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História Stripper - Scisaac - O perfeito Theo Raeken


Escrita por: MaxPosey

Notas do Autor


Olá meus amigos!
Mais um capítulo para vocês. O clima esta ficando mais intenso entre Isaac e Scott, mas a aparição de um ex namorado por mexer com as coisas.
Obrigado pelos comentários e favoritos.
Boa leitura...

Capítulo 7 - O perfeito Theo Raeken


Fanfic / Fanfiction Stripper - Scisaac - O perfeito Theo Raeken

Isaac se acomodou no banco do passageiro enquanto Scott desligava o telefone. O que quer que houvesse no envelope, tinha conseguido aborrecê-lo. Não, aborrecer era uma palavra muito branda. O conteúdo o irritara completamente. Isaac estava chateado por ter sido dispensado da vida dele tão inequivocadamente. Ele não tinha o direito de esperar que ele o incluísse no assunto, claro, mas ser mandado para aguardar no carro? Aquilo não foi legal.

Scott sentou-se no banco do motorista e bateu a porta. Em vez de colocar o carro em marcha, porém, Scott ficou mexendo no rádio por um instante antes de finalmente perguntar:

– Você ainda está com fome?

– Eu comeria alguma coisa, sim.

Isaac recebeu apenas um meneio de cabeça em resposta. Scott pôs o carro em marcha e se afastou do prédio, entrando na Broadway. A chuva tamborilava no teto do carro. O ritmo dos limpadores de para-brisa aumentava à medida que a chuva ficava mais intensa.

O tráfego estava congestionado, mesmo para uma manhã de sábado. Eles passaram pelo Pike’s Place e seguiram para o norte em silêncio, até que Isaac não aguentou mais.

– Pensei que a gente fosse comer crepes perto do mercado Pike’s Place.

– Sim. – Ele lhe lançou um olhar breve. – Concluí que estou me sentindo um pouco menos refinada e um pouco mais carnívora do que antes.

– Tudo bem, desembucha. O que havia naquele envelope?

O cinto de segurança entrou em ação quando Scott pisou no freio, diante de uma faixa de pedestres. Suas mãos estrangularam o volante, retorcendo-se para frente e para trás com força suficiente para fazer o couro chiar em protesto.

– Foi coisa de família. – Ele levou a mão à testa, um sorriso triste e pouco familiar incitando sua única covinha. – E por “coisas de família” quero dizer que era um bilhete idiota do meu pai.

– Parece que você não tem o melhor relacionamento com ele.

– Eu teria que ter algum relacionamento com ele antes de poder classificá-lo como bom ou ruim. – Suspirando, ele trocou de pista e alongou o pescoço, virando a cabeça para os lados. – Desculpe. Ele é um assunto delicado. Sempre foi, sempre será.

– Se você quiser falar a respeito, sou todo ouvidos.

– Qual é a pegadinha?

Isaac franziu a testa enquanto tentava descobrir para onde o moreno estava indo.

– Pegadinha?

Desta vez o sorriso de Scott foi muito mais familiar, e então ele estacionou em uma vaga na rua e desligou o motor.

– Você é incrível na cama, ficou comigo até de manhã e está disposto a conversar. Se você não revelar uma falha ou duas, vai estragar meu ponto de vista universalmente negativo sobre a espécie masculina.

Isaac bufou.

– Que pessimista.

– Justo.

– O que tem de justo nisso?

– Eu sou uma pessimista. Basta perguntar a Allison. Em minha defesa, é uma característica hereditária. –  Mesmo que isso soe um pouco bobo.

– E você nunca soa bobo? – O cacheado brincou com delicadeza.

A vulnerabilidade no olhar de Scott desapareceu e ele sentou-se.

– Foi comprovado que o bobo pode se provar um fraco, e eu não posso me dar ao luxo de ser fraco. Não agora.

– É por isso que você jogou o envelope fora?

– Eu faço tudo que posso para garantir que minha família viva a vida dela e eu viva a minha. Se elas nunca se cruzarem, um tanto melhor.

Havia amargura ali, mas mágoa também. Era parecida com a dele, pau a pau. Juntos, eles eram tão diferentes, porém tão semelhantes, ambos ansiando por uma coisa: respeito e aceitação.

Scott piscou, e aquele lado frio que havia se revelado ao máximo desapareceu.

– Você já esteve no Mecca?

