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História Stranger Things - Mistérios finais - Morra como um herói


Escrita por: JWByers

Capítulo 11 - Morra como um herói


Clark tinha em mãos a única que poderia o derrotar, Dustin e Lucas estavam mortos, Will estava morto e Mike também. Onze estava presa na parede e Clark a mantinha lá, ele parecia feliz com isso, pois ele iria mata-lá, Clark foi se aproximando devagar dela que sangrava pelo nariz e se mantinha estagnada no chão frio enquanto parecia chorar.

- Acabou. - Disse Clark. - O mundo lá fora está em guerra e vai terminar em cinzas, onde só eu estarei vivo.

 Era a imagem do fim, Onze perdeu, seus amigos estavam mortos, haviam bombas nucleares que iriam cair sobre todo o país.

- Só falta uma coisa. - Clark se aproximou devagar do rosto de Onze. - Sua morte... Mas. - Clark deu as costas novamente. - Prefiro que aquela coisa que está prestes a cair, mate todos vocês que ainda estão aqui, né?

 Em um último esforço, Onze arrastou seu braço no chão e apontou para Clark que estava de costas para ela, Onze usou a pouca força que lhe restava para usar um último recurso, ela forçou todo o seu poder e de repente tudo começou a parar, Jim Hopper que batia incessantemente na porta de vidro que parecia inquebrável se estagnou em sua posição, até os pássaros que voavam para longe de Hawkins pararam no ar. As bombas nucleares distribuídas pelo país pararam repentinamente assim como as pessoas, os monstros, os soldados e as balas, tudo parou, congelando no tempo.

 Em Onze o efeito fez com que seus ferimentos retrocedessem de forma que se curassem, o sangue em seu nariz pareceu voltar, a sua dor também diminuiu quantitativamente e desapareceu. Ela se levantou e observou os corpos de seus amigos, mas por enquanto não deu-lhes tanta atenção, Clark estava diante dela, parado e olhando para o céu escuro com um único feixe de luz do míssil atômico, tudo naquelas circunstâncias era muito mais belo, estranhamente belo para melhor dizer. Assim como na primeira vez em que fez contato com o Demogorgon, Onze estendeu devagar a sua mão e tocou nas costas nuas de Clark que se moveu sem entender ao certo o que estava ocorrendo, ela olhou para os lados e para cima, achou estranho o míssil não estar se movendo.

- O tempo está parado. 

 Clark sentiu um arrepio ao ouvir aquela voz, ele sabia de quem era e sentiu até medo de se virar para ver quem era, mas ao se vira devagar em seu eixo ele viu o seu rosto, seus cabelos negro, e seu sorriso radiante.

- Não. - Clark balançou a cabeça. - Não. - Ele deu alguns passos para trás. - Você não é real.

- Pai. - Disse sua filha, Emily, tentando se aproximar. 

- Não se aproxime. - Disse Clark raivoso. - NÃO SE APROXIME, VOCÊ É UMA ILUSÃO. - Gritou Clark furioso.

 Emily, que era uma menina da idade de Jane, tão linda, seu olhar tão meigo e sereno, olhava para o pai como se ele fosse alguém que precisava de ajuda urgente. 

  - Pai, eu não sou uma ilusão.

- É SIM, VOCÊ É UMA ILUSÃO DA MINHA CABEÇA CRIADA POR AQUELA MENINA. 

 Clark se calou ao ver Jane abaixada ao lado do corpo estagnado de Mike, ela olhou para ele e logo depois o ignorou. Clark cheio de lágrimas nos olhos e de mente confusa voltou o olhar para a sua filha que sorria para ele.

- Quem é você? - Perguntou Clark confuso.

 Emily fechou os olhos e sorriu gentilmente ao entender que seu pai estava ferido por dentro.

- Você não é a minha filha, ela está morta a anos. - Disse Clark mais calmo.

- Não, eu estou aqui e agora.

- Você pode ser só uma ilusão criada por ela. - Apontou Clark para Onze.

- Ela não sabe quem é você ao certo, por isso ela não sabe quem eu sou. - Dizia Emily enquanto sua voz parecia música nos ouvidos de Clark.

- Então como está aqui? 

- É difícil de explicar, mas essa foi a única oportunidade que eu tive de vir aqui para te pedir para parar, pai você está causando dor a todos e a si mesmo, você está se matando cada vez mais por dentro.
- Você não pode entender, quando você se foi eu me tornei incompleto, eu perdi a minha alma naquele dia e morri. - Disse Clark não escondendo as lágrimas no fundo ele sabia que era a sua filha ali com ele por isso continuou a dizer.

"Naquele dia em que o acidente trágico aconteceu, era para eu ter morrido, eu estaria mais feliz ao lado de vocês seja onde fosse, mas, tudo que se seguiu foi dor e sofrimento, eu não dormi por dias e desenvolvi a mais terrível dor dentro de mim que me corrompeu e me tornou o que sou hoje, não há nenhuma forma de me curar, ninguém pode me curar"
- É por isso que estou aqui.
- Você não existe mais.
- Errado. - Emily se aproximou cada vez mais de seu pai que estava mais calmo. - Eu ainda existo em um lugar em você, nunca deixei de existir lá, eu existo em seu coração.

