História Stranger Love - Capítulo XXI

Pov's Zayn Malik

Depois que Maya entrou, Harry chegou, se dirigindo para o beco nos fundos do banco, assim como eu. Pela primeira vez, depois de muito tempo, eu estava com medo de um assalto dar errado. Mas isso não era por ser o BCI, mas sim por que minha garota estava envolvida nisso.

Essa história de ela entrar para a gangue ainda não me tinha caído a ficha, mas agora, parecia ter despencado do Empire State, por que eu tinha realmente caído na real. A garota inocente que nos últimos anos tinha sido meu alicerce, agora estava se corrompendo para o meu mundo, um mundo do qual eu sempre tentei afastá-la, ela estava entrando nele por minha causa, e isso me fazia ter ainda mais culpa. Se Yaser não tivesse me obrigado a ficar naquela merda de colégio, eu não teria conhecido ela, não teria visto o quão ingênua e inocente ela era no começo. E talvez fosse por isso que eu não me interessei nela com segundas intenções, mesmo com algumas ocasiões em que meu pau quase implorava para fodê-la, mas isso eram outros poréns.

Todo esse tempo sem nos falarmos só me fez perceber que eu sinto falta dela, do seu jeito, seu toque, tudo o que ela faz. Até mesmo daquele desenho idiota e cheio de músicas chatas que ela me faz assistir, sentia falta das crises de ciúmes dela, porque isso aumentava o meu ego, de certa forma, e me fazia sentir bem, isso por saber que ela gostava realmente de mim, gostava não, amava, como ela mesma disse. E porra, isso pode parecer gay, mas eu senti uma puta raiva quando soube que ela estava ficando com o Styles. Ele era meu amigo, ainda é, desde que ele entrou para a gangue, nos tornamos próximos, e isso não ia acabar por causa de uma garota, mas não era qualquer uma, era Maya Erhles, a garota mais linda e encantadora que eu já conheci, nem minha mãe era assim.

- Acha que ela consegue? – Ouvi Harry pela escuta, ele também estava preocupado e ansioso. Mas fazer o que, ele estava caidinho por ela, e qualquer um com juízo ficaria. -Relaxa, estamos só nós dois nessa linha.

- Eu não sei, mas espero que sim. – Suspirei. – Vamos esperar para ver.

- É, vamos esperar. – Ele também suspirou do outro lado. – Olha cara foi mal por aquele dia no racha, falando sério, você agiu como um babaca, mas ainda sim é meu parceiro.

- Deixa isso pra lá. Já nem me lembrava mais. – Mentira. Eu me lembrava sim do soco, e do tapa de Maya, e me lembrava ainda mais de que eu sou um merda por quase bater nela. – Eu deveria te agradecer, não vou fazer isso, você sabe, mas deveria.

- É. – Ele riu. – Devia pedir desculpas a ela quando sairmos daqui, pode não parecer, mas isso está acabando com ela. Você é importante demais para ela, não pisa na bola por causa da merda do orgulho.

Ele não precisava se preocupar, até porque eu já ia fazer isso quando tudo acabasse.

- Relaxa aí mano, eu já sei o que tenho que fazer. – Falei firme, sem que nada transparecesse em minha voz. – Acho melhor voltarmos a linha.

-Tem razão. Mas não vacila com ela Malik. Ela já tá fodida demais na vida.

Com isso ele desligou e voltamos a linha, ouvindo os barulhos que as garotas ou outras coisas faziam onde estavam. Não posso dizer que eu não me importo com Maya, mas a minha garota era capaz de me deixar vulnerável, e eu odiava me sentir assim.

Por mais que fosse inacreditável, ou não, eu gostava dela. Mas não era do jeito como eu pensei gostar.

Eu tinha me apaixonado por aquela garota, e agora a estava perdendo sem ter tido, de fato.

Pov's Maya Erhles

Eu já estava mais calma por estarmos dentro do cofre, como o planejado, o fato de nada ter dado errado até agora me fez ter esperanças de que nada vai dar errado. Mas eu não podia criar esperanças tão concretas em algo tão provável e fadado ao errado.

Estávamos enchendo os sacos e colocando nos carrinhos, enquanto o alarme de incêndio soava por todo o local. Eu estava nervosa, nosso tempo já estava acabando, de modo que quando faltava dois minutos para o cofre trancar, saímos com os quatro carrinhos enormes, lotados de sacos de lixo. Liam nos ajudou a colocar tudo na saída de lixo, ela daria direto no primeiro andar, em uma caçamba no beco onde o caminhão estaria, junto com Zayn e Harry. Faltava pouco menos de dez sacos quando deu errado.

