-Desculpa mãe, como a senhora não deixou almoço pronto e nenhum dos pirras estavam em casa resolvi não me dar o trabalho de cozinhar e comer no Brad. Sobre o celular, eu acabei deixando em casa. – respondi.

-Tudo bem, mas que não se... – Minha mãe ia falando, mas meu pai a cortou.

-Clara, já chega, a menina pediu desculpas. Vem cá da um abraço no seu velho. – Papai pediu e eu fui ao seu encontro, depois dei um beijo na dona Clara e nos pirralhos, indo logo em seguida para o meu quarto.

Cheguei a uma conclusão, de que não iria me preocupar com meu vazio agora, botando meu lema novamente em prática, o que deverá acontecer acontecerá e não vai ser a minha pressa que vai adiantar as coisas. Assim, fui tomar um banho bem demorado, de água quente para relaxar, e quando saísse iria fazer o trabalho que Diego havia passado, levando isso em conta posso dizer, tudo que tinha gostado no homem passei a não gostar quando o mesmo passou trabalho no primeiro dia de aula. Por estar cansada, no momento em que termina-lo vou direto dormir, pois amanhã terei mais seis aulas.

POV CAMILA

O caminho da escola até em casa foi no mínimo tranquilo, a novata, Lauren Jauregui, estava sendo muito simpática, apesar de não falar muito, o que não tem problema, pois fiz toda essa parte, contei sobre o Austin, minha família, sobre as meninas da escola e quando me deparei já estava em frente a minha casa. Por ter gostado de sua companhia, a convidei para almoçar, mas pela sua cara ela ainda não se sentia à vontade e quando recusou, tive certeza disso, claro que não fiquei ofendida, pensando melhor, se fosse ao contrário também acho que optaria pela mesma resposta. Quando me direcionei para a porta, eu mal tinha encostado na porta e minha irmãzinha saiu voando para cima de mim.

-Kakiiiiiiiiii – disse a latina mais nova enquanto pulava em meu colo. – estava com saudades, demorou hoje, o que houve? – continuou falando, e foi ai que percebi, ela é mesmo uma cópia fiel minha, acabei abrindo um sorriso com esse pensamento.

-Calma meu amor, vi você hoje de manhã, como já está com saudades? E respondendo sua pergunta é porque vim andando com uma amiga nova. Posso entrar ou a senhorita vai ficar agarrada comigo aqui mesmo? – comecei a falar enquanto a mesma se soltava de meus braços e nos dirigimos até ao sofá, por onde larguei minha bolsa.

-Só estava com saudades, não ficou de mim? – perguntou com um bico no rosto, mostrando-se ofendida pelo meu comentário.

-Desculpa meu anjo, não foi isso que quis dizer, claro que senti sua falta. – abracei-a enquanto respondia. – Deixa eu me redimir, aviãozinho até a cozinha? – propus, arrancando um sorriso da menor, que já foi se pondo de pé no sofá como um sinal para que eu fizesse a brincadeira.

Desse modo, nos dirigimos para a cozinha em meio de gargalhadas, onde meus pais estavam almoçando, depois de deixar a Sofi em sua cadeira, me dirigi a minha, tendo um almoço agradável, nós conversávamos basicamente sobre como a minha irmã estava indo na escola e sobre meu primeiro dia de aula, assim que terminei, subi para o meu quarto, deixando primeiro a pequena no quarto dela, que era o anterior ao meu, seguindo então para o meu, antes de me deitar para tirar meu cochilo da tarde, tomei meu banho, fiz minha higiene e agora estava indo de encontro ao meu amor, minha cama. Acordei eram quase quatro da tarde e quando pensei em levar Sofi ao parque lembrei-me do trabalho de história, afastando assim a minha ideia inicial. O trabalho não estava sendo difícil, porém é trabalhoso, estou tendo que pegar informações de vários sites para montar uma pesquisa completa. À medida que fui terminando minha barriga ansiava por alguma comida, fazendo com que no momento em que terminei desci para a cozinha, preparando meus famosos sanduiches, pois como a fome era grande, um só, não bastava. Terminei ambos em questão de minutos, agora, como estou exausta vou assistir minha série, quer dizer, esse era o plano, mas acabei com meus pensamentos em uma coisa, na verdade, em uma pessoa, a novata, e estranhei, mas não ousei mudar de pensamento, essa menina é de uma beleza que nunca tinha visto antes, tem um carisma muito grande e me chamou a atenção de um jeito que nunca, uma garota, havia me chamado. Nunca tinha parado para pensar na minha sexualidade, e de alguma maneira, essa menina estava me fazendo questionar agora. Será? Nunca tive interesses por garotas, claro que as acho maravilhosas, mas nunca pensei em me relacionar com uma. Deve ser coisa da minha cabeça, provável que todo mundo que bota os olhos nela deve sentir a mesma coisa, é, é isso mesmo, é sua beleza inexplicável que está me deixando assim. Deixando esse pensamento morrer, voltei minha atenção para a série e assim mesmo, adormeci.