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História Stronger Feeling - Capítulo 11


Escrita por: IzaaBlack

Capítulo 11 - Capítulo 11


POV Daryl

Nunca achei que deixar pessoas para trás fosse tão difícil, mas é. Merle continua falando bobeiras, falando mal de meu grupo, xingando e me colocando para baixo. Ignoro-o totalmente e continuo procurando por uma caça.

—Ficar com aquelas pessoas te deixou mole Darlyna- diz debochado- não sabe nem caçar mais.

Incrível, ele não consegue calar a porra da boca por um segundo. É claro que não vamos achar nada, os animais no raio de 1km já sabem de nossa presença. Bufo de raiva.

—Vá se catar e cale a porra da boca, Merle.- digo irritado e continuo a andar.

—Acho que devemos pescar, já que você esqueceu como se caça.

—Que seja, vamos procurar pelo rio.- digo mal humorado e começo a ir em direção ao rio.

—O que você e a loirinha tem?- pergunta depois de um momento de silêncio.

—Nada- digo seco.

—Jura? Vi ela te abraçando, achei vocês dois bem próximos. Anão ser, é claro, que você tenha admitido que é um gay e tenha deixado uma gostosa daquela passar.

—Não é da sua conta.

—Larga de drama, Darlyna e admite que tá pegando a gostosinha.

O modo que ele se refere a Natasha me irrita mais que qualquer coisa. Cerro o punho, tentando controlar minha raiva e ignorar as provocações, mas sinto vontade de esmurrar meu irmão.

—Sabe, ela deve ser uma maravilha- comenta olhando pro nada- digo, com toda aquela intensidade que ela tem, só pelos socos deu pra ter noção.

—Porra.- rosno me virando bruscamente-Cale a boca. Pare de falar dela. Pare de falar deles.

—Está com saudades, Darlyna?

Eu estava pronto para devolver uma resposta mal educada quando ouço um choro de neném. Acho que estou alucinando porque estou preocupado com o resto do grupo e com Bravinha, mas percebo que é de verdade, me movo e descubro que vem de uma ponte.

Corro em direção a ponte,  dois homens em cima de um carro desesperados e sem munição. Uso a besta e começo a mirar, acabar com isso. Um zumbi atrás do outro cai. Minhas flechas acabam e começo a usar a faca.

—Não acredito que está perdendo tempo com isso- ouço Merle dizer e vejo que está parado, de braços cruzados observando tudo.

Xingo irritado e termino com mais um. Um dos homens desce e me ajuda.  O choro do neném aumenta, uma mulher grita e me movo em direção ao som. Puxo o zumbi pela roupa e enfio a faca. Merle se aproxima e acaba com o último errante.

Observo indignado ele abrir o carro e começar a saquear.

—Sai desse carro- rosno, mas ele me ignora continuando a mexer nas coisas da família, então puxo minha flecha de um corpo próximo, ponho na besta e cutuco suas costas com ela- Saia do maldito carro Merle.

Ele sai e me olha entre indignado e surpreso. Mando a família ir embora e apesar de não entender o idioma que falam sei que estão agradecidos. Sinto vergonha dos atos dele.

—Isso é patético. Ficar com aquele povo realmente te atingiu, está ai ajudando pessoas sem querer nada em troca, arriscando o pescoço por estranhos.

—Eles tinham um bebê – digo exasperado e indignado.

—E se não tivessem você teria deixado passar?

Balanço a cabeça negativamente. Deixei aquelas pessoas por isso? Recupero minhas flechas que estão espalhadas na cabeça de errantes por ai e me viro em direção a prisão. Aquelas pessoas precisam de mim, e chega de tentar fazer algo por alguém que apesar de ser sangue do meu sangue não se importa com nada.

—Aonde vai? Vai voltar- grita  me seguindo

—Eu nem deveria ter saído-digo secamente.

—Eu não posso voltar-grita me puxando pelo colete e rasgando minha camisa. Me desequilibro e caio.- Eu não sabia que ele... Eu nunca soube.

—Ele fazia com você também- digo colocando o colete de voltas nas costas e volto a caminhar. - por isso foi embora.

—Não vão me aceitar, quase matei a vadia negra e bati no japonês- diz

—Ele é coreano- digo e continuo andando. Paro por um momento e me volto para ele – Posso estar partindo, mas mais uma vez quem está me abandonando é você.

Sei que ele me segue a distância, mas não digo nada, apenas deixo que siga e quando chegarmos na prisão resolvemos todo o resto.

(...)