Um segurança, esse era de verdade, entrou na sala onde o cofre estava, parecia estar conferindo se todas as pessoas saíram, mas quando nos viu, não demorou a perceber o que estava acontecendo. Ele olhou para um botão, esse que mais parecia um ponto, perto do cofre. Ele correu até lá, e antes que Liam conseguisse atirar, o cara apertou o botão. No mesmo instante, um outro alarme se misturou ao de incêndio, o alarme para roubos.

- Esse filha da puta acabou de acionar o alarme de roubos, e ele está diretamente ligado ao sistema da Delegacia. Vocês tem que se apressar. – Niall parecia calmo do outro lado, mas todos estávamos nervosos a partir de agora.

Terminamos de jogar os sacos pela passagem, e quando terminamos, saímos de lá, indo pela escada de Incêndios, quando olhei para o segurança morto no chão, senti uma culpa e uma súbita vontade de vomitar, mas me segurando ao máximo, segurei essa vontade e continuei, começando a descer as escadas, faltava pouco para que chegássemos na saída, quando mais seis seguranças apareceram. Dois deles foram para cima de Liam, ele atirou em um e acertou o outro com uma coronhada, ele não apagou, mas quando foi para cima de Liam de novo, ele disparou, atingindo o segurança no peito. Selena já tinha atingindo outro e Katy também. Katrina estava acertando vários socos em um que parecia surpreso pela velocidade e força da garota. Faltava um. E quando eu vi, tinha um brutamontes loiro em cima de mim, quando me recuperei do susto, levantei o joelho, acertando sua parte íntima, e o velho truque nunca falha. Ele saiu de cima de mim urrando de dor. Achei que os outros fosse me ajudar quando ele veio de novo, mas não, eu já tinha entendido, era mais um teste, e eu não podia falhar.

Eu podia facilmente pegar a arma que estava no cós da calça do uniforme, mas eu ainda não estava pronta para atirar em alguém. Para matar alguém, especificamente. Quando ele se recuperou, não vi opção, a não ser juntar todas as forças que eu tinha e lhe dar um chute no abdômen. Com o impacto, ele caiu os dois últimos lances de degraus que tinha até o térreo. Olhei para os garotos, eles estavam de boca aberta, e Selena lançou um belo sorriso como se me parabenizando pelo que fiz, orgulhosa de seus ensinamentos. Eles continuaram a descer com pressa e eu fui atrás. Ao chegar no térreo, Liam checou a pulsação do segurança que eu derrubei.

- Vivo. – Foi tudo o que ele disse. Ele se levantou e continuou andando, já sabia o que tinha que ser feito.

Todos continuamos a andar, exceto Katrina, essa ficou para trás e quando eu já passava pela porta que levava ao beco, ouvi o disparo. Os garotos tinham sido claros quanto a isso, se alguém visse nosso rosto, estava morto. Sem testemunhas, sem riscos.

Vi o carro de Zayn e de Harry parados um pouco mais distantes do caminhão que estava sendo carregado com o dinheiro. Tínhamos conseguido encher mais de quinze sacos em três minutos, o que me foi impressionante. Andei até os carros junto com os outros, vendo Harry e Zayn conversando do lado de fora. Aquilo me deu um alívio, saber que os dois ainda estavam bem, mesmo com tudo que aconteceu entre eles por minha causa.

- Você está bem? – Harry perguntou quando cheguei perto.

- Estou. – Respondo sem muita certeza.

- Ah, nós também estamos bem Styles, melhor impossível. – Katy falou carrancuda. Todos rimos dela, e foi bom descontrair por alguns segundos.

- Fico feliz que todos estejam bem, mas vocês tem que se apressarem. – Niall estava sério. – Um de vocês vai ter que ir direto para o galpão, para vigiar o caminhão. O outro despista as viaturas.

- Tudo bem. – Zayn estava terrivelmente calmo, todos estavam, mas isso é claro, a única sem experiência sou eu. – Maya vem comigo e Liam, Harry vai para o galpão com as garotas.

- Louis está perto, ele também vai despistar, então andem logo.

- Tá, vamos logo. – Entrei no carro após a fala de Zayn, Liam sentou no banco do passageiro e vi ele recarregar a arma com um novo pente. Me sentei atrás e dei uma ultima olhada para o carro de Harry, que já saia do beco. Quando ele saiu, nos também nos dirigimos para a entrada do beco.

