A festa de Harry Styles, embora pequena, está um arraso.
— Quem é ela? - pergunta Zayn, interrompendo a cantada de Harry em uma moça que passa.
— Ela quem? – ele olha para onde Zayn aponta. – Ah, minha mãe disse que é a nova vizinha.
— Ela é gata. – observa Zayn mordendo os lábios. – Por que você não a convidou?
— Nem tinha pensado nisso. – responde.
— Acho que ela quer alguma coisa. – Harry olha novamente e a garota está pulando e balançando os braços freneticamente e, aparentemente, gritando. – O que ela está dizendo? – Zayn questiona.
— Não sei. A música está muito alta, espera aqui que eu vou lá ver.
Harry caminha tranquilamente em direção à garota e, quando está quase a alcançando, consegue entender seus gritos.
— Ei, dá pra abaixar a droga dessa música? – ele franze as sobrancelhas em reprovação a falta de educação dela.
— Nossa! Você não suporta barulho, hein?
— Ás 3:00 horas da madrugada não.
— Por que não se junta a nós? – convida, e ela ri.
— O que? Olha só, eu estou tentando dormir há horas e essa música alta não está me deixando, então, por gentileza, dá pra desligar isso para eu poder voltar até o calor das minhas cobertas? – ela responde e sorri irônica.
Só agora é que Harry a analisa por completo e imagina que deve estar tremendo de frio, já que seu shorts é curtíssimo. Ele demora seu olhar em suas coxas nuas e sobe lentamente até seu decote, percebendo que usa uma regata do Pink Floyd.
— Sério? Pink Floyd? – a encara e desce seu olhar novamente para o decote de Holly, estalando os lábios em aprovação. – Também adoro essa banda.
— A música. – ela repete ríspida, fingindo indiferença ao atrevimento do rapaz. Harry ergue seu olhar para o dela.
— Claro. – ele sorri antes de fazer um gesto para que Zayn abaixe o som. – Satisfeita?
— Sim, obrigada.
— Ah, sou Harry Styles. – se apresenta e estende a mão. A garota apenas olha para o seu braço estendido com desprezo e ignora o gesto.
— Eu sei quem você é.
— Sério? – abaixa o braço. – Não parece. – fala num tom sarcástico e ela o fuzila com o olhar.
— Ah, entendi. Você está acostumado a receber tratamento especial por isso, não é?
— Não, ao contrário de você, eu não me considero o centro do mundo. – ela arregala os olhos para o argumento mal educado do rapaz. – E muito obrigado por destruir a minha festa.
— Eu não me acho o centro do mundo! Mas eu tenho uma prova importante logo cedo e eu preciso descansar. E se você voltar a fazer barulho vou chamar a polícia, não entendo como os outros vizinhos aguentam.
— Porque sabem que só venho para casa algumas poucas vezes por ano, e que faço essas festas para reencontrar os amigos, e porque eles não reclamam a toda hora! – responde.
— Eu não estou nem aí para você ou para seus amiguinhos, só queria que a música parasse e agradeço por isso. Agora boa noite. – ela se vira para entrar e o sangue de Harry ferve.
— E eu não estou nem aí para você ou para a sua prova importante. – retruca. Se vira para Zayn, que os fita curioso. – ZAYN! AUMENTA TODO O VOLUME! – ele olha para a garota e ela o fita de boca aberta. – Boa noite. – sorri e lhe dá as costas.
— Eu avisei, Styles. – ameaça, mas Harry não se importa com o que ela esteja querendo dizer com isso.
…
Holly Mitchell apenas encara o comportamento do Harry como mais um motivo para detestar a banda dele. Sobe para seu quarto já decidida quanto ao que fazer para terminar com o barulho.
Ela disca o número da polícia no celular e faz a reclamação.
Menos de quinze minutos depois já é possível avistar uma viatura parada em frente à casa de Anne. Ela vai até a sacada para melhor assistir a cena e o sorriso em seu rosto vai de orelha a orelha.
Como se sentisse a presença da garota, Styles olha direto para ela enquanto os policiais conversam com ele. Ela levanta a mão com que segura o celular e acena, arrancando-lhe uma careta furiosa.
Para seu sossego, a música logo para e ela volta para o conforto da sua cama. Antes de adormecer Holly pensa o que Michele dirá quando descobrir do seu pequeno desentendimento com um de seus maiores ídolos.
…
Seu despertador toca às 6:00 horas, ela estica o braço sobre a cômoda e tateia por ela até acertar alguma coisa e o barulho para, então Holly volta a dormir.
— HOLLY! – sua mãe berra e ela pula da cama. – Você já devia estar saindo de casa!
— O QUE? – olha para o relógio sobre a cômoda e se desespera ao constatar que está incrivelmente atrasada. – Minha nossa! Já são 7:15h?
— Anda, garota. Você precisa estar na escola em 30 minutos. – adverte Lilian.