– Mecca? – Ele olhou para o edifício turvado pela chuva diante deles a fim de ganhar um tempinho para se situar. – Já ouvi falar, mas nunca estive lá.

– Sabe, você pode perder seu domicílio em Seattle por nunca ter prestado homenagem ao Santo Graal dos comensais. – Agarrando o puxador da porta, Scott saiu do carro e correu para a entrada do restaurante.

Isaac foi atrás dele, alcançando-o já sob o pórtico. Ele o tomou nos braços. Os olhos amendoados arregalados o encararam, adoráveis e mais uma vez desprotegidos. Ele o beijou, movimentando-se suavemente de encontro à fenda dos lábios dele até Scott abri-los para ele. O moreno enredou os dedos no cabelo do loiro. As línguas colidiram em uma explosão repentina de calor para a qual Isaac não fora preparado. Protegidos da intensidade da chuva, eles se jogaram nos braços um do outro.

Ele queria conhecê-lo, descobrir seu sabor favorito de sorvete, o tipo de pasta de dente que ele usava e de que lado da cama ele normalmente dormia. Isaac queria que ele confiasse nele, que lhe desse a oportunidade de mostrar a ele que era incrível, único, maravilhoso. Estimado.

O celular de Isaac vibrou no bolso. Ele pensou em atender, mas mudou de ideia.

Fosse o que fosse, podia esperar. Hoje ele era apenas Bad Angel, o sujeito que estava tendo um casinho incrível e sensual com um homem incrível e sensual.

O café da manhã foi muito tranquilo, descontando o custo de se comer fora. Eles conversaram, riram e evitaram abordar temas mais pesados enquanto bebericavam um dos melhores cafés que Isaac bebera há tempos, dividindo waffles, bacon, salsicha, ovos e batatas. O pé de Scott acariciava distraidamente o tornozelo de Isaac enquanto ele papeava.

Aquilo o enlouqueceu. Uma coisa tão insignificante, porém tão eficaz. Scott era mais do que a soma das primeiras impressões e gentilezas trocadas. Paixão, humor e lealdade – Scott tinha tudo isto e muito mais.

E, no entanto, o lado pessimista de Isaac se perguntava o que o moreno achava dele, ou pelo

menos da parte minúscula que ele estava escolhendo mostrar a ele.

A ideia em si de revelar mais o deixou atabalhoado e ele acabou derrubando o café.

– Droga! Desculpe.

Scott se afastou da mesa, ao mesmo tempo que pegou um punhado de guardanapos e começou a limpar o tampo.

– Está tudo bem, sem maiores danos.

Isaac sinalizou para o garçom.

O sujeito foi tranquilo, pegou alguns pedaços de pano e juntou os guardanapos encharcados num prato vazio.

– Acontece o tempo todo, cara.

O celular de Isaac vibrou junto ao seu quadril outra vez. Tirando-o do bolso, ele viu que era seu irmão. Tanto esforço para rolar uma folguinha para Isaac.

– Só um segundo. – Dando meia-volta, ele seguiu para frente da lanchonete.

Seu irmão de consideração, Blake, tinha mandado três torpedos. O primeiro dizia “Preciso falar com você”. Este tinha chegado enquanto ele estava abraçado a Scott na calçada. O segundo dizia “Quando antes, melhor”. E o terceiro, “É sério, mano”.

Isaac buscou o contato do “irmão” e discou. O telefone tocou várias vezes e então caiu na caixa postal.

– O que é tão urgente para você encher meu telefone com torpedos e, em seguida, não atender quando eu ligo, cara? – Com um tom mais leve, ele pediu a Blake que retornasse o mais depressa possível, e desligou.

A mão macia de alguém deslizou ao redor de sua cintura, provocando-o sob a barra da camisa. Unhas arranharam ali. A tensão sexual transformou seu desejo em uma chama que foi lambendo da base da coluna ao topo do crânio.

– Se você não é meu acompanhante, você provavelmente devia cair fora. Scott é incrivelmente territorial, tem dentes muito afiados e um polegar extra em cada uma das mãos. Ah, e uma perna de pau perdida num acidente quando ele era pirata. Ele é cruel.

Uma risada suave vibrou nas costas dele.

– Se ele não tiver um tapa-olho e um papagaio, eu posso dar conta.

Ele virou-se para o abraço de Scott e inclinou-se para fitá-lo.