- Por que paramos? – Perguntei quando Zayn parou o carro um pouco a frente da entrada do beco, o por onde o caminhão de saiu.

- Temos que esperar os policiais. Se não irão atrás do caminhão.

Não demorou muito, apenas alguns segundos e as viaturas apareceram, Zayn ligou o motor, fazendo um barulho muito alto ao dar um arranque no motor e sair, chamando a atenção das viaturas, que começaram a nos seguir. Coloquei o cinto, já que Zayn parecia voar pelas ruas, me fazendo ter um medo maior ainda. As pessoas que estavam pelas ruas, iam saindo da frente assustadas, e os carros manobravam para fora da pista, para não serem atingidos.

Zayn fez várias curvas até chegar em uma avenida que daria para a rodovia. Quando olhei para trás, as viaturas continuavam atrás de nós. Voltei a olhar para frente e dei um grito um pouco agudo quando um V8 azul passou na nossa frente em um cruzamento, quase fazendo os carros se chocarem.

- Que porra Maya, não grita. É só o Louis. – Zayn falou irritado e eu bufei. Voltando a olhar pelo vidro traseiro, vi metade das viaturas desviarem do trajeto e seguirem atrás do carro de Louis, caindo na distração. Zayn entrou na rodovia, que estava quase vazia, e quando achei que estávamos conseguindo, ouvi os disparos, e o barulhos das balas atingindo o carro em que estávamos. – Se abaixa! – Dessa vez quem gritou foi ele. – Essa merda não é blindada.

- Mas que merda! – Liam se irritou quando uma bala acertou o retrovisor do seu lado. Ele abriu a janela e colocou metade do corpo para fora, atirando nas viaturas, uma delas foi atingida no pneu, e derrapou na pista, e o policial que atirava de outra foi atingido e caiu pela janela do carro.

Liam voltou para dentro e continuou praguejando.

- Vem pro volante. – Zayn mandou e logo ele e Liam trocaram de lugar com um pouco de dificuldade, fazendo o carro ficar um pouco desgovernado.

Zayn pegou sua Glock 47, que eu tinha aprendido o nome por causa de Louis, e se sentou na janela assim como Liam e começou a atirar com metade do corpo de fora.

- Tem um retorno daí a 800 metros, faça ele e vai ser fácil despistar. -Niall deu sinal de vida.

- Porra! – Zayn voltou para dentro após xingar e eu senti um desespero enorme ao ver que o seu lado esquerdo estava saindo sangue. Ele havia sido baleado e agora meu mundo parecia ainda mais perto de desabar. Era isso que eu temia, e quando sentia que algo ruim iria acontecer, não imaginei que o homem por quem sou apaixonada fosse levar um tiro.

- O que aconteceu? – Niall quase gritou, me fazendo sentir uma dor aguda no ouvido.

- Zayn levou um tiro. – Falei soltando o cinto e me inclinando para frente, para tentar ajudar Zayn, que tinha uma feição de dor.

- Maya. – Liam chamou. – Só tem mais uma viatura e você é a única com balas. Eu vou fazer o retorno e você tem que ser rápida, está me ouvindo?

- Sim.

- Quando voltarmos, vamos passar ao lado da viatura, quero que atire nos pneus.

Concordei e abri a janela do meu lado, já segurando a arma e destravando a mesma, respirei fundo quando Liam diminui um pouco a velocidade para fazer o retorno e me lembrei do treinamento, eu era boa em atirar. Podia fazer isso. Liam fez o retorno e eu já via a viatura vindo na pista oposta a nossa.

- Agora Maya! – Liam avisou e eu coloquei metade do corpo para fora, mirando e disparando quatro vezes contra os pneus do carro. O policial que estava no banco de passageiro voltou a atirar, mas já e tarde, eu já tinha voltado para dentro do carro. – Parabéns! – Liam disse com um sorriso e eu olhei para trás, vendo que a viatura tinha derrapado e parado um pouco antes do retorno.

- Está tudo limpo, podem ir para a casa de Zayn. Louis vai ir pra lá também.

- O quê?! – Exclamei incrédula, meu melhor amigo tinha levado um Tiro e eles pareciam não estar ligando. – Nós temos que ir a um hospital, Zayn levou um tiro!

- Se acalma Bela. – Zayn falou um pouco baixo e fez uma careta de dor. – Eu estou bem, foi de raspão.

