1. Spirit Fanfics >
  2. Stranger Things - Mistérios de outro mundo >
  3. Tudo nos conformes

História Stranger Things - Mistérios de outro mundo - Tudo nos conformes


Escrita por: JWByers

Capítulo 5 - Tudo nos conformes


Enquanto caminhava, Hopper se sentia estranhamente impressionado com o que Onze havia sofrido. Seus olhos estavam fundos e sua pele pálida, lábios roxos e feição esquelética como de alguém que não se alimenta a meses.

- Está respirando? 
- A respiração dela está fraca, muito fraca. 
- Continue andando.

Hopper apressou um tanto mais o seu passo, ele sentiu como estivesse sendo observado e prestes a receber um ataque.

- Você tem que me prometer uma coisa.
- O que? 
- Vai cuidar dela, como se fosse a última coisa que você fosse fazer na vida. 
- Vou cuidar dela como se fosse a minha filha.

Mesmo com uma roupa de proteção tão espessa, Jim sentiu um leve toque ao lado de seu rosto. 
Onze estava de olhos semicerrados quase desfalecidos, ele sustentou o braço por alguns segundos e logo depois desmaiou novamente. Nada que preocupasse Jim, afinal ele já havia visto aquela situação outrora.

Em sua memória, ele foi ao fundo do passado antes do sombrio projeto MKUltra. Se lembrou do dia em que levava sua filha para dormir, no exato momento em que ela estendeu a mão e tocou seu rosto fazendo a mesma expressão que Onze outrora fez.

Hopper ouviu um som vindo de dentro de uma casa a sua frente, parecia o som de copos caindo e quebrando, ele ignorou em seu consciente e continuou andando enquanto carregava Onze.

+++

Nancy estava de bobeira lendo revistas que não tinham nada de útil para ensinar. Sua mãe chegou apresentando uma feição de surpresa como se algo de muito terrível houvesse ocorrido. 

- Nancy.

Ela não ouviu por conta do som alto.

- Nancy. - Sua mãe agora Gritou. 
- O que foi mãe? - Nancy se levantou e desligou o som.
- A Barb retornou para casa.

Nancy não soube o que dizer, ela largou a revista e saiu com sua mãe as pressas.

O que dizer de uma notícia tão arrebatadora? A senhorita Wheller dirigiu o mais rápido que pôde para casa de Barbara. Até a polícia estava presente no local, juntamente aos pais da então desaparecida.

Cinco meses sem dar notícias, as mesmas roupas e até mesmo o óculos estavam em bom estado. 
Nancy não conseguiu acreditar quando viu sua amiga alta e esbelta parada dando um depoimento aos polícias. Sua mãe estava com cara de quem havia chorado muito ao ver a filha.

- Quer dizer que esteve na casa de um amigo nestes últimos cinco meses? - Perguntou-lhe o policial.
- Sim, sim, eu estive por lá dando um tempo. - Respondeu Barb com incrível naturalidade. 
- E como acredita que nós iremos acreditar em sua versão? 
- Foi o que aconteceu, é só isso, peço desculpas pelos transtornos causados. - Disse Barb com maior naturalidade ainda.
- Barb. - Gritou Nancy enquanto vinha correndo pelo gramado vizinho.

Barb não expressou nenhuma reação ao ver a amiga, parecia mais um tipo de andróide de ficção científica do que a Barb que Nancy um dia conheceu. Ela ao menos expressou reação ao abraço de Nancy.

- Onde você estava? - Vociferou Nancy.
- Eu já disse a todos que estava na casa de um amigo antigo. 
- Você... Você nos deixou sem noticias... - Nancy começou a chorar. - Achei até que havia morrido... Droga Barb.
- Desculpe. - Barb finalmente a abraçou novamente, um tanto mais apertado que o normal. - Tá tudo bem agora. 
- Nunca mais faça isso.
- Bem, não há mais nada para fazer por aqui. - Disse o policial se retirando.

+++

Depois de andarem de bicicleta, os meninos acharam que era hora de voltar para casa, no porão Dustin atacava o terceiro pote de pudim de chocolate, enquanto Mike, Lucas e Will conversavam.

- Para quem você estava gritando? - Perguntou Lucas. 
- Gritando? Eu... Não estava gritando. - Desconversou Mike.
- Mike, a gente ouviu. - Disse Will.
- Tá, eu estava chamando pela Onze.

Will e Lucas se entreolharam, Dustin continuava a devorar o pudim de chocolate.