– Não sei. Você é muito delicioso, mas não é tão assustador assim. Eu aposto nele.

– Eu sou mais assustador do que pareço – disse Scott, o lábio fazendo beicinho lindamente. – Além disso, ele me parece o tipo de pessoa que deveria ser mantido em uma coleira. Abandone-o e venha para casa comigo. Eu já paguei a conta.

Os músculos de Isaac se contraíram.

– Você não precisava fazer isso.

– Eu só fiz isso porque assim eu poderia ir embora mais rápido com você. – Mccall acariciou o braço dele. – Bad Angel?

Isaac se obrigou a relaxar. O fato dele ter dado nove pratas num café da manhã em nome dele não era nada. Ele não podia se dar ao luxo de gastar estas nove pratas agora.

Para encobrir seu desconforto, ele agarrou a mão de Scott e o puxou para a chuva.

O moreno riu, saltitando entre as poças ao lado dele.

Eles chegaram ao carro juntos. Isaac o tirou da rua e do fluxo mais forte na sarjeta, colocando-o na calçada com um floreio.

– Você não pode molhar estes pezinhos sensuais.

Afastando o cabelo do rosto, Scott franziu a testa, confuso.

– Pezinhos sensuais?

Ele plantou as mãos nos quadris e encostou o queixo no peito.

– É só que… Você notou meus dedos dos pés.

Isaac sentiu a nuca corar e se arrepiar de vergonha. Ele desviou o olhar para um ponto obscuro atrás do ombro de Scott.

– Não é nada de mais, Scott.

– Vamos voltar para o meu apartamento. – O tom de voz rouco o fez olhar para ele bruscamente.

– Eu preciso buscar algumas roupas secas.

Scott lambeu os lábios enquanto se aproximava e olhou para ele.

– Você não vai precisar delas. Acredite.

E ai dele se não acreditasse. Tomando as chaves do carro dele, Isaac o ajudou a entrar pelo lado do carona e correu para o lado do motorista.

– Um pouco chauvinista da sua parte, não é, supor que o homem é mais capaz ao volante? – Scott pescou alguns guardanapos no porta-luvas e entregou a Isaac para que ele pudesse secar o rosto.

– Não.

– Então por que isso? – Quis saber o moreno, semicerrando os olhos.

– É uma questão de segurança.

– Segurança? – Cruzando os braços, Mccall arqueou uma sobrancelha. – Vá em frente.

– Se eu não mantiver minhas mãos no volante, elas vão ficar em cima de você. A probabilidade de um acidente aumenta exponencialmente porque você estaria distraído.

Ao me deixar conduzir, na verdade, você estará realizando seu dever cívico ao me obrigar a me concentrar na estrada.

A risada delicada e feminina dele acariciou todas as células masculinas de Isaac.

– Deus sabe que eu não gostaria de ser responsável por um engavetamento.

– A cidade de Beacon e seus moradores agradecem.

Soctt balançou a cabeça e acenou distraidamente.

– Para casa, Jarbas.

Ele adentrou no tráfego.

A viagem de volta ao prédio de Scott foi confortavelmente silenciosa, a mente de Isaac tão dominada pelo homem ao seu lado que ele estava quase se esquecendo de todo o resto. Quando estava com Scott, era fácil fingir que ele tinha encontrado o tipo de sucesso com o qual havia sonhado durante tanto tempo. Era fácil se imaginar tendo uma vida na qual ele poderia desejar um homem como o moreno.

Isaac acariciou a mão de Scott com o polegar. Tantas oportunidades diante de si. Se ele ao menos conseguisse ganhar dinheiro suficiente para fechar o fosso social que o separava daquele garoto, se ao menos pudesse preencher um cheque para pagar os estudos do “irmão” sem se preocupar com a possibilidade de virar um borrachudo, se ele conseguisse ao menos ganhar um salário razoável e pudesse parar de fazer striptease, aí ficaria feliz. E neste momento, junto de Scott, tudo isto parecia possível.

Apoiando as mãos unidas sobre o console, Isaac se divertia com o fato de que, pela primeira vez em muito tempo, ele não se sentia solitário. Scott estava ali, agora, afugentando a nuvem escura que o havia encoberto, substituindo-a pelo primeiro sopro de esperança que surgia para ele no que parecia ser uma eternidade. Mesmo que ela acabasse por ferrá-lo mais tarde, Isaac aproveitaria tudo que pudesse.