- O quê?! Não, você está sangrando Zayn! – Falei mais exaltada ainda.

- Ele já sofreu pior. – Liam me disse calmo. – Quando chegarmos lá eu vou cuidar disso, mas agora fique quieta antes que eu atire em você.

- Muito engraçado você, Payne. – Fingi uma risada – Ande logo então.

Ele me mandou dedo e voltou a prestar a atenção no trânsito. Ele de eu mais algumas voltas com o carro para ter certeza de que estava tudo certo com a polícia e então seguiu para a casa de Zayn, mansão, na verdade. Quando entramos na garagem, um dos seguranças que cercavam o local veio ajudar a levar Zayn para dentro, mesmo com ele dizendo que tudo estava bem. Nós o colocamos no sofá e Payne foi buscar o kit de primeiros socorros. Olhei para Zayn que estava deitado no sofá de olhos fechados e me aproximei, me abaixando do seu lado.

- Hey! – Falei com calma. – Me ajuda a tirar sua camisa. – Pedi já com a mão na barra da mesma.

Ele riu e depois fez uma cara de dor. Levantando os braços e levantando um pouco o tronco para que eu passasse o pano por ele.

- Não é uma boa hora para querer apreciar meu tanquinho. – Ele fez graça. Eu apenas neguei e sorri com ele. – O seu sorriso é lindo Bela.

Me senti corar e um pouco desconfortável com o elogio. Mas logo me recuperei ao ver Liam voltando com as coisas para cuidar dele. Me levantei e fui para a cozinha tomar um pouco de água. Aproveitei para ligar para minha mãe, eu iria ficar ali essa noite, estava muito eufórica com tudo que aconteceu, e depois de ver o estado em que Zayn estava, não aguentaria ficar em casa estando preocupada com ele.

- Mãe. – Falei quando ela atendeu.

- Oi meu amor. – Ela disse com a voz aguda por causa da chamada. – Aconteceu alguma coisa?

- Não, não. – Dei uma pequena risada. – Eu só queria avisar que vou dormir na casa do Zayn hoje.

- Ah, sim. Está tudo bem mesmo, Maya? – Ela perguntou já preocupada.

- Sim, ele me chamou para ver um filme. Apenas isso.

- Então tudo bem. – Ela deu uma risadinha do outro lado. – Se cuide meu amor. E não esqueça a proteção.

- Mãe! – Exclamei envergonhada.

- Eu não estou brincando. Até amanhã meu amor.

Ela desligou antes que eu pudesse dizer algo para contradizer. Guardei o celular e me escorei no balcão da ilha que tinha na cozinha. Eu pensei por um tempo, o quanto o dia havia sido estranho e corrido. Tirando o imprevisto com Zayn, tudo tinha corrido bem, e eu estava feliz por não ter estragado tudo. Saí de meus pensamentos com o barulho de algo batendo. Quando olhei para o lado vi que tinha sido Louis a bater a mão no balcão, me fazendo levar um puta susto. Ele começou a rir quando viu minha cara. Ele estava se divertindo com minha cara de assustada.

- Estava longe, não acha não? Te chamei umas quatro vezes toquinho. – Ele riu. Ele era um dos que ficavam me zoando por causa do meu tamanho.

- Palhaço. – Falei me segurando para não rir. – Veio ver como ele está?

- Na verdade, não. Vim buscar os carros e avisar que tudo está certo. O caminhão chegou no galpão, e o Liam precisa ir ver um dos caras que se machucou.

- Mas não tinha dado tudo certo? – Perguntei o cenho franzido.

- E deu. O mané se machucou fechando o caminhão. – Ele riu e eu também.

- Pronto! – Liam falou entrando na cozinha. – Eu dei um remédio para ele e o levei lá pra cima. Ele apagou, provavelmente vai demorar um pouco para acordar.

- Certo. – Louis pegou uma maçã na fruteira e a mordeu. - Acho melhor nos irmos embora. Tem muita coisa pra fazer ainda.

- É, concordo. Você vem Maya? – Liam me olhou.

- Não, eu vou dormir aqui.

- Certo então. – Ele me deu um beijo na testa e saiu.

- Tome cuidado. – Louis também me deu um beijo na testa e saiu.

- Okay. – Sorri.

Olhei para os lados e senti fome. Mas antes de preparar algo para comer, eu precisava de um banho. Subi para o quarto de Zayn e em silêncio, fui até o seu closet, pegando uma cueca e camisa dele que iria parecer mais um vestido em mim. Quando saí, dei uma olhada no moreno, que parecia um anjo dormindo.

