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História Stranger Things - Mistérios de outro mundo (Season two) - A história de uma flor.


Escrita por: JWByers

Capítulo 16 - A história de uma flor.


Fanfic / Fanfiction Stranger Things - Mistérios de outro mundo (Season two) - A história de uma flor.

Todos foram levados para o hospital da cidade e lá foram presos em quartos diferentes.

Mike não parava de gritar por Onze, ele esmurrava a porta, mas não havia resposta alguma vinda do corredor. Mike estava sozinho em um quarto cujo a janela era alta demais para ele pular.

Lucas, Will e Dustin foram parar no mesmo local, Lucas não parava de andar de um lado para o outro, Will estava sentado na cama e Dustin encostado na parede.

- Droga, daqui a pouco vou ficar com fome e não tem nada para comer aqui.- Disse Dustin.

- Será que você só pensa em comer, a gente tem que dar um fora daqui, vão nos matar. - Disse Lucas um tanto irritado.

- Não a como fugir seu idiota, se a gente conseguir quebrar o vidro, os soldados vão atirar. - Retrucou Dustin.

- Gente, gente, agora não é hora para discutir. - Apaziguou Will. - Nós temos que esperar até que alguém venha nos ajudar.

E os garotos voltaram para suas posições iniciais, Lucas andando de lado para o outro, Dustin encostado na parede cabisbaixo, e Will sentado quieto na cama.

Jonathan, Nancy e Scott Clarke também estavam juntos. Scott não parava de olhar pelo vidro da porta, era como se ele esperasse por alguém.

- Vão nos matar, não é? - Perguntou Scott.

- Acredito que não. - Disse Jonathan apoiado no vidro maior ao lado. - Eles não são americanos, são russos, provável que queiram começar um ataque ao país e nós seremos o escudo deles. 

- Em todos esses anos de ciência e lecionamento, essa é a primeira vez que isso me ocorre. - Clarke olhou Jonathan um tanto despreocupado como se soubesse que ia morrer. 

Jonathan olhou para Nancy que estava de cabeça baixa como se quisesse chorar, depois olhou novamente pela vidraça.

Em algum local, nos andares superiores, puseram o corpo de Onze deitado sobre uma maca cinza, a luz da sala estava focalizada nela. E somente, Clark, Dimitri e Um estavam presentes na sala.

- Essa é a cobaia 011? - Perguntou Dimitri observando Jane de cima a baixo.

- Sim. - Respondeu Clark.

- parece tão inofensiva.

- Devia ver o que ela faz, mas no momento eu desconfio que o senhor queira saber de alguns segredos. - Disse Clark andando ao redor da mesa.

- Claro que sim, camarada. - Sorriu Dimitri. - Quer fazer as honras querida? - Dimitri reverenciou Um.

A jovem moça loura se aproximou de Onze e se posicionou superiormente à ela, Um pôs as mão sobre a cabeça de Onze e fechou os olhos. De olhos fechados, Um foi sentindo tudo desaparecer a sua volta até mesmo o corpo de Onze desapareceu e quando ela abriu os olhos novamente, se encontrava em uma sala estranhamente escura, mas que possuía uma luz do qual ela não sabia de onde vinha que a iluminava.

Um não sabia onde se encontrava na mente de Onze, mas por fim começou a andar na escuridão. Curiosas imagens foram surgindo aos poucos como uma leve fumaça no ar.

Primeiro Um viu quando Jane foi posta num tanque de privação sensorial, viu quando ela teve o primeiro contato com o Demogorgon e isso fez com que uma ruptura se abrisse no espaço, Um viu quando Jane fugiu, a forma como ela usou os poderes para escapar, viu quando ela entrou em uma lanchonete para roubar comida, viu Benny, o melhor amigo de Jim Hopper que ajudou Onze a se alimentar, ser morto pela agente da CIA disfarçada de Agente social. 

Um viu como Jane foi encontrada pelos garotos na noite chuvosa no meio da floresta, ainda viu Mike lhe dando boa noite, viu vários outros momentos da vida de Jane, desde o primeiro beijo de Mike e On, até o beijo no Baile Snowball.

Diante de tantas memórias, Um parou e se sentou no meio do nada, ela realmente não sabia o que fazer, mas como fumaça atrás dela as memórias desapareceram e um lindo céu azul se ergueu sobre ela, além da grama verdíssima que cresceu abaixo dela, as árvores nasceram repentinamente ao longe e colinas se formaram e uma leve brisa bateu em suas costas.

Onze estava ao seu lado, ela estava relaxada, deitada e de olhos fechados aproveitando o sol.

- Porque não deita? - Disse Jane.

- Como é? - Perguntou Um.

- Porque não se deita? - Perguntou onze de olhos fechados e braços apoiados na cabeça como uma espécie de travesseiro.

- Estou bem. - Disse Um sorrindo.

Um parecia bem por ali, Jane se ergueu um pouco mais e olhou para Um, ela observou cada traço do rosto daquela menina que tinha exatamente a mesma idade que ela. 

- Seus olhos são lindos, de quem os herdou? 