Scott lutava contra a vontade crescente de se contorcer a cada sinal de trânsito que os deixava mais perto de seu apartamento. Ele até podia ter beijado Bad Angel em público minutos atrás, mas ninguém os conhecia. Ninguém o conhecia. Eles eram apenas um casal inócuo se beijando na chuva. Mas, assim que chegasse ao complexo de apartamentos, no entanto, ele poderia esbarrar em alguém conhecido, alguém para quem precisaria apresentar Bad Angel.

A vergonha o fez deslizar um pouco no banco. Pode disfarçar o quanto for, você sabe qual é o problema. Ele é um stripper. E aquilo o irritava. Não que a profissão dele o incomodasse, mas sim o fato dele reagir como estava reagindo. Scott não queria ser essa pessoa. As portas fechadas, ou em pequenos recônditos onde ninguém o conhecia, ele até podia fingir que estava tudo bem, fingir que era refinado, elegante e que estava tudo bem.

Mas… E em situações potencialmente sociais? Situações nas quais ele poderia encontrar colegas ou concorrentes? Ou mesmo – ou principalmente – sua família? “Oi. Este é Bad Angel. Somos amantes. Ele é um stripper.”

E, no entanto, era uma preocupação válida. Por mais que odiasse, Scott era inteligente o suficiente para perceber que havia um peso e duas medidas no ramo empresarial; os acontecimentos da vida social de um homem poderiam soar humilhantes.

Ainda assim, suas preocupações faziam-no se sentir mais parecido com pai do que nunca – mais preocupado com a percepção alheia do que qualquer outra coisa.

E a felicidade?, sussurrou sua consciência. Vale alguma coisa para você?

Esta poderia ser a maior dúvida de todas. Havia milhares de pretextos que ele poderia sacar para cortar essa coisa com Bad Angel, mas nenhum deles iria absolvê-lo de ser um babaca em prol de si mesmo. Scott afundou ainda mais no assento.

– Se você se abaixar mais um pouco, seus ombros vão ficar grudados nas suas orelhas.

– Quando Scott não respondeu, Isaac arriscou um olhar mais demorado para ele, embora precisasse prestar atenção no trânsito. – Ei. Qual é o problema?

– Nada. – Saindo da posição chafurdada, Scott desgrudou a blusa molhada do peito e estremeceu. – Estou pronta para tirar isto.

– Acredite, estou pronto para te ajudar com isso.

Se ele soubesse o que Scott estava pensando, não estaria. Ele daria um fora nele. E aí Scott não poderia culpar a ninguém senão a si mesmo pelo sumiço de Isaac. Por que ele sempre complicava as coisas além da conta? Por que não conseguia simplesmente escolher a felicidade? Afinal de contas, ambos tinham acordado que aquilo era uma coisa de curto prazo que não exigia análise. Simplesmente existia e só.

Isaac entrou na garagem do prédio do moreno sem dizer uma palavra.

Scott apertou a mão dele quando assentiu para o manobrista.

– Ele vai estacionar o carro.

Os dedos dele tamborilavam rapidamente no volante enquanto ele olhava pelo parabrisa.

– Sabe, a moça na portaria é a mesma que estava de plantão na noite passada quando eu entrei.

O estômago de Scott deu uma cambalhota, um movimento digno de campeonato.

Enterrando o punho abaixo do diafragma, ele assentiu.

– É?

– É. Que tal se eu estacionar o carro e entrar por uma porta lateral? Assim ela não vai ficar bisbilhotando por eu estar circulando por aqui.

Scott sentiu vergonha por seu alívio.

– Se você quiser.

– Seria mais fácil para nós dois. – Ele fez uma pausa, parecendo pensar nas próprias palavras. – A boate que me contrata pode ficar um pouco irritada por eu estar passando o fim de semana com um cliente, e eu não posso me dar a esse luxo. – A voz baixa e ardente tinha um tom de desespero que Scott não conseguira interpretar muito bem.

Fechando os olhos e respirando fundo, Scott enfiou as mãos nos bolsos do suéter.

– Você não pode se dar ao luxo de transformar tudo isto em alguma coisa? O que isso significa? – O moreno o fitou brevemente.

