Mina era o seu trabalho de psicologia, A dizia a si mesma. Não achava que seu primeiro pedido fosse ser atendido pela garota, mas A era mais persuasiva do que pensava.
Mas o "trabalho de psicologia" virou mais. Se tornou em mais do que um projeto, maior do que um experimento. A quase chamava-o de teoria, a grandiosa teoria de sua vida. Talvez não fosse tão útil para a maioria das pessoas, nem curava alguma doença extrema. Mas A não ligava. A teoria era apenas sua, de qualquer forma, e se alguém algum dia a descobrisse, seria depois que A já estivesse longe de qualquer forma corpórea dentro desse mundo.
Sorriu, digitando na máquina de escrever. Mais uma carta para Mina, mais instruções de como proceder. Admirou a relutância da garota no começo; agora sorria ao receber apenas complacência. Era a força do hábito. Qualquer pessoa submetida a coisas demais se acostumava com tais coisas.
A estudava psicologia, é claro que sabia disso.
Respirou fundo, um sorriso contido em seus lábios. Arrancou o papel da máquina de escrever, desenhou um coração na página com batom vermelho, e dobrou-a, guardando no usual envelope formal, branco como todos os outros que Mina provavelmente recebia, mas com um conteúdo um pouquinho mais "interessante".
Selou o envelope com cuidado, riu baixo, e guardou o envelope dentro de sua bolsa, apenas imaginando a expressão da garota ao ler cada palavra.
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