História Stranger Things - Mistérios de outro mundo (Season two) - Vingança

O som estava abafado em seus ouvidos, ela estava mergulhada em um tanque de privação sensorial e haviam plugs em seu corpo, a maioria em sua cabeça, o som das vozes em russo ecoavam como abafados em sua mente e de olhos fechados ela estava como num sono. Enquanto diversos cientistas analisavam sua atividade cerebral.

- Ela está tranquila hoje não é mesmo camarada? - Perguntou um velho narigudo e baixinho, ele era o chefe do centro de pesquisas.
- Ela é incrível, parece que está em transe, se auto hipnotizou.- Respondeu um jovem de óculos que falava baixo.
- Os americanos acham que só eles tem armas, mas meu camarada Petrick, nós também temos armas melhores que as deles. - Disse este velho olhando diretamente para a jovem loura com roupa de banho cinza, um respirador na boca e vários plugs pelo corpo.
- Com certeza. - Respondeu o jovem.

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Ele se levantou de seu leito, um morto-vivo, talvez mais vivo do que nunca por estar movido pela vingança, cambaleante ele andou até um armário no canto inferior da sala, a haviam roupas dobradas e empilhadas, talvez fossem de todos aqueles mortos cobertos. Clark olhou o seu entorno e viu todas aquelas macas com pessoas mortas e cobertas, ele sentiu um estranho calafrio mas ignorou e pegou uma roupa qualquer.

Uma camisa cinza e uma calça social marrom, além dos sapatos pretos. Com certa dificuldade vestiu a roupa, tendo que esticar o braço enfaixado o que lhe causou muita dor. Por sorte Clark encontrou uma bengala, o que poderia disfarçar seu andar cambaleante. E seguindo para a porta, ele a abriu e uma luz intensa lhe sobreveio causando cegueira momentânea. Era o corredor vazio da frente, Clark pôs sua cabeça para fora e passou a olhar de um lado para o outro com seu olho destampado.
Vendo que não havia ninguém, ele saiu e começou a andar cambaleante pelo corredor. De repente uma enfermeira apareceu, ela passou por ele como se fosse um simples paciente e Clark percebeu que não seria reconhecido tão facilmente, já que foi declarado um homem morto.

Ele virou mais alguns corredores e chegou até o corredor principal da entrada que estava movimentado por pacientes e médicos.

A saída estava ali na sua frente, ele não apressou o passo para não chamar a atenção, já que seu estado chamava a atenção por si só.

- Senhor!? - Chamou a recepcionista.

Clark parou e olhou para ela se virando devagar em seu eixo.

- O senhor está bem? - Perguntou a moça preocupada.
- Estou ótimo, tomei um tombo um tanto severo mas as enfermeiras já fizeram o que tinham de fazer e eu fui liberado. - Disse Clark forçando uma expressão amigável.
- Claro, tenha um bom dia. - Disse a moça ruiva sorrindo.

Clark então continuou e saiu, porém tendo outra ideia voltou até a recepção para falar com a moça ruiva.

- Pois não. - Disse a moça.
- Eu sei que parece estranho, mas em que cidade nós estamos?
- Chicago. - A moça respondeu franzindo a sobrancelha.
- A, Chicago, claro, eu vim de longe para cá então... Muito obrigado.
- Por nada. - Respondeu a moça estranhando.

Clark foi embora, e a primeira coisa a fazer foi ir até um telefone público ali perto do hospital mesmo e discar o primeiro número que veio a sua mente.

- Alô. - Disse uma voz masculina.
- Alô Potter, aqui quem fala é o Clark, preciso da sua ajuda... Agora.

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Alguém bateu na porta e Karen Wheeler foi atender, quando abriu teve uma surpresa agradável, eram Terry e sua irmã, além de Jane que segurava uma travessa com lasanha.

- Que bom ver você. - Disse Karen cumprimentando as meninas. - Muito obrigado Jane. - Disse ela pegando a travessa, o Mike está lá embaixo.

Jane desceu as escadas rápido e encontrou Mike lendo uma HQ qualquer, ele ficou feliz em vê-la, se levantou rápido e a abraçou forte.

- Como vai?  - Perguntou Jane.
- A escola está um saco, você precisa ir logo para lá. - Disse Mike enquanto eles se sentavam.
- Sério?
- Claro, ficar uma semana sem te ver é muito ruim.

E eles se encararam, mas não se beijaram, antes Mike Perguntou:

- Você tem usado seus poderes?
- Não. - Jane fitou o chão. - Eu tenho evitado, mas tenho muitos pesadelos.
- Você pode vir dormir aqui quando quiser, assim quando tiver um pesadelo a gente pode dormir juntos ou ficar acordado a noite toda.

Jane sorriu e a sua mão como a de Mike se tocaram. Eles levaram um susto quando Dustin, Lucas e Will desceram as escadas correndo, como era de praxe, Dustin assim que os viu disse:

- Olha o casalzinho, huuuuuum.

Lucas também entrou na brincadeira assim como Will.

- Tão namorando, tão namorando, tão namorando. - Cantarolavam os três enquanto Jane sorria e Mike mandavam eles pararem.

Quando enfim pararam os amigos se sentaram na mesa redonda.

- Eu tenho uma novidade. - Disse Dustin todo animado.
- A não. - Will levou as mãos a cabeça.
- O Will vai chamar a Jennifer Hayes para sair.
- Mas olhem só o Will, ele é o namorador da vez. - Disse Lucas.
- Para gente. - Disse Will morrendo de vergonha

Enquanto os amigos entravam em um coro de "namoro e garanhão", em Chicago Clark era recebido por Potter, um jovem solteiro que era formado em Harvard juntamente com Clark, ele usava um óculos de armação quadrada e tinha um cabelo curto, além dos olhos castanhos. Sua casa era muito grande e bonita, Potter deixou Clark na sala onde havia uma lareira.

- Me diz o que houve com você. - Disse o amigo trazendo um copo com água.
- Eu sou um homem morto, eles tentaram me matar, tentaram apagar a minha existência, mas eles não conseguiram. - Disse Clark olhando fundo nos olhos de Potter.

Potter levantou e suspirou, ele andou até perto da lareira, onde pegou um retrato que mostravam ele e Clark mais jovens e abraçados.

- Nós éramos os melhores da classe de engenharia, o que você fez para sair de um caminho brilhante?
- Você não entende. - Clark baixou o olhar para o seu copo com água. - Eu não existo mais e isso me deixa a um passo a frente daqueles canalhas, eu preciso ir para a Rússia, preciso contar a eles, o que eles não sabem.
- E por que? - Potter se virou para Clark.
- Vingança.