O caminho é uma eternidade ainda maior do que a partida. Meus pensamentos voam constantemente a uma loira de olhos verdes, mas sempre me obrigo a parar. Penso em Bravinha também, é uma coisinha minuscula, que cativa todo mundo. Não existe a menor possibilidade de deixar o tal governador atingir nenhuma daquelas pessoas. 

Quando já consigo ver a prisão barulho de tiros me assustam. Minha mente fica em branco e só consigo pensar se estão bem, só consigo pensar em Natasha. Um medo de perde-la se apossa de mim, e nunca senti nada parecido. Desço pela floresta correndo, a besta já preparada. Encontro Rick lutando encostado a cerca com dois zumbis e acabo com um. Merle aparece e acaba com alguns errantes também.  Os carros inimigos recuam, e passo a procurar pela loira que me tira o sono no meio daqueles zumbis que invadiam o primeiro pátio.Estou desesperado. Merda.

—Rick- ouço ela gritar e me viro em sua direção .  Está ao lado da última samurai, nos vê e solta um suspiro aliviado, se virando para uns errantes que estão por perto e sendo a maquina de matar que geralmente é. As saís se movem tão rápido que só vejo vultos. É um alivio sem tamanho ver que está bem, que está inteira.

Nós  acabamos com os que ficam em nosso caminho e entramos ao mesmo tempo no segundo pátio, que continua livre de errantes.

—Bom te ver, loira- digo assim que chego perto dela. Ela me lança um daqueles sorrisos que fazem o resto do mundo parar.

—Digo o mesmo, caçador.- diz me encarando. -Ah, Dixon?

—O que?- pergunto ainda com os olhos fixos nela, mas ela não me responde com palavras. Antes que eu processe o que está acontecendo ela me deu um soco forte no estômago e eu fico  sem ar por um momento. Me recuso a me encolher, apesar da dor.

—Isso foi por ter ido embora- diz rindo de minha cara e eu fecho a expressão.

—Maluca.

—Natasha- rosna o coreano brotando do chão e a puxando pelo braço- Saiu que nem uma louca das proteções.

—Carol estava em linha de tiro , Rick e Michonne do lado de fora, esperava o que?- devolve dando um tapinha no ombro dele. Ela dá um beijinho no rosto de Glenn e se afasta- Estou bem, coreano.

Maggie aparece que nem um furacão e pula em cima da loira também. Pisco atordoado com todo esse movimento e comoção.

—Está bem, louca?- parece preocupa e Natasha ri  bagunçando o cabelo da morena.

—Estou, então por favor não me sufoque- se afasta e sorri de novo.

—É uma maluca, tem que ficar  protegendo os outros- digo balançando a cabeça- Qual parte do fique viva você não entendeu?

—Estou viva, não estou?- lança uma pergunta de volta e some prisão adentro.

—Acho que perdeu a loira, Darlyna- desdenha Merle e agora notaram sua presença, então temos que discutir sobre isso.

(...)

Demora um pouco, mas acabam aceitando Merle, mesmo que trancado em outra parte do bloco, pelo menos por essa noite.

Observo Natasha de longe, sentada ao lado de Beth e Maggie conversando entretida. Os cabelos estão soltos e molhados, e apesar do ataque de hoje ela parece bem. Estou tão distraído que não vejo até que Hershel está sentado ao meu lado. Olho para ele com a testa franzida e ele sorri.

—Está gostando dela não é?- diz me olhando com aqueles olhos serenos e intrometidos

—Que bobagem é essa?- pergunto rispidamente e o sorriso do velho só aumenta.

—Ainda não sabe, ou não aceitou, mas gosta dela. Sei disso porque sou observador e basta observar para perceber- ele para por um momento, olha para ela e então volta o olhar para mim.- Seus olhos seguem ela por onde quer que vá, você a protege, a provoca e se importa. Está apaixonado.

—Não é dá sua conta- rosno me levantando e começando a sair

—Pense bem, Daryl- diz e paro para ouvi-lo, sem me virar- Estamos em guerra, admita pelo menos para você, antes que seja tarde demais.

Saio balançando a cabeça, mas tenho que admitir que  as palavras do velho me atingem em cheio. Não tem como eu estar apaixonado, nunca fui de ter esse tipo de sentimento, mas sim, me importo com a maluca.

  Sento no banco do lado de fora do presidio e encosto a cabeça na parede deixando meus pensamentos soltos. Sinto alguém se aproximar e nem preciso abrir os olhos para saber quem é. Só uma pessoa tem esse andar leve e esse cheiro.

