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História Striptease - Father


Escrita por: loveujb

Notas do Autor


Oi gente, tudo bem? Tô aqui postando mais um cap e espero que vocês gostem. Obrigada pelos favoritos e pelos comentários, adoro vocês.

Capítulo 16 - Father


Pés afundados na areia, estou no lugar onde deveria ter encontrado minha mãe há uma semana. A culpa toma total conta de mim e não há palavras ou conselhos que me digam o contrário, minhas ações colocam as poucas pessoas que meu coração ama, em perigo.

Minha respiração é afobada, o vento faz meu cabelo ficar descontrolado, assim como meu coração. Não há pistas, não há rastros ou sinais do que aconteceu, estou impedida de buscar respostas, Vanessa olha todos os meus movimentos, ela sabe que se eu não for vigiada, cometerei uma grande estupidez.

Justin e Bárbara foram para a Itália no mesmo dia em que tudo aconteceu, horas depois e ele nunca ficou sabendo do ocorrido. Se eu acho que os dois são culpados? Sim. Não conheço Bárbara, desconheço do que ela é capaz, mas uma mulher com raiva em seu coração, é capaz de tudo. Se fosse por mim, essa hora já estaria na Itália fazendo os dois sofrerem as consequências, mas Vanessa me impede.

Esta é a primeira vez em uma semana que consigo sair de casa e parece que tudo foi para o pior, me sinto pior.

Meu celular toca e posso ver Bryan me ligando novamente atrás de notícias, querendo saber o motivo de minha mãe e eu não atendermos suas ligações, querendo dizer que minha irmãzinha chora por sentir sua falta. Não consigo atender, meu subconsciente pesa e apenas recuso a ligação.

Fecho os olhos tentando capturar um pouco da brisa e sinto alguém cutucar levemente meu braço, tentando chamar minha atenção. Abro os olhos devagar e meu coração acelera no momento em que vejo aquele rosto tão familiar, dou um pulo e saio do banco um pouco desnorteada.

- O que você está fazendo aqui? – um nó se forma em minha garganta enquanto encaro o homem em minha frente – Como me encontrou?

- Segui você até aqui porque quero conversar.

- Conversar o que? Você perdeu esse direito há muito tempo – minha voz sai em um tom extremamente agressivo – Vá embora.

- Sou seu pai e quero conversar com você – se aproxima e recuo tentando me proteger – Por favor, Selena.

- Pai? Você nos largou em meio ao caos e deixou tudo uma bagunça há anos, você não tem o direito de dizer que é meu pai.

- Eu sei – baixa a cabeça com vergonha de si mesmo – É sobre sua mãe que quero falar.

Estamos em um restaurante de comida italiana, irônico, mas foi o único restaurante mais perto que pude encontrar. O caminho inteiro até agora foi silencioso, como um abismo do tempo entre nós.

Certamente ele parece desconfortável com todo aquele luxo, pois no Texas não existiam restaurantes tão chiques como aquele, as pessoas não eram tão superficiais lá, a comida era o que importava.

- O que você tem para falar sobre a minha mãe? – pergunto enquanto o garçom chega em nossa mesa – Uma salada e um suco de abacaxi com hortelã, por favor.

- Espaguete à bolonhesa, por favor – responde após longos minutos de espera enquanto minha curiosidade aumenta – Há um mês atrás, procurei sua mãe para conversar sobre algumas coisas que queria pedir, não me pergunte o que é, pois não posso responder. Pedi a ela que arranjasse um encontro entre eu e você naquele dia da praia. Estava tudo certo, combinamos um horário e pronto, eu a vi perto daquele banco de costas para mim e uma van preta estacionou e uma pessoa de capuz preto desceu, a sequestrou e foi embora.

- E você não fez nada? – deixo a raiva tomar conta de mim e ele se assusta – O que você fez?

- Eu estava do outro lado da rua e a pessoa estava com uma arma, não havia chances para eu ajuda-la.

- Você não lembra de algum detalhe, algo que possa ajudar a encontrar essa van ou a pessoa que estava nela?

- Não, infelizmente.

- Então estou indo embora.

- Não, por favor – resmunga alto segurando de leve meu braço – Preciso falar com você sobre outra coisa.

- Eu nunca vou perdoar você pelo que fez – tiro suas mãos de mim e o olho com raiva – Nunca.

Viro de costas e o vejo cair no chão tremendo, seu rosto fica pálido e ele desmaia. Ligo rapidamente chamando uma ambulância que chega em menos de cinco minutos.

Finalmente ele acorda após duas horas e posso levantar daquela cadeira desconfortável de hospital. Sorri assim que me vê e me aproximo para perguntar o que estava acontecendo, o que ele tinha para estar assim.

- O que você tem? Por que está assim?

- Estou no estágio final do câncer no esôfago e no pâncreas, descobri há um ano e meio e não há mais tratamento, sei que a qualquer momento pode acontecer.

