História Stranger Things - Mistérios de outro mundo (Season two) - Interligações

Depois de algumas horas esperando e olhando para o nada, Clark finalmente recebeu a visita de quem queria. Dimitri Slakov era quem ele gostaria de ver naquele exato instante e assim que o homem de baixa estatura e de bigode que cobria a boca adentrou a sala, eles ficaram se encarando por longos minutos, até que Dimitri franziu as sobrancelhas e disse:

- É um americano mudo? Por que se for um americano mudo, eu não posso te ajudar.
- Dimitri Slakov, médico renomado, era justamente você que eu gostaria de ver.
- Jura? E como é o seu nome?
- Meu nome é ALGUÉM-QUE-VOCÊ-VAI-AMAR-TER-UMA-LONGA-E-BELA-AMIZADE.

Dimitri gargalhou.

- Acho que não, acredito que amizade seja feita de troca, sabe? Troca de confiança?
- Eu tenho algo que você deseja muito, o projeto MKUltra.

Dimitri bufou e disse:

- Esse projeto já está ultrapassado posso dizer, foi de forma espetacular que a mídia nos revelou as atrocidades cometidas pelos americanos...
- E vocês não tem cometido contra a sua cobaia?

Dimitri olhou para Vladimir, sua expressão era de preocupação.

- Como disse?
- Vocês esperam que eu não saiba de nada. - Disse Clark pondo as mãos sobre a mesa. - Mas, eu estou um passo a frente de todo o sistema de espionagem americano, posso dizer que eu sou um sistema próprio de espionagem, e que contenho informações valiosas tanto para o senhores como para os que são meus.

Dimitri se calou.

- Tenho seu silêncio como um "prossiga". - Clark se levantou e pôs a mala sobre a mesa fazendo com que os seguranças retirassem suas armas. - Acalmem-se senhores, isso não é uma bomba, na verdade. - Clark abriu as travas. - É só um amontoado de papel que vale ouro nesse exato momento.
- Ouça americano, nós sabemos tudo sobre o projeto MKUltra que tipo de informação errônea você quer nos vender? - Dimitri semicerrou os olhos.
- Nenhuma, camarada, a única coisa que eu desejo neste exato momento é a doce e velha vingança.
- Não estou compreendendo.
- Digamos que eu vá ajudar vocês a ferrarem com tudo, exatamente tudo, como forma de resposta ao que tentaram fazer comigo. - Clark parecia extremamente satisfeito com o que dizia.
- Você vai trair a sua nação?
- Bingo! - Clark apontou os indicadores para Dimitri.
- Que tipo de louco faz algo como isso?
- Não é um simples louco, é alguém que sabe de quase tudo, tudo que vocês precisam está aqui. - Clark apontou para a sua própria cabeça. - E aqui. - Clark apoiou a mão sobre a pasta.
- E como nós podemos confiar em você?
- Já estão confiando, deixar um americano falar um monte de coisas sem sentido em seu país e não tomar uma surra por isso... Vocês já confiam em mim.

Dimitri riu.

- É muito fácil falar, mas demonstrar não é tão fácil. - Disse Dimitri.
- Querem uma demonstração, o portal que abriram para a outra dimensão é puramente artificial.

Todos na sala assumiram expressões de surpresa.

- Ó sim, é puramente artificial, sabe o que isso quer dizer? Que existe versões estáveis do mesmo em outras regiões do mundo.
- O que?
- Portais naturais para o mundo invertido existem naturalmente em outros lugares do mundo.

+++

Jane acordou no meio da noite, ofegante e sentindo um estranho medo. Ela olhou para a luz fraca que entrava pelo seu quarto e que iluminava o armário e um pôster da banda The Clash perto da porta.
Ela respirou ofegante enquanto fitava as próprias pernas na cama.

Jane havia tido um sonho estranho, ela estava em um quarto parecido com o seu, com coisas rosas por toda a parte. Ela parecia estar presa à parede de forma que não pudesse sair, só mover a cabeça com certa limitação.

Uma menina se materializou diante dela, era uma jovem de sua idade, loura, com um vestido branco. Essa garota parecia estar assustada, ela olhava para a porta com uma expressão amedrontada como se esperasse que algo destruísse a porta e a atacasse. On descobriu que essa menina não a via.

Jane percebeu que a luz do corredor se acendeu e que a moça deu alguns passos lentos para trás.
A maçaneta girou devagar e um estranho pânico surgiu em Jane que não sabia ao certo o que estava acontecendo mas que por conta da expressão daquela moça sabia que não era algo bom.

A porta se abriu devagar gerando um som de arranho horripilante que faria até o mais corajoso dos homens sentir um calafrio extremo. Uma silhueta negra passou pela porta e a fechou devagar. Jane sabia que aquilo não era bom e que havia algo de malígno naquele homem. Ele sentiu o mesmo pavor que aquela moça, o que piorou quando aquela silhueta avançou sobre a pobre e indefesa moça.

- Para... - Disse Jane em voz baixa tentando mover seus braços. - Para... - Jane se esforçou.

Jane começou a se debater mas nada acontecia, ela estava presa a parede como se fosse parte dela.

- Para... Para... PARA. - Jane Gritou e a moça lançou o rapaz contra o guarda-roupa.

Logo após isso, Jane presenciou uma verdadeira sessão de tortura. Ela viu uma moça indefesa ser espancada até que do restasse seu sangue e suas lágrimas. Jane começou a chorar enquanto aquela silhueta negra saía.

- Me... Me... Me salva. - Disse uma voz fraca entre soluço, era quase um gemido. - Me salva... Por favor.

Antes Jane pudesse responder, ela foi sugada pela parede caindo em uma espécie de limbo escuro e acordou.

- Filha, o que houve? - Perguntou Terry sentada a cama preocupada com sua filha.
- Eu não sei, pode dormir aqui? - Perguntou Jane assustada.
- Claro, claro que posso.

Terry abraçou sua filha enquanto ela repousava em seu peito, Jane não sabia o que havia visto, só sabia que não era bom e que aquela pessoa cujo ela viu precisava de ajuda.

+++

A porta se abriu e Clark entrou juntamente com Dimitri.

- Então essa é a cobaia 01? - Disse Clark observando a jovem loura de olhos verdes e vestido branco e simples.
- Ela mesmo, minha preciosa. - Disse Dimitri.
- Como chamam ela?
- Um... Chamamos ela de Um.

Um parou para olha-los, ela observava Clark em especial.

- Quem é ele? - Perguntou Um.
- Querida, este homem vai nos ajudar em algumas coisas, só o trouxe aqui pois ele queria te conhecer.

Um olhou para Clark como se ele não fosse nada, só mais um homem chato de terno que teria de arrastá-la para algum lugar.

- Creio que seja o suficiente, temos mais coisas para ver. - Disse Dimitri.

E saíram. Dimitri levou Clark para andares mais baixos ainda, onde chegaram à um gigantesco salão onde haviam extensos maquinarios e muitas salas onde cientistas trabalhavam sem parar. No centro havia algo que se parecia com uma célula e no seu núcleo havia um acento.

- O que é isso?
- Nós o chamamos de "A Mente".