História Stranger Things - Mistérios de outro mundo - Isso está vivo!!!

Não foi uma campanha muito longa, apenas duas horas e Will Byers enjoou de jogar Dungeons & Dragons.

- A qual é Will, a gente não tá nem na metade da campanha. - Disse Dustin enquanto o amigo se levantava.
- Eu não quero mais jogar, quero fazer outra coisa.
-Tipo o que? - Perguntou Lucas impaciente. 
- Andar de bicicleta, vamos dar uma volta. - Will se sentou no chão, não parecia bem. 
- Tá - Disse Mike.
- O que? - Resmungou Lucas.
- A gente pode dar uma pausa pessoal, mais tarde voltamos. - Disse Mike.
- Por mim, tudo bem. - Disse Dustin.
- Tá bom. - Resmungou Lucas.

Eles se levantaram e saíram, claro que Lucas ainda resmungava, pois não queria sair de bicicleta.

- Mike, onde você vai?  - Perguntou a senhora Wheller. 
- Eu vou dar uma volta de bicicleta com meus amigos mãe. 
- Não se esqueça de voltar com seus colegas para almoçar, tá bem?
- Claro. - Disse Mike saindo.

Pegando suas bicicletas, os garotos saíram animados pela rua.

- Quando será que poderemos voltar para a escola? - Perguntou Dustin. 
- Eu não sei, mas por mim, não voltava lá. - Disse Will. - É sério que houve um enterro para mim?
- Serissímo. - Disse Lucas.
-Noooooosa cara, a Jennifer Hayes chorou no seu enterro, você deveria ter visto. - Disse o Dustin causando risos em Will.
- Você devia ter visto. - Disse Dustin sarcástico.
- Mas não deu, eu estava morto não é? - Indagou Will.
- É, tecnicamente sim. - Completou Dustin.

Enquanto os inseparáveis amigos seguiam pela tranquila rua abaixo, Will Byers teve novamente uma visão horrenda do mundo invertido. Sua respiração se tornou ofegante de uma hora para outra, a ladeira em que descia não era mais da hawkins que conhecia, mas sim um lugar frio e escuro, onde coisas como pó caiam do céu, a vegetação era horrenda e as casas tomadas por plantas escuras e nada amigáveis, Will se viu sozinho, sentiu um pavor extremo enquanto seus braços estavam travados no guidão da bicicleta.

Will viu que uma criatura saia de uma casa logo a frente. Para o seu pavor a criatura o percebeu e se lançou contra ele.

Isso foi o suficiente para que Will Byers acordasse em Hawkins novamente. Ele havia caído em gramado por que perdeu o controle da bicicleta, nenhum ferimento sofreu, porém ainda se sentia assustado.

- Will, Will. - Dustin largou a bicicleta no meio fio para socorrer o amigo. - Você tá bem cara? 
- Tô, tô legal. - Dizia o menino enquanto balançava a cabeça nervosamente. 
- O que houve? O que você viu? - Perguntou Mike.

Seus olhos estavam como de vidro, nem uma piscadela, Will estava visualmente assustado porém se levantou e bateu a mão nas calças para limpar-se.

- Viu? Foi uma péssima ideia ter vindo andar de bicicleta. - Disse Lucas aproveitando o momento.
- Deixa ele falar. - Disse Mike repreendendo Lucas.
- Vamos, Eu só perdi o controle da bicicleta, eu tô bem e daqui a pouco a gente tem que voltar para sua casa Mike. 
- Tá. - O amigo concordou.
- É. - Disse Dustin feliz. - O Will é muito macho, nem sentiu dor. - Dustin pegou novamente sua bicicleta.
- Não exagera. - Completou Will.

E eles continuaram a descer ladeira. Will olhou para trás como sinal de que não estava bem, ele queria ter a certeza de que o demogorgon não estava a espreita.

+++

Jim Hopper não era nem um pouco furtivo, ele foi novamente até a central de energia de Hawkins, chegando lá se deparou com homens trabalhando normalmente do lado de fora do prédio. 
Jim até se deparou com um porteiro novo na entrada do local.

- Seu nome? - Perguntou o novo porteiro que era um asiático de sobrancelhas mui finas e de olhar simpático.
- Delegado Jim Hopper.
- Tem visita marcada? - Perguntou o asiático que para Jim parecia sempre estar sorrindo.
- Não, mas creio que o chefe de vocês me conheça.
- Creio que não, a diretoria do local foi mudada a cinco meses, e...
- Olha será que dá para telefonar ou algo do gênero, diga ao seu chefe que eu sei o que ocorreu aqui e em outras localidades à cinco meses atrás.

O porteiro não teve como responder, Jim o encarou quase que de forma ameaçadora, não dando outra escolha ao pobre porteiro que pegou o telefone e fez uma breve ligação.