- Foi por isso que foi falar com minha mãe – ele assente sorrindo e dou pequeno sorriso amarelo – Agora entendo, eu acho.

- Depois que fui embora do Texas, voltei algumas vezes para ver como as coisas andavam com vocês duas, fui na boate em que você trabalhava, duas vezes – arregalo os olhos um pouco surpresa, pois nunca o vi lá – Sim, Selena eu sei quem você era, mas isso não importa, não agora.

- O que você quer me perguntar?

- Foi por eu ter deixado vocês que você tomou essa decisão?

- Você nos deixou com inúmeras dividas naquela época, algumas que não tínhamos dinheiro para pagar e eu não aceitava ter que voltar para Grand Prairie, quis arrumar uma maneira fácil de ganhar dinheiro, mas eu apenas escolhi a maneira errada, haviam outras é claro, então o erro não é só seu, é meu também.

- Você é uma grande mulher, inteligente, linda, bem sucedida, casada – novamente ele sorri e posso dizer que não há mais raiva dentro de mim – Todas essas coisas são boas, mas você é feliz? Seu casamento é feliz?

- Neste momento, eu não sou feliz e felicidade é algo extremamente raro em minha vida – suspiro fundo me abrindo para ele – Justin e eu nunca nos amamos, sequer gostamos um do outro, nos casamos apenas por interesse, é algo extremamente tóxico.

- Sua mãe e eu casamos muito jovens, ela tinha dezesseis anos e eu dezessete, casamos forçados por nossos pais. Tivemos que descobrir a felicidade dentro de tudo aquilo, o que podíamos tirar de bom e conseguimos viver em paz, gostamos um do outro, nunca foi o suficiente, mas foi para viver em harmonia, para conseguirmos viver felizes. Por favor, tente ser feliz, tente resolver isso, dê uma chance e converse com ele.

- Eu vou tentar – respondo verificando meu celular – Sua mulher e a sua filha vão chegar daqui a pouco.

- Sua mãe me perdoou e eu não podia morrer sem ter o perdão de vocês duas, por isso decidi vir até aqui, decidi gastar a última energia que me sobrara sem me importar se morreria aqui mesmo, eu quero perguntar se você me perdoa filha, se me perdoa por tudo?

- Sim – novamente um nó em minha garganta se forma e meus olhos se enchem d’agua de emoção pegando em sua mão – Eu perdoo você por tudo, pai.

- Selena, minha pequena garotinha – sua mão acaricia minha bochecha enquanto um sorriso radiante surge em seus lábios – Apesar de tudo, você nunca saiu dos pensamentos. Eu me arrependo tanto do que fiz, mas agora tenho certeza que me tornei um homem melhor, nunca é tarde para mudar. Te amo!

- Te amo também – aquelas palavras saem rapidamente e sem me dar conta, meu coração bate forte, meu coração o perdoa, meu coração está sendo verdadeiro – Agora descanse, vou ir pegar um café.

- Selena, lembrei de algo. A placa da van tinha as iniciais ITY369, sou bom de memória – ele responde enquanto sorrio – Ache sua mãe e por favor, seja feliz.

Vou para a sala de espera e deixo as lágrimas caírem enquanto envio uma mensagem para Vanessa contando sobre a placa da van. Decido ficar, pois ele foi tão verdadeiro comigo e esperar até que tudo acabe. Minutos depois vejo sua mulher e sua filha entrarem rapidamente pela sala de espera, uma hora depois vejo médicos e enfermeiras entrarem rapidamente no quarto, sua mulher e sua filha choram e agora sei que acabou.

Adeus pai.

 

Estou em casa, uma xícara quente de cappuccino nas mãos, uso a camiseta de Aaron e um roupão. Meu telefone vibra e recebo duas mensagens de Aaron e uma de Vanessa.

“O que está acontecendo? Por que não me liga? Como você está? Sinto sua falta. ”

“Espero que fique tudo bem, não importa o que for. ”

- Aaron

“Me ligue. Urgente.”

 

- Vanessa – menciono seu nome e posso ver a afobação em sua respiração

- A van está no nome de Lilly Marvin, é tudo o que descobri.

- Me ligue quando você souber algo mais.

Olhando pela janela da sala, avisto Justin e Barbara saírem de seu carro e saio em disparada até eles que se assustam ao me ver.

- Barbara – menciono seu nome e ela me olha com uma pequena raiva – Preciso falar com você.

- Se for algo para ofender ou brigar, você nem...

- Estou aqui para oferecer um tratado de paz a você, uma trégua por enquanto, não precisamos ser infantis – posso ver a surpresa em seus olhos e aquilo me faz quase dar gargalhada – Peço desculpa pelo incomodo que cometi a você.

- Peço desculpa por qualquer coisa que fiz também e aceito seu acordo de paz.

Saio quase desfilando dali, com o ego um pouco elevado. Vou fazer o que meu pai disse, dar uma trégua e procurar a minha própria felicidade.

E que você se foda, Bieber.


Notas Finais


O que vocês acham que vai acontecer?


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