Saí em direção ao quarto de hóspedes e fechei a porta, indo para o banheiro e tomando um banho demorado e depois penteando os cabelos, deixando-o solto para secar. Depois de colocar a roupa para lavar na máquina de Zayn, fui para a cozinha, fazer um sanduíche para mim e peguei um copo de suco. Indo para a sala em seguida.

Resolvi procurar um filme para assistir no Netflix, e achei um que me interessou bastante, era um novo filme da Disney, Moana. O coloquei e me deitei após ver que já passava das quatro da tarde. Fiquei assistindo o filme e ria bastante em algumas partes, tanto que até ficava com receio de ter acordado Zayn.

Quando o filme acabou, já eram quase sete horas, e eu já estava com fome de novo. Me levantei do sofá e fui para a cozinha de novo, amarando o cabelo em um coque frouxo no caminho. Aquando entrei na cozinha, fui direto para o armário ver o que poderia fazer. Peguei o mais fácil e rápido que tinha, massa. Peguei também o queijo e o presunto. Estava quase terminando, toda distraída, e com os pés levantados, uma mania que eu tinha quando ia cozinhar.

- Espero que não coloque fogo na minha cozinha. – Levei um susto, que me fez queimar o dedo na panela.

-Mas, que porra? – Me virei vendo Zayn com uma aparência bem melhor, parado com os braços cruzados e escorado na porta.

- Foi mal, não queria te assustar. – Ele riu e se aproximou. – Reconheço essas roupas. – Falou a humorado, mais eu ainda estava nervosa por causa do susto.

- Tudo bem. – Respondi quanto ao susto. – Hã, eu precisava de uma roupa até amanhã.

- Vai dormir aqui? – Ele tinha uma dose de esperança na voz que me fez querer sorrir, mas não o fiz.

- Sim, quer dizer, se estiver tudo bem para você. – Falei mordendo o lábio, nervosa com o olhar que ele me lançava, era estranho falar com ele depois de ter ficado tanto tempo com raiva.

- É claro que está, você sabe que sim Bela. Não precisa nem pedir. – Ele sorriu e eu retribui.

- Certo. Está quase ficando pronto, se quiser esperar. – Falei me virando para a panela.

- Bem, então vou tomar um banho antes. – Ele diz se levantando e saindo da cozinha.

Não digo nada, apenas paro de mexer quando escuto ao longe o barulho de sua porta batendo. Eu queria não me sentir assim ,queria não sentir o que sinto por ele porque sei que depois de tudo que já aconteceu, tão grande quanto minhas esperanças de ele retribuir, são as chances de eu me machucar muito.

Depois de quase dez minutos, termino de fazer o jantar, e após colocar a travessa com macarrão e molho em cima da ilha, junto com os pratos e um suco artificial que eu tinha feito, subo as escadas e vou até a porta de seu quarto.

- Zayn, está pronto! – Falo mais alto e volto lá para baixo quando escuto um “Já vou” abafado pela porta.

Ele demora mais cinco minutos, minutos esses que eu aproveito para mexer em minhas redes sociais, vendo que eu estava a muito tempo sem entrar em qualquer uma delas. Quando Zayn entra na cozinha e senta no lado contrário ao meu no balcão. Me sirvo e ele também e então começamos a comer, em um silêncio que chega a ser irritante. Não tarda muito e eu escuto os talheres dele fazendo impacto com o prato e levanto a cabeça para olhar, ficando surpresa ao ver que ele está me olhando.

- Chaga, não dá mais! – Ele passa as mãos nos cabelos, irritado, pois sei que é assim que ele fica. – Porra! Eu sei que eu errei, okay? Sei que fiz merda e não devia ter te xingado. Sei também que sou um merda por quase ter te batido, e eu sinto muito por isso. Sinto muito por ter te machucado.

- Por que agora? – Pergunto o que realmente está me matando, saber que ele podia ter feito isso antes, mas preferiu me deixar mal por mais de uma semana, por causa de seu orgulho.

- Eu não sei, mas eu não aguento mais esse clima estranho e o fato de não te ter bem comigo, não quando eu prometi que ia te proteger.

- Se está preocupado por causa disso, não precisa. Eu estou bem, e estou aprendendo a me cuidar. Não precisa ficar querendo me carregar como se eu fosse um peso.