Enquanto o dito cujo falava ao telefone, Hopper acendeu um cigarro, deu uma tragada e voltou a janela para receber uma resposta do porteiro.

- Parece que o senhor é um homem de sorte, o chefe vai recebe-lo. - Disse o asiático.
- Tudo bem é... Como é mesmo o seu nome?
- É Yang, senhor.
- Tudo bem Yang, bom trabalho. - Jim deu a partida e saiu com o jipe.
- Tenha um bom dia. - Acenou Yang que parecia sempre estar sorrindo.

Entre pequenas ruas e outras, Jim foi recebido por um estranho homem, também de terno porém mais jovem, cabelos pretos, queixo protuberante, sobrancelhas grossas, era um homem belo.

Hopper desceu de seu jipe desconfiado, por educação jogou o cigarro fora.

- Delegado Jim Hopper? Clark Mckin. - Estendeu-lhe a mão.
- Novo?
- Convenhamos que fui chamado para substituir o doutor Brenner depois daquele terrível incidente a cinco meses.

Jim sorriu expressando sarcasmo.

- Incidente? O que vocês mandaram a imprensa dizer? Que os russos atacaram hawkins?

Clark sorriu em resposta e disse:

- É melhor nós andarmos é bom conversar enquanto se caminha.

E adentraram ao complexo, haviam muitos homens com a farda da companhia de energia de Hawkins, eles carregavam equipamentos estranhos, alguns até pintavam as paredes e mudavam os móveis.

- Uma bela reforma para este velho lugar, não acha? - Perguntou Clark.
- Ainda não me disse o que mandaram a imprensa dizer para os cidadãos de Hawkins. - Jim era direto. 
- Bem, os acontecimentos na escola foram a busca da polícia por um fugitivo, o capotamento do carro da companhia de energia elétrica foi só um infame acidente causado pela falta de responsabilidade do condutor.
- E enquanto aos mortos?

Eles pararam diante de um elevador, Clark retirou um cartão do bolso direito do palitó.

- Que mortos? - Respondeu com sarcasmo. - O único morto foi o fugitivo conhecido como Sandres.
- Como podem ser tão frios?
- Eu pergunto o mesmo para você. - Clark olhou de soslaio para Jim que o encarou estranhado.
- Como assim?

Antes que Clark pudesse responder às portas do elevador se abriram.

- Nosso elevador. - Disse Clark. - Autoridades primeiro. - Ele estendeu a mão em sinal de que Jim deveria ir.

Jim entrou no elevador e logo após Clark, quando as portas se fecharam, Jim indagou:

- O que quis dizer com aquilo?
- Aquilo o que? - Clark se fez de desentendido.
- Quando diz, eu pergunto o mesmo para você, o que quer dizer com isso?

Clark suspirou e quando ia responder o elevador parou e as portas se abriram.

- Chegamos.
- Tão rápido?
- Eu sei que não é esse o andar que você quer ir, mas é aqui que as coisas começam a ficar interessantes. - Disse Clark saindo do Elevador primeiro.

Haviam muitos homens trabalhando neste andar, homens com roupas especiais, outros com jalecos comuns.

- Por onde eu deveria começar!?

Jim e Clark adentraram à uma sala bem arrumada e cheia de arquivos, era o escritório de Clark.

- O andar abaixo, que está bem abaixo não funciona mais.
- Por quê?
- Ora senhor Jim Hopper, ouvi dizer que o senhor já esteve lá embaixo e viu a selva que aquilo se tornou. - Clark olhou para Jim como se lhe estivesse lançando uma ideia.
- O que quer dizer?
- Está maior, é uma réplica do outro universo e advinha? Está se expandindo, se tornando maior, rachando as paredes para todos os lados, intoxicando a atmosfera.
- Quer dizer que...
- Sim. - Clark tinha uma assustadora expressão de iluminação com olhos vidrados em Jim. - O mundo invertido está vivo e está devorando o nosso mundo.

+++

Depois de tirar algumas fotos logo pela manhã, Johnatan Byers estava em sua sala de revelação sozinho sobre a tênue luz vermelha que cobria o ambiente.

Haviam fotos de todos os tipos, panorâmicas, fotos do céu, das ruas de Hawkins, enfim muitas e muitas fotos que Johnatan tirou com sua câmera que ganhou de Nancy.

Porém uma foto lhe chamou a atenção, ele até se aproximou dela e semicerrou os olhos para enxergar melhor. A foto mostrava as árvores secas da floresta, uma parte da grade da central de energia e por dentro da grade ou por fora, johnatan não sabia ao certo, havia a silhueta de uma moça, ela era alta, um tanto robusta e seu cabelo era curto, johnatan sentiu as palavras formigando em sua mente e descendo para sua língua por isso disse para si mesmo:

- Barb?