– Significa que eu poderia perder meu emprego. – Saindo do carro, Isaac o contornou para abrir a porta para Scott. Quando se aproximou, enganchou um dedo sob o queixo dele e o ergueu com cuidado para que ele o encarasse. – Eu preciso desse emprego, Scott.

Não é uma questão de desejo.

E é isso que Scott era – uma questão de desejo. Abraçando a própria cintura, Scott assentiu.

– Pegue as chaves e entre pela porta lateral. Vou passar pelo saguão.

– Obrigado, Scott. É… Mais fácil para mim desse jeito.

O moreno olhou para ele, lindo e molhado sob o pórtico.

– Mas você não faz isso com frequência, não é? Tomar o caminho mais fácil?

Ele fez uma careta.

– Mesmo que não pareça relevante, não, eu normalmente acabo com uma carga maior do que consigo carregar. E eu não sou o titã Atlas.

Scott deu um sorriso de canto de boca.

– Vejo você lá em cima.

– Não demore muito – provocou ele, inclinando-se para lhe dar um beijo breve, carinhoso.

– Não se preocupe. Eu sou eficiente. As escadas ficam bem ali. – Ele jogou o chaveiro para Isaac. – Você vai precisar da chave para entrar se conseguir chegar antes de mim.

Ele riu, voltando-se para a entrada lateral.

– O exercício vai fazer bem para mim.

– Eu consigo superar você.

– Isso é um desafio? – perguntou ele, o rosto iluminado pelo divertimento.

– Considere o desafio lançado. Tenho a honra de desafiá-lo para uma corrida até o topo.

– Desafio aceito – Dando meia-volta, ele partiu rumo às escadas.

Scott caminhou em direção à entrada principal, passando pelas portas de vidro gigantescas, e já estava quase do outro lado do saguão quando seu inferno pessoal chamou:

– Scott?

Todos os pelinhos em seu corpo se eriçaram assim que ele desacelerou até parar e encarou não apenas a moça da portaria, mas também o sujeito que era o braço direito de seu pai. Ele estava de pé, alto e ereto, seu terno impecável, e segurava um enorme buquê de rosas embrulhadas em celofane.

– Theo – disse Scott, inclinando a cabeça.

– Seu pai pediu para você chegar ao jantar às 19h30 em vez de 20h, pois ele teve um imprevisto.

Scott deixou escapar um suspiro pesado.

– E você precisava entregar o recado pessoalmente? Um simples telefonema teria sido suficiente.

– Eu queria ver você, Scottl. – Ele se aproximou, desabotoando o único botão de seu terno de grife. – Isto é para você, lindo. – Ele lhe entregou as flores com uma segurança serena, muito embora seus olhos azuis escuros estivessem cheios de pesar. As sobrancelhas perfeitamente esculpidas se contraíram naquele rosto admiravelmente bonito, transmitindo a dose ideal de preocupação e arrependimento. Tudo em Theo parecia planejado, e isto o irritava. Nem uma única cicatriz. Nem uma única manchinha.

Nem um único defeito. Ele não era de verdade, e, durante o relacionamento de curta duração deles, Scott aprendera a valorizar a autenticidade. – Eu senti saudade.

– Agradeço por vir trazer o recado, mas você poderia ter me ligado. Pode ter certeza de que vou chegar no horário para o jantar.

– E quanto ao meu comentário de que senti saudade? – pressionou ele, o tom neutro e tão parecido com o de seu pai que Scott lutou contra o arrepio que lhe percorreu o corpo.

– Obrigado pela sensibilidade. – Ele revezava o peso entre os pés, ansioso para concluir a conversa. – Tenho certeza de que verei você esta noite.

– Sem dúvida. – Ele se aproximou ainda mais, invadindo o espaço do moreno quando estendeu a mão para lhe acariciar a bochecha com as pontas dos dedos. – Fico feliz por você ter aceitado meu convite.

Ele se afastou.

– Ah, não. Não, não, não. Foi um convite do meu pai, não seu.

– Eu faço parte da pauta desta noite – respondeu ele com seu autocontrole sereno. – Sete e meia da noite, Scottl. – Dando meia-volta, Theo saiu do prédio sem olhar para trás.

Espelhando o gesto dele, Scott se dirigiu para os elevadores, esquecendo-se completamente da corrida contra Bad Angel.


Notas Finais


Por hoje é só pessoal.
Espero que tenham gostado e até o próximo...


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