— Eu não vou conseguir, eu não vou conseguir, eu não vou…
— Claro que vai conseguir! Eu levo você. – oferece sua mãe.
— Aiii! Tá bom.
Holly tira o pijama e enfia um moletom pela cabeça ao mesmo tempo em que tenta calçar as botas. Não dá muito certo. Ela acaba indo parar de bunda no chão. Termina de vestir a roupa e coloca um gorro para esconder os cabelos rebeldes e que não terá tempo de escovar, ela dispensa maquiagem e corre para a cozinha.
— Estou pronta! – anuncia se atirando numa cadeira, arfando.
— Reza para não pegarmos trânsito, senão…
— Nem termina, mãe. – Lilian ergue os braços na defensiva. – Vamos logo.
Sua mãe mal para o carro e Holly já está saltando do veículo, batendo a porta com força atrás de si enquanto corre desesperadamente para o portão de entrada que fechará em um minuto.
— Boa sorte! – Lilian grita, mas a filha não tem tempo para agradecer.
Holly passa por Joe, o segurança da universidade, e ele lhe dá uma piscadela.
— Em cima da hora, Srtª Mitchell. – Joe segura o portão aberto alguns segundos a mais do que deveria.
— Muito obrigada, Joe. – a menina dá um tapinha no ombro do segurança grandalhão antes de sair correndo pelos corredores da universidade.
Seu coração acelera ao encontrar todos eles desertos e ela para ao encontrar a sua sala. Holly respira fundo e gira a maçaneta.
— Todos em seus lugares! Ah, Holly, achei que não viria. – a professora Daisy Davis gesticula para que a garota entre logo e Holly deixa escapar um suspiro de alívio ao constatar que chegou a tempo.
— Bom… é que eu tive uns probleminhas. – justifica.
— Certo, agora vá para seu lugar.
Ela olha ao redor e logo identifica uma classe desocupada, por sorte é atrás de Michele. Com passos rápidos ela chega até seu lugar e joga a bolsa no chão, ao lado da cadeira, e se inclina para frente para poder falar com a amiga.
— Você não vai adivinhar quem eu conheci. – sussurra no ouvido de Michele, fazendo-a pular de susto.
— Caramba, Holly! – leva a mão ao peito, ofegante. – Quem foi?
— Srtª Mitchell, Srtª Weston, silêncio! – a professora Daisy xinga antes de depositar uma prova sobre a mesa de cada uma com um olhar repreensivo.
Ela se afasta das garotas e Holly aproveita para olhar de relance para Michele e movimentar os lábios num sussurro mudo, formando a frase “Depois conversamos”. Ela assente com a cabeça e então volta a atenção para a prova sobre a mesa, com Holly seguindo seu exemplo. Ela olha a folha a sua frente e suspira antes de pegar a caneta e começar a responde-la.
As 2 horas seguintes passam voando, mas Holly consegue responder a maioria das questões com facilidade e entrega a prova para a professora meia hora antes de acabar o tempo, dirigindo-se para o corredor para esperar Michele. Agora eles se encontram cheios devido a todos os alunos que terminaram suas provas e estão querendo ir para casa.
— E aí, Hol. – cumprimenta Amber, uma amiga do curso de Jornalismo. – Como foi na prova?
— Nada mal, Amber. E você?
— Espero que bem. – ela ri. Amber, ao contrário de Holly, ainda tem mais um ano de faculdade pela frente.
— Então boa sorte para o ano que vem. Eu já estou livre! – Holly brinca e as duas riem.
Holly ainda está sorrindo quando Michele aparece e se escora na parede ao seu lado, completamente pálida.
— O que era a pergunta número 13? Eu não fazia ideia do que era… psoríase. – se enrola ao pronunciar a palavra. Holly a encara cética.
— Sério? Meu Deus, Michele Weston! Como você quer ser médica se não sabe nem o nome de uma doença de pele?
— É uma doença de pele? Droga! Assinalei a resposta errada. – Holly balança a cabeça e revira os olhos, seguindo para a saída com Michele em sua cola. As duas passam por Joe e Holly pisca para o rapaz quando este a cumprimenta com um sorriso. – Hol, quem você conheceu?
— Sabe, acho melhor eu mostrar pra você. Tem como você ir até minha casa agora? – ela nega com a cabeça. – Então aparece lá de tarde. – convida.
— Por acaso essa pessoa está na sua nova casa? – Michele indaga confusa.
— Não exatamente. – Holly sorri.
— Qual é, Holly. Me conta logo.
— Agora não. – ela acaba de avistar o carro de sua mãe e começa andar até ele. – De tarde, na minha casa, você vai ver! – ainda grita por cima dos ombros. Michele bufa de frustração e segue na direção contrária da amiga, reclamando baixinho enquanto balança a mão para parar um táxi que passa.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.