—Sentiu minha falta e voltou, caipira?- pergunta e sinto que se senta ao meu lado.

—Sentiu a minha?- pergunto de volta, abrindo os olhos para encontrar os verdes que tanto me atormentam.

—Sendo sincera, Dixon?-concordo com a cabeça em sinal para que prossiga- achei  que não voltaria mais.

—Eu também achei que não voltaria- confesso, porque acho que não conseguiria mentir para ela.

 

—Fico feliz que tenha mudado de ideia então- diz e sorri

—Eu também- respondo segurando um sorriso e puxando ela de encontro aos meus lábios sem que ela espere.

Ela sorri entre o beijo, leva as mãos para meu pescoço e cabelo e me puxa para mais perto.   O ar se faz necessário e desço os beijos para seu pescoço, onde seu cheiro bom está concentrado e já reparei que é um ponto fraco. Ela puxa meu cabelo mais forte, me afasta de seu pescoço e me puxa para mais um beijo. Estou prestes a puxa-la para cima de mim, para o mais perto possível, quando ela sai de meus braços e fica de pé. Olho para ela confuso e irritado, ela ri ao perceber minha frustração, me lança uma piscadinha divertida e some prisão adentro pela segunda vez no dia, me deixando sozinho.

(...)

Passo boa parte do dia seguinte do lado de fora com Rick e Glenn reforçando a prisão com madeiras e pontos onde poderíamos no proteger dos tiros. Assim que o dia amanheceu soltamos Merle, mas sei que estão desconfortáveis com ele.

Na hora do café vi de longe que Natasha já está se enturmando com a tal Michonne, o que é sem duvida um grande feito, pois a mulher é claramente fechada. Não me surpreende muito, para ser sincero, pois ela simplesmente ignorou todo o meu lado fechado quando me conheceu também. É engraçado de se ver, admito para mim mesmo, agora que estou de fora da situação, porque a mulher se sente um pouco desconfortável conversando.

—Daryl- ouço alguém me gritar e me viro confuso encontrando um Carl ofegante chegando a mim.

—O que diabos, menino?- pergunto confuso, com uma das mãos já na alça da besta.

—Acho melhor se apressar antes que a Tasha mate seu irmão.- avisa o menino e eu largo a madeira que estou segurando que cai em um baque seco no chão e corro em direção ao bloco C, Glenn e Rick em meu encalço.

Ao chegar encontro Merle encostado na parede, as duas saís dela em forma de x na garganta dele.

—Vá para o inferno, Dixon- rosna irritada. – Mais uma gracinha idiota dessas e sua cabeça não vai ser ligada ao seu corpo e acredite eu vou fazer, você sendo irmão do Daryl ou do papa.

—Ah, é mesmo muito nervosinha- diz Merle em um tom debochado mas sinto sua tensão.Ah, ele não duvida dela. Não duvida nem um pouco.- Fique tranquila princesa, entendi em alto e bom som.

—Bom.- diz se afastando e guardando as saís no suporte das costas. Então me vê, acena e passa por mim.- Oi Daryl.

Ficamos todos parados olhando para onde a minutos atrás ela ameaçava a vida de meu irmão com cara de paisagem.

—Gostei dessa garota- murmura Merle e todos olhamos para ele indignados. Ele dá de ombros.- A pessoa tem que saber se impor.

—O que aconteceu?- pergunto para os presentes e Maggie começa a rir.

—Bem, seu irmão idiota- aponta para Merle com um sorriso nos lábios – Está falando a meia hora que estamos mortos e enterrados, e veio tentar a sorte com a Tasha, com um papo idiota de fazer a ultima noite valer a pena.

Olho para Merle indignado e ele dá de ombros.

—Eu só coloquei a mão no braço dela- diz parecendo incomodado com meu olhar- não me olhe como se eu tivesse agarrado a menina.

—Você é um idiota.- rosno e saio atrás da loira.

Encontro ela em um dos pátios conversando com Michonne.

—Sempre achei katanas lindas- ouço ela dizer enquanto segura a espada da mulher nas mãos e olha maravilhada- Treinei com uma por um tempo, mas as Saís são meus amores.

—São armas muito boas- responde a mulher com as dela na mão, passando os olhos com admiração. – Teve um mestre?

—Sim. Você?- pergunta enquanto destrocam as armas.

—Mais ou menos.

—Se não morrermos um dia desses treinaremos então- responde tranquilamente, e balanço a cabeça diante de sua tranquilidade. Michonne concorda com um quase sorriso e quando me vê some prisão adentro.