- Não Maya! – E mais rápido que eu possa raciocinar, ele está de pé e vem até mim, parando na minha frente, ao me virar, encostando minhas costas contra o balcão. – Você nunca foi um peso, e nunca vai ser, entenda isso. Eu só não sou o que você quer Maya. Eu sou podre, e eu não posso te oferecer nada.

- Não.- Neguei com a cabeça para afirmar minha fala. – Não pode. Não pode me dar por que eu já tenho. Você já me dá muitas coisas Zaz. Mais do que imagina.

- Então me perdoa. – Ele respirou fundo. – Me perdoa pelo que e disse e pelo que eu fiz. Eu sou um merda, mas eu não consigo ficar assim com você.

- E por que não? Por que não se é você quem provoca? – Perguntei sem querer realmente saber a resposta. Zayn estava perto demais e o fato de ele estar só com uma calça moletom não me deixa em bom estado, ainda mais quando ele coloca ambas as mãos no meu rosto e faz um carinho bom nas minhas bochechas.

- Porque você é uma das pessoas mais importantes no mundo para mim.

Senti meus olhos encherem de água e me irritei comigo mesma por ser tão fraca em relação a tudo que envolve Zayn Malik.

- Não faz isso de novo. Não me magoa de novo Zayn, por favor.

- Eu não vou. Eu prometo. – Ele me deu um beijo na testa e me puxou mais para si. Passei os braços pelo seu quadril, tomando o cuidado com o ferimento e o abracei.

Ficamos abraçados por um bom tempo, até que ele me soltou e limpou com um polegar a lagrima que tinha caído.

- Você fica toda vermelha quando chora, chega a ser engraçado.

- Bobo! – Ri negando por causa do comentário idiota. Por um tempo ficamos nos olhando, e eu já não aguentava mais. Molhei os lábios e continuei, sem controle com as palavras que saíam de meus lábios. – Me beija Zayn.

Como se só estivesse esperando isso, ele me beijou, não um beijo calmo, mas um feroz, que expressava todo o desejo que ambos estávamos sentindo, a necessidade de ter um ao outro. Naquele momento, éramos apenas eu e Zayn, e nada ia mudar isso. Quanto o beijo foi parando, senti uma mordida em meu lábio inferior, o que me fez puxar os cabelos de Zayn. Ele segurou minha mão, negando com a cabeça.

- Melhor não mexer no cabelo. – Ele disse suspirando em seguida.

- Mas eu quero. – Fiz um pouco de manha. – Eu quero isso, quero puxar seu cabelo e quero você, agora! – Com toda certeza, eu estava mais que vermelha de vergonha por ele ter me olhado como se eu fosse um monstro de sete cabeças.

- Tá falando sério? – Perguntou como se não acreditasse, sinceramente, nem eu estava acreditando.

- Até demais. – Ele riu e me agarrou de novo, dessa vez, me pegando no colo e subindo para o seu quarto. Eu mal me importava para onde estávamos indo. Só me importava com tudo que estava sentindo, em especial, a vontade de deixar ele fazer o que quisesse comigo, de todas as pessoas do mundo, Zayn era a que eu mais confiava, a ponto de me entregar para ele sem me preocupar com as consequências.

Ele entrou no quarto após abrir a porta com um chute, me fazendo assustar em seu colo, nas depois acabei rindo do quão desesperado por aquilo ele parecia ia estar, e bem, eu não estava diferente, mas ainda sim, tinha o medo de que tudo desse errado, acho que devia ser o normal, não?

Não precisávamos de palavras ou qualquer tipo de contato que não fosse nossos corpos juntos. Eu estava disposta a perder minha virgindade com ele, mesmo sabendo de tudo que ele já tinha feito e tudo que poderia fazer. Eu o amo.

Zayn me colocou sobre a cama, voltando a me beijar quando se colocou sobre mim novamente. Senti ele levantar a sua camisa com que eu estava vestida e senti um arrepio passar por todo meu corpo quando seus dedos gelados tocaram minha barriga. Ele não teve tanto trabalho para me deixar nua na parte de cima, já que após tirar a camiseta, eu estava sem sutiã. Passaram alguns segundos, minutos, não sei, com ele apenas olhando meus seios, e isso me fez corar, eu estava seminua na frente do homem que mexia comigo de tal forma, que eu tinha me envolvido com coisas arriscadas só para não tê-lo longe de mim.

Ele riu ao perceber que eu já estava com vergonha e desconfortável com a situação.

- Linda. – Foi tudo que ele disse antes de me beijar outra vez, dessa vez, um beijo rápido, que não transmitia nada além de desejo.