- Mike, a Onze sumiu. - Disse Lucas.
- Eu nunca vi essa tal de onze, então não sei quem é. 
- Como pode ter tanta certeza?
- Você viu, ela disse adeus. 
- Isso não significa nada. - Mike falou baixo.
- Claro que significa! Significa que ela morreu. - Afirmou Lucas sem nenhum remorso.
- Não morreu não!!! - Mike se levantou furioso.
- Gente calma. - Disse Will.
- Calma nada, ele acha que a Onze tá viva. - Lucas se levantou também.
- Qual é pessoa não vamos brigar por causa disso. - Disse Dustin jogando mais uma lata de pudim fora.
- A Onze tá viva sim, eu vi. - Mike conseguiu calar todo mundo.

Até Dustin desistiu de abrir outra lata de pudim ao ouvir o que Mike disse.

- Viu? - Questionou Lucas confuso.
- É, eu segui as luzes do corredor no colégio e fui parar no ginásio, era como se eu pudesse sentir ela.

Lucas não teve argumentos.

- Acho que a Onze precisa de nossa ajuda, acho que ela está em perigo. - Disse Mike visualmente preocupado.
- Aí Mike, o almoço não já tá pronto, da pra sentir o cheiro daqui. -Disse Dustin.
-Caramba Dustin você comeu três latas de pudim, como consegue comer mais? - Questionou Will.
- A qual é...

E eles iniciaram uma outra discussão que levou o assunto de onze para longe dos holofotes, menos na mente de Mike que não parava de pensar no fato de onze estar viva.

+++

A porta se abriu como uma luz na fronteira com a escuridão, Jim Hopper foi iluminado pela forte luz do corredor assim que chegou novamente as dependências. Ele viu a expressão de satisfação no rosto cínico de Clark que o aplaudia.

- Vamos, aplaudam nosso herói. - Disse Clark aos outros cientistas que sem jeito começaram a aplaudir. - Ao nosso herói. - Clark apontou para Jim.

Onze foi tomada de Jim com cuidado por alguns homens e levada para uma sala ali perto, posta em uma cama confortável e examinada. Jim viu o que os médicos faziam, eles trouxeram soros, furaram a sua pele, Onze não reagiu a quase nada pois estava fraca.

- Você acaba de salvar o mundo. - Disse Clark pondo a mão sobre o ombro de Jim. - Vá tirar essa sua... Armadura, quero conversar com você em minha sala.

Jim obedeceu, retirou a roupa de proteção e foi a sala de Clark no mesmo corredor.

- Muito bem, eu vou cumprir a minha promessa, vou lhe dar dinheiro para lhe sustentar pelo resto da vida, agora me diz, quanto você quer? 
- Eu não quero seu dinheiro. - Disse Hopper direto.
- Pense melhor, é a chance que você nunca teve na vida.
- A única coisa que eu quero é ficar perto dela.
- Ora, ora. - Debochou Clark. - Despertou o lado paterno novamente? Engraçado você se tornar assim agora.
- Do que está falando? 
- Sabe muito bem do que eu estou falando. - Clark sussurrou no ouvindo de Jim e se afastou. - Eu era um simples pesquisador dessas anomalias alheias, eu estava tão impressionado com as habilidades demonstradas pelas cobaias que nem percebi...
- Percebeu o que? - Hopper parecia ameaçador.
- Não se lembra? Sua pequena Sarah segura nas mãos de Brenner enquanto caminhava para sua própria condenação.

Hopper apertou a cadeira discretamente enquanto continha a fúria.

- Não se sinta mal, você fez o que era possível para salvar ela das terríveis visões, não é? 
- Pare de falar. - Vociferou em voz baixa Jim Hopper enquanto Clark caminhava de um lado para o outro lentamente e mantinha sua expressão fria.
- Não, não, não, senhor hopper, espere, tem mais alguma coisa, a pobrezinha Sarah vou exposta ao mais violento e nocivo mundo e tudo graças a imaturidade de um pai desesperado por respostas.

Jim se levantou e pressionou Clark contra a parede, Jim estava furioso e segurava as golas da camisa do homem como se fosse o matar.

- Opa, Opa, Opa. - Riu Clark pressionado. - Acalme-se. - Ele sentiu a fúria de Jim Hopper. - Jim Hopper, o homem mais frio que conheço em todo o planeta, como você conseguiu? Entregou sua filha nas mãos de cínicos psicopatas como nós, não se arrepende disso? Não se arrepende de decretar a morte da própria filha?

Clark lançou um sorriso cínico sobre o olhar furioso de Jim, ele sentiu afrouxar as mãos.

- Eu vou realizar o seu pedido, vou deixar você vir aqui todos os dias até que sua preciosa onze esteja melhor, afinal você quer se sentir pai novamente.

Jim o largou e saiu sem dizer nada.

- Houve algum problema senhor? - Perguntou um rapaz pesquisador.
- Não, está tudo dentro de seus conformes.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...