Emily pegou a mão de seu pai e pôs sobre o peito dele.

- E sua dor e mágoa e vingança estão me ferindo, assim como feriu os outros. - Disse Emily apontando para os corpos caídos. - Emily, você não pode entender de onde vem essa sede de vingança.
- Eu posso e entendo, pai, chega, não há porque se vingar, não porque matar milhões por nada, deixe o passado onde ele tem de estar, que é para trás e enterrado.

  Clark sentiu uma onda forte de calor subir sobre seu peito e não resistindo abraçou sua filha e em anos sentiu a suavidade do seu cabelo preto e a maciez de sua pele, Emily não havia mudado em nada.

- Morra como um herói. - Sussurrou Emily em seu ouvido.
- Vocês vão estar esperando por mim? - Perguntou Clark.
- Sempre estivemos.

  Clark sorriu e limpando suas lágrimas se levantou e virou de costas para Emily, ele ergueu o olhar para o céu escuro e fechou os olhos, ele se concentrou em o mais fundo de si mesmo, driblando todas as barreiras da dor e mágoa até chegar onde ele queria, em seu antigo eu. Ao abrir os olhos uma luz intensa com grandes faróis irradiava deles.

Linhas brilhantes cresceram sobre o corpo de Clark e a noite retrocedeu em dia, juntamente com todos os fatos ocorridos em Hawkins nos últimos dois anos, Clark estava retornando no tempo até que tudo ficou escuro e a luz que irradiava de Clark se apagou por completo.

+++
  No acidente que matou sua mulher e filha, uma pequena coisa mudou, Clark não saiu intacto do acidente, mas foi acometido de grave ferimento causado por ferragem que perfurou um de seus pulmões.
Ele acordou no leito do hospital, sentiu a respiração pesada por conta da máscara de oxigênio, viu vultos de médicos e enfermeiros que observavam e talvez diziam que ele não iria resistir. Clark sentiu sua respiração muito pesada, e sabendo que ia morrer, ele fechou os olhos e entrou em um sono do qual nunca mais acordou.

Não neste mundo.

Ao acordar em um local totalmente desconhecido mas extremamente belo, um bosque em outono onde as folhas cobriam o chão e a luz penetrava pelas junções das copas das árvores que formavam círculos perfeitos.

- Você chegou. - Disse Emily.

Clark ficou surpreso em vê-la, para ele Emily parecia mais diferente.

- Onde eu estou?
- Bem, digamos que em um lugar muito distante, muito mesmo.

  Clark estava até então sentado, porém se levantou e pegou na mão de sua filha que generosamente lhe estendia.

- E agora, o que acontece?
- Tudo muda, mas isso é história para um outro livro.
- Eu morri como um herói?
- Sim, você voltou no tempo e mudou tudo, sempre será um herói. - Dizia Emily enquanto eles caminhavam por aquele bosque belo.
- Onde está a sua mãe?
- Cozinhando algo especial para você.

Clark e Emily continuaram a caminhar e conversar pelo bosque.

  Mas como Emily havia dito, tudo no mundo mudou simplesmente com a morte de Clark, a começar que não houve um substituto à altura para um novo diretor do projeto MK ultra, mas ainda Assim, Onze conseguiu se comunicar com Mike através das luzes. Depois de um tempo, Onze fechou o portal impedindo que Barb e o cientista retornassem, assim ela impediu que Beth e a família morressem e que muitas outras pessoas morressem.

Uma coisa que não mudou foi o documento que Jim hopper recebeu de Lerman Ives, por isso à sua investigação continuou à mesma e ele levou Onze para conhecer a sua mãe. Não demorou muito para que descobrissem a infestação de lesmas do mundo invertido no esgoto, por isso foi ordenado que fossem incineradas até que nenhuma restasse, por isso não houve grande infestação e contaminação e ninguém teve de deixar Hawkins. Infelizmente, Sarah Hopper morreu tempos depois por conta de exaustão extrema que lhe causou enfarto e Jim hopper nunca chegou à saber que sua filha estava viva, pois Clark não havia orquestrado um plano para traze-la até Hawkins.

Sem Clark no caminho, muita coisa mudou, a forma como Nancy escolheu Jonathan foi totalmente diferente, Karen Wheeler não morreu pois nunca foi a Indianápolis, ao passo que Onze e Mike nunca desapareceram e os meninos como Will, Dustin e Lucas não morreram. Aliás, Will byers parou de ter visões do mundo invertido depois de tomar o remédio roubado da farmácia.

Tudo tinha mudado com o simples fato de que Clark resolveu morrer com sua mulher e filhos. Talvez os mistérios continuem, mas de uma forma diferente, em uma história diferente contada por um outro alguém em outro lugar.



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