- Não sei. - Disse Um olhando para horizonte. - Acho que da minha mãe, afinal já faz muito tempo que eu não vejo ela.

- Quanto tempo?

- Eu também não sei, mas ainda me lembro de quem eram. - Disse Um apalpando o gramado. - Isso tudo é real?

- Para mim é. - Respondeu Jane com um sorriso amigável.

- Eu acho que ficaria aqui a minha vida inteira. - Um se deitou.

- É. - Jane se deitou novamente no gramado. - Eu também.

Elas ficaram por alguns segundos olhando o céu vividamente azul e sem nenhuma nuvem sequer, então curiosa, Jane ousou dizer:

 

- Você não me disse quem é você. 

- Bem. - Um fechou os olhos. - Eu sou que nem você, mas pelo contrário era para eu estar morta à muito tempo atrás. 

- Como assim? - Perguntou Jane.

- Bem, como você eu fui usada pelas mesmas pessoas...

"Eu era pequena e vivia com meu bichinho de pelúcia que era um tigre, eu vivia a fazer coisas estranhas acontecerem, os objetos se moviam, eu via coisas como monstros em meu quarto, tinha crises de asma e pânico e os meus pais não aguentavam me ver assim, era como se eu fosse uma anomalia. Certo dia o meu pai me levou a um médico especial, ele era estranho, parecia sempre estar sorrindo e o cabelo arrumado e as roupas sempre bem limpas, ele prometeu para o meu pai que eu seria curada, mas tudo era mentira. Eles me colocavam para fazer coisas estranhas como amassar objetos e torturar animais, aquilo era horrível para mim e nunca fez as minhas crises pararem. Certa vez eles me levaram até um lugar estranho, era como se fosse um portal, me pediram para entrar lá e dizer o que tinha lá que em troca deixariam eu ver o meu pai. Eu era pequena e só queria ver o meu pai novamente, mas era tudo mentira. Aquele lugar era horrível e eu mal conseguia respirar normalmente por lá, eu só queria sair de lá e quando eu sai, estava pior do que antes. As crises de asma e pânico pioraram e com pouco tempo eu descobri que tinha câncer, eles imediatamente chamaram meu pai e a minha mãe e eu sei como a notícia chocou eles por que eu vi a reação deles. O meu pai costumava me contar histórias para dormir e foi bem estranho quando o meu cabelo caiu e era torturante ver meus pais chorando por mim."

- E como você foi parar nas mãos daquele cara estranho?

"No dia em que eu supostamente morri, eu na verdade entrei em um estado de quase morte, foi decretada minha morte por parada cardíaca, mas na verdade eu ainda estava viva. Foi uma enfermeira que trabalha para o tal Brenner que notificou ele que eu não havia morrido, mas ele já tinha outra cobaia, já tinha outra pessoa especial para testar, e o que eles precisavam era me descartar mesmo sendo uma criança, por isso, secretamente eu fui retirada do hospital e dopada fui levada embora para um local onde ninguém desconfiaria."

- Rússia? - Perguntou Jane.

"Sim, eu fui mandada para lá e fui recebida por uma família que sabia falar a minha língua. Foi lá que os pesadelos começaram, eu me lembrava de tudo, do meu pai, da minha mãe, mas não ousava dizer nada, eu só tinha nove anos quando ele começou a abusar de mim, todas as noites até os meus 11 anos de idade, eu fui abusada por alguém que nem sequer conhecia, isso desenvolveu uma espécie de dor inconsolável em mim, é por isso que eu não sinto mais nada, nem dor, nem amor, nada, eu só fui um experimento com breves momentos de felicidade, nada demais, só um peça usada e descartada. Certo dia, eu ataquei o meu padrasto e quase o matei, eles então decidiram me entregar para um orfanato sem que os superiores soubessem, eu permaneci nesse orfanato por mais de nove meses e foi lá que eu aprendi a falar russo e conheci uma jovem que tinha esquizofrenia, mas que era tão sã quanto eu, fomos grandes amigas, quase inseparáveis e uma entendia a dor da outra, ela se suicidou na minha frente, depois de nove meses o governo foi até lá me buscar e me levaram para Dimitri Slakov, onde continuei a ser testada até hoje."

- Sua história, é muito triste. - Disse Onze entrelaçando seus dedos nos dela e limpando as lágrimas que escorriam.

- É por isso que estou aqui, eu não vim dominar a sua mente e te usar como uma arma, eu vim até para te pedir, o que eu te pedi naquela noite em que você teve um pesadelo, vim te pedir ajuda.

- E como eu posso ajudar? 

- Acabe com tudo isso, termine com todo esse ciclo que causa dor as vitimas e não tem como ser curada, eu não quero que pessoas sejam usadas como animais como eu e você fomos.

Jane não se aguentou e abraçou Um com força, era como se a dor das duas se completasse.

- Meu nome é Sarah Hopper. - Disse ela em voz baixa. 

O vento trouxe uma pequenina flor, que pousou entre elas, foi uma pequena rosa que simbolizava a união de ambas. Jane estava preparada para ajudar Sarah no que precisasse, mesmo que isso significasse a morte.



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