Zayn começou a distribuir beijos pelo meu pescoço enquanto ambos estávamos lutando para tirar sua calça moletom. Quando feito, e por mais engraçado que fosse, estávamos os dois com apenas uma cueca nos impedindo de ficar totalmente nus.

Observei quando ele desceu com beijos pelo meu busto, e então, lambeu meu mamilo esquerdo, me fazendo suspirar. Ele colocou o seio na boca e enquanto alternava em chupadas lentas e rápidas, sua mão brincava com meu seio direito. Naquele momento, tudo o que saía de minha boca eram gemidos, por mais que eu tentasse controlar, eu não tinha certeza de nada, mal raciocinava que podia estar puxando o cabelo dele forte demais, mas que se foda, ele não estava reclamando. E o prazer aumentou ainda mais quando ele trocou de seio, eu nunca tinha tido esse contato com alguém, e o máximo de prazer que já tive foi com ele, e isso porque naquele dia estávamos vestidos.

Soltei uma espécie de resmungo quando ele abandonou meus seios, mas parei quando ele voltou a me beijar. Eu já podia perceber o quão duro ele estava, já que os tecidos que nos separavam eram tão poucos que nossos sexos se encontravam, me dando várias ondas de êxtase para tê-lo para mim, em mim.

Ele me deixou de novo e dessa vez, os beijos que ele desceu por meu corpo, pararam no cós da cueca que eu estava usando. Ele me lançou um olhar e um sorriso malicioso antes de começar a brincar com o elástico. Eu já estava tão sedenta, que me sentia completamente molhada, tanto que podia sentir a pulsação lá em baixo mais forte. Mas Zayn apenas continuou a brincar quando lentamente desceu a peça por minhas pernas, a jogando em um canto que não prestei a atenção. Ele voltou a ficar entre minhas pernas, me deixando exposta para ele, e se tinha mais algum tom de vermelho que eu pudesse atingir, eu o faria, era totalmente estranho estar assim com ele.

Ele se abaixou e quando eu achei que ele fosse me chupar ele apenas deu mais beijos pela mina barriga, me deixando ainda mais ansiosa pelo toque.

- Ande logo com isso Zayn! – Minha voz saiu mais desesperada do que eu queria, e o idiota apenas riu antes de deixar uma mordida abaixo do meu umbigo, enviando mais uma onda de prazer para minha parte mais íntima.

Quando eu consegui pensar em reclamar novamente, ele fez o que eu tanto ansiava, me beijando lá. Ele começou devagar, intensificando nos movimentos de acordo com meus gemidos, eu já estava me sentindo no paraíso quando senti um de seus dedos me penetrar, no começo senti uma leve ardência, mas de acordo com seu ritmo, foi diminuindo até sumir de vez. Agora sim eu já estava com os sentidos totalmente desordenados, pois seu dedo entrava e saía tão rápido quanto as lambidas que ele deixava em meu clitóris. Eu estava em uma nuvem onde as únicas palavras que me vinham a mente eram prazer, prazer e Zayn.

Quando atingi meu orgasmo, arqueei as costas e me sentia suada e tonta, eu não sabia se foi imaginação ou se realmente gritei o nome de Zayn enquanto apertava os lençóis com as mãos, em uma tentativa falha de aliviar o que estava sentindo ao chegar no meu máximo. Como se com um passe de mágica, Zayn já estava sobre mim, e levando boca a minha de um modo feroz, me causando mais sensações ainda.

Sem pensar duas vezes, desci a mão pelo seu abdômen até chegar ao cós da cueca, e aos poucos e com a ajuda de Zayn a retirei de seu corpo. Agora estávamos ambos nus, era apenas pele com pele, fogo com fogo. Zayn me soltou para pegar uma camisinha na gaveta do criado mudo ao lado da cama. Quando ele abriu, olhou para mim, que estava atenta a cada movimento que ele fazia.

- Quer pôr? – Perguntou me estendendo o pacote. Me sentei na cama de frente para ele, tendo uma boa visão do seu membro. Grande, grosso e duro. Que isso caiba em mim, pois eu estou disposta a continuar com isso. Com cuidado e com a ajuda dele, coloquei a camisinha em seu pênis, cobrindo as veias saltadas e a glande rosada. Quando terminei, senti os dedos de Zayn em meu queixo, levantando minha cabeça para que eu pudesse olhá-lo. – Você é linda! – Foi tudo o que disse antes de me beijar, se posicionando entre minhas pernas e me deitando novamente.

