História Stranger Dreams (Camren) - False Alarm

P.O.V Camila

 Já estava perto da casa de meu pai quando eu acordei. Ele pegou as minhas malas com a ajuda do motorista enquanto eu esperava na sala, parece que meu pai não dormiu durante a noite, para que ele chorou durante a noite, eu não queria trazer mais sofrimento pra ele. Após levar minhas malas para o quarto ele se sentou ao meu lado.

- Como foi no Canadá? -Meu pai me abraçou de lado.

- Foi bom, apesar do trabalho chato cheio de papéis. -Sorri.

- Você tá com fome? Vamos no médico amanhã. -Ele perguntou.

- Eu vou fazer algo para comer. -Respondi.

- Você vai melhorar. -Ouvi um suspiro, ele está com tanto medo quanto eu.

- Eu vou melhorar. -Forcei um sorriso.

 Ele insistiu para fazer algo pra mim comer, eu concordei e fui ao meu quarto, me deitei na cama e abracei um urso branco que minha mãe havia me dado no meu aniversario de quatro anos, eu gostava muito de pelúcias, mas essa de longe era a preferida, tanto que foi a única que eu guardei. Comecei a viajar em meus pensamentos, me lembrando do dia em que minha mãe morreu, a forma como o meu pai ficou no hospital, se sentindo culpado por ter batido o carro, tenho certeza que ela não iria querer que ele ficasse assim. Eu não quero que ele fique assim se acontecer algo de ruim comigo.

 Meu pai trouxe cereal pra mim comer, apesar de ter dormido a viagem toda eu ainda estava com sono, ou cansada. Após comer acabei indo dormir abraçada com o tal urso.

10:00 A.M.

- Filha. -Senti a mão de meu pai sobre minha testa. - Temos que ir ao médico.

- Que horas são? -Perguntei ao abrir os olhos.

- Dez horas. -Ele sorriu. - Se arruma para irmos.

 Me levantei e tomei um banho rápido, vesti meu óculos, um moletom e uma calça preta. Quando já estávamos a caminho do hospital meu pai permaneceu com um sorriso em seu rosto, mas eu sei que não é um sorriso verdadeiro, sei que ele só quer me confortar e dizer que vai ficar tudo bem.

 Entramos no hospital, um médico me levou para fazer raio-x e o resto dos mesmos exames que fiz no Michigan, só que agora eu vou ter que ficar acordada.

- Deita. -O médico pediu, apontando para a máquina de tomografia.

- Tudo bem, vamos lá. -Respirei fundo e deitei de barriga pra cima.

- Não pode se mexer. -Ele me olhou, então saiu da sala.

 Meu pai estava do outro lado do vidro onde estão os computadores que vão mostrar imagens de meu cérebro. Tive que tentar ficar o mais calma possível e sem me mover, passaram vários minutos que mais pareciam horas, fiquei observando aquela luz enquanto ouvia o barulho assustador da máquina, pra mim estava assustador.

- Pode se levantar. -Um médico apareceu na sala.

 Me levantei e o acompanhei para fora da pequena sala, eles foram imprimir as imagens do meu cérebro, mas todos pareciam confusos.

- Me mostra o resultado do primeiro exame. -O Médico pediu, estava com o meu pai.

- Claro. -Meu pai entregou o envelope.

- Vejam isso. -Ele tirou uma das fotos que mostravam a mancha. - Esse é o tumor, ele é mínimo, mas olha só aqui. -Ele pegou uma foto que acabou de ser imprimida. - O tumor não está mais aqui.

- O que você tá falando? Que simplesmente sumiu? -Perguntei.

- Não, isso é impossível. -O doutor continuou comparando as fotos. - Provavelmente foi um erro, podemos fazer mais um exame pra comprovar.

- E se não aparecer? -Meu pai perguntou, ele pareceu ansioso.

- Então sua filha não tem nenhum tumor e... eu só posso chamar de milagre.

 Meu pai foi comigo até o corredor para sentarmos um pouco, "milagre", com tudo o que anda acontecendo isso seria a última coisa que eu poderia acreditar, talvez esse "milagre" se chame Lauren Jauregui, e essa é a frase mais estranha que já passou pela minha cabeça. Meu pai foi buscar um pouco de água pra mim, minha garganta já estava seca de tanta ansiedade com esses resultados, eu só espero que não tenha um maldito tumor na minha cabeça.

13:00 P.M.

 Após algum tempo esperando, o médico nos chamou novamente para repetir os exames. No final eu me deitei de novo na assustadora máquina de tomografia, fechei os olhos para tentar me concentrar mais em não me mover, mas meu coração insistiu em disparar na ansiedade de talvez não estar doente, na ansiedade de voltar ao campus.

- Pode levantar. -O mesmo médico disse.

- Tudo bem. -Me levantei e caminhei pra fora da sala.

 Fui até o meu pai e ele colocou sua mão sobre o meu ombro, enquanto esperava os médicos observarem as fotos do novo exame.

- Isso é incrível. -O doutor disse.

- O que? -Meu pai perguntou.

- Ela não tem um tumor, não existe mais vestígio nenhum. -Ele completou. - É como se tivesse evaporado do Canadá pra cá.

- Então eu não tenho nada? -Dei um sorriso.

- Isso mesmo, eu não sei o que aconteceu, mas você tem muita sorte. -O médico me entregou o envelope com as fotos. - Já pode ir pra casa.

 Estava quase pulando de felicidade enquanto caminhava pelo corredor do hospital, meu pai parecia mais feliz do que nunca.

P.O.V Lauren

 Falta umas duas semanas pra Camila voltar pro Michigan, ainda me sinto meio idiota por estar contando até mesmo os segundos para revê-la. Eu estava caminhando pelo campus quando vi Justin olhando pros lados, ele poderia ter me visto se não estivesse com o celular na mão respondendo mensagens toda hora.

- Ei. -Falei atras dele.

- Te procurei por toda parte, Jauregui. -Justin abriu os braços sorrindo.

- Você anda vindo me ver sempre. -Sorri e o abracei forte.

- O que posso fazer, sou o mais velho e devo cuidar. -Ele deu um beijo na minha cabeça.

- Cala a boca. -Soquei seu ombro enquanto ria.

- Ei. -Justin tentou se defender. - Mas eu vim aqui pra avisar que a sua garota tá na cidade. -Ele começou a caminhar comigo até a quadra de basquete.

- A Camila? Como assim? -O encarei.

- Eu acho que você só gosta da Camila. -Justin riu e pegou a bola que estava no canto da quadra. - Eu fui levar o James no hospital e vi ela saindo de lá com o pai.

- Hospital? Ela tá bem? -Isso me assustou.

- Ela estava rindo com o pai, tenho certeza que ta bem. -Ele jogou a bola na cesta, e acertou. - Logo vai poder ficar do ladinho dela de novo.

- Aconteceu algo pra ela voltar. -Peguei a bola e joguei novamente pra ele.

- Ah, isso você vê com ela. -Justin jogou a bola novamente, outra cesta. - Cara, melhora esse humor. -Ele pegou a bola e jogou em mim.

- Você é a pessoa mais chata do mundo, Bieber. -Peguei a bola e coloquei pra trás. - E eu ainda sou melhor que você.

 Camila está de volta, eu estou com o meu melhor amigo-irmão ao meu lado, Halsey provavelmente está longe. Talvez as coisas finalmente vão caminhar ao meu favor, talvez eu ainda tenha chance de ser feliz com a Camila.