—Então já está fazendo planos para o pós-guerra?- pergunto parando ao seu lado.

—Claro, a esperança é a ultima que morre.

—Sinto muito pelo meu irmão.- digo constrangido, coçando a cabeça. Ela me olha e balança a cabeça negativamente.

—Foi seu irmão e não você. O cara nem é mal, só não tem vergonha na cara- responde enquanto olha os zumbis que foram presente do ultimo ataque.

—Mesmo assim, não é coisa que se faça.

—Aparentemente o Dixon errado não dá a mínima para minha idade – diz me lançando um sorriso irônico e me empurrando de leve com o ombro.

—Verdade seja dita, Natasha- digo puxando ela pelos ombros de modo que me encare- Ligo cada vez menos para sua idade.

—Que bom, porque sejamos sinceros, eu sou maior de idade.- responde ficando na ponta dos pés, sua respiração batendo em meu rosto, e depois saindo de meus braços antes que eu possa fazer qualquer outra coisa.

Olho para ela confuso, mas ela já está indo em direção ao portão, e vejo Carl e Maggie fazendo o mesmo. Andrea se aproxima, controlando um zumbi.

—Abram o portão- grita atingindo um com sua faca.

Rick aparece, hesita por um momento mas acaba abrindo. Checa se não está armada, e diz que é bem vinda de volta. Não sei bem o que acho disso, mas acompanho o grupo.

Ela discute, diz que podemos conviver em paz e mais umas bobeiras assim. Vejo Natasha revirar os olhos umas duas vezes no discurso.

—Philip não quer fazer mal a vocês, mas vai revidar.

—Não fale merda- diz Natasha bruscamente, antes que Rick fale mais alguma coisa calmamente como sei que estava prestes a fazer- Ele sequestrou Maggie e Glenn só fomos busca-los. Ele quem veio até nós e saiu atirando, não nós. Matou um dos presidiários que estavam aqui conosco  e derrubou nossas cercas. Seu namoradinho que fez essas coisas, não nós.

—Foi ele também que mandou me matarem- se pronuncia Michonne e só então me ligo que se conhecem.

—Acho que podemos fazer um acordo, vou conversar com ele para entrem em acordo.- diz cheia de convicção e só consigo pensar que é uma pobre iludida.

Ela passa um tempo conosco, conhece Bravinha , marca uma reunião com o tal governador e depois vai embora.

—Vamos ouvir o que ele tem a dizer- avisa Rick e nos limitamos a concordar

(...)

— Irei em busca de armas, acho que sei de um lugar.-me diz sério

—Boa ideia- concordo- Vai quando? Com quantos?

—Hoje mesmo. Vamos eu, Carl e Michonne. Você fica e cuida para que seu irmão não faça merda.

—Certo. Por que Michonne?

—Vou testar sua lealdade.

—Parece um bom plano.- concordo por fim.

—Seu irmão passou a respeitar Natasha totalmente- diz e olho para ele arqueando a sobrancelha.

—Acho que uma ameaça daquelas tem efeito até em Merle.

—Eu já acho que não tem ninguém capaz de não respeitar Natasha Wayland- responde Rick balançando a cabeça e sorrindo- Ela fez bem ao grupo.

Olho para ele com suspeitas. Estaria ele interessado nela?

—Mais que isso- para e pensa por um instante nas próximas palavras. Começo a ficar nervoso- Fez bem a você.

Isso me pega de surpresa. Quero brigar e negar, mas acabo admitindo a mim mesmo que é verdade, então me limito a rosnar qualquer coisa e sair de perto.

(...)

Para alivio total, Rick, Michonne e Carl voltam inteiros e com armas e munição. Eles têm até flechas para minha besta, o que não é pouca coisa.

—Bom trabalho, xerife- diz Natasha pegando algumas armas e dando uma olhada.

—Obrigada.- responde e para pensativo – Eu andei pensando sobre a tal reunião com o governador. Quero que Hershel vá comigo.

—Claro- concorda o velho sem hesitar.

—Daryl e Natasha também.

Não me importo nem um pouquinho em ir, mas coloca-la nesse risco desnecessário me incomoda.

—Por que eles?- pergunta Glenn e quase agradeço por ele ter perguntado isso.

—Hershel porque é calmo para analisar as coisas, Daryl porque é um guerreiro e se as coisas ficarem feias vai saber como reagir e Natasha porque é a mistura dos dois.

Tenho que admitir que faz todo o sentido. Não gosto, mas tem sentido.



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