Ele se encaixou e me olhou por algum tempo. Ele sabia, e isso me fazia ter mais confiança no que fosse acontecer agora.

- Tem certeza disso Bela? – Ele perguntou e eu percebi que ele estava indo contra sua vontade para fazer eu me sentir bem, eu podia ver o quanto ele esperou por isso e o quanto ele estava no limite, seria injusto com ambos os corpos parar agora. Apenas afirmei com a cabeça e com uma das mãos o puxei para mais um beijo, só que dessa vez calmo e lento, diferente de todos os que demos até agora.

Levei a outra mão as costas de Zayn quando ele começou a entrar, prendi a respiração com a ardência e com a dor, era como se estivessem me dilacerando por dentro. Fechei os olhos e tentei segurar a vontade de chorar, eu não queria ser tão fraca, mas isso estava realmente doendo. Quando eu achei que não poderia piorar, foi como se eu realmente estivesse me partindo de dentro para fora, arranhei as costas de Zayn com uma força absurda, e temi tê-lo machucado, mas não abri os olhos, respirei fundo e diminui o aperto.

- Zayn... – Ele me deu um beijo na testa ao ver que minha voz estava embargada.

- Shih... – Ele fez um carinho no meu rosto, enquanto se firmava na cama com o apoio do outro braço. – Olhe para mim Bela. – Ele pediu e aos poucos eu fui abrindo os olhos, vendo que ele estava com os olhos mais escuros que o normal, e o suor formava pequenas gotículas por sua testa e pescoço, também era difícil para ele. E não me surpreendia, era Zayn, ele era um galinha, não devia ser fácil lidar com uma garota virgem como eu. Ou que era virgem.

- Quer que eu pare? – Ele perguntou em um fio de voz. Respirei fundo e neguei. O beijando e fazendo com que ele continuasse.

Ele foi aumentando os movimentos aos poucos, e quando já estava uma dor mais suportável, ele desceu a mão esquerda e a colocando no espaço entre nossos corpos, começou a estimular meu clitóris. Quando o prazer começou a se fazer presente, eu abracei a cintura dele com as pernas, dando espaço para que ele fosse mais fundo. Chegou a um ponto que eu não tinha mais o controle sobre meu corpo, novamente, o orgasmo estava próximo e esse seria o segundo da noite, enquanto Zayn continuava com os movimentos em sincronia. Rápido, forte e fundo. Entrando e saindo. O que faltava para que eu atingisse meu ápice foi quando Zayn inclinou a cabeça, voltando a chupar meus seios, ainda me estimulando. Então eu explodi, em uma confusão de cores e tremores que me deixaram com as pernas bambas e um sentimento estar inteira.

Foi preciso que Zayn fosse ainda mais bruto, entrando e saindo em uma velocidade tão rápida e tão forte que eu tive meu prazer estendido por um tempo enquanto ele atingiu o seu, urrando ao gozar e caindo sobre mim.

- Gostosa. Gostosa pra porra! – Eu não me envergonho de dizer que gostei disso, gostei do momento em que ele disse isso, e a forma com a qual ele me olhou.

Quando eu achei que não poderia ter fim, ele saiu de dentro de mim, me olhando e tirando os fios de cabelo que estavam em meu rosto, me beijando de novo, como que para confirmar que tudo isso tinha de fato acontecido. Ele se levantou, me deixando com frio, já que o seu corpo estava me aquecendo e após se desfazer da camisinha, voltou para a cama, me puxando para si e nos cobrindo com o cobertor. Não importava se estávamos suados, cansados e se tínhamos acabado de gozar, não, o que importava era que estávamos juntos e eu sentia-me completa pela primeira vez na vida. Jamais imaginei que em minha primeira vez eu sentiria um prazer tão grande, mas depois de tudo que aconteceu, não só hoje, mas nos últimos dias, na verdade, semanas, nada mais me impressionava.

Algo me dizia que duraria pouco, que minha felicidade teria fim logo, uma transa não seria o suficiente para mudar os sentimentos que Zayn tinha por mim, sejam eles quais forem. Mas me recusei a pensar nisso quando ele me apertou mais contra si, me acolhendo por completo em seus braços.

- Boa noite Bela.

- Boa noite Zaz.

Então eu dormi, pela primeira vez, me sentindo acolhida nos braços do homem que eu amo, após me sentir como nunca antes, mesmo que fosse minha primeira vez. E tinha sido minha primeira vez com ele.